Mundo de ficçãoIniciar sessão
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Uma semana depois...-Meu amor, tens de comer, desde que a tua mãe foi enterrada, ainda não paraste de beber. -Pede a Ângela.-Vai embora, Ângela, deixa-me em paz! -O marido repete sempre que ela quer que ele deixe de lado a garrafa que tem nas mãos e coma um pouco da comida que ela lhe traz. -Já te disse que não te quero ver, nem a ti nem a ninguém. E pára de dar ordens às crianças, eu não estou bem, por isso é melhor não deixares que elas se magoem sem eu querer.Mário José está deprimido, sente-se o principal culpado pela morte da mãe e decidiu afogar as mágoas no álcool. Nem sequer aceita que o irmão mais novo o venha visitar ao seu gabinete, o máximo que come é uma vez por dia, mas só a senhora que lhes prepara as refeições pode entrar e deixar-lhe o tabuleiro.Ângela sofre com isto, dói-lhe ver o seu ente querido sofrer desta maneira, dói-lhe ver que ele se perdeu no álcool. Ela deixou de ir à empresa para cuidar dele em casa, mas em vão, porque o homem é tão teimoso que não se
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O tempo passa e Mário José já teve uma descoberta, apresenta-se ao trabalho na empresa, mas ainda não chegou a casa. Vê as crianças à porta da escola, espera por elas e pede ao irmão que pare por um momento para as cumprimentar.Eles sabem que algo se passa entre ele e a mãe, são muito inteligentes e intuitivos e é por isso que estão chateados com o pai, às vezes até dizem ao tio para não parar porque não querem ver o pai.Ele nunca mais viu a rapariga desde que decidiu sair de casa e abandoná-los. Com Ângela já não trabalha no mesmo escritório, ele próprio exigiu que usasse um dos seus para não estar perto dela, sabe que a sua ruiva está a sofrer muito por causa dele e não quer que ela o veja agora a usar substâncias alucinogénias.São duas horas da tarde e dentro de cinco minutos haverá uma reunião com os chefes de cada departamento, Mário continua a ser o representante máximo da empresa, tal como Ângela lhe pediu que fosse naquela ocasião em que praticamente o obrigou a transferir
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Mário José está muito chateado com a ruiva, não continuou na empresa e decidiu ir para o hotel onde está hospedado, em vez de lhe pedir desculpa por ter sido um brutamontes de primeira, preferiu abrir uma garrafa de tequila e desabafar a sua dor entre copos, sabe que se continuar assim vai perdê-la, mas infelizmente o vício já se apoderou dele e vai ser muito difícil deixá-lo.-Se ao menos estivesses aqui, mãe, eu estaria muito feliz por te ter e a família que um dia formei estaria muito unida. Não fazes ideia do quanto a tua ausência me magoa, minha mãe. -Chora em silêncio e pede perdão à sua mãe, a falecida Sra. Estrella.Ângela desfrutou de uma tarde tranquila sem o seu péssimo ex-marido, e embora a cena dele com aquela mulher na secretária esteja presente na sua mente, desta vez não cedeu, está determinada a pôr de lado os sentimentos que nutre por Mário. Para sua sorte, há alguém na empresa que está disposto a fazê-la sorrir de novo.-Senhora Hernandez, nos últimos dias tenho rep
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Narra Mário JoséDe que me serviu ter chegado a ser o principal executivo da minha empresa e da empresa do meu pai tão jovem?Nada, não me serviu de nada porque não aprendi a valorizar a minha família, cometi muitos erros dos quais não me arrependo de todos e, embora pareça loucura, não tenho remorsos de consciência por ter mandado executar a morte do meu pai, Aquele velho imundo merecia isso e muito mais, atrevo-me mesmo a dizer que não o fiz sofrer demasiado, agora estou a pensar que teria sido melhor ser eu a cortá-lo dedo a dedo para que ele sentisse realmente dor e implorasse perdão ainda mais alto do que o fez.A única coisa de que me arrependo a cada momento é de ter levado a filha do meu pai para casa e de a ter tornado minha filha biológica, acho que se isso não tivesse acontecido a minha mãe ainda estaria viva. Bem, a pobrezinha não conseguiu suportar as duas notícias ao mesmo tempo, o marido morreu e eu estou a criar a filha que ela teve com o amante, que idiota que eu fui!
