— A princípio, achei que vocês estavam chapados, para ser sincera. — Sorvi meu vinho depois de ter recuperado a sobriedade, meus olhos fixos neles acima da borda do copo. — Mas, olhando mais de perto, percebo que vocês estão apenas sendo os idiotas de sempre. — Soltei secamente. Examinei os dois de cima a baixo. Eles tinham parado de rir e agora estavam ambos a fitar-nos com raiva.— Que conveniente para uma perdedora chamar os outros de perdedores. Faz-te sentir melhor pensar que não és a única fracassada, não é mesmo? — Os olhos de Sandra ter-me-iam assassinado se o olhar pudesse matar.— Bem, para a tua fácil compreensão, Sandra, nós não somos perdedoras, tu és. Tu és a maior perdedora que já vi em toda a minha vida. Quero dizer, só uma perdedora voltaria para casa, na tua idade, a chorar pelos pais para limparem a porcaria que fizeste. Não é verdade, Miss Sandra? — Arqueei as sobrancelhas. — Anda lá, devias agradecer ao teu pai deputado, ele realmente salvou a tua pele patética.De
SEIS MESES DEPOIS.Peguei as chaves do carro enquanto falava ao telefone, preso entre o ombro e a orelha:— Diga ao piloto para desacelerar, ainda estou em casa.Grace riu.— Por que eu não passo o telefone para o piloto e você fala com ele, sua boba?Soltei uma gargalhada, quase deixando o celular escorregar do meu ombro.— Sua pestinha! Espero que não seja só a sua língua que tenha ficado mais afiada durante essa viagem.— Venha me buscar e você descobrirá. — Ela fez uma pausa do outro lado da linha.Mas eu conseguia ouvir vozes abafadas de pessoas ao fundo e uma voz um pouco mais clara dando instruções com suavidade. Devia ser a comissária de bordo.— Por favor, desliguem seus celulares e guardem seus pertences, pois pousaremos em alguns minutos.— Ok, tenho que desligar. — Disse Grace finalmente. — Estamos prestes a pousar. — Então, com uma voz grave e forçada, ela rosnou:— Não me faça esperar, Sydney!— Sim, senhora. — Respondi, mesmo sabendo que a linha já tinha sido cortada.Gu
— Você está ótima, garota. — Sorri para ela.Ela corou e me abraçou de novo. — Ah, por favor. — E se afastou um pouco, acrescentando. — Você também não está nada mal.— Sydney!Grace e eu trocamos um olhar ao ouvir meu nome sendo chamado. Ambas nos viramos na direção de onde vinha a voz.Levantei as sobrancelhas ao reconhecer as pessoas que vinham em nossa direção. Honestamente, eram as últimas pessoas que eu esperava encontrar – Mark e Bella. Que surpresa.Desde que Grace partiu para Paris, ficou a meu cargo cuidar dos assuntos da empresa. Estive tão ocupada organizando tudo e removendo os funcionários que não desejavam o progresso da empresa, que não tive tempo para pensar em Mark, Bella ou qualquer outra coisa que não fosse relevante para o crescimento da empresa.Mesmo quando ia ao Grupo GT, nunca me deparei com ele. Pensando bem, agora me pergunto como isso aconteceu. Afinal, visitei o grupo várias vezes e nunca nos cruzamos. Será que ele estava me evitando? Mas isso não importava
Ponto de Vista de MarkUltimamente, tenho me sentido muito perturbado. Minha mente parecia falhar toda vez que vagava e eu me lembrava daquele chute que senti na barriga de Bella. Na maioria das vezes, era quase como se eu pudesse sentir novamente aquela sensação na palma da minha mão, como se estivesse revivendo aquele momento. Era um lembrete diário de que eu estava prestes a me tornar pai. Eu ia ter um filho e nem sabia ao certo se queria isso. Uma mulher pela qual eu havia começado a ter sentimentos contraditórios estava carregando meu filho, e eu não sabia como lidar com essa situação. Eu me sentia preso.Eu pensei que amava Bella e estava disposto a fazer qualquer coisa para estar com ela. Finalmente, consegui ficar com ela, mas agora já não tinha certeza se ainda a amava. Meu coração não disparava mais ao vê-la ou ao ver seu sorriso. Eu não sentia mais que estava em casa quando ela estava ao meu redor. Pelo contrário, eu me sentia... sufocado, como se quisesse apenas me afastar
