Copyright © 2019 Tania Giovanelli
Direitos autorais do texto original ‘’Branca de Neve Assombrada’’ – Fundação Biblioteca Nacional
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Capa: Mari Sales
Diagramação: Tatiane Souza
Revisão: Tatiane Souza/ Sofia Merkauth
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Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é mera coi
EsclarecimentosEssa é uma história fantasiosa, um conto de fadas diferente, uma versão contrária a história verdadeira da Branca de Neve. Tudo foi fruto da minha imaginação.Escrevo porque amo e minhas histórias surgem em sonhos ou simplesmente do nada. Muitos irão gostar, muitos não. Então, peço desde já aos que não gostarem para que respeitem. Sem ofensas ou comentários maldosos, apenas parem de ler.O mundo está cheio de livros com histórias diferentes e cativantes, só porque você não gosta de algo, não significa que outras pessoas também não irão gostar. Busque algo que te agrade sem precisar ofender o que não te agradou.Este é o primeiro conto da trilogia (des)encantos, não deixe de conferir os próximos.Agradeço pela compreensão e carinho.Espero que goste da história, tenha uma boa leitura!AgradecimentoTatiane Souza, sem palavras para te agradecer, pois entrou em minha vida de uma
Alguns dias se passaram e os preparativos para o casamento estavam a todo vapor. Tiane estava muito animada e seus pais também, afinal faltava apenas uma semana para o casamento.O vulto continuava me dando trabalho, porém não tinha mais tanto medo como antes, até gostava quando ela aparecia. Muitas vezes mostrei a ela uma pintura que fizeram com sua beleza, sempre contava a ela dos momentos que tivemos juntos. No entanto, bastava Tiane aparecer para várias coisas estranhas acontecerem. Uma vez, estava tomando café com o vulto próximo a mim, e a Tiane apareceu de repente puxando uma cadeira para sentar do meu lado, mas quando foi fazer isso, Branca puxou a cadeira, fazendo Tiane cair sentada no chão.A cena foi engraçada, mas não pude rir, apenas socorri correndo a Tiane que reclamava de dores na bunda. Ela queria saber como isso foi acontecer, eu apenas disse que ela devia ter empurrado a cadeira com o pé sem querer. Da outra vez, ela entrou na cozinha para falar
Joguei-me na cama aos prantos, uma dor muito forte rasgava meu peito, parecia que meu coração estava sendo cortado em pedacinhos. Como o amor podia doer tanto assim? Branca estava tão perto de mim e mais uma vez eu a perdi. Renunciar ao nosso amor não era a saída. Ela foi cruel demais comigo. Tinha plena consciência que ela era apenas um fantasma, mas só de saber que estava por perto, me sentia feliz. Agora ela tinha partido, e nada pude fazer para evitar isso.Passei o resto do dia no quarto. Hos, Iris e meu pai tentaram me tirar dele a todo custo. No entanto, a única vontade que eu tinha era de dormir. Então, não abri a porta para ninguém.No meio da noite acordei algumas vezes chorando e por estar sem comer me sentia fraco e enjoado. Só água eu conseguia beber. Não consigo aceitar a ideia de não a sentir e nem vê-la mais aqui, mesmo como vulto já que sempre aparecia assim para mim. Agora nem isso eu tenho mais. Pensei enquanto tentava
— Você está bem? — perguntou alguém com a voz doce e suave.Com dor e dificuldade, pois me sentia zonzo, abri os olhos e me deparei com Branca me olhando e perguntando novamente se eu estava bem. Não respondi, mas tive uma reação impensada, o peguei pelo pescoço e a beijei no mesmo instante, não queria que ela sumisse de novo. Seus lábios eram tão macios e real que me fez desejá-la mais ainda. Continuei explorando sua boca com muita necessidade e amor, mas ao perceber que ela tentava fugir de mim e das minhas investidas e mal respondia ao beijo, foi que recobrei a consciência e vi que não era a Branca e sim a criada Ayanne que beijei. Ela parecia desorientada, assustada, não sabia o que dizer e nem o que fazer. No entanto, quando soltei seu braço e me levantei do chão para desculpar-me, ela saiu correndo sem me deixar dizer nada.Fiquei parado ali como um bobo, não conseguia entender o que tinha acontecido. A batida na cabeça devia ter sido forte, pois além da dor,