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Durante a noite, Mário José tentou sair do quarto onde lhe tinha sido atribuído para dormir, a sua missão era tirar o seu telemóvel do quarto onde lhe tinha sido pedido para o deixar. Mas não o conseguiu fazer, porque quando abriu a porta o alarme soou e os seguranças ficaram alerta e correram para o local de onde vinha o som, mas não encontraram nada de anormal, porque quando o escandaloso alarme foi ouvido, ele fechou a porta para que ninguém o visse.No centro de reabilitação, este sistema de segurança foi implementado há alguns meses, porque antigamente as pessoas saíam sempre à noite para se abastecerem de álcool.-Daí, quando é que decidi vir para este lugar, isto é quase como estar detido numa prisão. -dizia o homem para si próprio, mentalmente. Arrepende-se agora de ter entrado, mas por dentro sabe que é o melhor que pode fazer para se afastar dos vícios e recuperar a família que perdeu por sua causa.Noutra parte do mundo...-Mãe, sabes onde está o meu pai? Já passou muito te
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O segurança jura e perjura que o fez porque aqueles homens lhe disseram que o pai do rapaz estava no carro à sua espera e que, quando as crianças viram o homem, lhe confirmaram que era de facto o pai delas que estava no carro, razão pela qual, no vídeo, se inclina para lhes perguntar se o conhecem.-Não, isso é impossível. O meu irmão nunca faria uma coisa destas à minha cunhada, deve haver um engano. Além disso, o meu irmão está desaparecido há semanas e não vai aparecer só para levar os filhos, tenho a certeza que até a mim me teria contado. -Owen continua a negar que seja o irmão, mas o porteiro continua a insistir que foi o pai das crianças que as levou, como comprovam as próprias crianças.Ângela fica perplexa porque o cunhado lhe telefonou a contar o que viram no vídeo de segurança. Tal como ele, ela não acredita que tenha sido Mário José a levá-los sem a sua autorização.-Será que o teu irmão tem andado a planear isto e é essa a razão da sua ausência? -disse ela depois de o ana
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No início, os gémeos não reconheceram a professora, que agora está diferente da forma como a viram naquele dia no restaurante com o tio.-Por favor, deixa-nos ligar à minha mãe para nos vir buscar. O pequeno Alex riu-se da menina que lhe dava a mão enquanto o irmão mais novo saía.-Nem penses nisso, miúdo. -respondeu a rapariga.Sabes que o meu pai vai castigar-te a ti e aos teus amigos com muita força quando nos encontrar, não sabes?-Eu não me importo com isso, sabes porquê? Porque duvido que eles queiram dar tanto dinheiro por ti, ou seja, nunca te vão resgatar e nós vamos vender-te a alguém por muito dinheiro.-Como assim, eles não são seus filhos, como me disse, minha senhora? -Ela viu que os rapazes não regressavam rapidamente da casa de banho e decidiu ir ver o que se passava, porque desde o início lhe pareceu que a atitude da suposta mãe era suspeita. Aproximou-se com muita atenção e ouviu parte da conversa entre os rapazes e a rapariga.-Ajude-me, menina, ela não é minha mãe.
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Tenho de ir, Ângela, deseja-me sorte nesta viagem. -pediu o rapaz. Ele está bastante assustado porque não sabe como é que este salvamento vai acabar.-Eu vou contigo, Owen. disse a ruiva, levantando-se do sofá e caminhando atrás do cunhado.-Não, tu ficas aqui e tomas conta da bebé. Ela está a começar a gatinhar e é melhor ficar de olho nela. Além disso, ouviste aqueles homens, foram claros e concisos quando disseram que queriam que eu ficasse sozinha, imagina o que farão se virem uma mulher ao pé de mim. Relutantemente, a rapariga compreendeu e absteve-se de insistir mais.-Owen! -gritou ela quando o homem se preparava para sair. -Diga-me!-Só pelos meus filhos quero que pagues o resgate, não por aquela mulher, por ela quero que seja o pai do seu filho a pagar.-Ângela, ela está nessa situação porque tentou salvar os teus filhos, está na altura de teres um pouco de empatia com essa pessoa. Se calhar ela nem sabia que os filhos eram do Mário José e só descobriu quando falou com eles.
Último capítulo