Capítulo 23Sei bem quem sou!Oi diário. O camarim é meu refúgio, um espaço onde posso ser eu mesma, ainda que apenas por alguns instantes. Hoje, enquanto passo o batom vermelho nos lábios, me pego olhando profundamente nos meus próprios olhos refletidos no espelho. Tento reconhecer a menina que fui, mas vejo apenas Calysta, a dançarina."Oi," murmuro para a imagem à minha frente. "Eu me chamo Calysta.Sou dançarina em uma boate em Orlando, na Flórida."Respiro fundo, sentindo o aroma dos cosméticos e o leve toque do batom ainda fresco. "Hoje será como todas as noites aqui. Homens vêm para se embriagar, trair suas esposas, e eu... eu danço, abrindo para eles o apetite, a vontade de se entregar à luxúria que guardam dentro de si."Enquanto coloco a máscara, sinto a transformação se completar. "Por que Calysta?" Me pergunto, ajustando o acessório que esconde mais do que apenas meu rosto. "Porque assim posso esconder quem sou, meu passado, e mostrar uma mulher madura e segura que nenhu
Capítulo 24 A Tragédia na Família do Conde Palácio Greenwich, 40 anos atrás: A mansão do conde ergue-se imponente, como uma testemunha silenciosa dos segredos e tormentos que suas paredes antigas guardam.Greenwich, com sua decoração austera, os móveis robustos e os corredores sombrios refletem a frieza e a melancolia que permeiam a vida do conde. Cada canto da mansão é um eco do passado, um passado marcado por dor e arrependimento. Voltamos no tempo, para uma época em que o conde ainda não carregava o peso da tragédia. Era um jovem de 18 anos, apaixonado, envolvido em um romance proibido com uma bela camponesa. Eles se encontravam às escondidas, longe dos olhos vigilantes de seus pais. A beira do rio era o refúgio deles, onde trocavam beijos e promessas de amor eterno. Um escritório luxuoso na mansão, com uma lareira acesa e paredes adornadas com retratos ancestrais da família. O jovem Alfredo de Albuquerque está de pé, de costas para a lareira, observando o fogo crepitar
Capítulo 25O conflito de Alfredo de Albuquerque. O quarto do jovem conde estava tomado pela fúria. Ele destruía tudo ao redor: móveis, objetos pessoais, qualquer coisa que cruzasse seu caminho. O eco dos seus gritos era um reflexo do turbilhão interno que ele enfrentava.Alfredo: (gritando e chorando) "Por quê? Por que isso teve que acontecer? Eu a amava!"Caindo de joelhos no chão, ele segurava a cabeça entre as mãos, tremendo enquanto as lágrimas caíam incontrolavelmente. A dor da perda esmagava sua alma, transformando cada memória feliz em uma lembrança insuportável.Semanas DepoisO Palacio Greenwich, antes um símbolo de grandiosidade, agora parecia um túmulo sombrio. O jovem conde vagava pelos corredores como um fantasma, com a aparência desgastada, os olhos vazios e a postura derrotada.Alfredo: (pensando) "Tudo o que eu amava foi arrancado de mim. Agora, só me resta essa dor incessante."Ele se tornou uma pessoa fria, amarga e distante, evitando qualquer interação que exigiss
Capítulo 26Quando o destino de uma dinastia é decidido pela dança do coração.O grande salão de café da manhã no Palácio Greenwich estava silencioso como sempre. Os empregados movimentavam-se como sombras, servindo café e pães frescos enquanto os três homens da casa permaneciam sentados à longa mesa de carvalho. O Conde Alfredo, ao centro, tomava seu café com a postura rígida e imponente de sempre. Aidan estava relaxado, inclinando-se na cadeira, enquanto Julian mantinha-se sério, encarando o prato à sua frente sem tocar na comida.O silêncio era uma constante nas refeições, mas naquele dia, ele seria quebrado de forma inesperada. Conde Alfredo colocou a xícara no pires com um som seco e ergueu os olhos para os filhos.— Conde Alfredo: — “Meninos, quero falar com vocês.”Aidan e Julian levantaram os olhos, curiosos. Era raro o pai iniciar uma conversa durante o café da manhã.— Conde Alfredo: — “Como vocês sabem, eu herdei o trono do meu pai aos 22 anos. Sempre foi assim na nossa fam
