PriscilaChegamos a casa da Emma, era um pouco mais de nove horas da noite. Aproveitamos bastante a pizzaria, rimos, namoramos, nos divertimos e agora Ethan me trouxe para a casa da sua avó. Júlio me ligou enquanto estava na pizzaria, dizendo que conseguiu mais uma hora de tolerância, então eu poderia chegar depois das duas da manhã. Como ele convenceu a mamãe? Simples! Depois do jantar, convidou mamãe para um passeio romântico na cidade e meu padrasto, realmente, estava sendo tão legal comigo, que oro para os dois ficarem juntos até a velhice. Meu namorado desligou o carro, descendo primeiro como um verdadeiro cavalheiro para abrir a porta para mim. — Vamos tapar esses lindos olhos com essa venda aqui, pois não quero que veja o que preparei para a nossa noite.Ethan, diz bem baixinho em meu ouvido, causando um arrepio de excitação e, ao mesmo tempo, nervoso em meu corpo. — O que você preparou para a nossa noite?Perguntei, enquanto ele cobre os meus olhos, segurando a minha mão. Es
PriscilaPensei que eu já conhecia a felicidade ao ter encontrado Ethan, mas vejo agora que estava enganada. Deitada na minha cama, sorriso e uma dorzinha chata entre as pernas, mas que logo passará. Entreguei ao Ethan minha virgindade puramente e sei que ele vai me fazer feliz. Nossa primeira vez foi perfeita, que não pude impedir as lágrimas quando tive seu membro dentro de mim. Ele me amou com todo cuidado e carinho e agora estou igual uma boba no meu quarto. Quando cheguei em casa, encontrei tudo em silêncio e vim correndo me trancar em meu quarto. Preciso conversar com a Beatriz e farei isso amanhã, depois do almoço. Virei de lado na cama, a pontada de dor veio, mas tomei um remédio para dor, assim não ficarei tão dolorida. Quero dormir e acordar amanhã e descobrir que tudo é real e não um sonho. — Vamos dormir Priscila! Amanhã será um novo dia e você pode falar com sua amiga para contar toda a felicidade que está sentindo.Fecho os olhos, sonhando com dias felizes ao lado dele.
PriscilaEle não apareceu, não esteve ao meu lado, quando fiz as duas fases do vestibular e muito menos, na noite do Natal. Tentava a todo custo, fingir uma falsa felicidade que já não estava conseguindo demonstrar. Beatriz insistia para eu contar o que estava acontecendo, por diversas vezes insinuou que Ethan conseguiu o que queria de mim, sumindo logo depois, me abandonando e me fazendo de boba. Porém, eu não quero acreditar nisso, pois a pessoa que Beatriz fala não é a mesma que conheço e que ficou comigo por quase um ano. Hoje é a noite do Ano Novo, a ceia será aqui em casa, com a presença do meu padrasto e alguns amigos. Mamãe preparou tudo da melhor forma possível e eu ajudei como sempre. Para o meu alívio, mamãe já não perguntava tanto sobre Ethan, parecia até que se sentia aliviada do meu namoro não ir para frente. Claro que ela não dizia isso na minha cara, entretanto eu percebia na forma que falava sobre ele. Após a meia-noite eu iria com Beatriz até a festa na rua principal
PriscilaVictor se divertia ao meu lado, ao som de música ao vivo. Beatriz assim que nos avistou veio correndo para ficar perto da gente. Quando avisei para a minha mãe que sairia com Victor para o show na praça, mamãe não disfarçou a alegria.— Eu não costumo sair para festas — Victor me diz, animado com tudo ao redor — desde que comecei a faculdade, meu foco é apenas o estudo e os meus pais não querem que nada atrapalhe os estudos.Diz, sem deixar de olhar tudo ao redor.— Vou começar a minha faculdade ano que vem, estou apenas esperando o resultado do vestibular.Comento para ele que pergunta qual o curso que escolhi. Ao ouvir que faria faculdade de Artes, me diz que é um bom curso e pelo pouco que conversou comigo, tinha certeza que eu conseguiria passar. De longe vejo Beatriz, animada até demais, dançando agarrada com um dos rapazes da comunidade, balanço a cabeça em reprovação. Minha amiga, não pode ver um garoto que fica louca. — Você tem namorado?A pergunta vem de repente e
