Baile, descobertas e um adeus

Conforme o baile ia acontecendo, os aldeões, duques, cavalheiros e mileides do reino se aproximavam diante  do trono reverenciando e cumprimentando o rei, o príncipe e a princesa pelo grande dia. Porém, Moira não  parava de procurar tanto Bertz quanto Lily que até o momento não tinham aparecido.

- Procurando por mim princesa? - Sussurrou  Edward rindo e olhando bem nos olhos de Moira.

- Sinto dizer que não meu querido  primo. Disse devolvendo o sorriso. Procuro Lily e Bertz que não a vejo desde ontem. 

- Elas devem está retidas em algo relacionado ao baile Moira...creio que seja para que tudo corra bem. - E endireitando a posição levantou a mão em direção a princesa, porém foi interrompido pelo príncipe Henry.

- Moira dança comigo? - Pergunta seu irmão levantando e erguendo a mão em sua direção.

- Com todo prazer. - Aceitou  sua mão e levantou em direção ao salão.

- Mas, espera... Agora que o papai está aqui não seria ideal dançar primeiro com ele? - Falou virando para o rei.

- Tudo bem querida,  pode  ir com seu irmão primeiro, ele merece essa honra. - Disse convicto fazendo seu irmão abrir um sorriso orgulhoso.

Todos abriram espaço para  o casal que andou em direção ao centro do salão. Olharam admirados a beleza da princesa, os cabelos ruivos que pareciam o por do sol, seu vestido verde tinha a cintura bem apertada por um corpete  que trançava em suas costas e corria até o chão combinando com sua pele branca. Mas, eram seus olhos que chamavam mais atenção naquele momento que estavam  quase transparentes como um topázio.

Henry também estava deslumbrante e era admirado por todas as mulheres que estavam  com um pouco de inveja, pois gostariam de está em seus braços no lugar da princesa. Vestia uma calça branca com sapatos pretos, uma blusa verde clara e um fraque verde musgo que  ia até o meios das pernas. Sua espada na cintura. Seus cabelos quase sempre bagunçados e seus olhos tão castanhos quanto os do seu pai davam um charme ainda maior a sua elegância que mesmo tendo uma barba rala não negavam que pertenciam a um belo rosto.

Quando se posicionaram para dançar começou a tocar uma bela melodia composta apenas por um violino e uma harpa. Eles dançaram e mais  uma vez enquanto se olhavam Moira sentiu novamente aquela sensação esquisita.

- Eu te amo Henry. - Disse Moira sorrindo. - Todos olham para você. 

- Acredito  que todos olham para você minha querida. - Disse o príncipe. - Afinal, você é a mais bela desse reino.

- Está me deixando nervosa. - Disse corando.

- Você? Nervosa? Duvido muito.  A  propósito, eu também te amo. - Disse a rodando  pelo salão.

Eles dançaram até o fim sorrindo um para o outro e aos poucos foram parando enquanto a música finalizava em uma última nota. Todos aplaudiram e ambos se reverenciaram em sinal de carinho.

- Feliz? - Pergunta Henry.

- Imensamente. - Disse Moira.

- Henry?! - Falou parando ao seu lado, o rei.

- Pai. - Falou Henry.

- Permite que a conduza na próxima dança minha filha?  - Perguntou austero.

- É claro papai. - Disse emocionada. - Seria uma honra.

Henry entregou a mão de Moira ao seu pai e todos ao redor olharam espantados e admirados pelo rei está parado ao lado da sua filha. A música recomeçou e eles dançaram uma valsa mais tranquila a ponto de poderem ficar bem próximos. Em seguida os suditos começaram a dançar ao redor deles também.

- Pai eu estou tão feliz por você. Por ter saído do quarto. - Disse Moira com os olhos cheio de lágrimas. - Eu te amo tanto.

- Eu também minha filha. Estou muito feliz de está aqui nesse momento com você. - Disse o rei. - Porém, agora não temos muito tempo. - A olhou e disse sussurrando à princesa que o olhou confusa sem entender.

- O que disse papai?

- Preste bem atenção filha, pois precisará ser muito forte agora. - Disse.

- O que? Como assim? - Olhou para os lados.

