Demoraria uns dias para os botocudos se levantarem contra os temininós. Jaciara e as mulheres vão até Jacuí buscar água. Desta vez, os homens do povo não vão. Isso colocava em risco as mulheres, elas poderiam ser raptadas pelo povo inimigo.
Era uma manhã quente. Saíram bem cedo, num grupo de cerca de vinte mulheres. Jaciara aprendia com as mais velhas sobre lendas e toda a sorte de assunto sobre mulheres.
Estavam todas rindo às margens do rio Santa Maria quando alguns da tribo inimiga chegaram. Homens e mulheres e entre eles um rosto conhecido por Jaciara, era ele.
Guaraci chegou e discretamente acenou para ela. A sua reação foi sorrir timidamente. Aquela manhã parecia mais tranquila do que o costume. As mulheres dos botocudos pareciam estar ali mais para se banhar do que coletar água. Jaciara comunicou suas companheiras de que iria ao campo coletar umas plantas – a região tem plantas com propriedades medicinais e, às vezes, algumas mulheres saíam para coletar muitas delas.
Nessa hora, Jaciara olhou em direção a Guaraci e acenou com a cabeça, indicando que estava se retirando a sós além de umas pequenas colinas, campo a dentro. Guaraci leu corretamente o gesto de sua amada e foi logo atrás para encontrá-la. Seria o primeiro encontro dos dois.
Ninguém dos temininós desconfiou da ausência de Guaraci. Estavam todos ocupados na retirada da água. Também estavam ali para coletar capim santo. A planta tem algumas propriedades medicinais, servindo como um bom antifúngico, anticoagulante e analgésico.
Pela primeira vez ficaram a sós. Jaciara parou de frente para Guaraci que caminhava depressa, cortando a vegetação rasteira com suas pisadas. Sorrisos se conectaram perfeitamente, criando uma atmosfera diferente e mexendo com o clima dos corações apaixonados.
Nas árvores, o som de muitos pássaros que alegremente cantavam a mais bela canção de amor para o jovem casal. Entre eles, a saíra-azul, a choca-listrada, o gaturamo, surucuás e sabiás. Todos, uníssonos, faziam uma bela canção.
À companhia das aves, estavam Guaraci e Jaciara, olhando um para o outro, estampando no rosto um belo sorriso. Os olhos de Jaciara brilhavam ao ver o seu amado. Guaraci se aproximou um pouco mais e estendeu a mão direita. Jaciara correspondeu.
– Qual o seu nome? – Perguntou Guaraci, sem saber se ela entendia a sua língua.
– Jaciara. – Respondeu timidamente, quase escondendo a última sílaba em seu sorriso.
Guaraci ficou espantado por ela saber a sua língua. Na verdade, os botocudos entendiam a língua dos tupis, devido ao contato que tiveram com outras tribos.
– Eu me chamo Guaraci. – Falou sorrindo, coração disparado. Há muito tempo queria ter tido essa conversa e agora estavam tendo o primeiro contato físico.
– Gua-ra-ci. – Jaciara repetiu pausadamente o seu nome, sorrindo e, sem entender, uma conexão muito forte havia entre eles.
Guaraci a abraçou e encostou o corpo de Jaciara junto ao seu. Sentiu o calor dos lábios da jovem de Cariacica. Um beijo doce capaz de arrebatar-lhes ao paraíso.
Enquanto se beijavam, não viram a hora passar. As mulheres dos botocudos já haviam coletado toda a água suficiente. Do lado dos temininós, todos já estavam prontos para voltar para a aldeia. Guaraci e Jaciara não apareciam.
– Onde será que está Jaciara? Ela demora tanto. – Indagou uma das mulheres.
– Acho melhor alguma de nós ir atrás dela por essa mata. Pode ser que ela se perdeu. – Idealizou outra delas.
– Isso, vá você mesmo Djukurnã.
Djukurnã entrou na mata rasteira rumo às pequenas colinas para saber do paradeiro de sua companheira. Ela não sabia que do outro lado estava Jaciara com o seu jovem Guaraci do povo inimigo.
