Jay colocou Angeline no sofá, com muita gentileza. A mulher se aninhou suavemente em seus braços e, assim, uma pequena reunião familiar foi convocada. O homem disse aos filhos, com uma expressão severa: — Como a mamãe está doente, preciso gastar mais tempo e esforço cuidando de sua recuperação. Sinto muito por não poder dedicar mais a vocês. — — Tudo bem, pai. — Jenson compreendia os motivos. Zetty, por outro lado, tentou tirar vantagem da situação. — Já que você e a mamãe não têm tempo para cuidar de nós, por que não posso simplesmente ficar com Finn, papai? — Jay, no entanto, já tinha planos para os jovens. — Jens, decidi te entregar a Grand Asia. De agora em diante, você será o meu representante lá. Confio em suas habilidades. — Jenson ficou ligeiramente assustado, tentado a resistir. O jovem tinha um projeto próprio: construir um império de negócios, assim como seu pai, em vez de simplesmente desfrutar dos frutos de sua herança. Porém, vendo o estado de sua mãe, deixo
— Mande uma mensagem para tia Josie, dizendo que... — Angeline indicou o que a garota deveria comunicar à Josephine.— Mamãe, papai não vai deixar. — Zetty disse, tensa.— Não podemos deixá-lo saber sobre isso. Ajude-me a manter segredo. —— Tudo bem! — Zetty assentiu, preocupada.No andar de cima, Jay conversava francamente com Jenson: — Não importa por quantas mulheres se interesse antes de se casar, cuide-se para não tocar nelas. —— Tudo bem. — Jenson concordou. Jay continuou: — Jens, você se formou na Legendary Youth Academy em três anos, e isso prova que suas habilidades são extraordinárias. Acho que você é mais do que capaz de lidar com a Grand Asia. Tudo que peço é que também cuide de sua irmã. —— Entendo. — Jenson respondeu— Sua irmã aprendeu a se aventurar no amor desde cedo, então estou preocupado, porque ela pode se arrepender mais tarde. Como sua mãe está sempre ao meu lado, por medo de contrariá-la, há algumas coisas que não digo a sua irmã. Você é o irmão
Zetty e Jenson pareciam perdidamente absortos, durante o café-da-manhã. Zayne, Grayson e Finn mantinham suas cabeças abaixadas, sem encarar o homem.— Onde está Angeline?! — Jay perguntou. Havia desespero em sua voz, mas ninguém ousou responder.— ONDE ESTÁ ANGELINE?! — O homem berrou.Sua voz soou como um trovão, para o espanto de todos, que se viraram para encará-lo, atentos, com medo estampado em suas faces. Jenson suspirou e explicou.— Papai, tia Josephine levou mamãe ao hospital. — Jay se lembrou que era o dia da cirurgia de Shirley e imaginou que Angeline, preocupada com a amiga, pediu a Josephine que a levasse ao hospital, em segredo. As coisas que disse a Josephine no dia anterior eram parte de uma distração, para fazê-lo acreditar que ela ficaria em casa. O homem se virou, subiu as escadas e trocou de roupa. Sem se incomodar em cumprimentar os presentes, correu apressadamente para a saída, ao passo que Zayne o deteve. — Jay, deixe Angeline fazer o que quer. — O ho
Angeline não esperava que Jay chegasse tão rápido. Seu rosto delicado e bonito agora demonstrava preocupação.— Jay. — Ela reagiu à chegada dele.Jay ofegava, porque chegou esbaforido. Sua fúria emanava pelo corredor, no entanto, não podia sentir raiva de Angeline, então deixou o sentimento ruim de lado. Reprimindo a ira, aproximou-se da esposa, agachou-se e a abraçou.— Por que você não me avisou que viria ao hospital? Não sabe que me preocupo com você? — O homem falava como se repreendesse uma criança.Angeline acariciou sua cabeça e respondeu, complacente: — Jay, esse tanto de preocupação não é necessária. Eu não queria discutir sobre isso, como com certeza você faria. Até pedi a Zayne e Grayson para conversarem contigo. Acho que podem compartilhar suas preocupações, entre si. — — Não tenho nada para conversar com eles. — Josephine, em silêncio, levantou-se para sair, porque Jay agia de maneira doce com Angeline, mas olhava para a irmã com ressentimento e ferocidade. Ele s
O homem era completamente cruel com a irmã, mas se derretia para Angeline. Naturalmente, Zayne não confiava na estabilidade do cunhado. A distância, Jay encarou Josephine, mais uma vez. Percebendo, Zayne confortou a mulher, que se apoiava nele, chateada:— Não ligue para ele. Quando seu irmão vier te encher sobre isso, fale a verdade: você estava fazendo um favor a Angeline. —Josephine se virou e viu o irmão sendo amoroso com Angeline. Os olhos dele pareciam tão suaves e gentis que Josie não tinha ideia de como alguém conseguiria mudar da água para o vinho como se apertasse um interruptor. A mulher reconheceu, então, que a sugestão de Zayne era razoável. Apoiando-se na cunhada, tentaria conversar com o irmão, ainda que ele fosse, obviamente, o errado da história.— Ele sabe que foi Angeline, mas continua tratando a própria esposa como se ela não pudesse se responsabilizar por suas ações. — Josephine refletiu em voz alta.Jenson revirou os olhos para ela. — Você não sabe de nada.