- Olhe para mim, só para mim. Não desvie seus olhos e escute com bastante atenção. Eu quero que você saiba que eu sempre a amei e nunca a culpei pela morte de sua mãe.

- Eu sei  pai. Não precisamos mais falar disso. Você está aqui e isso é o que importa. - Disse assustada.

- Agora escute! Você está correndo perigo aqui no castelo. Não. olhe para mim, só para mim. Quando sua mãe morreu ela deixou Bertz encarregada de lhe treinar e sei que ela o fez muito bem. Cuidou de você como eu jamais conseguiria cuidar. Como uma verdadeira mãe. Mas, agora chegou a hora de partir, de crescer e amadurecer. Chegou a hora de conhecer seu verdadeiro lugar Moira, que é no trono. Você nasceu para reinar e muitos irão fazer de tudo para impedir, por isso escute... Olhe para mim, não olhe para baixo. Use seus poderes, sua força, sua sabedoria e acima de tudo, suas escolhas para o bem, como sua mãe o fez. Entendeu?

- Eu... eu ... não estou entendendo. Ir embora?

- Entendeu? 

- Pai, você está me assustando.

- Eu confio que escolherá o bem. Não temos mais tempo. Eu te amo e sempre te amarei Rainha das bruxas.

Ao dizer isso, o rei virou sua filha e sentiu bem no meio do seu peito uma adaga o penetrar.

- Paiiiii. - Gritou Moira. - Nãooooo! Pelos deuses. Socorro! Henry, Edward, tio Efilin... Alguém...

O pai de Moira caiu no chão de joelhos amparado pela  sua filha. Todos começaram a gritar, um alvoroço se estabeleceu, quando alguém disse: - O  rei está morto. A princesa atacou o rei. 

Henry se levantou desesperado e correu já com Edward e o tio ao seu lado. Ambos pararam no  meio do salão, Henry se agachou ao lado do pai e da sua irmã.

- O que aconteceu? - perguntou Henry.

- Pai...por favor, acorda, paiii. - Gritou Henry desesperado.

- A princesa atacou o rei com uma adaga. - Gritou alguém e todos exclamaram admirados.

- O que você fez Moira? - Disse o príncipe Efilin.

- Eu não fiz nada. - Chorou em desespero a princesa, sentindo uma náusea embrulhar seu estomago. - Henry, eu não o matei...ele...estava dançando comigo e de repente... alguém veio...oww pelos deuses Henry...eu não o matei.

- É claro que não o matou Moira. Eu acredito em você. - Disse Henry.

Os guardas se posicionaram ao redor do salão armados e prontos para atacar.

- O que está acontecendo aqui? - Pergunta Henry. - Procurem o assassino, ele deve está ainda pelo castelo. - Gritou.

- Eles não irão a lugar algum. - Disse o príncipe Efilin.

- Pai! O que está dizendo? - Indagou Edward.

- Filho,  você não sabia? A princesa e o príncipe Henry conspiraram a morte do rei, meu irmão querido e eu não posso deixar que eles fiquem impunes. 

- Ficou maluco! - Gritou o príncipe Henry se levantando.

- Prendam o príncipe e a princesa por alta  traição e assassinato. - Sentenciou o príncipe Efilin.

Quando os guardas se aproximaram, Edward pegou sua espada e a impôs na frente de Moira ao lado de Henry. Moira se levantou sentindo seu corpo queimar.

- Pai, deve está havendo um engano aqui. Você não pode acreditar nisso, de onde tirou essa ideia? De alguém que gritou e simplesmente desapareceu? - Falou Edward.

- Filho! Você foi enganado o tempo todo pelos seus primos. - Disse Efilin.

- É verdade Edward. - Falou um homem.

- Conselheiro Norton? - Disse Henry surpreso.

- O conselheiro Norton me procurou a algum tempo informando que o príncipe Henry o tinha procurado falando que pretendia usurpar o trono do seu pai, nem que para isso tivesse que o matar.

- Isso é mentira! - Disse Henry.

- Henry nunca mataria seu próprio pai. - Disse Edward apontando a espada para os guardas que tentavam avançar.