Seria um absurdo se os dois fossem apanhados juntos. Quando Djukurnã apareceu nas campinas abertas, onde estava Jaciara, encontrou a jovem sozinha, caminhando com um sorriso no rosto. Guaraci já havia se retirado e pegado um caminho lateral que leva para o norte, além do rio.
Por pouco os dois não foram apanhados juntos, o que seria um grande problema para as tribos. Uma guerra estava prestes a ser declarada e esse romance proibido só traria problemas.
– Jaciara! Até que enfim! O que está fazendo aí?
Jaciara estava incapaz de pronunciar sequer uma palavra, com um sorriso estampado de ponta a ponta do seu belo rosto. Ela estava completamente diferente daquela menina que havia horas atrás deixado as mulheres às margens do rio.
Djukurnã perguntou novamente e, sem reposta, deu-lhe um cutucão no ombro.
– Hei! Estou falando com você! Me responde!
Jaciara, enfim, foi trazida de volta ao normal. E sorrindo como uma menina boba respondeu:
– Estou voltando pra aldeia e você?
Djukurnã fez sinal de desdém com a cabeça, pegando na mão esquerda de Jaciara e regressando pelo caminho rumo ao rio. “Ah, essas adolescentes...” – Pensou.
Alguns dias se passaram após os jovens botocudos serem pintados. Estavam prontos para a guerra e agora recebiam as ordens do cacique.Eles se levantariam bem cedo e atravessariam o rio Santa Maria para encontrar desprevenido o povo inimigo. Todos os jovens, rapazes, estavam convocados para a batalha.Ao ouvir isso, Jaciara entristeceu-se e uma lágrima ameaçou rolar por um de seus olhos. Ela não podia imaginar seu amado em perigo, correndo o risco de ser morto por seu povo. Ela queria fugir daquela realidade, mas deveria encarar sem saber o que fazer – se é que ela poderia fazer algo.Estava decidido. Os aimorés iriam se levantar contra os temininós logo cedo. Nada poderia mudar a decisão do cacique – que era a autoridade máxima do seu povo.Jaciara aguardava por notícias aflita. Os jovens do seu povo já haviam partido para as outras bandas d
No ano em que as caravelas portuguesas de Vasco Coutinho encontraram a costa capixaba, índios de todo o estado do Espírito Santo mantinham seu estilo de vida caçador-coletor. A preocupação com o meio ambiente era de grande importância para os nativos. Toda a Terra representava para eles a deusa mãe. Deveriam preservar essa grande casa, cuidando da manutenção do ecossistema.Antes da chegada dos portugueses, Cariacica era uma cidade de grande preservação ambiental. Muitas árvores cobriam seu relevo de morros, apresentando algumas campinas, onde muitas das lendas aconteciam.No dia 23 de maio de 1535, Vasco Coutinho, fidalgo português, desembarca no inexplorado solo capixaba. Agora o sossego dos povos nativos estava dando lugar a um cenário de disputa e negociação.Por volta de junho daquele ano, algo surpreendente tomou a atenção dos í
Ajaw estava viajando ao redor das Américas com seus companheiros. Precisavam espalhar o segredo milenar com mais povos e repartir os tesouros dos maias, pois temia ser apanhado pelos espanhóis. Não queria jamais que toda essa preciosidade se perdesse nas mãos dos europeus. Portanto, havia idealizado dispersar o tesouro com os povos. Isso não ocorreria apenas nas Américas como, também, bem distante dali, em Bali – na Indonésia.– Vejam. Temendo a destruição da história do meu wínik (povo) após a derrocada de nosso império para os homens brancos, decidimos separar os nossos mais nobres tesouros e reparti-los com os povos suku'un (irmãos). Trouxemos algo para vocês esconderem em locais extremamente protegidos e que não correm o risco de nunca serem violados. Vocês também não podem contar esse mukul ts
