Pagina nove

No caminho de volta, tudo parecia um pouco estranho. Apesar do pouco tempo, as duas garotas já tinham um apego uma pela outra. E era isso que tornava a despedida um tanto mais complicada.

Ao chegar na casa de Zara, as duas desceram da limosine com um aperto horrível no coração. Até porque tinha algo entre as duas que fazia com que elas esperassem algo uma da outra. Como se esperassem que aquilo ali não fosse um adeus, e sim um "Até logo".

- O dia foi ótimo! Eu me diverti muito.

- Eu vou te ver de novo? -Perguntou Zara, ao abraçar Maddie.

- Sempre que você quiser. É só me chamar que eu venho.

- Para isso, vou precisar do número do seu celular. O que você não me deu até agora. - Disse Zara, sorrindo.

- Claro! - Disse Maddie, ao pegar o celular de Zara e digitar os seus números. Ela ficou torcendo para que a fotógrafa não desse seu número para ninguém. Até porque aquele era o celular da maior celebridade do momento, e seria um inferno se isso vaza-se por aí. - Pronto! - Disse ela, ao entregar o celular.

- Posso ligar quando eu quiser, então?

- Quando quiser! -Exclamou Maddie, ao puxar Zara para um beijo. - Eu adorei te conhecer.

- Eu também, Mad.

- Bom, eu tenho que ir agora.

- Tudo bem! -Respondeu Zara, em um abraço confortante. - Sabe que isso não é um Adeus, não é?

- Eu estava esperando que dissesse isso.

Zara e Maddie se beijaram novamente, desejando que aquele momento não terminasse nunca. Mas o motorista da limusine as apressou, pois Dexter já tinha telefonado para ele pelo menos três vezes.

Maddie entrou na limusine com o coração totalmente despedaçado, jamais teria sentido aquilo perante toda a sua vida. Era algo novo e extremamente confuso. Sua vontade era que pudesse estar perto de Zara para sempre, estar ao seu lado sempre que ela precisasse. Era um extinto de proteção.

O carro deu partida e Zara entrou para dentro sem olhar para trás. Ela detestava despedidas. Não era muito boa naquilo. Quando já estava um tanto longe, Maddie retirou a peruca e então, seus lindos cabelos loiros com tons de rosa, caíram sobre seus ombros. E ela voltou a ser Atlanta Delano. A celebridade mais bem paga da atualidade, o seu karma. A pessoa que Zara, até então, odiava profundamente.

Por incrível que pareça, naquele momento, ser Atlanta estava sendo um problema. Pois se fosse uma garota normal, poderia ter ficado com Zara sem ter fingindo ser uma outra pessoa. E aquilo doía muito.

Ao chegar no aeroporto, seu jato já estava esperando para partir. E uma multidão enlouquecida estavam gritando seu nome sem parar. Ela adorava aquilo mas pela primeira vez, não sentiu nada ao ver seus fãs. Era um sentimento novo e um tanto ruim.

Dexter veio na direção da limusine e abriu a porta para que Atlanta pudesse sair. Ele a guiou até a entrada do jato, e ao entrar, uma comissária de bordo fechou a porta para que pudessem decolar.

Atlanta se sentou ao fundo, bem ao lado da janela. Atentamente olhava para a multidão tentando procurar algo. Talvez quisesse que Zara estivesse ali no lugar daquela gente, ou talvez, dentro do próprio jato.

Dexter estranhou Atlanta estar calada e perguntou à Ruby o que estava acontecendo.

- Ela não é assim! Na verdade, eu nunca vi ela quieta desse jeito. - Dizia ele, enquanto encarava Atlanta.

- Ela deve gostar bastante da tal garota. A despedida deve ter sido difícil.

- Elas só se conhecem à três dias. Por que seria difícil?

- Você acha que leva quantos dias para se apaixonar? -Perguntou Ruby, tentando fazer Dexter pensar. O pragmático rapaz lembrou-se de quando se apaixonou por Ruby. E apesar de ser algo secreto, ele sabia que não tinha demorado para sentir algo por ela. Tinha sido quase instantâneo. Só precisou que ele visse o sorriso da bela secretaria.