- Então quando o conselheiro me revelou o plano, eu comecei a vigiar seus passos para descobrir se isso era verdade. - Disse disfarçando tristeza. - Meu sobrinho, sangue do meu sangue? Eu não podia acreditar.

- Você está mentindo tio Efilin. Isso tudo é uma armação sua, e é claro que o conselheiro Norton que achei ser meu amigo, mas não passa de um traidor está junto com  o senhor nisso. - Disse Henry se preparando para o ataque.

- Ontem de manhã,  qual  foi minha surpresa quando vi minha sobrinha no quarto do meu irmão usurpando o colar da nossa querida Eve. - Apontou para o pescoço de Moira. - Esse que está usando nesse momento. E  hoje quando estava indo lhe desejar felicitações, ouço os dois - aponta  para ambos fingindo sofrimento. - Tramando para esta noite a morte do meu querido irmão. Eu imaginava que fossem tentar no fim da noite, depois do baile enquanto o pai de vocês estava no quarto e vocês aqui inocentes dançando, se divertindo, mas não. Tiveram coragem de o assassinar bem aqui. - Abriu os braços. - Diante de todos. Como se ninguém fosse descobrir.

- Se você sabia que íamos assassinar nosso pai porque não fez nada para impedir, querido titio? - Falou Moira com as mãos suando. Sua cabeça estava transbordando como águas de cachoeira.

- Porque eu enviei  guardas para proteger o quarto do meu irmão. E depois da festa iria tentar conversar com ambos, dando clemência pela tentativa os ajudando no melhor. Afinal, somos da família. - Disse comovido. - Mas, quando os guardas voltaram para me dizer que o quarto estava vazio, já era tarde demais. Vi meu querido irmão, descendo as escadas. Pela primeira vez saindo daquele quarto por amor a você Moira, mas o que ele recebeu em troca? - Perguntou indignado. - A morte.

De repente, todos dentro do salão começaram a gritar os chamando de assassinos e alvoroço se instalou, pois todos tentavam chegar perto de Henry e Moira para os agredir. Moira começou a sentir raiva, ânsia de vômito, um ódio jamais sentido. Seus olhos escureceram e ficaram negros como a escuridão. Seu coração bateu acelerado, debaixo dos seus pés o chão começou a tremer levemente e suas mãos antes suadas começaram a faiscar. Os guardas tentaram conter a confusão  e ao mesmo tempo avançaram no príncipe e na princesa, mas, Edward se posicionou na frente deles impedindo que eles se aproximassem.

- Filho! Você nada pode fazer. - Disse Efilin,  já não contendo sua raiva.

- Desculpa! Pai, mas não posso acreditar nessa história. Eu conheço Henry e Moira e sei que seriam incapazes de tal atrocidade. Portanto, ninguém vai encostar um dedo sequer neles, a não ser que passem por mim antes.

- Edward! - Grita o príncipe Efilin. Não seja tolo. Uma vez na vida haja como um homem e tome a decisão certa. 

- Estou tomando minha decisão pai. E é aqui, ao lado deles. - Disse Edward atacando um guarda.

- Não toquem no meu filho. - Disse aos guardas. - Edward, eu sinto muito, mas vejo que é tão infantil que não admite a verdade diante  dos seus olhos. Prendam meu filho separado dos outros, logo cairá em si. 

- Você não irá tocar em nenhum de nós titio. - Disse Henry tomando sua espada em direção ao tio, que tomou sua espada tão rápido quanto seu sobrinho. Ambos colidindo uma na outra.

- Ousa me enfrentar? - Perguntou um Efilin irônico.

- Não, querido tio. eu vou ousar te matar. - Ambos começaram a batalhar  com suas espadas pelas suas vidas.

Edward também está travando sua espada contra dois guardas e Moira não contendo mais sua ira gritou.

- Chegaaaaaaaaa!-  Espalmando suas mãos para o alto fazendo uma luz negra sair por entre os dedos até o teto do salão.

Os que estavam no salão começaram tentar correr para fora do castelo. Porém o poder que emanva dela fez com que todas as portas fossem trancadas e os guardas que estavam diante dela foram arremessados sendo colados nelas sem poder se mexer. As janelas foram quebradas todas ao mesmo tempo e o lustre enorme do salão caiu no chão espalhando vidros em cima da multidão que gritava e tentava se proteger do  que fora quebrado e espatifado e os guardas que atacaram Edward foram arremessados do alto até o chão caindo desmaiados. 

