CAPÍTULO 57 Luana Davis (dias depois) Alguns dias se passaram, e eu tenho ficado bastante tempo em casa, o único momento que me sinto melhor é quando vou ao orfanato, e as palavras do Louis sempre me consolam, ultimamente estamos bem próximos, já que ele é o único amigo de verdade que eu tenho, além da Edineide e da dona Olga, que me tratam cada vez melhor. Tenho sentido muitas tonturas e não sei o que anda acontecendo comigo, eu até tenho me alimentado melhor conforme o que o médico me disse, mas ainda assim tem dias em que eu desmaio. Perguntei ao médico e ele disse que pode ser um sintoma normal da gravidez sim, e também pode ser algo psicológico, já que estou passando por momentos difíceis. Hoje foi mais um daqueles dias que acordei com pessoas da minha volta tentando me fazer cheirar álcool. — Melhor, minha neta? Tenta se sentar, devagar... — ouvi a doce voz da dona Olga. — Senhora... eu acho que o chefe precisa saber disso!
CAPÍTULO 58 Igor Smith Segurei naquele caderno, e vi que foi todo decorado a mão com muito cuidado, ela usou tecido colorido para encapar, e colou pedrinhas discretas e delicadas transparentes, ele era verde claro com detalhes num tom mais escuro. Como eu vi que ela dormia profundamente, tirei os seus tênis com cuidado, e ergui as suas pernas na cama, depois procurei por uma manta e a cobri delicadamente. Sentei na poltrona de amamentação que a gente comprou, e por um tempo a fiquei olhando, mas depois me lembrei do caderno decorado, e não aguentei a curiosidade, comecei a ler... Diário do bebê! Meu pequeno Souvenir... “ Bebê, hoje eu te levei ao hospital para a primeira consulta de acompanhamento. O médico disse que seu pai estava ocupado. Na verdade, ele se preocupa muito com você, e estava trabalhando para garantir o seu sustento, mas ele estava feliz com você na barriga da mamãe, com certeza!“. “Bebê, eu vi suas mãozinhas.
CAPÍTULO 59 Igor Smith Depois daquela conversa, eu tomei uma decisão... se eu vou cuidar da Luana, não posso continuar com a Elisa, isso é certo! Eu sei que já perdi qualquer espaço como homem na vida da Luana, mas ainda sou o pai do bebê, e enquanto ele cresce, eu me responsabilizarei e cuidarei dos dois, coisa que eu já deveria ter feito. Voltei para o apartamento, e vi que Elisa havia acabado de chegar, pois agora que estava tirando os sapatos, e ela não os usa dentro de casa. Olhei no relógio e já passava das vinte e três horas, isso não era normal, e ninguém procurava emprego neste horário. — Oi... — Oi, Igor... — Chegou agora? — perguntei. — Sim... eu acabei passando no Shopping, usei o seu cartão que estava em cima da mesa! — falou. — Hum... eu preciso falar com você... — Fala... veio me abraçar, mas eu não deixei. — Eu não posso continuar com você! Eu pensei muito, e... tenho sido irresponsável, Elisa! A Luana precisa d
CAPÍTULO 60 Igor Smith Fiquei por um tempo parado olhando para aquele papel que o advogado colocou sobre a mesa. — Podemos rasgar esse documento, senhor Smith? — perguntou, a respeito do acordo antigo, já assinado por nós dois. — Sim! — falei e ele rasgou em pequenos pedaços de papéis, me deixando aliviado. — Então o senhor reconsiderou? Não quer mais o divórcio? — perguntou ele, e percebi que não mesmo, a última coisa que eu gostaria era do divórcio, mas... eu não posso ser egoísta outra vez! — Perdi a minha chance, doutor! Ela tem outros planos agora, e pelo que vi espera por esse divórcio, e não vou cometer o mesmo erro outra vez! Vou deixar ela livre com um pássaro, e se algum dia esse pássaro voltar pra mim, é porquê ele sempre foi meu! — falei engolindo as lágrimas, tentando ser forte. — Tem certeza? Com ela ainda amarrada a você de alguma forma, será mais fácil reconquistá-la não acha? — perguntou. — Já ouviu falar em destino, d
