Capítulo 152Quando o coração é dividido entre o amor e a obrigação, a dor se torna inevitável.O sábado amanheceu tranquilo, mas o coração de Julian estava inquieto.Ele estacionou o carro em frente à casa de Ariadne e olhou para o relógio. 10h da manhã.Com suas chaves entrou e estranhou o silêncio. Subiu os degraus apressadamente, ansioso para vê-la.— Vida! — chamou, batendo levemente na porta.Nenhuma resposta.Ele franziu a testa.Girou a maçaneta e entrou. O quarto estava escuro, apenas uma fresta de luz entrava pela cortina mal fechada.Ao se aproximar da cama, um sorriso brincalhão surgiu em seus lábios.— Ainda na cama, amor?Esperava que ela resmungasse algo ou puxasse os lençóis de forma preguiçosa, mas o que encontrou o fez perder o sorriso na mesma hora.Ariadne estava completamente encolhida, coberta até a cabeça.— Vida... — ele se abaixou ao lado da cama e puxou o lençol devagar.Ela não resistiu.Quando finalmente conseguiu ver o rosto dela, o peito dele se apertou.
Capítulo 153A Tempestade Que Vem do CoraçãoA boate Red Scorpion estava em seu auge. Luxo, glamour e desejo preenchiam o ambiente, enquanto os convidados mais influentes da cidade brindavam à noite de celebração. O aniversário de Marco Santouro deveria ser uma das festas mais memoráveis do ano.As luzes vermelhas e douradas refletiam nos cristais das taças, enquanto a música pulsava, elevando a energia do salão. Mulheres deslumbrantes riam ao redor do bar, homens poderosos conversavam sobre negócios sujos, e dançarinas encantavam a multidão.Mas Marco? Marco não estava ali.2h da manhã.Os olhos dele se voltaram para o grande relógio de ouro sobre a parede. Ariadne não veio. Nem Julian. Nem Aidan.E com isso, algo se quebrou dentro dele.Por um instante, ele ficou imóvel no canto da boate, segurando um copo de whisky que já não tinha gosto. Uma dor surda e profunda começou a rasgar seu peito.— Ela está com eles.O pensamento explodiu em sua mente como um raio.Aquela era sua noite.
Capítulo 154 Quando a Vingança Sai do ControleMarco desceu do palco sem pensar, indo direto ao encontro de Ariadne. Mas assim que ela o viu, deu as costas.O peito dele apertou. Ele precisava falar com ela, explicar, implorar, qualquer coisa.Mas Julian colocou a mão em seu peito, impedindo-o de avançar.— Agora não, Marco.Marco rosnou. O sangue fervia dentro dele, Mihai rugia, inquieto.— Não toque em mim! — retrucou com a voz carregada de fúria.Aidan entrou no meio, cruzando os braços.— Cara, você fez merda. Agora espera.Marco não esperou.Empurrou Aidan, que tombou e se apoiou em Julian.Marco partiu a procura de Ariadne. Enquanto isso, Ariadne já estava do lado de fora, com o peito subindo e descendo, tomada por uma vontade de gritar, mas nem isso ela conseguia.De repente, ela ouviu seu nome sendo chamado.— Ariadne!Ela começou a andar sem rumo. Ela só queria sair dali, se afastar daquele lugar, daquela dor, mas não sabia para onde ir.Julian e Aidan saíram da boate logo
Capítulo 155O que acontece se Mihai não quiser devolver?Ariadne olhou fixamente para Julian. Seu olhar dizia tudo.— Ju, o que você sabe sobre fusão? Seu olhar me diz que já viu ou ouviu falar sobre isso.Julian desviou o olhar, mexendo na gola da camisa como se precisasse de mais ar.— Vida, podemos conversar sobre isso na sua casa. Eu não quero que você fique nervosa agora. Choveu muito, a estrada está escorregadia.Ariadne percebeu que ele estava evitando, mas decidiu não pressionar.— Tudo bem.Quarenta minutos depois, eles chegaram na casa dela. Aidan, sonolento no banco de trás, espreguiçou-se.— Delícia, você se importa se eu dormir um pouco? Estou cansado.Ariadne sorriu e beijou sua testa.— Amor, toma um banho e fica quietinho, tá bom?Aidan a abraçou e cochichou em seu ouvido:— Me chama para namorar um pouco.Ela riu e o empurrou levemente, corando. Julian balançou a cabeça em reprovação.— Bom descanso, irmão.Ariadne pegou Julian pela mão e o conduziu até a cozinha.—
