Ele não esperava aquela resposta de Tatiana, e se virou para encarar ela.Ela já havia empurrado os óculos escuros para o topo da cabeça, revelando seu rosto pequeno com maquiagem delicada, lábios vermelhos e uma pele ainda mais pálida. Seus lábios sorridentes e curvados brilhavam, e ela olhava fixamente para ele.Lorenzo prendeu a respiração por um momento, temendo que algo pudesse perturbar a bela cena diante dele.Mas Tatiana não estava disposta a ficar quieta como uma pintura.Ela cutucou o homem ao lado com o cotovelo e começou a falar, destruindo toda a atmosfera.- Estou falando com você, pelo menos diga alguma coisa. Foi você quem disse, se eu te pedisse, você iria comigo assinar os papéis do divórcio, você não vai voltar atrás na sua palavra, certo?Lorenzo, irritado, desviou o olhar, mantendo seus lábios apertados, sem lhe dar atenção.Tatiana insistiu e olhou para o relógio.- A essa hora, os funcionários devem estar almoçando, que tal irmos comer algo e depois cuidarmos do
O homem ficou imóvel, apoiado em Tatiana. O peso do corpo dele a impedia de se mover.Se não fosse pela parede do elevador, ela provavelmente teria caído no chão.Ela cerrou os dentes e lentamente o levantou para poder ficar em pé mais facilmente.- Lorenzo?Com Lorenzo de pé, ela franziu a testa e olhou para a pessoa em seu ombro.- O que aconteceu com você, você consegue me ouvir?- Dói... - Gemeu ele.Ele estava suando frio.Parecia que ele estava preso em um pesadelo, que estava caindo em um abismo sem fim.Ele agarrou Tatiana como se ela fosse sua única salvação. Ele se segurava nela tão firmemente que ela achou que ele queria arrastar ela para o pesadelo com ele.Tatiana ficou totalmente paralisada, com a testa suada dele contra seu ombro.Ela conseguia ouvir a respiração descompassada dele.- Não vá... não me deixe...Tatiana fechou os olhos, suas mãos ao lado do corpo relaxaram e depois se apertaram.Ela poderia simplesmente empurrar ele para longe. Mesmo que Lorenzo morresse a
Por um instante, ninguém reagiu.Os dois ficaram parados ali, atônitos.A luz do celular penetrava pelos dedos, um feixe de luz parecia atravessar a poeira, se erguendo entre eles.Tatiana olhou para os olhos profundos dele e, de repente, se lembrou do calor úmido em seu pulso, e engoliu saliva sem motivo.Aquele gesto a fez despertar abruptamente, e ela retraiu sua mão de forma exagerada e virou de costas para Lorenzo.Tatiana podia sentir o quão quente estava sua face, era como se suas orelhas estivessem pegando fogo.Ela respirou fundo, se amaldiçoando em silêncio."Que inútil, é só um toque de mãos, por que esse alvoroço, Tatiana? Onde foi parar sua audácia agora?"Enquanto pensava de costas para Lorenzo, de repente veio de trás dela a voz baixa e rouca do homem, já bem mais sóbria:- Tatiana, você está envergonhada? Mas quando recuperei a consciência, você não estava...- Cale a boca! - Interrompeu Tatiana.Ela se virou e o fuzilou com os olhos.Mas Lorenzo de repente sorriu, seus
Tatiana se virou para trás ao ouvir a voz.Ela estava descalça, com os cabelos e o vestido ligeiramente desarrumados. Sua beleza despertava compaixão, como uma frágil boneca de porcelana.Era exatamente aquela aparência que fazia a raiva no peito de Lorenzo queimar ainda mais forte.Talvez fosse o charme inconsciente de Tatiana, ou talvez fosse a presença de Eduardo ao seu lado.- Se o Presidente Borges realmente quer me compensar, pode ir ao shopping agora e comprar um par para mim. Eu não me importo, contanto que sejam novos.Tatiana não entendia porque Lorenzo estava tão furioso.O homem atrás dela, no entanto, percebeu a hostilidade nos olhos de Lorenzo.Eduardo baixou os olhos para Tatiana, tirou seu casaco calmamente e o colocou sobre ela.- Presidente Borges, já que a Tati pediu, por favor, não fique parado. Não podemos deixá-la andar descalça, certo? - Disse ele.Ao cobrir Tatiana com seu casaco, ele levantou os olhos para encarar Lorenzo.Os olhares dos dois se encontraram, e