CAPÍTULO 61 Igor Smith Até que não demorou muito para eu voltar para o carro com muitas sacolas, comprei coisas para a Luana e para o nosso bebê. Quando voltei na sala do advogado, o documento já estava pronto, peguei o original e fui direto para a casa da Luana. Logo que cheguei, percebi que ela não estava. Fiquei um pouco desanimado pois queria conversar com ela pessoalmente sobre isso, explicar a ela que todas essas coisas são de direito dela, e poder ter certeza que num futuro muito próximo, ela não terá problemas nenhum com dinheiro, e nem muito menos o nosso. Mas, pelo visto isso não seria possível. — Edineide, aonde está a Luana? — perguntei. — Ela não me diz quais são “todos” os lugares que vai... mas ultimamente ela adora sair com o bonitão do cabelo bagunçado! — essa Edineide não perde uma, para me aterrorizar! — Credo Edineide! Achei que a gente havia dado uma trégua! Estou com boas intenções... — De boas intenções o inferno t
CAPÍTULO 62 Igor Smith Saí muito apressado do meu apartamento, e nem peguei tudo que ia pegar, apenas foquei em pegar o celular, alguns documentos e a chave do carro. Preferi descer pelas escadas pois o elevador estava ocupado, e quando cheguei no último degrau deixei a chave cair, e ela foi parar lá em baixo, no esgoto. Tentei pegar de todas as maneiras mas já estava atrasado, então acabei ligando para o seguro resolver enquanto eu saía em um carro de aplicativo. Um senhorzinho muito bacana que me levou, mas quando estávamos chegando deixei cair um documento importante para baixo do banco, e pedi para que ele parasse. — É rapidinho! Eu o pego! — falei, e ele não se importou, então quando eu peguei, ele falou. — Caramba! Tá certo que a rua é meio parada, mas aquele casal está na flor da pele né? Um fogo absurdo! — Olhei para lá e aquela mulher quase engolindo o homem no volante, com a bunda quase apertando a buzina, parecia muito com a Elisa, mas d
CAPÍTULO 63 Luana Davis — A senhorita não vai descer? Este é o ponto final do ônibus! — falou o cobrador. — Será que eu poderia voltar com vocês? — perguntei. — É que vamos recolher, senhorita! Já é a quinta vez que repete o mesmo trajeto, você está bem? Por acaso, tem para aonde ir? — perguntou. — Eu? Não sei... mas eu vou descer então! Não vou atrapalhar o serviço de vocês! — me ajeitei para descer, as minhas costas já estavam até doloridas, do mau jeito com o banco, mas eu não queria ver ninguém! — Boa sorte, senhorita! — falou, e eu acenei desanimada e desci. Eu não havia comido nada o dia todo praticamente, apenas de manhã o café que Edineide me serviu. No restaurante eu nem consegui comer, e esse já era o terceiro ônibus que eu trocava. Então quando eu desci, avistei uma lanchonete e fui comer algo. Percebi que estava em um bairro próximo a minha antiga casa, então depois que comi pedi um carro de aplicativo e fui para lá. A
CAPÍTULO 64 Igor Smith Eu comecei a gritar feito um louco, pedindo ajuda a qualquer um que pudesse ajudar. — ME AJUDEM! ESTOU DESESPERADO, PRECISO DE UMA AMBULÂNCIA, ALGUÉM CHAMA A EMERGÊNCIA! EU NÃO CONSIGO, NÃO CONSIGO! — Eu chorava desesperado, acho que nunca sofri tanto na minha vida, eu preferia mil vezes uma faca afiada no meu peito do que isto, eu não podia perdê-la, não podia. A Edineide sumiu, então vi um homem se aproximando. — Me desculpem, por favor! Eu nem a vi... ela praticamente pulou no meu carro em movimento, eu... eu... — Pelo visto ele era o motorista, e por mais que eu estivesse em desespero, eu vi claramente que a culpa não era dele. — Só chame a emergência... — falei, e a puxei melhor no meu corpo, e a abracei forte, a chuva engrossou muito, eu a manteria mais quente, faria o que eu pudesse, pelo menos... Coloquei a mão na sua barriga, e me bateu um desespero maior... O que teria acontecido com o meu filho? Porque ela es