Abel sorriu levemente, Salvatore realmente amava sua mãe. -Foi isso que ela tentou evitar. Não sei como tem sido o relacionamento entre eles ou quão forte é a ponto de minha mãe poder ficar com ele sabendo que está casado com... - Ele ficou em silêncio por alguns segundos. A ideia de que teria de deixar Tropea e nunca mais ver Marla encheu sua alma de ansiedade e angústia.-Você está apaixonado por Marla Fiorini? - perguntou deixando o homem de cabelos pretos, perplexo - Abel, eu o conheço a vida inteira, sei quem você é e vi como você estava no dia do casamento, e também vi como ela olhou para você naquele dia. Você sabe que pode confiar em mim - disse ele, colocando a mão no ombro dele, - sou seu amigo! - A firmeza dessas palavras fez com que Abel se abrisse e contasse a Salvatore sua verdade.-É difícil explicar a você, Salvatore. - Ele diz, completamente envergonhado. - Todas as minhas convicções mudaram quando Marla apareceu em minha vida. Tentei me controlar, não me deix
-Merda! - exclamou surpreso. Aquelas imagens de seu amigo não eram as mais corretas, considerando o papel que ele desempenhava, muito menos os mais de cinquenta comentários e reações que apareceram naquela publicação. Quem teria feito isso? Quem queria destruir a reputação do padre? Embora imaginasse o que deveria estar acontecendo dentro da vila, ele não teve escolha a não ser interromper o encontro amoroso de seu amigo, mas para informá-lo sobre o que estava acontecendo. Ele saiu do carro e bateu na porta com angústia. Abel teve de interromper suas carícias e ir ver o que estava acontecendo. De repente, uma ideia lhe veio à cabeça: talvez Jerônimo Caligari tivesse descoberto que sua esposa estava com ele e tivesse ido procurá-la. Era algo que já havia acontecido uma primeira vez. Ele ajeitou a camisa, passou as mãos pelos cabelos e saiu do quarto, enquanto Marla, agitada e excitada, se recompunha daquelas carícias linguais e requintadas que o padre acabara de lhe fazer. No mome
Assim que Abel chegou a Milão, foi recebido pela diretoria do bispo, as imagens nas redes já haviam se espalhado por todo o mundo. -Padre Abel, não temos boas notícias para você. - O padre pediu que ele se sentasse. -A que você está se referindo, Monsenhor Benedetti? - Ele perguntou sem entender o que estava acontecendo, embora obviamente tivesse algumas suspeitas.-Isto - respondeu o homem, mostrando no telão a informação do que havia acontecido. Abel baixou o rosto, pois não imaginava que teria de enfrentar tamanho constrangimento. -Eu posso explicar tudo. Estou preparado para aceitar as conseqüências de meus atos, estou sujeito às suas ordens, Monsenhor.-Estamos surpresos que no final de sua carreira você esteja envolvido em algo assim. Sabemos quem você é e é por isso que o episcopado o defenderá nessa situação delicada. -Não é necessário, Monsenhor Benedetti, é minha responsabilidade e eu a assumo, se você precisa me dispensar, faça isso. -Acho que você não sabe ou n
-Perdão a você? - Ela perguntou com o rosto pálido. Marcella sentiu um nó na garganta.-O que foi, filha? Diga-me - Marla se levantou como um autômato e deixou o celular cair no chão. -É a Karla, mamãe. A Karla está morta! - disse ela e começou a chorar. Marcella se levantou e abraçou a filha: - Não, mamãe, a Karla não pode estar morta.-Filha, por favor, acalme-se. Você tem certeza de que ouviu bem?-Sim, mãe. Joel, ele trabalhou conosco por muito tempo e não me diria algo assim. Ela foi encontrada morta em um terreno baldio perto da praia. -Oh, meu Deus, filha. Sinto muito por isso. Sei que você e ela eram grandes amigas.-Não acredito! Quem poderia ter matado Karla? - Ela se lembrou de sua conversa sobre os constantes encontros às cegas de sua amiga. De repente, ela se abaixou e pegou o celular, tinha de contar a Salvatore, ele precisava saber o que havia acontecido com sua amiga. Como uma das hipóteses era feminicídio, ninguém mais além dela saberia que eles pesquisari
