No EscritórioHaroldo estava sentado no sofá, servindo uma xícara de café para seu neto, que estava sentado com a postura ereta. Ele levou a xícara até o neto, pessoalmente.- Obrigado, vovô.Charles se apressou a receber a xícara com ambas as mãos, mantendo uma postura bastante digna e ereta, sem mostrar nenhum sinal de fraqueza. Segurou a xícara com a mão direita e apoiou o fundo com a mão esquerda, bebendo o café com elegância, demonstrando toda a sua postura de cavalheiro.- Chad, as suas feridas ainda doem? - Haroldo perguntou com preocupação.- Não é nada sério, são apenas arranhões.Charles na verdade sentia um pouco de dor nas antigas feridas, o sangue parecia estagnado no peito, mas ele disfarçava muito bem, sorrindo brilhantemente. - Não se preocupe, vovô, eu não sou tão fraco assim, afinal, já fui soldado.- Se você não é tão fraco, por que não reagiu? Seu pai te bateu claramente por influência daquela bruxa da Tânia, sem motivo algum. Por que você não tomou o chicote dele
Charles ergueu lentamente seus olhos profundos e misteriosos, com um brilho sombrio cintilando. - Eu suportei o máximo que pude. Mas, só desta vez. Na próxima, eu não vou mais aguentar.Haroldo sentiu uma dor no coração, as lembranças dolorosas do passado vieram à tona, e seu rosto envelhecido estava cheio de uma sombra de tristeza.- Vovô, me desculpe, fui insensível. Não devia ter tocado em suas feridas. - Charles, cheio de remorso, segurou firmemente as mãos ásperas e secas do avô com suas mãos quentes. - Eu sei que, se não fosse por aquele acontecimento, o herdeiro escolhido por você seria meu irmão mais velho. Ele cresceu sob seus cuidados e era o neto em quem você depositava suas maiores esperanças.- Chad...- Vovô, eu devo ao meu irmão e também a você. - Charles sentiu uma pontada no nariz, mas sorriu levemente. - Ter um avô que realmente me ama era algo que eu nem ousava sonhar quando era criança. O resto, eu não tenho direito de desejar.- Chad, escute o que tenho a dizer! -
Dois corpos, cada vez mais quentes, ficaram assim, colados um ao outro.Eles podiam ouvir claramente as batidas dos corações um do outro.Olívia, ao perceber que havia sido pega no flagra, sentiu uma mistura de vergonha e raiva. Suas orelhas ficaram vermelhas enquanto lutava para se desvencilhar dos braços de Charles.Os olhos de Charles se intensificaram. Sua mão, tensa e forte, subiu lentamente, seus dedos se fechando ao redor da parte mais fina e macia da cintura dela.- Me responda!- Eu... Eu só vim me despedir do vovô, não estava tentando ouvir os segredos de vocês dois! Me solte, eu quero ir embora! - A mulher, com o rosto corado, tentou se livrar, mexendo a cintura.Charles não tirou os olhos de Olívia, sentindo uma coceira no coração, como se uma pluma leve o estivesse tocando.O rosto dela estava todo vermelho, e seu esforço para se explicar a tornava ainda mais adorável.Quanto mais ele olhava, mais ele se encantava.- Não há segredos. - O homem deu uma risada baixa.- O quê
A cirurgia de reparação do tímpano, que normalmente exigia agendamento prévio, foi antecipada devido ao receio do hospital de que Benjamin cumprisse sua ameaça de comprar o local e transformá-lo em um bar. Assim, na manhã seguinte, Samara já estava sendo levada para a sala de cirurgia. Benjamin não dormiu na noite anterior e nem sequer comeu pela manhã, ele ficou no corredor, esperando ansiosamente.O chefe não conseguia descansar nem comer, então Stéphanie, como subordinada, também teve que acompanhar ele sem comer ou beber.Nos últimos dez anos, essa mulher bonita e sensual viveu como uma sombra e guarda-costas invisível de Benjamin.Benjamin realmente era um conquistador, trocava de namorada como quem troca de roupa, mas a única constante era sua secretária, Stéphanie.Sempre que Benjamin participava de eventos importantes e precisava de uma acompanhante, ele nunca levava outra mulher, sempre era Stéphanie.Alguns, sem saber da verdade, vinham bajulá-lo: - Sr. Benjamin, sua namora
