Mark, essa desculpa de homem, nunca seria capaz de satisfazer o meu apetite sexual. Eu sabia quantos homens eu tinha feito, afinal, sempre me deixavam querendo mais.Agora o homem com quem eu iria me casar ia viver numa cadeira de rodas? Eu teria que cuidar dele como uma babá? Ah, de jeito nenhum. Nunca na minha vida. Só de pensar em estar presa a uma aliança com ele, meu corpo se arrepiava. Se eu tivesse me recusado ao casamento desde o começo, nada disso estaria acontecendo.Mais raiva surgiu em mim quando imaginei os olhares zombeteiros e os sussurros abafados do meu círculo de amigos ricos quando a notícia se espalhasse de que a "boazinha Sandra Henderson" se conformou com um marido impotente e aleijado. Eu seria a piada de todas as conversas.Isso era inaceitável. Insuportável. Eu tinha que fazer meu pai enxergar a razão, não importava o que fosse preciso para abrir seus olhos para as evidentes inadequações de Mark.No hospital, as enfermeiras o estavam colocando em posição sentad
Ponto de Vista de SydneyEu observei a figura de Sandra se afastando com um olhar divertido. A mulher tinha um talento para entradas e saídas dramáticas, mesmo quando a situação não pedia por isso. Assim que Sandra saiu de vista, olhei de volta para Mark, que havia se virado na cadeira de rodas para ajeitar o zíper de suas calças de hospital.Pelo menos a amnésia não havia tirado sua autossuficiência, pensei. Quem sabe o que tinha acontecido alguns segundos antes de eu chegar à porta? Eu ouvi ela reclamando sobre ele não ser sexualmente ativo ou algo assim.Mark se virou de volta para me encarar, as sobrancelhas arqueadas como se estivesse desafiando silenciosamente a comentar sobre sua situação. E eu senti o calor subir pelo meu pescoço, tudo porque estava tentando conter uma risada. Mesmo sem memória, Mark ainda não parava de agir de forma arrogante. Fala sério, esse tipo de consistência egoísta corre nas veias de alguém.Cruzei os braços sobre o peito e entrei no quarto com a maior
As últimas semanas foram uma bênção, e eu finalmente sentia que minha vida estava de volta aos trilhos, que eu realmente estava vivendo de novo.Depois de ter ajudado Mark tanto quanto pude, com a certeza de que ele estava bem e que sua posição como presidente ainda poderia ser recuperada, finalmente pude focar no trabalho e em mim mesma.Meu coração se aquecia e meu estômago dava voltas de alegria só de pensar nos encontros mais frequentes com Lucas. Também tenho passado mais tempo com ele. Parecia que ambos tínhamos um acordo silencioso para aproveitar o pouco tempo livre e focar mais na nossa relação.Desde que conheci Lucas, muito antes de nos separarmos, sempre soube que ele era um garoto doce e que se tornaria um homem ainda mais doce. Mas ele me surpreendeu de verdade.Apesar das notícias ocasionais e de algumas atualizações do meu advogado sobre Bella que às vezes me deixavam inquieta, não passava um dia sem que eu corasse, sorrisse como uma adolescente apaixonada ou risse de c
No final de tudo, Bella foi enviada para um hospital psiquiátrico para receber o tratamento adequado, em vez de ser presa. Mesmo antes de o juiz anunciar a sentença, eu já sabia qual seria a sua decisão.Soltei um suspiro de alívio. Esse foi o melhor desfecho possível, talvez até aquele que eu esperava inconscientemente.Embora Bella e eu tenhamos nos afastado por causa de Mark, sinto que a puni em minha própria maneira.Por mais triste que pareça, o relacionamento dela com Isaac já durava muito tempo e, infelizmente, ela ainda era minha irmã. Isaac a transformou em uma pessoa bem danificada, e ela precisava seriamente fazer algo a respeito. Então, enviá-la para um hospital psiquiátrico foi como matar dois coelhos com uma cajadada só. Primeiro, eu a tirei do meu caminho por um tempo e a puni ao privá-la de sua liberdade. Segundo, ela receberia o tratamento necessário e poderia se tornar uma pessoa melhor.Meu telefone tocou e eu saí da cozinha dançando ao som da melodia enquanto ia até
