Mais fascinante que açúcar. Os lábios quentes, molhados e deliciosos de Adrián eram viciantes. A luz avermelhada da red-room privativa tocava sua pele cálida como uma exótica pintura. Em baixo de mim, Adrián parecia uma criatura feita de puro fogo; ofegante, com os cabelos compridos grudados na testa e arrastando pelo lençol encardido
O soldado municiou o rifle, fazendo um estalido seco ressoar na escuridão. Meu coração congelou e o tempo tornou-se mais lento que a minha mente. Foi como ver um filme passando diante dos olhos, pensei em Sidda e na promessa que fiz aos meus pais de protegê-la. Eu falhei. Fiquei parado, apenas esperando o tiro que acabaria de uma vez por todas com a minha vida. Senti apenas o impacto lateral na perna. Adrián usou uma das mãos, me empurrando para
— Onde é que você estava, seu irresponsável!? — Maria, irmã de Adrián, estava parada em frente à porta de um casarão, com os braços cruzados por cima de um vestido longo de gala, usando joias e sapatos finos. — O aniversário de tia Adelaide já começou e todos estão morrendo de preocupação! Espere, quem são essas pessoas com você?A recepção n&atil
Descemos para o quintal no intuito de participarmos um pouco da festa. Havia mesas espalhadas por toda a extensão da grama, todas com um arranjo em cima e toalhas brancas. Músicos tocavam harmoniosamente uma melodia animada e uma cantora bonita de pele morena liderava o coro. Não entendi a letra das músicas, me disseram que era em espanhol, uma líng
O quartel estava em polvorosa quando me apresentei. Os homens estavam sendo divididos em batalhões. O incêndio já se alastrava por mais de duas horas em diferentes setores do Andar Épsilon, mais um ataque de La Liberdad. Os muros do Setor Sigma estavam repletos de pessoas deixando flores e cartas para aqueles que haviam sido sacrificados para que o incêndio não se alastrasse aos outros setores. Pessoas encontravam-se em silêncio, rezando pelas almas que haviam partido e houve relatos de protestos.O noticiário virou um pot-pourriCapítulo 16
Meu coração batia acelerado de uma forma tão descompassada que eu não conseguia me mover. Foi Sten que segurou no meu braço e chamou minha atenção para a situação que tomava conta da praça.A maioria das pessoas corria enquanto vândalos se enfureciam e tomavam parte na depredação do telão, atacando soldados e qualquer pessoa que representasse o Governo. Claro que eu, estando fardado, Sten e até Sidda, com a faixa de parente de um funcionário d
Os soldados apertavam minha mão com um misto de admiração e espanto. Seus olhos esbugalhados denotavam o problema que eu estava enfrentando. As coisas não faziam sentido. Quer dizer, faziam: as peças tinham se encaixado no quebra-cabeças, mas perderam significado.Qualquer soldado na minha posição teria motivos para comemorar, mas o meu coração estava em frangalhos. Fiquei boa parte do tempo sentado no corredor do quartel, enquanto os soldados corriam de um lado para outro e alguns p
“Liberdade para La Liberdad”. “#FreeAdrián”. A maioria dos cartazes erguidos estavam com esses dizeres e as pessoas protestavam na praça principal de forma pacífica. O governo fingia que não escutava os gritos que pediam por justiça. Algumas pessoas tinham La Liberdad como um verdadeiro herói dos tempos modernos, alguém com a coragem de enfrentar as injustiças geradas pelo sistema de castas. Eu tinha um pouco de raiva de ver aquela manifestação. Ningué