EmmaEu estava de volta à terapia com Mia. Ainda não consigo acreditar que fui ao consultório de Calvin e pedi desculpas. Para ser honesta, quando se trata de Calvin, nunca fiz algo tão ousado antes."Emma?"Paro de olhar para a parede e me concentro em Mia. Minha cabeça ainda estava uma bagunça, mas lentamente senti que estava começando a juntar as peças."Sim?""Você estava me dizendo que pediu desculpas a Calvin", ela empurra os óculos para cima do nariz.O umidificador fez ruídos suaves enquanto empurrava o aroma calmante de lavanda para o ar ao redor. Eu me senti relaxada. Senti como se estivesse flutuando. Talvez fosse hora de investir em aromaterapia porque, até agora, eu gostava de como ela me fazia sentir."Sim, eu gostei", respondo depois de me puxar do estupor nebuloso. "Você me fez perceber que eu estava errada na forma como tratei Calvin e, embora eu tivesse reconhecido meus erros, nunca me desculpei com ele.""E como você se sentiu depois de se desculpar com ele?"“Um pou
Ava deu a ele o tipo de amor maternal que ele não tinha de mim. O tipo de amor que ele ansiava que eu desse a ele. Eu vejo isso agora. O momento em que ele conheceu Ava. O momento em que ela o acolheu, mesmo antes da verdade vir à tona. É o momento em que ele desistiu de mim. É o momento em que Gunner parou de se importar com um relacionamento entre nós."Eu ouvi você, Emma." Mia me dá um lenço de papel. "Eu ouvi você, mas eu tenho que perguntar, onde estava essa mesma determinação naquela época? Por que você se recusou a ter um relacionamento com Gunner?"Eu me fiz a mesma pergunta várias vezes.Por oito anos, eu neguei sua existência. Por oito anos, eu o tratei como se ele não importasse. Por oito malditos anos eu o segurei à distância."Eu sei que é um motivo estúpido agora que penso nisso, mas naquela época eu não queria nada nem ninguém me lembrando da vida que eu tinha quando Rowan e eu estávamos separados. Para mim, Gunner foi um erro. Ele nunca deveria ter sido concebido. Eu nã
As palavras de Mia ainda continuavam a ecoar na minha cabeça enquanto eu me dirigia para o meu carro. A verdade tinha sido brutal. Não era fácil engolir a pílula amarga, mas devo engoli-la.Em vez de sair do estacionamento como costumo fazer, apenas sento no meu carro e deixo as lágrimas caírem. Eu não conseguiria pará-las, mesmo se quisesse. O espaço se enche com os sons dos meus gritos. Meus soluços são arrancados de dentro enquanto o peso de todas as minhas ações me derruba.Minha cabeça cai contra o volante porque não consigo mais segurá-la. Eu usava minha vergonha como uma segunda pele. Estava incrustada profundamente dentro de mim como uma porra de uma tatuagem.Por que deixei chegar tão longe? Por que o machuquei daquele jeito? Por que permiti que meu egoísmo manchasse o vínculo que eu poderia ter com Gunner?Por quê. Por quê. Por quê?Se eu soubesse que um dia desejaria segurar Gunner em meus braços. Estar em sua vida. Que ele me chamasse de mãe. Eu teria me agarrado a ele como
Dando uma última olhada no carro, ela entra. Então, ela para por um tempo enquanto seus olhos se movem pelo espaço.Provavelmente já faz anos desde que ela pisou pela última vez nesta casa. A última vez que ela pisou foi depois que ela levou um tiro durante o enterro do pai.Seus olhos estão assombrados. Eu posso ver as sombras brincando atrás deles. O fardo das memórias manchadas que ela carregava desta casa e das pessoas nela. Gunner carregaria as mesmas sombras por minha causa? Por causa do que eu fiz?Eu não queria isso.Eu não estava por perto muito depois que ela e Rowan se casaram, mas eu estava lá quando éramos mais jovens. Não tenho orgulho de dizer que, assim como todo mundo, eu a ignorei. Nós deveríamos ser irmãs, mas eu a tratei como se ela não pertencesse. Assim como todo mundo.Olhando para ela agora, eu vejo do que Mia estava falando. Ava ainda estava assombrada. Ainda marcada pela forma como ela foi tratada desde criança. Ela não merecia nada disso."Sinto muito", sussu