Vitória ficou surpresa com a resposta rápida de Lorenzo.- Mãe, como foi? - Perguntou Carolina ansiosamente.Observando a expressão da mãe, ela temia mais uma decepção.Após confirmar a mensagem de Lorenzo, a mãe sorriu aliviada.- Deu certo! Loh disse que chega logo, não esqueça o que eu te ensinei, se faça de coitada, os homens caem nessa.Carolina assentiu aliviada e abaixou a cabeça.- Eu entendi, mãe. Vou te ouvir de agora em diante, não vou mais agir por conta própria.Desde que Lorenzo aceitasse ver ela, ainda havia esperança.Ela não queria mais ser atormentada por aquele homem diabólico...Vitória, alheia aos pensamentos e desejos de Carolina, a abraçou com compaixão, e a consolou:- Está tudo bem, minha querida. Você passou por maus bocados esses dias. Eu vou te ajudar a conseguir o que quer, e aqueles que te fizeram sofrer, eu também darei um jeito neles, tá bom?Carolina se jogou nos braços de Vitória, com um brilho de determinação nos olhos, semelhante ao da mãe:- Obrigada,
Tatiana não estava surpresa.Desde o anúncio de seu relacionamento com Elio, ela já esperava que a família Garrote viesse atrás dela, só não imaginava que levaria tantos dias para receberem a ligação.Mas ela também estava ansiosa para atender.Ela lentamente pegou o celular e atendeu, mas não falou nada, apenas ouviu em silêncio.Do outro lado da linha vinha a voz aduladora de Vitória:- Tati, sou eu, a mamãe, o que você tem feito ultimamente?Naquele momento, Tatiana estava comendo um pequeno bolo que Edu havia comprado para agradar ela no caminho de volta.Ela pegou uma colherada e colocou na boca. Ela falou de forma cortês:- Tia Vitória, se não me engano, você me pediu para mudar a forma de tratamento há dez anos, então melhor não te chamar de mamãe. Quanto ao que eu tenho feito recentemente, obviamente estou ocupada com o divórcio do Lorenzo. Se você tiver um tempo, por favor, aconselhe-o um pouco também. Trabalhar demais não é bom para a saúde. Fale para ele tirar um tempo para d
- Elio... Os olhos de Tatiana se encheram de lágrimas.Desde a morte do vovô Jacarias, poucas pessoas lhe demonstraram tanto carinho.Que sorte ela tinha para, após perder um parente querido que genuinamente se importava com ela, encontrar tantos outros que a amavam de verdade?- Pronto, irmãzinha, não precisa falar mais, senão vou acabar chorando e o Edu vai me ver, nem sei o que ele diria de mim. Percebendo que Tatiana estava prestes a chorar, Elio rapidamente mudou de assunto, falando de maneira brincalhona.Ele era bom em fazer Tatiana sorrir.Ela respondeu com a voz nasalada:- Edu nem ousaria falar de você.Dos seis irmãos da família Orsi, além de Leopoldo, Elio era o mais maduro e estável.Eduardo, embora fosse um pouco mais velho, tinha uma personalidade parecida com a de Carlos, ele era um pouco prático, mas era frequentemente repreendido pelos mais velhos.Vendo Tatiana sorrir, Elio se tranquilizou.Ele olhou para o pedaço de bolo esmigalhado e sorriu levemente.- Agora, te
Pedro digitava rapidamente.Uma enxurrada de palavras preencheu a tela, todas suas."Você acha que Loh é cego? Aquela mulher é tão feia, nem se desculpa quando erra, e ele ainda manda os funcionários trabalharem no fim de semana para limpar a sujeira dela. Ele não é tão bom nem com a própria mãe.""Ainda bem que você, Taís, acordou a tempo de se divorciar dele. Não está mais seguindo ele como quando era criança, como uma pequena esposa.""Falando nisso, Loh é realmente como um cachorro. Naqueles dias, só de brincar com você, chamando você de Taís, ele me repreendia. Sempre te chamando de pequena esposa e, no final, o que aconteceu? Ele se apaixonou por outra. Te digo, Taís, fique longe de homens hipócritas assim!"...Lorenzo estava atrás de Pedro, segurando uma xícara de café, assistindo ele falar mal dele para Tatiana pelo celular.Ele não interfiriu, apenas observou silenciosamente.Afinal, a Sra. Borges ainda não deu atenção a Pedro. Ele parecia uma piada.Mas logo o sorriso desapa