Capítulo 27Entre planos e sedução, o palco está armado.🎂 Aniversário de 28 anos dos gêmeos. 🎂Três Horas Antes da FestaNa biblioteca da mansão, Aidan e Julian estão diante do conde. Aidan, o mais ambicioso dos dois, tenta convencer o pai de que ele é o mais apto para assumir o legado.Aidan: "Pai, vou assumir o reinado sozinho. Julian não tem interesse, e eu sou o mais capacitado."Julian, relaxado em uma cadeira próxima, observa a cena com um sorriso de desdém. O conde, sentado em uma poltrona de couro, ouve em silêncio antes de falar.Conde: "O trono não será dado. Será conquistado. O único que provar seu valor receberá tudo."Aidan franze a testa, confuso.Aidan: "E como pretende medir isso?"O conde esboça um sorriso frio.Conde: "Quem conseguir se aproximar de Calysta será o escolhido."Os irmãos ficam atônitos. Aidan se recupera primeiro.Aidan: "Pai, isso é ridículo. Todos sabem que ela não fala com ninguém!"O conde mantém o sorriso, satisfeito com a resistência de Calyst
Capítulo 28Ela sera minha.As cortinas se abrem lentamente, revelando Calysta sentada em uma poltrona vermelha elegante, as pernas cruzadas e um leque nas mãos. Seu vestido é de cetim preto, justo no busto e se abrindo em uma saia esvoaçante, com detalhes em renda dourada que brilham à luz suave do salão. A máscara preta, adornada com pequenas plumas e pedras, cobre metade de seu rosto, deixando os lábios pintados de vermelho à mostra.Com os olhos fechados, Calysta respira fundo, absorvendo a energia do público. Quando finalmente abre os olhos, seu olhar é penetrante, varrendo o salão de um lado ao outro, examinando cada rosto. Há um silêncio quase palpável na sala, enquanto todos prendem a respiração, sentindo um calor subir pela espinha ao serem encarados por aqueles olhos hipnotizantes.A música começa a tocar, e Calysta se levanta graciosamente, movendo-se com uma fluidez que faz parecer que está deslizando pelo chão. Ela gira o leque com destreza, cada movimento calculado para
Capítulo 29Quem são eles?💋O Impacto em Calysta💋Calysta girou uma última vez, os pés descalços tocando suavemente o palco de madeira polida. Ela parou de frente para os dois irmãos, separados apenas por um braço de distância. Seus olhos, por trás da máscara preta, encontraram primeiro os de Aidan. A chama que queimava ali era impossível de ignorar. Seu corpo reagiu instintivamente, o coração disparou, e uma corrente elétrica pareceu atravessar cada centímetro de sua pele.Mas então, ela olhou para Julian.Ali não havia fogo. Havia algo muito mais profundo, muito mais perigoso. Havia um mar calmo, mas cheio de correntes que poderiam arrastá-la para as profundezas. Era um olhar que não pedia seu corpo, mas sim sua alma.Seu coração estava uma bagunça. Dois olhares, duas forças, dois destinos diferentes colidindo dentro dela ao mesmo tempo."O que está acontecendo comigo? Quem são eles? Por que eu sinto que minha vida inteira pode mudar por causa desses dois homens?"A música termino
Capítulo 30Entre névoas e música, duas almas buscam o coração de uma mulher misteriosa.Nos sonhos de Calysta, ela não era apenas a dançarina do palco. Era Ariadne, a garota de Santa Clara, mas diferente, mais madura, mais poderosa. O ambiente ao seu redor era nebuloso, etéreo, como se estivesse suspenso entre a realidade e o imaginário. A névoa prateada envolvia tudo, enquanto um brilho suave iluminava o espaço, tornando-o ao mesmo tempo misterioso e fascinante. Havia algo de mágico, como se o tempo e o espaço tivessem deixado de existir.Dois homens mascarados surgiram na névoa, suas silhuetas ganhando forma à medida que se aproximavam. Ambos estavam impecavelmente vestidos em ternos negros que pareciam moldados aos seus corpos, irradiando uma aura de poder e mistério. Suas máscaras, embora semelhantes, carregavam detalhes que refletiam suas personalidades: uma tinha um toque mais feroz, com linhas afiadas; a outra era mais suave, quase melancólica.Calysta estava no centro do palc