Branca de neveUltimamente me sinto estranha, não lembro meu nome e muito menos onde estou. Sinto-me perdida, sozinha, com muita raiva e nem entendo porque. Entendo menos ainda porque estou obcecada por esse homem que dança com a princesa. Tudo o que quero é dançar no lugar dela. Não entendo essa vontade e muito menos como consegui entrar no corpo dessa garota, mas o fato é que me sinto viva e posso aproveitar esse momento.Aproximei-me dele, fazendo reverência estendi minha mão para que dançasse comigo e ele aceitou.— Sou o príncipe Florian, posso saber seu nome? — perguntou enquanto dançávamos.No entanto, ignorei, pois eu mesma não sei quem sou e muito menos sei qual o nome da mulher à qual pertence esse corpo. Então, não me importei com a pergunta. Deslizei por aquele salão como se fosse uma bailarina, deixando o príncipe bastante impressionado. Sentia-me nas nuvens, como se eu estivesse viva, a sensação era maravilhosa. Afinal, não me lembro
Branca de neveAcordei em um lugar estranho e muito branco, imaginei que poderia ser o céu, mas fui surpreendida por alguém bem ao meu lado.— Senhora, ela acordou. — Gritou uma mulher.— Que susto você nos deu! — falou uma jovem ao se aproximar.— Quem são vocês e aonde estou? Aqui é o céu? — perguntei confusa.— Realmente, quase você foi para lá, é por um milagre que está viva. — disse a jovem me olhando.— O que aconteceu? Como vim parar aqui? — perguntei assustada. Será que estava tendo um pesadelo ou o céu é assim?— O médico disse que acordaria confusa. Várias cobras te picaram, deram você como morta, mas Deus está a seu favor, pois do nada seu coração voltou a bater. — explicou. — Vou chamar o médico, ele disse que assim que acordasse teria alta. — E saiu do quarto.Enquanto uma enfermeira tentava me colocar sentada na cama, olhei para meu corpo e vi várias picadas que já estavam desaparecendo nos braços e pernas. Será
Príncipe FlorianQuando vi aquela jovem tão indefesa e assustada cantando a canção que o pai da Branca fez para ela, não tive dúvida que Ayanne era a Branca de Neve, meu coração encheu de alegria. Vê-la exatamente como minha amada ficava enquanto cantava para os passarinhos, só me fez ter certeza de que era ela mesmo. Me aproximei animado, cantando junto dela. Minha princesa olhou-me assusta ao ouvir minha voz, em seguida levantou-se do chão e juntos fizemos um dueto. Dançamos e rodopiamos como antigamente. Parecia até um sonho. Mesmo que Branca não estivesse no corpo dela. O amor que eu sentia não era externo, e sim, interno. Amava sua doçura, sua humildade, seu coração puro e generoso. Branca era perfeita para ser a rainha, minha companheira, meu amor eterno e verdadeiro. Somente com ela eu seria feliz.Quando a canção terminou, ficamos frente a frente, apenas nos olhando e sem perceber nossas bocas foram se aproximando, ansiando pelo seu toque. Nos beijamos de um jeit
Casamento real - Duas semanas depoisCom o casamento cancelado, Tiane partiu furiosa para seu reino, alegando que nunca mais voltaria, pois sofrera uma grande humilhação e uma princesa jamais deveria passar por tal situação. O escândalo oferecido por Tiane na igreja foi a cereja do bolo para coroar de vez a situação vexatória, tanto para ela quanto para mim, porém não abriria mão de Branca jamais! Independente da aparência dela agora, sua essência continuava a mesma e não foi por sua aparência que me apaixonei e sim pela pessoa que era.Tanto Anália quanto Tiane quiseram tirar satisfação comigo por ter trocado uma princesa por uma criada. A fúria de Anália era tanta, que quase partiu para a agressão contra minha noiva. Não me sentia culpado por como as coisas terminaram entre nós. Desde o início Tiane sabia que o casamento era uma conveniência e que jamais a amaria.Meu coração sempre teve dono e por mais que a pessoa responsável não estivesse em posse do meu coraç