Capítulo 156E se essa for a única forma?Marco assentiu.— Se nossos pais não tivessem feito o acordo, nem Mihai nem Calysta teriam feito nada para nos proteger. Teríamos morrido no massacre. E eles teriam procurado outras pessoas.Ariadne se levantou abruptamente, dando passos nervosos pela cozinha.— Isso é doentio! Então quer dizer que, no fim, não importa quem eu sou, o que eu quero... só importa essa maldita linhagem?!Marco também se levantou, mantendo a voz firme.— Eles nos amaram, Ariadne. Nos protegeram. Porque nós aceitamos dar a eles o que pediram. Aceitamos usar nossos dons para continuar essa linhagem.Ela sentiu a raiva crescer dentro de si.— E se eu não aceitar?Julian, que até então estava calado, encarou Marco.— Então Mihai vai encontrar outro meio.Ariadne sentiu um arrepio gelado percorrer sua espinha.— Você está me dizendo que não tenho escolha?Marco abaixou a cabeça, evitando seus olhos.— Calysta viu o massacre antes de acontecer. Ela nos protegeu e disse q
Capítulo 157Calysta e Ariadne, onde termina o amor e começa o destino?Aidan despertou com os primeiros raios de sol entrando pela janela. O silêncio na casa era confortável, e, ao olhar para o lado, viu Ariadne dormindo profundamente, o corpo relaxado depois da noite intensa de emoções.Ele sorriu com ternura, estendeu a mão e acariciou o rosto dela suavemente. Suspirou, sabendo que, apesar de tudo, aquele triângulo que os envolvia não tinha uma resposta fácil.Aidan se levantou devagar, se vestiu e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si sem fazer barulho. Precisava de um tempo para si, então decidiu voltar para casa.Já passavam das 11h da manhã quando Julian acordou. Ao rolar para o lado, percebeu que Aidan não estava mais ali.Ainda deitado, pegou o telefone e discou para o irmão.— Aidan, onde você está?— Voltei para casa, Ju. Precisava pensar um pouco. Mas está tudo bem.— Tem certeza?— Absoluta. Não sou mais aquele cara ciumento e impulsivo. Fica tranquilo, ok? Se prec
Capítulo 158O amor que transcende o tempo e revela a alma— O que está acontecendo, Calysta? — Julian perguntou, sentindo o peso da emoção no olhar dela.Ela baixou a cabeça, e quando voltou a encará-lo, seus olhos estavam cheios de dor.— Você está aqui por ela, não por mim. E isso dói.Julian franziu a testa, surpreso com as palavras dela.— Calysta, eu te chamei aqui, então não é por Ariadne. Estou aqui por você!Calysta o abraçou forte, pressionando o corpo ao dele, como se quisesse absorver aquele momento.— Eu te amo, Julian. E você não tem noção do tamanho desse amor.Julian segurou o rosto dela entre as mãos, seus polegares acariciando as lágrimas que escorriam.— Posso te dar mais? Eu tenho mais para te oferecer?Ela sorriu levemente e assentiu.— Sempre tem.Ele a beijou, um beijo que começou suave, mas logo se tornou intenso. Calysta o ergueu no ar, seus corpos se fundindo no desejo, e o colocou dentro de uma bolha de luz dourada.Julian sentiu a energia vibrante ao seu re
Capítulo 159 Entre o amor e a traição, a dor de um homem que perdeu tudoMais tarde Julian foi ao Palácio ver seu pai.Ariadne não resistiu e foi até Marco, mas dentro do carro ligou para ele.— Boa tarde Marco, onde vc está precisamos conversar.— Oi Ariadne, estou na boate, o que precisa?Abre aporta, estou aqui. Só quero uma coisa, a verdade.— Oi Ariadne entre, quer beber algo?— Marco, vc me usou, usou a minha confiança, usou minha boate para desviar uma grande quantia de dinheiro, que na verdade, sei que não meu, mas passou pela minha boate e não quero mentiras. Ariadne manteve os olhos fixos em Marco, esperando que ele reunisse coragem para contar a verdade. O silêncio entre os dois era denso, pesado, como se cada palavra não dita fosse um peso a mais sobre seus ombros. Marco desviou o olhar, encarando o chão, respirando fundo antes de falar.Marco: "Você quer saber o que aconteceu? Você quer saber por que fiz tudo isso? Então escute, Ariadne. Mas eu não sei se você e