Capítulo 189 A Verdade Sombria do CondeAriadne despertou com uma dor aguda na cabeça, a visão turva e o corpo rígido. Sua respiração estava entrecortada, o som da água caindo com força a frente trazia uma sensação surreal. O cheiro de terra molhada e folhas úmidas tomava conta do ar.Seus pulsos estavam amarrados com cordas grossas contra uma árvore. O pânico tomou conta dela antes mesmo que sua mente pudesse processar o que havia acontecido.Então, ouviu uma voz familiar.— Minha menina acordou.O tom baixo e rouco fez um calafrio percorrer sua espinha. Ariadne ergueu os olhos e viu a silhueta do Conde Alfredo diante dela.Seus olhos estavam diferentes. Escuros. Perdidos em um delírio que ela não conseguia decifrar.— Conde Alfredo! — Sua voz saiu trêmula, o desespero crescendo dentro dela. — O senhor me encontrou? Como chegou tão rápido?O Conde inclinou a cabeça levemente, como se ponderasse sua resposta. Então, um sorriso enviesado surgiu em seus lábios.— Minha menina, Julian n
Capítulo 190 Quando a Deusa Decide o DestinoO vento soprou entre as árvores, trazendo um silêncio inquietante enquanto Calysta emergia dos confins da mente de Ariadne.Seus olhos dourados brilharam como lâminas afiadas ao encontrar Conde Alfredo ali, parado, ofegante, perdido entre desejo e loucura.Ela sorriu lentamente.— Uau... então ele está aqui. — Sua voz saiu como um sussurro hipnotizante. — Ele veio pegar minha romani?Seus olhos dançaram pelo corpo dele, avaliando cada detalhe.— Julian, me perdoe... mas esse aqui... esse é meu.O Conde deu um passo à frente, seus olhos fixos nela.Calysta sorriu, inclinando a cabeça de lado, como uma predadora observando sua presa.— Quer brincar, meu Conde? Eu prometo que não vou fugir... e que vou te dar exatamente o que você quer.A expressão do Conde mudou. A respiração dele ficou pesada.— Você fez meu cacete pulsar, menina. — A voz dele saiu carregada de desejo, seus olhos escurecendo.Calysta deslizou a língua pelos lábios, aproxima
Capítulo 191O Beijo de Calysta e o Último PerdãoMarco entrou no quarto e parou ao ver Ariadne sentada ao lado do Conde. Seus olhos estavam abertos, mas ele não demonstrava nenhuma reação. Parecia em transe.O silêncio no quarto era quase sufocante.— Ariadne... onde está Julian? — Marco perguntou, se aproximando.— Está na reunião com a equipe de resgate. — Sua voz saiu baixa, quase um sussurro.Marco se sentou ao lado dela, notando a expressão de angústia em seu rosto.— Como você está?Ariadne suspirou, olhando para o Conde, ainda imóvel na cama.— Triste. Angustiada. Isso tudo... foi demais para mim.Marco assentiu, esperando que ela continuasse.— Ele me contou sobre sua primeira namorada, uma camponesa de 16 anos que tinha a minha aparência. — Ela desviou o olhar. — Ele disse que, quando me viu pela primeira vez na boate, achou que eu era ela.— Porra... — Marco murmurou, esfregando o rosto. — E você sentiu a dor dele, não foi?— Senti. — Ariadne assentiu lentamente. — Mas tamb
Capítulo 191A Redenção e a EternidadeO céu ainda estava escuro quando Ariadne abriu os olhos. Um chamado a despertara, assumindo o controle. Era Calysta ela já sabia para onde precisava ir.Silenciosa, deslizou para fora da cama, vestindo apenas um robe fino que dançava com o vento da madrugada. Saiu do quarto e caminhou pelo corredor do hotel sem hesitar. O policial postado na porta do Conde olhou para ela, confuso.— Pode ir, seu serviço acabou. — A voz dela era baixa, mas firme.O homem hesitou por um instante, então sentiu um calafrio inexplicável percorrer sua espinha. Algo nos olhos dourados daquela mulher o fez apenas assentir e se afastar.Calysta abriu a porta.O Conde Alfredo já estava desperto, sentado na poltrona, sabendo que ela viria.Flashback. —Desperte Conde Alfredo. As 5 horas da manhã virei busca-lo.Calysta sussurrou no ouvido do Conde e depois se afastou...Ele sorriu. Ao vê-la entrar no quarto.— Você veio, minha deusa?Calysta se aproximou, estendendo a mão.
