Stefanos
Eu estava concentrado, tentando não deixar o copo de whisky na minha frente atravessar a mesa com a força que segurava o cristal.
Os papéis da rejeição de Nuria estavam espalhados diante de mim. O conselho respondeu mais rápido do que eu previa. Um dos conselheiros exigia vir até aqui... queria o depoimento direto da loba, porque suspeitava que a assinatura havia sido forjada.
A porra da audácia.
Um rosnado baixo escapou do meu peito.
Forjada?
Eles acham mesmo que alguém ousaria falsificar a vontade
StefanosEla ainda estava nos meus braços. O corpo encaixado no meu. O cheiro... inebriante. Quente. Familiar. E por um maldito segundo, tudo fora desta sala deixou de existir.Eu queria ficar. Queria esquecer o mundo e mergulhar só nela.Mas o lobo em mim gritava por sangue.Deslizei os dedos pelos cabelos dela, devagar, sentindo sua respiração se acalmar contra meu peito. Mesmo assim... ela ainda estava em alerta. Tentava disfarçar, mas eu sentia. E isso só alimentava ainda mais minha fúria."Ainda não acredito que ele teve a ousadia de mandar seus lobos pra cá..." ela murmurou, a voz abafada pela minha camisa."Ele percebeu o erro que cometeu," sussurrei, com a raiva ainda latejando sob a pele. "Vou descobrir tudo. Porque ele te quer, como eles entraram, o que estão tramando. E depois, vou informar ao Conselho que Solon está cruzando uma linha perigosa t
StefanosRylan entrou com a maleta pesada nas mãos. O som do metal tilintando preencheu a cela de concreto como um aviso antigo de que a dor estava prestes a chegar.Os dois rastreadores se encolheram ao vê-lo. O mais novo chegou a dar um passo atrás, os olhos arregalados como se tivesse acabado de acordar de um pesadelo, isso por que eu nem tinha começado."Podemos fazer um acordo!" o outro disparou. "Podemos contar tudo o que sabemos! Não precisa disso...""Vocês acham que eu preciso de informação?" interrompi, sem pressa, a voz baixa e letal. "Acham que vão sair disso vivos, só porque abriram a boca?"
NuriaEle entrou no quarto como um furacão silencioso.Os traços de sangue que não eram dele.E aquela expressão... fechada. Séria. Selvagem.Mas com um sorriso. Um sorriso lento, sombrio e faminto que me acertou direto entre as pernas.Minha loba surtou.O lobo dele exalava poder. Cheiro de sangue, domínio e vitória.E mesmo assim... mesmo assim ele ainda era meu.Ainda eraele."Conseguiu o
NuriaAcordei com o corpo inteiro dolorido.Mas era uma dor boa. Uma dor quente. Uma lembrança viva de tudo o que aconteceu na noite anterior.Stefanos não apenas me tomou, ele me reivindicou com a fome de quem esperou uma vida inteira por aquilo. Seus toques foram firmes, decididos, e ao mesmo tempo delicados, quase reverentes. Ele me adorou como se cada centímetro do meu corpo fosse sagrado, como se cada gemido meu fosse uma oferenda que ele ansiava receber. Me amou como se o mundo estivesse prestes a acabar e aquele fosse nosso único instante. Como se o tempo tivesse parado só pra nós.Nos braços dele, eu não fui uma sobrevivente. Fui uma loba. Fu
NuriaEle deslizou os dedos pelo meu quadril nu, traçando caminhos invisíveis que faziam minha pele arrepiar como se ainda sentisse o corpo dele me adorando. Seu toque era calor. Era força. Um lembrete vivo de tudo que vivemos naquela cama — da forma como ele me reivindicou, me amou, me fez dele em todos os sentidos.Stefanos se inclinou sobre mim, os lábios quentes tocando meu ombro com um beijo firme, antes de subirem até a minha boca com a mesma reverência de antes."Preciso resolver os detalhes da nossa união com o ancião," murmurou contra minha pele. "Vou mandar entregarem um vestido pra você."Sorri, ainda deitada,
StefanosA sala mergulhou num silêncio carregado de tensão, mas dentro de mim… o caos rugia.Os olhos prateados do meu lobo encararam o conselheiro como se já o vissem morto. Ele ousou.OUSOU.Entrar aqui. Na Boreal. No meu domínio. E me dizer queeunão podia me unir à minha Luna?Os dois lobos que o acompanhavam se moveram um passo, como se tentassem conter minha aproximação. Má ideia.Eu fui mais rápido que o pensamento.A primeira cabeç
StefanosA luz dourada do Laço da Deusa ainda pairava no ar quando segurei a mão de Nuria, sentindo a pele quente e firme entre os meus dedos. Ela era minha. Oficialmente. Espiritualmente. Para sempre.Mas mesmo com a energia da Deusa ainda nos envolvendo, eu sabia o que viria a seguir. Sabia que a resposta do Supremo não seria silenciosa. Nem branda. A marca no peito do conselheiro, ainda sangrando, era apenas o início.Levei Nuria para fora da sala de rituais com a mão em sua cintura, e no caminho, sussurrei junto à sua orelha:"Você está bem, Ruína?"Ela assentiu, mas seu corpo estava tenso."Estou... mas temo que estamos pagando um preço muito alto."Parei, a virando para mim e segurei seu rosto com ambas as mãos, os olhos fixos nos dela."Não pedimos por isso. Já entendi que o
StefanosA sala de estratégia ainda exalava tensão quando ergui a mão, encerrando oficialmente a reunião.Todos os presentes começaram a se dispersar, cada um com suas ordens claras: proteger, reforçar, recrutar, preparar. A guerra tinha sido declarada, mesmo sem um confronto direto, sabíamos que os primeiros movimentos já estavam sendo planejados por quem estava do outro lado."Rylan," chamei, antes que ele cruzasse a porta.Ele parou de imediato, olhos atentos, postura ereta como sempre. Meu braço direito não precisava de muitas palavras para entender quando a conversa precisava ser privada.