- Então, você acha que pode me acusar, ameaçar  o meu irmão, dar ordem aos guardas para nos prender e me impedir de lhe machucar por isso? Titio! - Moira disse virando em direção  ao tio recolhendo a luz negra por entre os dedos fazendo ela se apagar, porém seus olhos ainda continuavam negros. - Então vocês acham que podem me deter de lhes causar algum mal por acharem que eu mataria meu próprio pai? - Disse para todos presentes. - Vocês querem ver o que é machucar alguém de verdade? - Voltando-se para o tio. - Eu posso lhes mostrar.

Sua mão levantou em direção ao seu tio e ele foi levantado sendo arremessado o fazendo cair tombando na cadeira do rei Evan. Edward correu em direção a Moira suplicando pela vida do pai.

- Moira, por favor, pare! Você vai matá-lo. - Disse Edward desesperado.

- Você está com pena dele querido primo. - Não vê que ele não passa de um verme invejoso que sempre quis o trono do meu pai. - Levantou o tio no alto de novo fazendo-o ficar paralisado no ar.

- Moira, por favor. Olhe a sua volta. Todos estão assustados. Pare! - Olhando em volta do salão.

- Eu não vou parar. Eu vou mostrar a todos como se paga ingratidão. - Falou sorrindo.

Quando ela  levantou a outra mão para atingir a multidão, uma luz branca explodiu revelando  Bertz parando bem em frente de Moira.

- Moira! Não. - Ela gritou  defendendo a todos lançando um campo de força envolvendo a todos no salão. Em seguida olhou bem nos olhos de Moira e disse: - Moira! Olhe para mim. Você não é assim. Rejeite o ódio que está sentindo querida, rejeite o mal que está querendo lhe corroer. Eu estou aqui, ninguém vai lhe machucar, eu prometo.

- Eu não posso. Ele tem que pagar. - Disse irritada.

- Moira, você é forte. Lembre-se do que lhe ensinei. Lembre-se que existe um bem maior que o mal. Lembre-se do que seu pai lhe disse antes de morrer.

E como se estivesse saindo de um pesadelo, após segundos que pareceram uma eternidade ela balançou a cabeça, fazendo seus olhos voltarem a ser castanhos lembrando do que seu pai disse.

- Bertz!  o que estou fazendo? - Perguntou angustiada. - Não consigo controlar. O que está dentro de mim é mais forte. - Disse caindo no chão ajoelhada.

- Moira, concentre-se! Jogue o mal para fora. Lembre das coisas boas, do amor ao próximo, do perdão. Concentre-se e foque sua energia interior.

- Aiiiiiiii! - Gritou como se uma força maior tentasse a controlar. Seu tio ainda  no ar e começou a contorcer. As pessoas começam a gritar tampando os ouvidos. Alguns desmaiaram por não aguentar o grito ensurdecedor que ela exalou.

- Moira. Você consegue. Moira  você precisa parar. - Não aguentando mais a força mortal de Moira sobre seu campo de força.

A voz de Bertz vai ficando cada vez mais longe. Edward e Henry começaram a agonzar também contorcendo de dor e quando pareceu que ela iria explodir tudo, uma voz em sua cabeça começou a cantar: 

- Você não só escolherá por você, mas também por todos. Aos dezoito anos você despertará e todos seus instintos florescerá. Desperte e vença espírito, desperte e derrote todo o mal que no mudo existirá. Guerreira em lutas, mãe de todos, rainha das bruxas, Moira seu nome será.

Sua mãe, linda em um vestido azul coberto de várias pedrinhas de topázio, seus cabelos ruivos caiam soltos pelas suas costas, estava descalça e com uma linda coroa na cabeça. Se aproximou de Moira tocando no seu colar o fazendo brilhar e toda luz negra começou a se dissipar.

- Mãe? - perguntou Moira com os olhos cheios de lágrimas.

- Filha. Você consegue. - Disse sorrindo e tocando no colar. - Estarei sempre com você. 