HarperJá faz quase duas semanas desde que Gabriel me fez promessas que destruíram todas as reservas que eu tinha sobre dar a ele uma segunda chance.Juro, nunca pensei que poderia ser tão feliz.Minha vida com Liam era boa, mas com Gabriel é melhor. Talvez porque Gabriel é o homem que eu amava. O homem que meu coração segurou por quase uma década.Eu estaria mentindo se dissesse que não estava com medo. Ainda havia uma pequena parte de mim que esperava que isso acontecesse. Afinal, não seria a primeira vez na minha vida que um ente querido seria tirado de mim.Há também o medo de que isso seja fácil demais, sabe. Tipo, não deveria ser um pouco mais difícil? Um pouco mais desafiador... Ou são apenas minhas tendências de autossabotagem falando?Talvez eu esteja tão acostumada a não ter as coisas acontecendo do meu jeito, o que me faz questionar as coisas quando acontecem."No que você está trabalhando?" Gabriel aparece do nada, me assustando pra caramba.Com a mão no peito, tento acalma
Harper"Quero que você e Lilly me acompanhem em algum lugar", Gabriel anuncia.Eu estava em nosso quarto, dobrando roupas limpas. Claro, temos uma empregada, mas não estou acostumada a ficar sentada e ficar de braços cruzados. É estranho que eu costumava fazer tudo sozinha e agora tem outra pessoa fazendo essas coisas para mim. Gosto de me manter ocupada. Não posso passar o fim de semana inteiro sem fazer nada."Seus pais estão vindo para o jantar, Gabriel, ou você esqueceu disso?", pergunto.Pego algumas das roupas dobradas e entro no closet, onde as coloco nas respectivas gavetas. Gabriel, assim como eu, é muito organizado. Liam não era, e isso costumava me irritar a ponto de me deixar louca.Éramos casados, então tínhamos que encontrar uma maneira de conviver com as falhas um do outro. Nem sempre era fácil, mas encontramos uma maneira de chegar a um acordo.Saio do closet e o encontro sentado na cama. Ele está dobrando algumas das roupas que estavam na cama."Não, eu não esqueci", e
Sacudindo-me, empurro esses pensamentos de volta. "Eu não sei. Ele disse que é uma surpresa.""Eu amo surpresas!" Ela grita."Isso faz um de nós", eu murmuro. "Vamos embora."Lilly cuidadosamente coloca seu livro de lado antes de pular da cama. Ela pega minha mão e me puxa para fora do quarto. Encontramos Gabriel esperando por nós na porta, suas pernas cruzadas nos tornozelos enquanto suas mãos estão cruzadas sobre seu peito largo.Ele está vestindo uma camiseta preta com decote em V que abraça seu ombro como uma segunda pele. Suas coxas grossas estão envoltas em um par de jeans Calvin Klein. Há algo nele nessa pose que o torna mais atraente."Gostou do que vê?" Gabriel provoca com um sorriso, suas palavras me tirando dos meus pensamentos."Hmm", eu murmuro.Lilly faz um som de clique que me lembra que ela está presente. "Eu sei que o papai é bonito, mas vocês dois são nojentos.""Espere até você crescer e conhecer o homem que faz seu coração disparar", eu a provoco, beliscando suas bo
Olho para ele, estupefata. Tento falar, mas nada sai da minha boca enquanto meus olhos continuam mudando de Gabriel para a casa."Esta casa é linda", Lilly grita, sua excitação evidente enquanto ela pula de um pé para o outro, quase como se estivesse morrendo de vontade de nos deixar e ir explorá-la. "É aqui que ficaremos? Esta é a nossa nova casa?"Os olhos de Gabriel deixam os meus e se movem para nossa filha, que está sorrindo de orelha a orelha. "Se sua mãe ama, então sim, esta será nossa nova casa."Meus olhos se movem de volta para a casa, olhando para ela com um pouco de admiração.A mansão se ergue majestosamente contra um pano de fundo de colinas ondulantes, sua grandeza evidente de todos os ângulos. É uma mistura harmoniosa de elementos clássicos e modernos, apresentando um exterior de mármore branco imaculado que brilha à luz do sol. Pedras intrincadas adornam os cantos e arcos, adicionando um toque de elegância atemporal.A entrada é dominada por um par de imponentes portas