GregórioMinutos antes de sair do hospitalRespiro fundo, pedindo em pensamento aos céus que tudo comece a dar certo para todos nós. Não suporto mais estar nessa situação tão complicada, preso e sem ação. Meu pai se levanta e vai conversar com Pittore para acertar nossa saída. Volto meu olhar para a minha mão, aperto o botão do celular e atendo a ligação imediatamente.— Alô! Alguma notícia, Rubens? — pergunto, direto.— Acabamos de chegar na casa de repouso. Mas o horário de visitas terminou. Agora, só na segunda-feira — responde Rubens.— Que merda! Até parece que esse sujeito foi engolido pela terra — reclamo, nervoso e angustiado.— Acalme-se! Nada está perdido. Hoje é domingo, e vamos pernoitar aqui em Niterói. Mas já confirmamos: o João realmente vem sempre visitar uma senhora aqui — explica, tentando me tranquilizar.— Como conseguiram isso se não sabem o sobrenome dele nem o nome da mulher? — pergunto, confuso.— Já te disse que todos estamos unidos pra ajudar você e a Brenda.
Gregório — Eu te amo... Te amo muito, meu amor... Que saudade de você... Como senti sua falta... Tive tanto medo de te perder... Se algo te acontecesse, eu morreria junto. — ela diz entre beijos, lágrimas e um sorriso que me traz uma paz sem explicação.— Eu também te amo... Você não imagina como senti sua falta... Todo esse tempo só penso em você, meu amor... Mas por que fez isso? Por que se arriscou desse jeito? — pergunto enquanto beijo seu pescoço e vou abrindo os botões da sua blusa. Acaricio seus seios e ela solta um gemido no meu ouvido.— Que saudade do seu toque, dos seus beijos... De sentir sua boca percorrendo todo o meu corpo... — ela sussurra, segurando meu cabelo. Solto um gemido de dor ao flexionar a coluna.— Ah... Maldição! — grito, voltando à posição inicial e mantendo a coluna reta.— Meu amor! O que houve? Está com dor? — ela pergunta, assustada, tocando minhas costas.— Esse maldito ferimento ainda dói demais. O médico diz que preciso ficar de repouso, usar colet
BrendaEu mal consigo acreditar que isso está realmente acontecendo. Estou de novo ao lado do meu amor. Horas atrás, luto para sobreviver e salvar meu filho de um destino trágico. E agora, aqui estou, tomando um banho delicioso com o homem mais gostoso que existe nessa terra — e que, para minha sorte, me ama tanto quanto, ou talvez até mais do que eu o amo.Infelizmente, não podemos fazer amor porque o ferimento do Greg ainda não cicatriza por completo, e ele precisa de muito repouso. Mas nada nos impede de trocar carinhos dentro da banheira. Entre beijos, toques e muito amor, ele, como sempre, me leva à loucura. Preocupado comigo e com meu prazer, ele se dedica inteiramente a me satisfazer. Sem medir esforços, me leva ao auge diversas vezes ali mesmo, na banheira. Eu o amo. O desejo. E isso é mais do que evidente. Não tenho e nunca mais terei motivos para esconder esse sentimento. Nosso amor é único — e agora, com a chegada do nosso pacotinho de amor, está ainda mais fortalecido. Ess
Gregório Depois de despertar da forma mais deliciosa possível, tomamos um banho juntos e nos vestimos para sair do quarto. Ainda sinto dores nas costas, mas nada comparado ao que senti horas atrás. Acredito que os medicamentos — e, principalmente, os cuidados do meu amor — estão ajudando muito na minha recuperação. Logo estarei totalmente recuperado dessa situação. Seguimos em direção à sala, mas no caminho encontramos um enorme obstáculo: a escada. Esqueci desses quase cem degraus que preciso descer para chegar ao térreo da nossa enorme casa. — Amor, vou chamar o Pittore para te ajudar a descer. Ou é melhor voltarmos para o quarto? — pergunta Brenda, me olhando preocupada. — Não precisa, meu amor. Se quero me recuperar logo, preciso me esforçar. Como vai ser quando nosso filho nascer e eu ainda estiver desse jeito? Não dá, né? — respondo olhando em seus olhos. — Tem certeza disso, amor? Tenho medo que esse esforço todo te faça mal. — ela insiste, ainda preocupada. — Tenho, sim