De repente, tudo parou. O barulho das cachoeiras na cabeça, o tremor no chão, as mãos... Seu tio caiu no chão e as pessoas pararam de gritar. Sua mãe desapareceu sorrindo.

- Bertz! Onde ela está? - Falou Moira assustada. - Eu vi minha mãe e agora tudo, ela ... Desapareceu... E...

- Acalme-se querida vai dá tudo certo. - Falou Betz, agora abaixando as mãos e o campo de força protetora ao redor de todos. - Moira, você vai ficar bem.

- Me sinto um  pouco tonta. - Olhando em volta. - Bertz, eu quase matei essas pessoas. - Todos a olharam assustados sem saber o que fazer.

O teto começou a rachar, o chão começou a se quebrar e a porta principal se abriu fazendo um barulho ensurdecedor. Um vento, um vulto negro passou tão rápido quanto um furação e pousou em forma de uma mulher no trono em frente a Moira e Bertz. E todos acharam que Moira ia começar  tudo de novo.

- Ora! ora! ora! Finalmente estamos aqui, finalmente usou seu poder como o destino previu e quem diria, usou para o mal. - Disse ironicamente. - E vejam! - Abrindo os braços surpresa com a desordem. - Até começaram a festa sem mim.

Bertz  se posicionou na frente de Moira a protegendo. 

- Quem é esta mulher Bertz? - Perguntou Moira.

- Ela é... Bertz foi interrompida.

- Ela é a mulher que esperou muito, muito, muito tempo para lhe conhecer querida. 

- Nimesys. Disse Bertz com nojo.

- A bruxa vermelha? -  Disse Moira surpresa e confusa.

- Isso mesmo. É uma honra finalmente lhe ver assim, linda, crescida. Quando te vi a primeira vez no seu nascimento era tão pequenina. Mas, vejam só! És uma bela e forte mulher. 

- Você me viu quando nasci? - Perguntou confusa.

- Não dê ouvidos a ela Moira, fique atrás de mim, eu vou proteger você. - Disse Bertz.

- Ora! Vamos Bertz! Disse rindo cinicamente. - Nós duas sabemos que esse dia chegaria. - Disse colocando  a mão na boca fingindo surpresa. - Ops! Acho que acabo de revelar um pequeno segredinho.

- Segredo? Do que ela está falando Bertz? - Falou Moira.

- Querida! Não lhe contaram? Pensei que já sabia. - Deu um passo a frente.

Edward armou sua espada e Henry fez o mesmo. Bertz levantou as mãos em posição de ataque.

- Do que ela está falando Bertz? - Você foi banida. Que segredos temos em comum? Você não pode saber nada sobre mim que eu já não saiba.

- Rum! É uma pena! Mas, você tem muito mais a saber do que imagina. Pena que agora não tenha tempo para explicações. - Disse com raiva. - Você tem algo que me pertence e eu vim buscar.  - Levantando a mão em direção a Moira. Henry se ergueu para atacar a bruxa vermelha, mas ela foi muito mais rápida fazendo-o levantar no ar, jogando a sua espada para longe impedindo dele a alcançar.

- Nãooo! - Gritou Moira. - Solta ele.

- Diferente de você pequenina...Como é mesmo que ele te chama? Ah! Bruxinha. Diferente de você bruxinha, não perco tempo ameaçando, eu simplesmente desejo e faço. E o que quero nesse momento é que você diga adeus ao seu irmãozinho. 

A bruxa vermelha, que estava com a mão levantada aberta, fechou-a sugando a alma de Henry bem diante dos olhos de todos, fazendo-o cair morto no chão.

Tudo pareceu  parar em menos de um segundo bem diante dos olhos de Moira. Ela vendo seu irmão caído morto no chão. Não se ouvia barulho algum agora na sua cabeça. Ela olhou para Nimesys e a viu dá um pequeno sorriso de satisfação ao ver o desespero e a dor da sua oponente.

- Adeus! - Disse a bruxa vermelha.

Tão depressa quanto apagou a raiva, o ódio novamente brotou, porém ela não teve tempo de agir. Quando ia atacar, Bertz interferiu.

