À luz suave, Francisca contemplava o rosto à sua frente, tão familiar que não sabia o que dizer. Antônio inclinou-se para beijar sua testa. As mãos de Francisca, sobre o cobertor, apertaram-se ligeiramente.- Estou um pouco cansada hoje, não estou com vontade. - Disse Francisca.Antônio hesitou por um momento, abraçou-a mais apertado, sem dizer nada. Francisca se recostou em seu peito e pôde ouvir as batidas fortes de seu coração.- Antônio...- Sim?- Você lembra do nosso primeiro abraço?Francisca perguntou de repente. Antônio, ao ouvir isso, se lembrou do primeiro abraço que ela lhe deu, na noite de núpcias. Seu pai havia falecido recentemente, mas ele a afastou.Sem entender por que Francisca estava perguntando isso de repente, ele pensou que ela estivesse culpando a si mesma:- Coisas do passado, não vão acontecer de novo.Ele raramente se desculpava, considerava isso um pedido de desculpas. No entanto, Francisca olhou para ele com perplexidade, sem entender o significado de suas
Francisca ouviu e levantou a mão para segurar a mão de Antônio, em seguida, o abraçou e deu um beijo suave em seus lábios. Ela pensou que seria só isso, mas Antônio colocou o café da manhã de lado e segurou firme a parte de trás da cabeça dela, intensificando todo o beijo.Não sabia por que, apesar de estarem fazendo algo tão íntimo, ele não conseguia ver nenhum sinal de emoção nos olhos de Francisca. Descontente, ele mordeu com força.Francisca sentiu dor, franzindo a testa, tentando empurrá-lo, mas ele segurou sua mão com firmeza. Em resposta, ela mordeu Antônio de volta até que a boca ficasse cheia de um sabor metálico doce, e só então parou.Antônio respirou pesadamente, segurando o rosto dela com as mãos:- Olhe para mim e me chame novamente.Francisca levantou os olhos e viu os lábios de Antônio machucados, com sangue vermelho escorrendo.- Antônio.Seus olhos estavam calmos, sem ondulações, não eram mais aqueles olhos cheios dele. Um aperto doloroso tomou conta do coração de Ant
O quarto estava repleto dos objetos deixados por Domingo antes de falecer, incluindo um quadro pintado por ele de Francisca. Após a morte de Domingo, Gabriela e Lorenzo administraram mal a empresa e, no final, tiveram que leiloar tudo o que tinha valor na casa.Desta vez, depois de retornar ao país, Francisca procurou incansavelmente pelos pertences de seu pai, especialmente esse quadro. Na pintura, Francisca tinha pouco mais de dez anos, vestindo um vestido branco e sorrindo alegremente enquanto segurava um grande buquê de flores no pátio.Francisca caminhou até o quadro, se lembrando do pai com os cabelos brancos. Ele tinha um rosto tão afetuoso ao pintá-la. Ela estendeu a mão e tocou suavemente o quadro, com a voz embargada:- Eu pensei que nunca mais encontraria esse quadro.Porque era uma pintura feita por seu pai, não tinha valor monetário. Ela nunca imaginou que Antônio pudesse encontrá-lo.Antônio viu a reação de Francisca e soube que havia acertado no presente desta vez. Ele s
Um belo fogo de artifício iluminou o céu por um instante. Ao lado, um casal, a moça segurando a mão do rapaz, disse:- Nós devemos ficar juntos para sempre.Francisca observou a cena e, de repente, sentiu um desejo de viver um romance. Desde que se apaixonou por Antônio, ela havia recusado as investidas de outras pessoas ao seu redor e nunca havia experimentado o gosto do amor. Ela simplesmente se casou com ele e agora, ela não sabia por que tinha feito essa escolha, por que havia escolhido alguém que não a amava.Às oito e meia, os fogos terminaram e a multidão dispersou. Guilherme chegou de carro para buscar Francisca e a viu sozinha à beira do rio, sua silhueta demonstrando uma grande solidão.Guilherme lembrou das palavras que sua noiva havia lhe dito recentemente, que amar alguém significava oferecer segurança suficiente. Como ele poderia permitir que o relacionamento deles fosse afetado por outra mulher? Neste momento, ele sentiu uma certa compaixão por Francisca. Ele estacionou
