Assim que Ava adormece, Hector deixa o quarto e se depara com Charlotte e Doris paradas próximas à porta, ambas com expressões culpadas estampadas nos rostos.— Ainda bem que estão aqui — ele dispara, demonstrando o quanto está frustrado. — Eu confiei uma tarefa a vocês e vocês duas falharam miseravelmente — acusa, sem se importar como elas reagiriam.As lágrimas começam a brotar dos olhos de Doris involuntariamente.— Me desculpe, Hector, por favor — ela implora, emocionada.— Acha que uma simples desculpa resolveria alguma coisa? — ele rebate, lutando para manter a voz controlada, embora a raiva quisesse explodir. — O que aconteceria se descobrissem que Ava está aqui neste hospital?— Eu sei que cometi um erro grave, mas por favor, tente entender — Doris suplica, com a voz trêmula. — Eu prometo que, a partir de agora, não tirarei os olhos dela nem por um milésimo de segundo.— Essa já é a segunda vez que você falha comigo, Doris. Você sabe o quanto isso me contraria? — Ele continua,
Depois do que aconteceu, Ava não conseguiu mais ficar nem um minuto sozinha, ela era vigiada por Doris e Charlotte o tempo todo, sem nenhuma trégua.Hector também havia desaparecido do hospital após a conversa que tiveram. Por um lado, ela gostava daquilo, já que não suportava olhar para o rosto dele após saber que ele estava escondendo-a dos pais.Assim, ela passou três dias no hospital, até que o médico lhe deu alta. A volta para a mansão Moreau aconteceu do mesmo modo como foi a sua entrada. Discreta.No tempo que esteve ali, não conseguiu ter acesso a ninguém que não fosse Mark, Charlotte ou Doris.Assim que chega à mansão, Ava é levada para o mesmo quarto onde estava antes.Suspirando pesado, ela olha ao redor, procurando por uma saída. No entanto, percebe que, por estar no segundo andar da casa, é quase impossível fugir dali.Enquanto pensa numa solução para fugir daquele quarto, a porta do quarto é aberta e Doris entra, com uma bandeja.— Trouxe o seu almoço, Ava, espero que gos
Assustada por achar que Hector ouviu alguma coisa, Charlotte se afasta de perto de Ava bruscamente, sentindo-se nervosa por ouvir o tom da voz dele.— Responde! — Hector insiste, ao ver que as duas permaneciam em silêncio.— Eu estava apenas medicando a Ava — explica Charlotte, com a cabeça baixa.— Não é o que parece — ele comenta, se aproximando mais, mostrando não estar convencido com aquela resposta.Percebendo que ele estava tentando intimidar Charlotte, Ava decide se posicionar.— Então, o que acha que estávamos fazendo? — ela indaga, erguendo a cabeça em desafio.— Eu não sei, me diga você — ele rebate, fulminando-a com os olhos.— Para quem anda fazendo coisas erradas, qualquer atitude se torna suspeita — Ava diz, provocando-o.Hector respira fundo, tentando controlar sua frustração pela resposta que recebe.— Não tente me tirar do sério, Ava, não sou eu quem precisa de você — declara.— Não é o que penso — ela rebate. — Se me mantêm presa aqui, é sinal de que precisa de mim p
Antes de sair, Hector faz um desvio pelo escritório, onde sabe que Charlotte o aguarda ansiosamente.Ao entrar, ele se depara com ela, cujos olhos revelam um misto de surpresa e medo.— Vamos, Charlotte, quero a verdade agora mesmo! — Hector exige, demonstrando que está impaciente.— Eu já te disse a verdade — Charlotte responde, tentando manter a calma. — Eu estava apenas administrando os medicamentos prescritos para Ava.— Você realmente acha que pode me enganar tão facilmente? — ele retruca, num tom mais acusatório. — Por acaso, você me acha um idiota?— Eu nunca pensei uma coisa dessas do senhor — revela. — No entanto, o senhor não confia em mim, só pelo fato de saber que conheço o pai da Ava.— Escuta aqui — Hector se aproxima mais. — Se eu souber que você está planejando algo pelas minhas costas, eu vou acabar com você, está me ouvindo?— Sim, eu estou — responde, balançando a cabeça.— Lembre-se de uma coisa, por respeito a seu filho, que a mantenho aqui, mas se eu ver que você