RubensNiterói — Horas depoisPassamos a noite inteira em Niterói só aguardando a chegada de João. Mas como isso só vai acontecer amanhã e estamos exaustos, decidimos procurar um lugar para passar a noite. Caso contrário, não aguentamos até o dia seguinte.Depois de muito procurar, Celso e eu encontramos uma pensão um pouco próxima da casa de repouso. Vamos até lá e pedimos um quarto simples com duas camas de solteiro, só para tomarmos um banho, trocarmos de roupa e comermos alguma coisa para aguentar até o dia seguinte. Pagamos adiantado na recepção, mas antes de subirmos para o quarto, passamos numa loja e compramos uma muda de roupa para cada um. Estamos o dia inteiro na rua, e com toda essa correria, já dá pra imaginar nosso estado, né? Um bagaço. Compramos o necessário e, quando voltamos à pensão, já é noite.Já passa das dez quando enfim conseguimos tomar banho. Depois disso, pedimos nosso jantar, que chega rápido. Comemos, abrimos uma garrafa de vinho e ficamos conversando por
Rubens - Niterói Algumas horas depois... — Dormiu feito uma pedra, hein, mestre!? Quase não consigo te acordar — comento, enquanto ele sorri tomando um café forte. — Faz tanto tempo que não bebia... devo ter exagerado um pouco. Falei alguma besteira ontem? — pergunta, colocando os óculos escuros. — Só disse que sou teu genro e que está gamadão por uma mulher misteriosa — digo, e ele se engasga com o café. — Eu? Gamadão? Só pode estar brincando — responde, desacreditado. — Tô falando sério. Até levei um susto quando ouvi aquilo, né? Logo você, todo sério, falando de sentimentos desse jeito. Mas só faltou dizer o principal — falo, enquanto estaciono o carro um pouco antes da casa de repouso. — Faltou eu dizer o quê? — Celso pergunta, retirando o cinto de segurança. — O nome da felizarda que mexeu com teu coração. Eu conheço, mestre? — pergunto, vendo-o ficar sem graça. “Aí tem coisa... e eu vou descobrir.” — Para com esse assunto, Rubinho, ou te corto do teu posto de genro ag
Durval Horas depois da prisão de CarmenCelso me liga e informa tudo o que acaba de acontecer em Niterói. Carmen e João finalmente são capturados. Isso me afeta mais do que gostaria de admitir, pois, mesmo tentando negar, passo uma vida inteira acreditando que Carmen é minha irmã. Descobrir, de repente, que tudo não passa de uma ilusão — uma mentira cruel — me desestabiliza. Especialmente por saber das loucuras que Jorge comete por conta de sua paixão obsessiva por Brenda, uma mulher que jamais sente o mesmo por ele. Com tudo isso na cabeça, sinto que estou prestes a explodir.Recordo meu passado com a mãe de Jorge e percebo como paixões, muitas vezes, só servem para arruinar vidas. Ainda assim, espero que, com esse tempo na prisão, ele reflita e compreenda que a vida é curta demais para ser desperdiçada desse jeito.Hoje sou imensamente grato a Deus por ter Maria ao meu lado. Minha amiga, companheira, namorada, esposa, amante e mãe dos meus filhos. Sou, sem dúvida, um homem abençoad
BrendaNunca imagino que esse dia chegaria tão rápido, mas por sorte — ou vontade de Deus — minha liberdade, enfim, é decretada. Agora sigo a caminho da delegacia, onde tudo será oficializado. Estou prestes a conquistar o que tanto desejei: uma nova chance de ser feliz de verdade.Errei, sofri, chorei. Mas, quem diria que hoje estaria aqui... ao lado do grande amor da minha vida, do meu melhor amigo, do meu companheiro, do pai do meu filho. O homem que me enlouquece em todos os sentidos e que promete nunca soltar minha mão — esteja o mundo caindo ou não.Nunca desejei tanto a liberdade quanto agora. Hoje, finalmente, entendo o que minha mãe passou para criar a gente. Só agora, prestes a me tornar mãe, compreendo a dimensão da preocupação, do amor e do desejo profundo de oferecer o melhor para um filho.Depois de algum tempo no carro, enfim chegamos à delegacia. Gregório permanece ao meu lado, segurando firme a minha mão. Ele não queria que eu viesse, mas Garcia exigiu minha presença p