Ângelo estendeu a mão, querendo tocar a face de Íris, mas no final conseguiu se conter.Ele, que sempre foi de poucas palavras e nunca desperdiçava palavras, desta vez estava excepcionalmente falante.- De verdade, pense bem, amanhã de manhã, virei perguntar sua resposta.Os dedos de Íris se contraíram levemente, apertando a palma da mão, e, fora do comum, ela não reclamou nem protestou, apenas concordou com a cabeça.- Certo!Independentemente dos sentimentos entre ela e Ângelo, contanto que Ângelo realmente quisesse recomeçar, por causa dos dois pequenos que ela carregava, ela consideraria.Depois que Ângelo partiu, Íris ficou em frente à imensa janela do chão ao teto, olhando silenciosamente para a cidade abaixo, ponderando seriamente sobre qual caminho seguir.Deveria seguir o plano original, levar seus dois filhos a conquistar seu espaço e reviver a família Monteiro?Ou deveria voltar aos dias do passado, se abrigando sob as asas da família Dellamonica, se tornando uma dona de cas
- Você não percebe? Ângelo me tirou da Mansão dos Dellamonica, mas me deu este magnífico castelo. Ele pode ter destruído o jardim de rosas que eu tinha na Mansão dos Dellamonica, mas me presenteou com este, maior e mais precioso... - Gisele contemplava a rosa em suas mãos, ostentando ela para Íris. - Estas mudas de rosas foram todas trazidas por transporte aéreo e congeladas da Bulgária, cada uma custando milhares de reais. Este jardim tem centenas de acres, repleto de rosas incontáveis, o que representa uma quantidade inimaginável de dinheiro, uma demonstração do amor infinito que Ângelo tem por mim!Íris olhou para o vasto jardim de rosas, realmente impressionante, e disse calmamente:- Só posso dizer que a família Dellamonica é muito rica.Dizer que ela não sentia uma ponta de inveja ou ciúmes seria mentir. Mais do que inveja ou ciúmes, havia um sentimento de indignação, de não ser merecedora daquilo.Refletindo profundamente, após tantos anos casada com Ângelo, esse homem nunca rea
- Minha barriga dói tanto, me ajude... Por favor, me ajude!Gisele estava deitada numa poça de sangue, com uma mão segurando sua barriga inchada e a outra estendida em direção a Íris, implorando para que Íris a salvasse.Íris, assustada pela cena diante de seus olhos, começou a recuar involuntariamente.- Você... Você está fingindo, eu só te empurrei de leve, como você pode ter caído tão gravemente?O movimento que ela fez foi apenas para tirar a mão de Gisele, ela não imaginava que, ao fazer isso, acabaria jogando Gisele no chão."Será que... Será que eu realmente não controlei minha força?"- Íris, eu... Minha barriga dói muito, acho que vou perder meu bebê, não importa se foi intencional ou não, por favor, me leve ao hospital primeiro, salve meu bebê, por favor!Gisele, com o rosto pálido de dor e suando frio, implorava miseravelmente a Íris.- Eu, eu não sei como te salvar, eu...Íris tentou se acalmar e pegou o celular, se preparando para chamar uma ambulância.Nesse momento, ela
O homem se encontrava entre o sonho e a vigília, como se tivesse caído num abismo profundo, à beira da morte, com uma expressão de dor extrema.Ele tentava sair desse abismo, mas estava tudo envolto em densa escuridão, por mais que tentasse se agarrar, não encontrava nenhum ponto de apoio, murmurando com os lábios finos:- Me agarre! Me agarre!No desespero, um par de mãos gentis e delicadas o segurou na escuridão, como se fossem uma tábua de salvação, fazendo seus nervos tensos relaxarem gradativamente...Ao seu ouvido, uma voz suave soava, chamando sua alma perdida.- Ângelo, eu te segurei, relaxe, é hora de acordar...Ângelo seguiu essa voz, abrindo lentamente seus olhos profundos. O que apareceu diante de seus olhos foi o rosto belo e pálido de Íris. Naquele momento, esse rosto estava cheio de preocupação.- Você finalmente acordou, me assustou demais!Íris suspirou aliviada. Ângelo havia desmaiado por três dias e três noites devido à sua fobia de sangue, e os médicos, apesar de to
