Quem era Thomas? Herdeiro da família Peixoto da Cidade YJ, um major-general do exército, uma figura tão influente que um simples estalar de dedos dele poderia abalar toda a província.Como alguém ousaria bater em uma pessoa tão importante? Ele estava procurando a morte?!- Ademir! Você é um ingrato! Se Thomas soubesse, ele não teria te salvado, teria deixado você morrer na prisão negra! - Quiteria estava furiosa. - Depois de tudo que ele fez por você, você ainda bateu nele, isso é traição.- Ousa me bater? Você sabe as consequências disso? - Thomas tocou sua face ardente, e sua expressão se tornou sombria em um instante.Em toda sua vida, ninguém jamais havia ousado dar um tapa nele em público.- Eu bati sim. Você me colocou naquele lugar, não merecia isso? - Disse Ademir, friamente.- Ademir! O que você está falando? Foi Thomas quem te salvou! - Beatriz franziu a testa.- Me salvou? - Ademir deu uma risada sarcástica. - Ele me prejudicou, isso sim. Se não fosse pelas maquinações dele,
- O quê?Ademir tocou seu rosto ardente e se virou para olhar para Beatriz, meio incrédulo.Ele realmente não esperava que ela, por alguém que acabara de conhecer, desse um tapa nele em público.Essa sensação era quase como ter o coração perfurado por uma faca.- Eu...Beatriz olhou para a própria mão, hesitante em falar.Depois de bater nele, ela começou a se arrepender.No entanto, a situação era urgente naquele momento, e ela agiu por impulso.Se não parasse Ademir a tempo, as consequências seriam inimagináveis.Valia lembrar que Thomas era um major do exército, com poder e influência enormes.Ferir alguém como ele poderia levar à pena de morte.- Você me bateu? - Ademir franziu a testa, surpreso. - Por ele, por um estranho, você realmente me bateu?- Ademir, se acalme, eu fiz isso pelo seu bem. - Beatriz tentou explicar.- Me acalmar? - Ademir riu, com os olhos cheios de decepção. - Beatriz, como você espera que eu me acalme? Eu já disse claramente, foi Thomas quem armou para mim,
Neste momento, de repente uma multidão invadiu o salão.Todos eram soldados armados, exalando uma aura assassina.Assim que entraram, cercaram Ademir, com os canos das armas apontados para ele.Apenas esperando uma ordem para atirar e matar ele ali mesmo.- Thomas! Não o machuque! - Beatriz gritou alarmada.- Já que a Srta. Beatriz falou, naturalmente vou considerar. - Thomas sorriu levemente, limpando o sangue no canto da boca, e logo acenou com a mão. - Dispersem, deixem ele ir!- Sim, senhor! - Os soldados responderam em uníssono, imediatamente se dividindo em duas fileiras.Os movimentos deles eram coordenados, claramente bem treinados.Ademir se virou, lançou um olhar frio para trás, e saiu diretamente.Ao sair do hotel, a chuva começou a cair levemente.O vento frio soprava, trazendo um certo frescor, assim como o coração dele naquele momento.Nesse instante, um carro de luxo prateado parou repentinamente na entrada.A porta se abriu e Gabriela desceu, com uma expressão surpresa
Naquele momento, Gabriela estava realmente furiosa.A maneira como Ademir tratava Beatriz transparecia uma sinceridade inabalável em seus olhos. Logo, uma intensa onda de ciúmes e inveja a invadiu. No entanto, Beatriz não apenas ignorava esses sentimentos, como também se mostrava arrogante e até mesmo agressiva.Era uma atitude de ingratidão.Neste dia, Gabriela estava simplesmente exausta, incapaz de suportar mais essa situação. "Você pode bater nos outros, mas bater no meu homem, já é demais!"- Deixa para lá, Gabriela, vamos embora, não tem mais o que falar. - Disse Ademir, indiferente.- Reflita bem sobre o seu comportamento! - Rebateu Gabriela, bufando friamente e se virando para entrar no carro.Depois, fechou a porta bruscamente e foi embora.- Como pôde acontecer isso? - Murmurou Gabriela para si mesma, observando as luzes traseiras do carro se distanciando, parecendo um tanto desorientada.Ela tinha sido impulsiva, mas só não queria que Ademir cometesse um grande erro, apen