Enquanto isso, na cozinha da mansão Moreau, Charlotte está fazendo um chá para levar para Ava. Ela estava escolhendo as ervas quando Doris entra na cozinha e para, olhando para ela de um jeito meio sério.Estranhando o olhar da mulher, ela questiona.— Boa tarde, Doris, aconteceu alguma coisa?— Boa tarde — responde Doris, colocando algumas sacolas em cima da bancada. — Não aconteceu nada.— Estou preparando um chá para a Ava, acho que isso a acalmará mais — revela.— Pode deixar que levo — Doris se adianta.— Mas…— Já lhe disse, deixe que cuido da Ava — Doris responde, revelando uma ponta de impaciência. — Sua única responsabilidade aqui é garantir que ela receba os medicamentos corretos.— Tudo bem.Deixando as sacolas de lado, Doris pega o chá que Charlotte havia acabado de preparar e se retira dali.Ficando sozinha na cozinha, Charlotte decide se sentar um pouco e mexer no celular. Ela não era o tipo de pessoa que gostava de redes sociais ou de acessar a internet, no entanto, nos
Sentindo o nervosismo emanar de Charlotte, Ava se ajusta na cama, encostando-se à cabeceira.— O que está acontecendo? Por que esse nervosismo? — pergunta, percebendo a hesitação nos olhos da mulher, que começam a lacrimejar.Charlotte se aproxima mais, demonstrando o quão preocupada está.— Me responda! Se eu te ajudar a sair daqui, você promete que o Mark ficará fora de qualquer problema? — Ela insiste com urgência.— Eu prometo — Ava assegura com firmeza. — Eu não vou deixar que nada aconteça com ele.Engolindo em seco, Charlotte tenta conter as lágrimas e se senta na cadeira ao lado da cama, buscando algum controle emocional.— Vou encontrar uma maneira de te tirar daqui — confessa suavemente. — Eu ainda não sei como, mas vou arranjar uma maneira para que você possa voltar para sua família e para seu noivo.Percebendo que Charlotte parece reter mais informações, Ava levanta-se cuidadosamente e se aproxima dela.— O que está acontecendo? Me conta tudo, por favor.Erguendo a cabeça,
Quando chega em casa, Hector é recebido por Doris, que o notifica sobre todas as coisas que aconteceram enquanto ele estava fora.— A Ava não parece nada bem, Hector. Ela está nervosa, inconformada e respondona.— É normal que ela esteja assim — ele comenta, caminhando em direção ao seu quarto.— Você não vai vê-la? — questiona, notando que ele não parece se importar muito com o que acaba de ouvir.— Talvez eu vá depois — explica. — Estou cansado e quero evitar um confronto agora — diz, abrindo a porta do quarto e quase fechando em seguida.— E quanto à Charlotte? — Doris questiona.Hector segura a porta no meio do caminho e encara Doris.— O que ela fez? — indaga, já presumindo o pior.— Ela não fez nada, mas quando você saiu, me pediu para ficar de olho nela, queria saber se tem algum motivo específico.— Eu só não confio nela — confessa.— Então por que a mantêm aqui?— Faço isso pelo Mark e, além disso, o que me adiantaria mandá-la embora nessa altura do campeonato, se ela já sabe
Ao sentir o toque delicado da mão quente de Hector, Ava fica confusa, sentindo o seu coração pulsar forte. Mesmo que o odeie, não pode negar que a sua presença tem um poder sobre ela. Talvez por ele ser bonito e significativamente atraente, seu corpo reaja àquele toque e sua mente crie pensamentos maliciosos. De repente, ao se dar conta do que está pensando, Ava se culpa ao lembrar que tem um noivo que naquele momento deve estar sofrendo por ela.— Tire suas mãos imundas de mim. — Diz, se afastando do toque. — Acha que vai conseguir me manipular novamente? — ela pergunta, nervosa.— Essa não é a minha intenção, Ava.— Então, qual é, Hector?Ele aperta os lábios, visivelmente tenso, depois desvia o olhar e se dirige até a porta de seu quarto. Com um gesto firme da mão, indica para ela sair.— Saia daqui agora! — ele ordena com voz firme.— Por quê? Tem medo de me contar a verdade? — Ava o desafia, não recuando.Visivelmente irritado com a provocação, ele eleva o tom:— Você realmente a