Seria impossível que elas conversassem daquela maneira.Lá em cima, no quarto de Tempest, Jay abriu a porta e viu vários tubos conectados ao homem, que mantinha, com dificuldade, uma última centelha de vida. O coração de Jay doeu ao vê-lo naquele estado. Aproximou-se e se sentou na cadeira ao lado da cama, pousando a mão sobre o braço do amigo internado.A dor transbordou por seu coração e se estampava em seus olhos. — Tempest, obrigado por me proteger com a própria vida. Muito obrigado. — Quando o médico entrou na sala, explicou a condição de Tempest a ele: — Seus sinais vitais estão estáveis, mas não tenho ideia de porque ele ainda não está consciente. —A expressão de Jay era solene, mas imediatamente apertou forte a mão do amigo, sentindo suas próprias emoções ligeiramente fora de controle. O dedo de Tempest tremeu ligeiramente, ao passo que Jay, percebendo aquele movimento delicado, perguntou entusiasmado a Tempest: — Tempest, você pode me ouvir?! — Os cílios de Tempe
Angeline sentiu que algo estava errado, então perguntou: — O que há de errado, Jay? — O homem respondeu, hostil: — Nada, apenas dois cães bloqueando nosso caminho. — O corpo da velha estava curvado, exibindo a inexistência de qualquer motivação. A idosa tremia intensamente e seus olhos lacrimejavam. Na mesma hora, Jenson interveio: — Pai, pode continuar. Eu cuido disso. —— Certo. — Jay se afastou, levando Angeline. Sera se encolheu, com toda a vergonha e culpa do mundo. Só então teve coragem de olhar para cima e ver o homem sair com a moça debilitada. Quando ela viu a cena dos dois agindo tão intimamente, a jovem se lembrou do dia em que conheceu Jay. Naquele dia, Jay visitou Angeline em Swallow City. Sera o viu, pela primeira vez, no pátio. O homem ainda era um jovem implacável e envolto em uma aura fria. Ela ficou encantada e enfeitiçada por sua nobreza e elegância. Anne sussurrara: — É o neto mais velho da família Ares, da Capital Imperial. Assim que Angeline assum
Sera chorou, concluindo que estava errada desde o início. Desde o momento em que Jay escolheu Angeline, era certeza de que aquela já era a pessoa perfeita para ele. Angeline era gentil, mas não tímida, e independente, mas não gananciosa. Definitivamente se tratava da pessoa mais adequada para Jay.Mesmo diante de um rapaz tão presunçoso e, por vezes, arrogante, Angeline conseguia desarmá-lo, apenas com sua espontaneidade. Mesmo quando Jay esteve em seu pior, Angeline se posicionou para auxiliá-lo, mesmo estando a ponto de adoecer.Por outro lado, o desejo de Sera de entrar no coração frio de Jay foi o erro mais terrível que cometeu. Agora, diante do casal, o filho deles as encarava como se fossem dois cães de rua pedindo comida. Nesse momento, Madame Ares colocou sua dignidade de lado e implorou a ao garoto: — Jens, imploro que ajude sua tia Sera e a leve ao Hospital Grand Asia. Ela ainda é tão jovem e sofre de uma depressão profunda, agora. Não sei mais o que fazer, já que ela mal