No ano de 2016, um jovem se aventurou na mata da Serra do Anil, às margens da BR-101. A mata é de vegetação rasteira, com gramíneas, algumas delas espinhosas, bromélias e algumas árvores.A área está próxima à pedreira, também se trata de uma área particular (sítio) inabitada. Não há praticamente nada ali.Mas a movimentação do jovem foi notada por quem se encontrava aos pés da serra, do lado de Cangaíba. Logo, informaram à polícia que alguém estava dentro da área particular.O jovem adentra na mata e começa a subir a serra. O local não apresenta marca de que foi visitado nos últimos dias. “Tudo indica que é um lugar de pouca importância.” – Pensou o jovem.De longe, se ouvia som de cachorros latindo, muito agitados. O som vinha d
GRAÚNA, agosto de 1998.Durante a noite do dia 12 de agosto de 1998, o céu foi iluminado por clarões. A Terra estava cruzando a trajetória do cometa Swift-Tuttle. O mesmo que ocorrera no ano de 1992, agora se repetia, sendo visto e narrado em Graúna – um bairro de Cariacica.As famosas estrelas cadentes são vistas todas as noites, solitárias, mas com pouca frequência. Quando há algum comportamento eletromagnético distinto ou quando ocorre alguma aproximação de um cometa, pode acontecer de as estrelas cadentes se mostrarem em maior escala.Uma chuva delas foi vista naquela noite, em Graúna. O interessante é que não somente foram vistos os fragmentos tocando nosso Planeta nos ares como, também, pedacinhos desses fragmentos tocaram nosso solo.Graúna foi atingido por algumas dessas pedras. Felizmente, ningué
OVNI NO MOXUARA, data incerta.Relatos de moradores do Vale do Moxuara nos falam de objetos voadores sobre o monte. Objetos se moviam aleatoriamente dentro das casas, pedras apareciam e desapareciam no telhado das residências. As histórias eram assustadoras e deixavam qualquer um bastante atemorizado.Um antigo morador da região relata que viu um homem correndo entre os canaviais de uma ponta para a outra. Quando buscou avista-lo novamente, não o encontrou. Em outro momento, o mesmo homem foi avistado, portando uma capa.Uma energia diferente paira sobre o Vale do Moxuara, local muito carregado eletricamente. Talvez ali estão enterrados tesouros milenares jamais desbravados pelos europeus. Há ali alguns pontos de conexão de objetos voadores, numa espécie de ponto de parada (pouso).Em fevereiro de 2020, um OVNI foi avistado em Cariacica, próximo ao monte Moxuara. O evento foi foto
REDEMOINHO DA ALDEIA DOS COCOS, data incerta.Na Aldeia dos Cocos, região rural de Nova Campo Grande, um grande redemoinho tomou conta duma tarde de final de inverno.O céu estava limpo e nenhuma nuvem de chuva. Geralmente os ventos fortes, do tipo de tornado, acontecem quando há uma grande nuvem de tempestade (mais precisamente do tipo chapéu) a uma altura próxima do solo.Mas naquela tarde, nenhuma das poucas nuvens no céu aparentava ser uma nuvem de tornado. O vento fresco passava forte a uma velocidade de aproximadamente cinquenta quilômetros por hora.Próximo aos coqueiros, às margens de um riacho, um redemoinho surgiu, espantando os poucos moradores do local.Do meio do redemoinho, surgiu uma figura como a de um homem de branco, de pele negra. Aquele indivíduo ficou no meio do redemoinho por cerca de trinta segundos até desaparecer. Os ventos fortes continuaram ao lon
É um tanto bizarro acreditar nisso, mas há quem vê em Cariacica lendas e mais relatos de OVNIS e outras aparições. A ufologia pode encontar aqui um excelente campo de pesquisa.Principalmente na zona rural da cidade, em Roda D'água, em especial, é possível coletar relatos de pessoas que tiveram algum contato, alguma conexão alienígena.Objetos e mais objetos. Dos mais bizarros e improváveis aos mais discretos e contestáveis. Há quem diga que recebeu uma visita alienígena em sua casa, de madrugada.– Chamem a polícia! Eu vi alguém tentando entrar em casa.– Mas ele não tentou e sim entrou! Eu vi as luzes piscando no meio da escuridão. Não era um ladrão. Só poderia ser um ET.Há quem tenha visto, se aproximado e até mesmo se apaixonado por um extraterrestre.– Eu