- É porque ela é filha da Tânia? - Stéphanie perguntou diretamente.- É. - Benjamin respondeu com a voz rouca.- Mas se você realmente gosta dela, deveria tentar ficar com ela.Stéphanie estava muito preocupada. Era raro o chefe se apaixonar, e por uma garota tão adorável, ela não queria que ele a perdesse. - Se você ficar com a Srta. Samara, pode tirá-la desse sofrimento. Se você for o homem da Srta. Samara, aquela Chica, por mais arrogante que seja, não ousaria fazer nada.- Ela agora ousa? - Benjamin estreitou os olhos.- Mas não seria melhor se a Srta. Samara estivesse sempre ao seu lado, sob sua proteção constante? Imagine, se a Srta. Samara se tornar sua esposa, só esse título já seria a maior vingança contra Chica. Mesmo que você não esteja perto, Chica não ousaria fazer nada contra ela, porque ela seria sua mulher! Se ela ousar tocar um fio de cabelo da sua esposa, estará enfrentando todo o Grupo Júnior! Se você não agir, eu mesma cuidarei disso!Stéphanie mudou seu tom rapida
- Vivia, o Benjamin cresceu comigo, eu o conheço bem. Ele gosta de mulheres, mas também tem seus limites.Charles tentou confortá-la e ao mesmo tempo defender seu amigo. - Samara é minha irmã, ele não vai tocá-la.- E daí que ela é sua irmã? Benjamin é audacioso, desde que não seja parente de sangue, qual mulher ele não ousa tocar?Olívia bateu na mesa com força novamente. - Reze para que Benjamin não faça nada com Samara. Se ele ousar tocá-la, eu mesma corto os tendões das mãos dele, e eu vou cumprir o que estou dizendo!- Certo. - Charles respondeu em voz baixa.- O quê? - Olívia ficou surpresa.- Eu disse que concordo com você. Se algo acontecer, você corta o tendão da mão esquerda dele, e eu corto o da direita.Olívia ficou completamente sem palavras com aquele homem. Como diziam, o amor cegava mesmo as pessoas!...A cirurgia de Samara foi um sucesso, e ela foi transferida para um quarto comum.Ela estava deitada na cama, seu corpo magro parecia ainda mais frágil, e seu rosto pá
- Pfft! - Stéphanie, que sempre tinha um semblante sério, cobriu a boca e não conseguiu segurar a risada.Benjamin estava realmente se esforçando por Samara, mas as técnicas que ele usava para conquistar outras mulheres não funcionavam com ela, então tinha que encontrar outras maneiras, o que frequentemente resultava em situações engraçadas.Samara não queria se gabar, mas ao ver Benjamin segurando a tigela e a colher, parecendo cansado, inclinou-se para frente, abriu a boca rosada e tomou a colherada.Benjamin viu que ela estava comendo obedientemente e seus olhos estreitos e apaixonados brilharam com um sorriso discreto.- Cof... Cof... - Ela comeu rápido demais e tossiu algumas vezes.- Devagar, mesmo com fome, coma devagar.Benjamin estendeu a mão e acariciou as costas de Samara. De repente, ele viu um pouco de canja escorrer pelo canto dos lábios dela. Seus olhos se estreitaram abruptamente e seu rosto bonito ficou vermelho até o pescoço.Era canja.Droga! Quanto tempo fazia que e
Especialmente Benjamin, que ficou olhando para a garota em seus braços, os olhos grandes e cheios de lágrimas, com um nó na garganta e um pensamento súbito: ele queria levá-la para casa.Queria muito.- Samara, você... Você quer ir com ele... - Olívia ficou tão surpresa que mal conseguia falar.- Benjamin... - Samara escondeu a cabeça no peito quente do homem, a respiração trêmula atravessando a camisa preta dele, acariciando sua pele e seu coração. - Eu quero ir para casa com você.Diante da insistência de Samara, Olívia e Charles não tiveram escolha a não ser concordar.Charles chamou Benjamin para fora, e os dois foram para a área de fumantes do hospital.- Benjamin, o que aconteceu com o ouvido da Samara? - Ele tirou dois cigarros, colocou um na boca e ofereceu outro ao amigo.- O que aconteceu? - Os olhos de Benjamin brilharam com um lampejo de raiva. - Foi aquela mimada da sua irmã, Chica, que fez isso.- Ela não é minha irmã. Eu só tenho a Samara como irmã. - Charles sentiu que