Priscila— Como assim, você não sabe onde o seu neto foi?Emma e eu estamos na cozinha da casa dela. Na escola, a movimentação dos alunos e professores, enquanto eu e ela viemos para a sua casa e assim eu poderia conversar melhor sobre o sumiço do Ethan. Não acredito que ele simplesmente sumiu como num passe de mágica, deixando para trás até mesmo a sua avó.— Filha… — Emma não disfarça a vergonha em responder às perguntas que eu faço. É como se fosse algo grave me dizer o que realmente aconteceu com o neto dela — meu menino sumiu depois do Ano Novo e não sei o paradeiro dele.Então ele esteve com a avó no Ano Novo e esqueceu de procurar a namorada que ele tanto dizia amar.O Ethan esteve contigo e nem pensou em ir à minha casa? Tem noção de como fiquei desde a última noite que estive aqui na sua casa com ele?Digo, com a voz alterada por estar me sentindo magoada com tudo.— Priscila, aconteceram algumas coisas com o meu neto e o pai dele. Não fique assim, pois o Ethan já sumiu assim
PriscilaOuço vozes distantes e sinto o cheiro de algo forte como se fosse uma mistura de álcool com produto de higiene. De olhos fechados, apenas tento escutar o que estão falando. Sinto a dureza do colchão que estou deitada e mesmo sem enxergar entendo que não estou no meu quarto.— Você tem certeza, Júlio? Pode ser apenas um engano ou uma fraqueza, devido aos estudos. Ou quem sabe algo que Priscila comeu. Só me diz que a suspeita é um erro.A voz da minha mãe é ouvida quase em um sussurro.— Lúcia, você sabe que existe uma chance de ser real. Acalme-se meu amor, aguardamos o resultado do exame de sangue.Agora é o Júlio que fala. Tento abrir os olhos, porém a claridade faz com que eu feche eles outra vez. Resmungo e o barulho que faço, chama a atenção da minha mãe e do meu padrasto.— Menina, senta com cuidado na cama — mamãe é quem diz primeiro, segurando o meu braço. Continuo de olhos fechados, quando sento na cama. Assim que abro, eu vejo que me encontro em um quarto de hospital
PriscilaSou uma prisioneira dentro da minha própria casa. Desde o dia da descoberta da minha gravidez, estou proibida de sair de casa, falar ao celular ou receber visitas. Por três vezes, ouvi do meu quarto a voz da Beatriz, procurando por mim e mamãe dizendo que eu não me encontrava em casa. Quatro dias se passaram desde a manhã que mudou toda a minha vida. Mamãe me obrigou a passar o número do telefone da Emma e só conseguiu falar com a avó dele, ontem a tarde. Então hoje ela vem aqui em casa para conversar pessoalmente. Ela não sabia sobre o que seria a conversa, minha mãe apenas disse ser algo que envolvia o meu namoro com o neto dela. Até mesmo falar com o Victor estava proibido, pois para a minha mãe um rapaz como ele não iria querer amizade com uma mulher perdida como eu. Sim! Para a minha mãe me tornei uma pessoa que a vida foi destruída devido a uma gravidez. Júlio tem dormido aqui em nossa casa diariamente, para evitar que minha mãe me humilhe e me machuque fisicamente. Sin
PriscilaAguardo a chegada dele, em uma lanchonete próxima da minha casa. Dei sorte por ele atender a chamada e assim que ouviu que eu precisava de ajuda, não pensou duas vezes em perguntar o lugar que estava para vir até mim. Saí de casa, levando apenas a carteira e um pouco de dinheiro. Sem o meu celular ou um caminho para seguir. Poderia muito bem ter ido para a casa da Beatriz, porém não queria de forma alguma ouvir piadas agora. Me sinto sozinha, sem apoio e sem ter noção do que faço daqui para frente. Distraída bebendo o meu suco, não notei a chegada do Victor, que surgiu vestindo sua roupa branca da faculdade e um olhar preocupado no rosto.— Tudo bem contigo?Pergunta, sentando-se ao meu lado, tocando na minha testa para saber se eu não estava febril.— Desculpa, por te fazer sair da faculdade para vir me socorrer, é que não tinha ninguém para conversar e sei que você vai me ouvir sem julgar tudo que anda acontecendo.Digo, tentando não chorar na frente dele.— Priscila, o que