A marca vermelha de cinco dedos no rosto do outro nunca desapareceu.- Não dói. - Disse Ademir, sorrindo levemente.- O rosto pode não doer, mas o coração deve estar, né? A esta altura, você deveria desistir. Por qual motivo está sempre se torturando assim? Não seria melhor seguir comigo? - Sugeriu Gabriela, com as sobrancelhas arqueadas. - Como um homem de verdade, não posso sempre depender de uma mulher. - Afirmou Ademir. Gabriela estendeu seu dedo esbelto, tocou o queixo de Ademir e sorriu maliciosamente. - Qual o problema em depender de uma mulher? Isso também é uma habilidade! Além disso, com esse seu rostinho, seria um desperdício não estar comigo. Eu gosto do seu tipo. Tome um banho hoje à noite e venha aquecer minha cama. - Disse Gabriela.O canto da boca de Ademir se contraiu.Ele se sentia como se estivesse sendo assediado por um pervertido.- E então? Já decidiu? Vamos para a sua casa ou para a minha? - Indagou Gabriela. Gabriela olhou para ele sedutoramente. Seus lábios
No dia seguinte, pela manhã.Na Mansão dos Dragões.Débora vestia um deslumbrante vestido de gala prateado e, ao se observar no espelho, se sentia desconfortável.Normalmente, ela usava roupas mais práticas, uniforme militar ou roupas casuais.Era a primeira vez que estava usando um vestido de gala tão justo.- Líder, você está realmente linda hoje, olha só essa carinha, essa silhueta, é de tirar o fôlego, que homem não se encantaria? - Disse a vice-comandante Gargantas que estava ao lado, com os olhos fixos nela. Débora, que já era muito bonita, parecia ainda mais deslumbrante após se arrumar um pouco.Combinando sua beleza com a energia masculina em sua expressão, ela parecia linda e charmosa, atraente tanto para homens quanto para mulheres.- Você tem certeza de que esse vestido é bonito? Por que eu sinto que ele é meio estranho? - Murmurou Débora.- Claro que é bonito! Vestidos de gala são elegantes e destacam a figura, todas as belas mulheres se vestem assim, veja só, essa cintur
- Como assim? Não está bonito? - Perguntou Débora. Débora baixou a cabeça e deu uma olhada rápida, parecendo um pouco insegura.- Não é que não esteja bonito, é só que parece meio estranho, prefiro suas roupas de antes. - Respondeu Ademir com franqueza.Débora, que sempre esteve nos campos de batalha, tinha um ar de heroísmo que atraia as pessoas.Quando usava roupas de combate, ela era tanto bela quanto imponente, cheia de charme.Agora, vestida com roupas femininas, parecia um pouco deslocada.Continuava muito bonita, mas não parecia adequado.- O quê? - Murmurou Débora.Ao ouvir isso, o olhar incisivo de Débora imediatamente se voltou para gargantas, com um ar de interrogação.- Vou buscar um chá! - Disse Gargantas, assustado, rapidamente aproveitando a oportunidade para sair de fininho.- Bernardo, espere um pouco, vou trocar de roupa. - Disse Débora. Débora não hesitou e correu de volta para o quarto.Em pouco tempo, voltou vestindo um conjunto de roupas de combate vermelhas, de
Após deixarem a Mansão dos Dragões, Ademir e Débora, na companhia de alguns amigos, começaram explorando os pontos turísticos mais icônicos da capital provincial. Registraram momentos inesquecíveis com várias fotos, adquiriram lembranças para eternizar a experiência e, em seguida, se dirigiram à movimentada rua de comidas típicas no centro da cidade. Lá, se entregaram à degustação de diversas iguarias locais, imersos nas tradições culinárias.Para encerrar o dia com chave de ouro, decidiram assistir a um filme de ficção científica que estava em destaque nos cinemas. Quando saíram da sessão, o céu já estava mergulhado na noite, proporcionando o fechamento perfeito para um dia repleto de aventuras e novas descobertas.- Ademir, para onde vamos agora? - Perguntou Débora, animada, na porta do cinema. Aquela era a sua noite mais feliz e relaxante em dez anos.- Líder, já brincamos o dia todo, que tal voltarmos? - Sugeriu Cymbidium, que estava ao lado. Ela e Gargantas haviam protegido Débora