Apesar de todas as coisas estranhas que aconteceram no baile, ele foi um sucesso. Dancei a noite toda com a princesa Tiane e conversamos muito sobre nossos reinos. Diante a preocupação do meu pai sobre eu precisar me casar para tornar-me rei, acabei selando um compromisso com a princesa, mesmo sabendo que, talvez, estivesse sendo um pouco precipitado.
Não poderia amá-la da mesma forma que amei Branca de Neve, mas tentaria lhe fazer feliz. Por isso, nós combinamos de marcar nosso casamento.
— Filho, que bom que te encontrei ainda tomando seu café. — disse meu pai sentando-se do meu lado. — A princesa ainda não acordou? — tomou um gole de café.
— Ainda não, pai!
— Deixe-me te contar, filho. Sai para cavalgar cedo e encontrei o vizinho pelo caminho, conversamos um pouco. Ele me contou que a garota que perdeu o sapato na escadaria se perdeu na floresta, estão à procura dela. Disse que o príncipe Henry do reino Leste, descobriu que ela se chama Cinderella e
— Alteza, você está bem? — perguntou Hos notando meu silêncio a caminho do castelo.— Não, eu não estou bem! Depois de todos esses meses tentando esquecê-la para seguir em frente, descubro que ela está sofrendo e que nem sabe quem é por não aceitar como morreu. Como vou estar bem, Hos? Não sei o que fazer. Faltam apenas duas semanas para meu casamento com a princesa Tiane. Como vou me casar depois de saber disso tudo? Eu amo muito a Branca de Neve, não conseguiria viver sabendo do seu sofrimento. Hos, o que eu faço? — perguntei desesperado ao passarmos pelo portão do castelo e só de saber que o fantasma era a Branca, meu coração disparou.No entanto, ela estava horripilante, às vezes aparecia como vulto branco, em outras mais escuro. Dava muito medo.— Alteza, você já me disse muitas vezes que o vulto é assustador, mas que faz dias que não vê, se você voltar a vê-lo, terá que ser muito forte para tentar conversar com ela. Como a bruxa disse, ela precisa saber
Copyright © 2019 Tania GiovanelliDireitos autorais do texto original ‘’Branca de Neve Assombrada’’ – Fundação Biblioteca NacionalTodos os direitos reservados.Capa: Mari SalesDiagramação: Tatiane SouzaRevisão: Tatiane Souza/ Sofia MerkauthLicença de imagens: <a href=https://pt.pngtree.com>Gráficos de pngtree.com</a>Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes, seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja via cópia xerográfica, sem a autorização por escrito do autor.Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é mera coi
EsclarecimentosEssa é uma história fantasiosa, um conto de fadas diferente, uma versão contrária a história verdadeira da Branca de Neve. Tudo foi fruto da minha imaginação.Escrevo porque amo e minhas histórias surgem em sonhos ou simplesmente do nada. Muitos irão gostar, muitos não. Então, peço desde já aos que não gostarem para que respeitem. Sem ofensas ou comentários maldosos, apenas parem de ler.O mundo está cheio de livros com histórias diferentes e cativantes, só porque você não gosta de algo, não significa que outras pessoas também não irão gostar. Busque algo que te agrade sem precisar ofender o que não te agradou.Este é o primeiro conto da trilogia (des)encantos, não deixe de conferir os próximos.Agradeço pela compreensão e carinho.Espero que goste da história, tenha uma boa leitura!AgradecimentoTatiane Souza, sem palavras para te agradecer, pois entrou em minha vida de uma
Alguns dias se passaram e os preparativos para o casamento estavam a todo vapor. Tiane estava muito animada e seus pais também, afinal faltava apenas uma semana para o casamento.O vulto continuava me dando trabalho, porém não tinha mais tanto medo como antes, até gostava quando ela aparecia. Muitas vezes mostrei a ela uma pintura que fizeram com sua beleza, sempre contava a ela dos momentos que tivemos juntos. No entanto, bastava Tiane aparecer para várias coisas estranhas acontecerem. Uma vez, estava tomando café com o vulto próximo a mim, e a Tiane apareceu de repente puxando uma cadeira para sentar do meu lado, mas quando foi fazer isso, Branca puxou a cadeira, fazendo Tiane cair sentada no chão.A cena foi engraçada, mas não pude rir, apenas socorri correndo a Tiane que reclamava de dores na bunda. Ela queria saber como isso foi acontecer, eu apenas disse que ela devia ter empurrado a cadeira com o pé sem querer. Da outra vez, ela entrou na cozinha para falar