-Coloque-o, por favor - disse ela ansiosa. -Ele já está cortado! Ele só disse que o isolaram e que não pode se comunicar com ninguém. Aparentemente, a mentira de Isabella foi muito longe. Isso encheu o coração de Marla de angústia, pois, apesar de sua raiva, ela não queria que Abel se envolvesse em um escândalo. -O que você vai fazer? - perguntou Marla enquanto Salvatore se dirigia ao carro. -Vou ver se consigo entrar em contato com Isabella. Ela tem de me contar o que aconteceu e por que fez isso. -Acho que devo aproveitar a oportunidade para ir para casa, antes que Jerônimo chegue.-Ah, esqueci de contar a você! Jerônimo teve que ficar na província, em uma reunião com alguns investidores. - Marla franziu a testa, ela realmente não se importava com o que seu marido fazia da vida dele, mas o que lhe parecia estranho era que não tinha sido ele quem a avisou sobre o "suposto" encontro deles.-Bem, você poderia esperar um minuto? Quero me despedir dos meus nonnos. -Claro, M
Abel é chamado ao salão principal, onde, reunido pela segunda vez, o conselho do bispo coloca a situação do padre sobre a mesa.-Paramos um pouco a publicação nas redes; apesar de ser um monstro de mil cabeças, conseguimos interromper seu progresso. Mesmo assim, a queixa da suposta vítima ainda está pendente. O Cardeal tentará falar com a Srta. Isabella para chegar a um acordo extrajudicial com ela esta tarde.-Então, poderei me comunicar com minha família? - perguntou ele, ansioso. Abel queria conversar com Marla e explicar a ela tudo o que havia acontecido naquela manhã na sacristia.-Ainda não, padre. Temos de esperar um pouco. Por enquanto, você pode participar das atividades rotineiras da igreja e depois veremos como as coisas vão se desenrolar. Por sorte, a memória coletiva é bastante frágil, bastará que algo novo aconteça e tudo será esquecido. -Obrigado a você, padre. - Ele disse e saiu do escritório. Enquanto isso, Marla não conseguia parar de pensar na morte trágica d
-Marcela! - sussurrou Piero, enquanto acariciava o corpo dela.-Piero, pare - disse ela em um sussurro.Será que ela realmente queria que ele parasse? Na verdade, não, ela ansiava por aquele momento tanto quanto ele. Piero continuou a deslizar as mãos pelas costas dela, até chegar às nádegas e pressionar o corpo com força contra o dela, Marcella soltou um gemido. Esse gemido fez com que o homem continuasse a beijá-la e a esfregar sua intimidade com seu falo flamejante. Logo, as roupas começaram a ser tiradas e, por um instante, Marcella parou quando a blusa caiu para o lado junto com o sutiã. Muitos anos haviam se passado, ela não era mais tão jovem quanto naquele primeiro encontro. Ela queria cobrir os seios com as duas mãos, mas Piero as retirou lentamente.-Você não precisa se cobrir, deixe-me sentir você, sentir você como naquela primeira vez, quando nos amávamos. -Eu não sou mais tão jovem, minha pele também não é tão macia.-Então, o que você acha disso, Marcella? Eu amo
-Finalmente nos encontramos de novo - disse o homem quando viu o homem que havia sido seu rival por muitos anos.-O que você está fazendo aqui, Mario? - perguntou ele com raiva. Marcella ouviu aquela voz familiar e, embora a princípio tenha pensado em se esconder, não o fez. Pelo contrário, ela foi até onde ele estava.-Eu vim procurar minha esposa. Naquele exato momento, a mulher de cabelo loiro interrompeu a conversa.-Eu não sou sua esposa! - exclamou ela.-Ainda somos casados, você se esqueceu? - O tom de voz de Mario era zombeteiro e irônico.-Um pedaço de papel não significa nada para você. Você e eu estamos separados há anos, você sabe disso. - Ela respondeu, visivelmente irritada.Ao perceber que os pacientes estavam do lado de fora ouvindo a discussão, Piero foi forçado a exigir que Mario saísse dali. Mas o homem zombou de sua advertência e agarrou o braço de Marcella para puxá-la para fora do consultório. -Você virá comigo ou contarei a verdade à "nossa filha" - diss