Nuria
"Prima…?"
A palavra saiu da minha boca como um sussurro, como se minha mente não tivesse processado o suficiente para dar voz ao resto.
“Eu… não sabia que o Alfa Supremo tinha uma filha,” completei, engolindo em seco. “Muito menos que usava o sobrenome Castiel.”
Verônica sorriu. Era um sorriso elegante, afiado. O tipo de sorriso que não mostra os dentes, mas crava as presas mesmo assim.
“Ele não gosta que eu use,” disse com leveza, como se falasse de uma flor que murchou no jardim. “Mas eu não ligo.”
StefanosVoltamos para o salão como dois generais atravessando um campo minado. Cabeça erguida, olhos afiados, e o peso do mundo nos ombros.Mas bastaram poucos passos para sentir: todos os olhares estavam cravados em nós.Antes, era curiosidade.Agora… era tensão.Expectativa.Como se cada sorriso educado escondesse uma lâmina prestes a ser desembainhada.Minha mão repousava na cintura de Nuria com firmeza. O calor do corpo dela, o perfume amadeirado da pele, o som ritmado da respiração… tudo me mantinha ancorado.
NuriaA manhã passou devagar. Lenta demais para o meu gosto.E, ainda assim, meu coração parecia correr como se algo estivesse prestes a explodir.Eu estava nervosa. Não como nos tempos de Solon, quando o medo era paralisante.Mas sim como alguém que sentia no ar o peso de uma mudança inevitável.Verônica Castiel viria para um café da tarde.Na frente de todos.Com a bênção do próprio pai.Mas algo me dizia que o que ela realmente traria… era guerra.Vesti um conjunto leve, em tons neutros, elegante o suficiente para m
Nuria"Eu não preciso convencer vocês." Verônica cruzou as pernas com elegância, o tom calmo como se estivesse comentando sobre o clima. "Só preciso mostrar os fatos. O resto… se encarrega sozinho."Stefanos continuava de pé, braços cruzados, o olhar cravado nela como se fosse capaz de despedaçá-la só com a força da vontade."Isso é exatamente o que qualquer mentiroso bem treinado diria antes de envenenar uma sala inteira," ele retrucou, frio como gelo.Verônica soltou uma risada baixa, leve, insolente, afiada."Ah, Alfa Varkas… a beleza
StefanosAs duas saíram da sala com passos lentos, como se já dividissem um segredo. Verônica se virou uma última vez e sorriu de canto, aquele tipo de sorriso que sempre me deixa em alerta. Nuria passou por mim, seus dedos roçando de leve os meus, e sussurrou:"Estamos juntos, não faça nada que eu não faria."Assenti com um grunhido e fechei a porta devagar.Agora era apenas eu e o General.Mark.O homem que servia o Alfa Supremo com lealdade cega. Que agora dizia proteger Verônica como se fosse sua própria vida. E, talvez... fosse mesmo.Caminhei até o bar do cômodo e servi duas doses de bourbon."Você bebe?" perguntei, entregando uma das taças.Ele me observou por um segundo longo demais, antes de aceitar."Hoje, bebo."Encostei na borda da me
Nuria“Às vezes, quem mais carrega poder… é quem mais aprendeu a esconder a dor.”O corredor parecia maior agora. Mais frio. Mais silencioso.Verônica andava com as mãos nas costas, observando os detalhes do lugar como se memórias perdidas tentassem lhe dizer algo."Você parece… confortável demais aqui," comentei, cruzando os braços."Você também." Ela sorriu de lado, me lançando aquele olhar afiado que eu já começava a entender como uma defesa. "A diferença é que eu passei a vida fingindo conforto. Você… está aprendendo a transformar dor em postura."
NuriaFicar ali, no colo de Stefanos, com seus braços em volta de mim, era como voltar a respirar. Depois de tudo que ouvimos… depois de tudo que ainda viria… aquele toque calmo, firme, era o lembrete de que eu não estava sozinha.Ele apoiou o queixo no meu ombro e murmurou, com a voz baixa e rouca:"Você confia nela?"Demorei um segundo para responder. Meus dedos brincavam distraidamente com o colarinho da camisa dele."Não totalmente. Mas confio nos olhos dela. E confio em mim o suficiente pra saber quando alguém está mentindo.""N&atil
NuriaVerônica e Mark haviam partido. A casa estava em silêncio, mas o ar ainda pulsava com a memória das decisões tomadas. Sentia meus ombros relaxarem pela primeira vez desde o amanhecer, e foi nesse instante que Stefanos se aproximou por trás de mim, a boca encostando suavemente na curva do meu pescoço."Acho que merecemos um momento só nosso, não acha?" ele murmurou, a voz baixa e carregada daquele tom que sempre fazia meu corpo inteiro reagir."Depende do que você quer dizer com 'nosso'," falei, girando o rosto pra ele. "Tem algo em mente ou estamos falando de fetiches lupinos?"Os olhos dele brilharam, perigosamente divertidos."Fetiches? Agora você me deu ideias." Ele roçou os lábios no meu queixo. "Mas pra começar... eu sonhei com você.""Sonhou?""Tocando violino." Ele se afastou a
StefanosEla surgiu na porta do quarto com o estojo do violino nas mãos, os cabelos soltos como uma tempestade recém-liberta, e um rubor suave nas bochechas que me atingiu mais do que qualquer provocação direta. Vestia uma daquelas lingeries novas que eu comprei num impulso, sem saber se teria coragem de pedir que ela usasse um dia. Vermelha. Justa. Diabolicamente perfeita contra a pele pálida.Meus pulmões falharam por um instante.Ela hesitou. Só um segundo. Mas o suficiente pra me fazer perceber o que estava acontecendo ali:Não era só o corpo dela que estava exposto.Era a coragem de se mostrar inteira pra mim, mesmo depois de tudo.E aquilo… me desarmou."Você tem alguma preferência?" ela perguntou, com a voz baixa, mas firme.Deuses, se ela soubesse...Qualquer uma que te faça esquecer o mundo... pensei, deixando o olhar percorrer cada curva acentuada pela renda vermelha.Mas essa cor em você...Me inclinei para frente, apoiando os antebraços nos joelhos, sentindo o lobo vibrar