Capítulo 193O Luto e a EsperançaO Retorno ao HotelO caminho de volta ao hotel foi silencioso.Julian e Ariadne caminhavam lado a lado, mas nenhum dos dois conseguia encontrar palavras para o que tinham acabado de viver.A única certeza era que o Conde Alfredo se foi.O vento da manhã soprava suavemente, trazendo uma brisa salgada do oceano. O sol começava a aquecer a pele deles, mas nada parecia dissipar o peso que pairava sobre Julian.Ao entrarem no quarto, Julian foi direto para o banheiro.Ariadne observou quando ele fechou a porta atrás de si.Ela sabia que ele precisava de um momento sozinho. Então, esperou.Mas os minutos se transformaram em meia hora.E o silêncio foi interrompido por soluços.A água quente caía sobre Julian, mas não trazia nenhum alívio.Ele caiu de joelhos, os ombros tremendo enquanto segurava o próprio corpo.Seu pai se foi.Não havia mais nada a ser feito.Julian sentiu uma dor avassaladora dentro do peito.Mesmo depois de tudo, era seu pai.Ele o odio
Capítulo 194 Dança, Amor e a Vida que ConstruíramA brisa salgada das Maldivas carregava o aroma do mar misturado ao cheiro de lenha queimando. A noite estava quente e iluminada pela fogueira que dançava ao centro da roda de ciganos. Julian e Ariadne tinham conhecido a comunidade local que vivia em uma aldeia próxima e que, apesar da vida simples, carregava nos olhos o brilho intenso de quem vivia em liberdade.Os ciganos vendiam artesanatos, teciam pulseiras de contas coloridas e assavam peixes frescos na praia, temperados com especiarias exóticas. O cheiro era irresistível. Ariadne se encantou com o ritmo das danças, a forma como os corpos giravam ao redor do fogo, entregues ao chamado da música.Julian a puxou para perto.— Está feliz, vida?Ariadne sorriu, seus olhos brilhando com a luz das chamas.— Muito. Eu nunca imaginei viver algo assim.Uma cigana mais velha aproximou-se e entregou um lenço vermelho para Ariadne.— Dança, menina. A lua te chama.Ariadne sorriu, pegou o lenç
Capítulo 195 O Chamado da TradiçãoO sol da manhã iluminava suavemente a mansão onde Julian e Ariadne estavam acomodados após o retorno da lua de mel. Já fazia uma semana desde que tinham voltado das Maldivas, e ainda estavam se adaptando à rotina. Ariadne estava na sala, folheando alguns documentos sobre a nova coleção da sua marca de lingerie, enquanto Julian analisava os números da galeria de arte.Foi quando a porta se abriu sem cerimônia e Marco entrou, sorrindo de orelha a orelha.— Bom dia, casal apaixonado!Ariadne ergueu os olhos e riu.— Marco, você nunca bate antes de entrar?— Pra quê? A casa é de vocês, mas eu sou praticamente da família.Julian estreitou os olhos, já sentindo que vinha alguma loucura de Marco.— O que você quer, Marco?Marco se jogou no sofá, apoiando os pés na mesinha de centro e cruzando os braços atrás da cabeça.— Quero levar vocês para uma viagem.Ariadne franziu a testa.— Viagem? Marco, acabamos de voltar da lua de mel! Faz só uma semana!Marco s
Capítulo 196A Coroação e o Casamento CiganoO Passado de Julian e o Chamado ao TronoNa manhã seguinte, Marco levou Ariadne e Julian para um passeio. O sol nascia no horizonte, pintando o céu com tons dourados e alaranjados. Quando o carro se aproximou da entrada do palácio, Julian sentiu um aperto no peito. As torres imponentes, os corredores que antes ecoavam os passos de sua família… Tudo ainda estava ali, desgastado pelo tempo, esperando pelo seu retorno.— Julian, esse era o seu lar. — Marco disse, observando sua expressão nostálgica. — Aqui sua família viveu por gerações. Seus ancestrais governaram essas terras, alguns com justiça, outros nem tanto. Seu avô um dos melhores, governante. Seu pai… Bem, ele tentou, mas só cuidou do povo por cinco anos antes de ir embora.Julian não conseguia afastar a sensação estranha que o consumia. Sua mente viajou para o passado.Um flash de memória veio à tona. Ele e Aidan, ainda crianças, corriam pelos campos ao redor do palácio, os risos pre