Música do capítulo: Way Down We Go - KALEO (versão instrumental)
Nuria
O sol filtrava-se em feixes tímidos pelas frestas da cortina, banhando o quarto em um dourado suave e traiçoeiro. Tudo ali parecia calmo… mas nada em mim estava.
Meus lábios ainda ardiam.
Meu corpo ainda vibrava.
Minha loba ainda o queria.
Acordar daquele beijo havia sido como ser arrancada de um sonho para cair direto num abismo. E agora, presa no quarto de um Alfa que eu não entendia, e talvez nunca entendesse, a única coisa que queria era distância. Ou… o oposto.
Me sentei na beirada da cama, tentando controlar a respiração, os pensamentos, os sentidos.<
StefanosMinha mão tocou sua cintura. Leve. Mas firme o suficiente para sentir a tensão do corpo dela.Ela não respondeu.Apenas ofegou quando meus lábios roçaram novamente sua pele, o pescoço delicado se curvando ligeiramente para o lado, como se instintivamente me oferecesse passagem.Meu nariz deslizou por sua pele.Ela estremeceu.“É o meu cheiro que te faz arrepiar assim, lobinha?” sussurrei. “Ou é o sangue? O dom? Ou sou eu... e o que faço com você?”
Stefanos“Mas vou respeitar seu tempo,” falei, a voz mais baixa, mais real, como se estivesse jurando algo apenas para ela. “Sei o que você passou. Não vou te forçar. Não vou tomar nada de você.”Minha mão ainda repousava em sua nela, sentindo o calor que escapava pela pele trêmula. O coração dela batia rápido, tão rápido quanto o meu.“Quero que você escolha,” sussurrei junto à sua pele. “Que aceite. Que deseje. Que me queira.”Os olhos de Nuria estavam nos meus, como se buscassem alguma armadilha escondi
NuriaA porta se fechou atrás de mim com um estalo seco.Mas foi como se o som ecoasse dentro do meu peito, partindo algo que eu não sabia nomear.Eu estava tremendo. Por dentro e por fora.O corpo ainda ardia onde ele me tocou. Os lábios... inchados, sensíveis, famintos. E a pele... a pele gritava por ele. Ainda sentia suas mãos. Sua respiração. O calor animal que nos cercou.E eu tinha fugido.Como uma covarde.Corri pela passagem secreta sem olhar para trás, o coraç&a
Música do capítulo: I will Wait - 2cellosStefanosDois dias.Duas malditas rotações da lua antes da chegada do Alfa Supremo.Era tempo demais, como também não era tempo o suficiente.A tensão crescia por toda a alcateia como uma névoa espessa que nenhum lobo conseguia afastar. E eu precisava garantir que tudo estivesse perfeito. Cada detalhe. Cada criado. Cada passo daquele maldito evento.Mas havia uma coisa que não estava sob controle.Nuria."A
StefanosMúsica do capítulo: “Two Steps From Hell – Victory”Dois malditos dias.Quarenta e oito horas desde que os olhos dela se desviaram dos meus de livre e espontânea vontade.Desde que aquele maldito ronronar me queimou por dentro, e ela fugiu como se fugir de mim fosse a única forma de continuar respirando.E, desde então, silêncio.Ela me evitava com precisão cirúrgica. Sempre com alguém por perto. Sempre desaparecendo pelos corredores com passos leves demais para rastrear. M
NuriaMúsica do capítulo: “Audiomachine – Blood and Stone”Estava sentada diante do espelho, finalizando a última trança do meu cabelo, quando a porta se abriu com força e Jenna entrou, esbaforida, como se o próprio lobo ancestral estivesse em seus calcanhares.“O Supremo chegou!”A escova caiu da minha mão.“Não é possível...” sussurrei, arregalando os olhos.“Ele chegou sem aviso, Nuria,” ela respondeu, a voz acelerada. “E o
StefanosMúsica do capítulo: “Secession Studios – Burden of the Crown”A porta do escritório se fechou atrás de mim com um clique seco. Nuria caminhava um passo atrás, o perfume sutil de flores do campo invadindo o ambiente como uma afronta à formalidade sombria daquele lugar.O Alfa Supremo estava sentado à mesa, as mãos unidas sobre os papéis que provavelmente não lia. Não precisava. Sua presença por si só já preenchia o espaço. Não usava coroa, medalhas ou uniformes chamativos. Não precisava de nada disso. Sua autoridade era tão natural quanto o sangue que corria em n
NuriaCaminhava de um lado para o outro, sentindo as paredes se fecharem ao meu redor como se tentassem me engolir. Até os retratos pendurados pareciam zombar do meu desespero silencioso. Meus dedos se entrelaçavam e se soltavam numa repetição ansiosa, uma tentativa inútil de conter a tensão que pulsava sob a pele. Mas não funcionava. Enquanto eu não olhasse nos olhos do Alfa, nada estaria bem.Minhas mãos tremiam. Discretamente, mas o bastante para que eu percebesse, e as fechei com raiva, tentando conter o descontrole que crescia em silêncio. Uma gota de suor escorreu pela minha têmpora, queimando a pele apesar da brisa morna da tarde. Cada minuto sem sinal de Stefanos me dilacerava por dentro. Ele não d