Bertz levantou as mãos em direção a Edward e Moira e desapareceu no ar.

- O que? Como? - Olhou Moira incrédula percebendo que estava fora do salão, no pátio do castelo.

- Não temos muito tempo. - Disse Bertz. - Fiz um feitiço de ocultação, mas ela é muito forte e logo quebrará. 

- Bertz, o que está acontecendo? - Falou Moira chorando.

- Agora não é hora para chorar Moira. - Disse brava. Olhe para mim. Você irá montar nesse cavalo e não irá parar até chegar a fronteira dos carvalhos branco, ouviu. - Disse vendo Edward trazer seu cavalo.

- Mas... Não estou entendendo. Como assim  não parar? Você não vem? - Perguntou assustada.

- Está na hora de conhecer seu destino Moira. Terá o tempo para suas respostas, mas agora precisa fugir. Quando chegar lá receberá ajuda de uma mulher chamada Mirabel Cael, ela saberá o que fazer e lá ficará protegida, entendeu? - disse segurando o queixo de Moira e olhando nos seus olhos. - Entendeu?

- Sim, mas...

- Eu te amo Moira. - Disse a abraçando.- E lembre-se: - Você precisa ser mais forte e escolher o bem, por você e por todos.

- Mas, você ficará bem, não é? Te verei novamente, não verei Bertz? - Disse aflita.

- O meu tempo chegou Moira. Minha missão foi trazer você ao mundo, te ensinar a ser forte, verdadeira e acima de tudo, conhecer o amor. Se saiu bem, agora tudo depende de você. 

- Como assim seu tempo chegou? Então, eu não vou a lugar nenhum. Ficarei e lutarei com você. - Disse teimosa.

- Não, você não vai. - Fala decidida. - Edward, agora é com você. Adeus minha querida filha. Adeus minha rainha. - Disse desaparecendo no ar.

- O que? Nãooo! Gritou correndo em direção ao castelo. - Bertz!

- Moira você não pode ir. - Edward a agarrou e ela se debateu tentando se soltar.

- Me solta! Eu não posso deixar  que ela vá sozinha. Me solta Edward! - Gritou e chorou.

O feitiço de ocultamento se quebrou e os guardasvieram em direção a Edward e Moira. 

Edward a beijou em sua boca rapidamente - Não temos tempo, você precisa ir. -  A montou em Tempestade e murmurou no seu ouvido: - Corra tempestade, corra contra o vento. Vamos! Corra. - Lançando um feitiço. - Ainda te devo uma dança Moira. irei logo atrás de você princesa. - Disse os separando com uma rachadura de terra no chão.

- Não Edward. O que está fazendo? - Tentando sair de cima do cavalo, porém não  conseguiu, pois este já estava correndo como se estivesse em um furacão.

A última coisa que Moira viu foi Edward levantar sua espada e correr em direção aos guardas.

Lágrimas escorriam sem parar pelo rosto de Moira. Tempestade corria  rápido contra o vento em direção aos carvalhos brancos. Um lugar que ela nunca ouvira falar. Não só este como qualquer outro lugar, por isso ela estava nervosa e assustada. Não conhecia nada além do castelo. Os cabelos de Moira agora voaram e dançaram se desmanchando com o vento. Ela repassou na cabeça tudo que tinha acontecido durante toda a noite e ainda não podia acreditar que tinha perdido em um único momento todos que amava. Viu seu pai, seu irmão morrerem bem diante dos seus olhos e não pode fazer nada. Rezou um cântico aos deuses para Edward sobrevivesse e viesse ao seu encontro. Porque ela sabia no seu intimo ela sabia que sua vida não seria mais a mesma. Tudo tinha sido lhe roubado, tinha sido destruído e pelos deuses, ela teria sua vingança. Isso ela jurou em silêncio que teria. Em seguida cantou para os ventos e seu cavalo.

- Corra tempestade,  isso corra... Natureza que eu tanto amei, elementos que que tanto amo, abram caminho para mim, me levando aos carvalhos brancos.

E ela correu, correu ao seu destino, correu ao desconhecido. O que ela não imaginava é que estava prestes a conhecer o reino das florestas e tudo que estava escondidos atrás dos carvalhos.

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