Naquele dia, enquanto eu me vestia e me preparava para o trabalho… desde o momento em que saí de casa até me sentar na minha cadeira no escritório, senti uma inquietação dentro de mim.Então, quando ela veio até mim, dois meses depois, com um exame de ultrassom em mãos e colocou a mão sobre sua barriga ainda plana, seus olhos brilhando com uma mistura de esperança, medo e felicidade, eu não fiquei exatamente surpreso.— Tom, eu estou grávida. — Sua voz tremia, quase um sussurro.Eu apenas permaneci sentado, encarando-a. No fundo, acho que já sabia que ela estava grávida.Mas mesmo assim reagi. Todo o sangue pareceu sumir do meu rosto ao perceber que o que eu mais temia finalmente tinha acontecido.— Mas eu lembro que te disse para tomar o anticoncepcional! — Deixei escapar, furioso, sem pensar, sem sequer considerar os sentimentos dela.Como era de se esperar, lágrimas encheram seus olhos enquanto ela me olhava.— Eu tomei. — Sua voz vacilou. — Mas deve ter falhado. Foi um acidente, tá
Ponto de Vista de SydneyFechei meu laptop com um estalo, e alguns dos participantes levantaram as sobrancelhas. Sorri educadamente para a pessoa e voltei minha atenção ao palestrante do dia.O dia tinha sido agitado desde que cheguei pela manhã. Era um trabalho atrás do outro, uma reunião após a outra.Tínhamos acabado de concluir a primeira sessão do seminário sobre design de joias que estava sendo realizado na nossa empresa. Felizmente, havia uma pequena pausa antes da segunda sessão.Caminhei até o meu escritório, larguei o laptop sobre a mesa e saí do complexo do prédio, exausta. Eu só queria ficar um pouco sozinha e respirar um ar fresco depois de ter ficado presa naquela sala de conferências por horas!Fui até o café ao lado do prédio para pegar uma xícara de café. O café era o lugar perfeito para me esconder sem que nenhum dos colegas de trabalho me visse e começasse a tentar puxar conversa, coisa que eu definitivamente não estava com vontade.Depois de pedir meu café, escolhi
— Estou levantando a voz porque tenho todo o direito de fazer isso. Não vou permitir que você se case com outro homem enquanto carrega meu filho!— É só isso que você sabe fazer, sabia? — Bella retrucou com desdém. — Falar bonito. Você fala como se fosse capaz de mover céus e terras, mas não tem meios de cuidar dessa criança que afirma ser sua.Minhas sobrancelhas se ergueram e meus olhos se arregalaram. Uau, o que está acontecendo aqui? Bella não deveria estar grávida do filho de Mark? Será que ela tinha feito Mark de trouxa? Cobri minha boca e ri baixinho.Eles continuaram discutindo, e eu tinha certeza de que metade dos pedestres e dos clientes do café já podiam ouvir a briga.Eu não queria mais ouvir, porque sabia que conhecer mais sobre Bella sempre trazia problemas sem fim, nada além disso.Voltei ao meu lugar e me preparei para sair do café. Quando me virei para ir embora, percebi que Bella e o homem, de alguma forma, haviam se aproximado da saída. Eles ainda discutiam, tão imer
— Que diabos?! — Joguei as mãos para o alto enquanto tentava recuperar o fôlego. — Por que você apareceu assim do nada? Quase me deu um ataque cardíaco.Ela apertou os lábios. — Você quase me deu um ataque cardíaco também quando percebi que você estava sentada aqui. — Ela arqueou as sobrancelhas elegantes. — Você está me perseguindo? Bom, tenho certeza de que a perseguição de hoje foi um sucesso, porque você ouviu tudo, não ouviu?Eu olhei para ela. — Você... você...Um sorriso frio surgiu nos lábios dela. — Você o quê? Não me diga que não ouviu nada. — Então ela estalou a língua e franziu a testa, parecendo concentrada. — Não minta agora, Sydney.Revirei os olhos. — O que eu queria dizer é que você não deveria tomar tanto café, você está grávida.Bella riu, e eu me perguntei o que havia de tão engraçado no que eu disse. Em seguida, ela ficou séria, revirou os olhos e disse. — Quem pediu para você pedir café?Eu a encarei, sem palavras. O café era para mim! Eu não a convidei para senta