A força dos dedos longos de Ângelo aumentava à medida que suas emoções saíam de controle.Nesse momento, parecia que seu cérebro havia perdido o controle, buscando desesperadamente um escape, sem se preocupar com mais nada.Íris estava em agonia, suas sobrancelhas finas ligeiramente franzidas, seus olhos cheios de lágrimas, observando o homem impassível.Com suas habilidades, ela certamente poderia revidar. No entanto, ela não lutava, suportando silenciosamente.Porque, de fato, a criança de Gisele realmente havia sido perdida por um erro seu.Se Ângelo quisesse que ela pagasse com sua vida, ela daria sua vida e a de seus dois filhos de volta, sem hesitação.Ela preferiria morrer pelas mãos de Ângelo a viver o resto de sua vida em dívida com Ângelo e Gisele!Não se sabe quanto tempo passou, mas Íris sentiu que realmente estava prestes a morrer, seu rosto pequeno ficando vermelho de dor e frieza, e ela fechou os olhos...No final, Ângelo não teve coragem, empurrando Íris com a última go
Naquele dia, Ângelo tratava de alguns assuntos oficiais.Gisele, que havia se acalmado apenas graças aos tranquilizantes, começou a enlouquecer novamente assim que o efeito passou.- Me deixe morrer, me deixe morrer!Ela batia desesperadamente contra a parede, criando um grande galo na cabeça, e gritava:- Meu filho se foi, eu não quero mais viver, eu não quero mais viver!As enfermeiras, aterrorizadas, correram para ligar para Ângelo. Ângelo largou os compromissos e correu para lá o mais rápido possível.Ele abraçou Gisele, que estava fora de si, repetindo várias vezes para acalmá-la:- Está tudo bem, está tudo bem.Gisele subitamente se acalmou e o abraçou de volta, chorando:- Ângelo, o bebê se foi, era a única lembrança que Álvaro me deixou, e agora se foi... Eles me disseram que meu útero foi removido, não poderei mais ter filhos, o que farei agora? Minha vida acabou!Ângelo silenciosamente a colocou na cama e aplicou uma toalha quente na cabeça machucada, sussurrando:- Você não
O quarto sombrio estava iluminado apenas pelo brilho pálido da tela do computador. Ângelo repetia incessantemente o vídeo da câmera de segurança do Residencial Serra Lago, tentando confirmar se a verdade dos fatos era realmente como Gisele havia descrito, tudo por causa da arrogância de Íris.Ele pressionava os botões de avançar e retroceder várias vezes. Observava, repetidamente, como Íris humilhava Gisele, como a empurrava ao chão e como ficava indiferente ao vê-la caída numa poça de sangue...- Maldição! - Ângelo focava seu olhar, seu rosto bonito estava tenso de raiva, e no silêncio sombrio da escuridão, soltava um xingamento desapontado.Ele nunca havia considerado Íris uma mulher má, no máximo uma mulher que fazia as coisas à sua própria maneira, com forte autoconsciência. Mas aquele vídeo realmente lhe dava um tapa na cara... Ele percebeu que uma mulher poderia ser cruel ao extremo, capaz de não poupar nem mesmo um bebê ainda não nascido!Ângelo lutava para controlar suas emo
Ângelo desejava poder estrangular Zeca ali mesmo, seus olhos escuros se apertavam cada vez mais.- Como assim uma pessoa viva simplesmente evapora do mundo desse jeito?- Exatamente, senhor, e não é por falta de procurar! Já procuramos em todos os cantos e ainda não encontramos qualquer informação sobre a Srta. Íris, e, além disso... Junto com a Srta. Íris, desapareceu também a ama dela, a Maia... - Zeca falou, suspirando repetidamente e pediu desculpas. - Presidente, eu realmente fiz tudo que pude, mas ainda assim fui incapaz. Se o senhor não acredita, só resta mesmo ir pessoalmente!Sem hesitar, Ângelo pegou seu jato particular e voltou para a Cidade M.Ele estava convencido de que, se alguém estava vivo, deveria haver algum rastro, não era possível que não houvesse nenhum sinal.A menos que... Íris ainda estivesse realmente na Cidade M!Assim, ele não hesitaria em usar todo o poder ao seu alcance para arrastá-la para fora dali.Ângelo reforçou o número de pessoas, vasculhando cada c