Na mansão Oásis.Logo após desligar o telefone, Francisca recebeu uma ligação de Henrique. Ela rapidamente atendeu e ouviu Henrique dizer:- Hoje eu fiz com que Augusto encontrasse Catarina novamente.Um arrepio percorreu o corpo de Francisca. Era que Augusto realmente havia ferido Catarina?- Sabe o quê? Aquela mulher queria tirar a vida dele. Se não fosse pelas minhas pessoas, Augusto teria morrido. - Continuou Henrique.Henrique contou a Francisca que nos últimos dias ele havia organizado para que Augusto descobrisse a verdadeira face de Catarina. No entanto, aquele tolo nunca quis acreditar e hoje ele foi até a casa de Catarina. No começo, Catarina fingiu tranquilizá-lo, mas depois o dopou com um sonífero. Quando ele adormeceu, ela abriu o gás, tentando causar um acidente fatal. Mas as pessoas de Henrique perceberam e o levaram embora à força.Catarina estava com muito medo, então começou a se ferir e acusou de antemão que um fã obcecado havia invadido sua casa e a machucado.Ao ou
- Fica tranquilo, eu aguento tudo. - Disse Henrique.Romário sabia que ele estava apenas se fazendo de relaxado, então não continuou tentando persuadir: - Vou te contar uma novidade, a amante do Antônio se feriu. Como alguém que é tão bom nos negócios pode ter tão mau gosto? Escolher uma mulher tão medíocre?- Não tenho interesse nesse assunto.Henrique respondeu com indiferença. Romário percebeu que talvez tivesse falado algo errado, afinal, Antônio não apenas escolheu Catarina como namorada, mas também a mulher que Henrique amava. Ele rapidamente mudou de assunto:- Quando você vai voltar?Henrique olhou para fora da janela com olhos profundos:- Ainda mais um pouco.Romário se preocupou, afinal, os irmãos de Henrique estavam de olho nele e se ele continuasse por lá, seria um desastre caso o controle da família Mourinho caísse nas mãos de outra pessoa....No hospital, Catarina estava deitada na cama, fraca, com várias faixas enroladas em seu pescoço, pálida e com expressão de pena.
Os olhos de Antônio estavam vermelhos, ele estava enlouquecido procurando por ela. Ele abriu várias salas, mas não a encontrou. Ele até mandou alguém bloquear o aeroporto. Foi somente quando chegou ao pátio dos fundos e viu Francisca sentada numa cadeira vazia que seu coração tenso finalmente se acalmou.Francisca não conseguia dormir e decidiu sair para tomar um pouco de ar. Foi quando viu Antônio se aproximando, aparentemente nervoso.Ela pensou que ele não voltaria hoje. Seus olhares se encontraram e Antônio caminhou rapidamente em sua direção, abraçando-a. Na luz fraca, Francisca ficou um pouco rígida, sem perceber seus olhos avermelhados nem o quão aflito ele estava.- Neste momento, por que você não está no quarto?Antônio perguntou com a voz rouca e profunda.Francisca achou a pergunta dele sem sentido:- Por que eu deveria estar no quarto exatamente agora?A garganta de Antônio apertou. Ele não sabia como responder, nem sabia por que ficou tão nervoso quando percebeu que Franci
A indignação profunda de Antônio não pôde ser mais reprimida, então ele segurou o rosto de Francisca e a beijou diretamente.Foi então que Francisca percebeu que sua mão estava ferida e sangrando. Ela não sentiu pena, mas sim se esquivou com força:- Você esqueceu o que eu disse? Eu não vou mais cumprir nosso acordo. Os lábios de Antônio tocaram a lateral do rosto dela, enquanto ele ouvia suas palavras, sua respiração estava pesada. Ele explicou:- Eu tenho uma dívida com Catarina, eu preciso pagar.Uma dívida com Catarina.A garganta de Francisca parecia estar bloqueada:- Então, você não tem nenhuma dívida comigo?“Catarina salvou a vida de sua mãe! E ela também o salvou. Por que ele estava agindo com tamanha parcialidade? ”Antônio não sabia o que ela estava pensando, ele pensou que quando ela mencionou a dívida, estava se referindo à negligência dele nos últimos três anos de casamento.- Eu prometo que vou viver bem com você a partir de agora. - Disse Antônio.Ele estava fazendo u