- Ham.. Eu não sei, Ashburg! Mas será que isso vai ser um problema?

- Ela é escritora, Dexter! Tenho certeza que isso vai nos render um best-seller.

- Até que você tem razão.

...

Nova York era uma cidade eufórica, uma cidade que estava acordada 24 horas por dia. As pessoas jamais dormiam, descansavam ou faziam algo para tentarem relaxar.

As ruas estavam sempre cheias, era uma correria atrás da outra. E para ser sincera, até que Atlanta adorava esse clima de cidade caótica. Pois assim como ela, os Nova Yorkinos era um tanto ante sociais. Não tinham tempo para fazer amizade, muito menos para se apaixonar.

Sua mansão ficava localizada em um dos bairros mais nobres e requisitados da cidade. Tinha mais de três mil metros quadrados, uma piscina enorme, um cinema e até mesmo, uma lanchonete Subway. Além da pista de pouso para o seu jato particular. Era de cair o queixo.

Ao descer do jato, Atlanta foi direto para o seu quarto. Ela não estava bem e precisava de um tempo sozinha. A jovem estrela pediu à Ruby que não fosse incomodada por ninguém, nem mesmo por Dexter. Ela queria um tempo só para ela é foi isso o que aconteceu.

Dexter concordou com aquilo, pois também estava cansado por conta da viagem e queria ir para o seu apartamento em New Jersey. Precisava de um pouco de descanso e aquela foi a deixa perfeita.

Ele pediu para que Ruby cuidasse das coisas e se caso precisasse, que ela ligasse para ele imediatamente. Dexter não sabia o porque mas algo dizia para ele que essa história da Atlanta estar apaixonada, lhe traria uma enorme dor de cabeça. Ele se despediu de Ruby com um beijo em seu rosto, e foi para a garagem da mansão.

A caminho para New Jersey, em seu carro esporte, Dexter recebeu uma ligação um tanto entranha. E ao atender o telefone, teve uma surpresa maior ainda :

- Phil Collins?

- Dexter, meu rapaz. Onde você está?

- Estou no carro, indo para a minha casa. Por que?

- Então já voltou de Los Angeles, que interessante.

- O que você quer Phil? Sei que quando você me liga é porque a The Rolling Stone quer publicar algo polêmico sobre Atlanta. O que foi dessa vez?

- Dessa vez vocês se superaram, Dexter. Sei que Atlanta está no auge mas não sei se a ponto dela começar a ter uma vida dupla.

- Do que está falando, Phil?

- Sabemos que ela anda por aí disfarçada. E isso vai ser um escândalo quando a The Rolling Stones publicar.

- Como podem ter certeza que era ela? Vocês têm provas? - Perguntou Dexter, nervoso.

- Os paparazzis filmaram a limusine que ela alugou em Los Angeles. Não tem como negarem.

- Droga! - Disse Dexter - Quanto quer pelo silêncio, Philipe?

- Bom, isso me renderia cópias e cópias da revista. Me daria muito dinheiro, Dexter.

- Me diga o seu preço.

- Vamos fazer o seguinte, Dexter. Eu não público as fotos dos paparazzis, e em troca, a Atlanta me concede spoilers do novo livro dela.

- Eu não sei se ela vai topar. Ela escreve tudo em segredo. Impossível ela querer isso.

- Bom, é pegar ou largar. Você quem sabe.

- Tudo bem, então. Marque um dia e deixe o resto comigo.

- É um prazer fazer negócio com você, meu jovem. Até mais. - Disse Phil, ao desligar a ligação.

Dexter acelerou e correu para a casa, precisava urgentemente de um belo banho de banheira e enormes doses de tequila para relaxar. - Eu sabia que isso ia me dar uma tremenda dor de cabeça! - Disse ele, ao trocar de marcha.

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