Foi então que percebi a camisola hospitalar verde que Bella estava usando. Ainda com a testa franzida, perguntei:— Como você entrou na minha casa?Ela voltou a sorrir com desdém.— É por isso que você deveria ter pessoas mais ágeis ao seu redor. Sua pobre vizinha é uma senhora idosa com uma visão tão ruim quanto ela própria. Ela me confundiu com quem mora com você. Eu rapidamente disse que tinha esquecido minhas chaves e que você não estava atendendo o telefone, então ela me deixou pular o muro dela.Uau. Fiz uma anotação mental para ter uma conversa séria com a velha senhora.— Mas como você entrou na casa? — Insisti.— Você faz muitas perguntas, sua vadia. — Disse Bella, pressionando a arma com mais força contra a minha têmpora.Revirei os olhos ao sentir o metal frio contra minha pele. Se ela realmente fosse me matar, já teria feito isso. Não estaria perdendo tempo com uma conversa sem sentido.Resolvi arriscar e fui até o sofá do meu quarto. Estava exausta demais para jogar um jog
Mais uma vez, acordei com a pior dor de cabeça possível... Ok, talvez eu esteja exagerando um pouco, mas, sim, doía muito. Virei de lado com uma leve careta de dor. Consegui distinguir uma barra de ferro, uma cortina azul, paredes brancas e logo percebi que estava em um hospital. As lembranças do que havia acontecido e, obviamente, me levado até ali começaram a me atormentar.Quem me trouxe aqui? Pensei, mas continuei identificando o que via: um computador apitando, outra cortina azul, mais paredes brancas, um corredo…— Meu Deus, Sydney!De repente, senti mãos segurando meu braço. Fechei os olhos com força, minha cabeça doía quando virei para o lado de onde a voz vinha.Era Grace. Consegui sorrir, mas o sorriso desapareceu ao perceber seus olhos inchados, vermelhos e cercados por olheiras profundas. Grace nunca tinha olheiras. Não importava o quanto trabalhasse até tarde, ela sempre dava um jeito de parecer impecável.— O que aconteceu? Você está bem? — Perguntei preocupada, tentando
Sydney assentiu.— Entendido. Obrigada, doutor.Lancei um olhar de e agora? para Grace, e ela revirou os olhos. Mas, antes que ela percebesse, vi o jeito como ela olhava para o doutor distraído.Logo o doutor se virou para Grace.— Você também. — Disse ele, apontando a caneta que segurava para ela, e eu nunca pensei que minha amiga pudesse ficar mais vermelha do que já estava. — Precisa cuidar de si mesma enquanto olha pela paciente. Olhe só pra você, está toda corada, nem dormiu desde a noite passada! Daqui a pouco vai virar um panda.Grace riu meio sem jeito, corando ainda mais.— Eu... eu entendi, obrigada, doutor. — E quase bati na própria testa ao ouvir ela gaguejar desse jeito.O doutor sorriu para ela e se virou rapidamente para mim.— Vou deixar vocês agora. Me chamem se precisarem de algo, certo?— Pode deixar. — Respondi com um aceno de cabeça.Depois que o doutor saiu, Grace soltou um suspiro de alívio e começou a abanar o rosto.— Meu Deus! Não acredito que ele me viu com e
— Porque Rose vendeu as ações dela para mim. — Respondeu Lucas com um sorriso autossuficiente.Recuei, chocada. O quê? Por que ela faria isso?Lembro-me vividamente de Mark me dizendo com confiança que ele possuía mais ações e se tornara o chefe de fato do Grupo por causa dos cinco por cento da mãe dele, somados aos seus próprios quarenta e seis por cento. Então, o que significa agora Rose ter vendido suas ações para Lucas? Nenhum acionista, especialmente os gananciosos aqui nesta sala, permitiria que um homem parcialmente doente os liderasse sem possuir sequer a média das ações da empresa.Mesmo que Mark não tivesse perdido a memória, ele ainda não seria capaz de garantir o controle absoluto sobre o conselho de administração.Olhei ao redor da sala para os outros acionistas enquanto esperávamos pelo anfitrião e por Mark; alguns deles conversavam discretamente entre si, mas era literalmente possível ver a ganância em seus olhos. Essa era provavelmente a oportunidade que todos eles esta