Joguei-me na cama aos prantos, uma dor muito forte rasgava meu peito, parecia que meu coração estava sendo cortado em pedacinhos. Como o amor podia doer tanto assim? Branca estava tão perto de mim e mais uma vez eu a perdi. Renunciar ao nosso amor não era a saída. Ela foi cruel demais comigo. Tinha plena consciência que ela era apenas um fantasma, mas só de saber que estava por perto, me sentia feliz. Agora ela tinha partido, e nada pude fazer para evitar isso.Passei o resto do dia no quarto. Hos, Iris e meu pai tentaram me tirar dele a todo custo. No entanto, a única vontade que eu tinha era de dormir. Então, não abri a porta para ninguém.No meio da noite acordei algumas vezes chorando e por estar sem comer me sentia fraco e enjoado. Só água eu conseguia beber. Não consigo aceitar a ideia de não a sentir e nem vê-la mais aqui, mesmo como vulto já que sempre aparecia assim para mim. Agora nem isso eu tenho mais. Pensei enquanto tentava
— Você está bem? — perguntou alguém com a voz doce e suave.Com dor e dificuldade, pois me sentia zonzo, abri os olhos e me deparei com Branca me olhando e perguntando novamente se eu estava bem. Não respondi, mas tive uma reação impensada, o peguei pelo pescoço e a beijei no mesmo instante, não queria que ela sumisse de novo. Seus lábios eram tão macios e real que me fez desejá-la mais ainda. Continuei explorando sua boca com muita necessidade e amor, mas ao perceber que ela tentava fugir de mim e das minhas investidas e mal respondia ao beijo, foi que recobrei a consciência e vi que não era a Branca e sim a criada Ayanne que beijei. Ela parecia desorientada, assustada, não sabia o que dizer e nem o que fazer. No entanto, quando soltei seu braço e me levantei do chão para desculpar-me, ela saiu correndo sem me deixar dizer nada.Fiquei parado ali como um bobo, não conseguia entender o que tinha acontecido. A batida na cabeça devia ter sido forte, pois além da dor,
Branca de neveUltimamente me sinto estranha, não lembro meu nome e muito menos onde estou. Sinto-me perdida, sozinha, com muita raiva e nem entendo porque. Entendo menos ainda porque estou obcecada por esse homem que dança com a princesa. Tudo o que quero é dançar no lugar dela. Não entendo essa vontade e muito menos como consegui entrar no corpo dessa garota, mas o fato é que me sinto viva e posso aproveitar esse momento.Aproximei-me dele, fazendo reverência estendi minha mão para que dançasse comigo e ele aceitou.— Sou o príncipe Florian, posso saber seu nome? — perguntou enquanto dançávamos.No entanto, ignorei, pois eu mesma não sei quem sou e muito menos sei qual o nome da mulher à qual pertence esse corpo. Então, não me importei com a pergunta. Deslizei por aquele salão como se fosse uma bailarina, deixando o príncipe bastante impressionado. Sentia-me nas nuvens, como se eu estivesse viva, a sensação era maravilhosa. Afinal, não me lembro
Branca de neveAcordei em um lugar estranho e muito branco, imaginei que poderia ser o céu, mas fui surpreendida por alguém bem ao meu lado.— Senhora, ela acordou. — Gritou uma mulher.— Que susto você nos deu! — falou uma jovem ao se aproximar.— Quem são vocês e aonde estou? Aqui é o céu? — perguntei confusa.— Realmente, quase você foi para lá, é por um milagre que está viva. — disse a jovem me olhando.— O que aconteceu? Como vim parar aqui? — perguntei assustada. Será que estava tendo um pesadelo ou o céu é assim?— O médico disse que acordaria confusa. Várias cobras te picaram, deram você como morta, mas Deus está a seu favor, pois do nada seu coração voltou a bater. — explicou. — Vou chamar o médico, ele disse que assim que acordasse teria alta. — E saiu do quarto.Enquanto uma enfermeira tentava me colocar sentada na cama, olhei para meu corpo e vi várias picadas que já estavam desaparecendo nos braços e pernas. Será