Para ser sincera, quando ela jogou aqueles dois comprimidos no banheiro na noite anterior, sentiu uma pontada de culpa. Afinal, estava quebrando sua promessa a ele, e ao enfrentar sua bondade, surgiam inevitavelmente outros sentimentos em seu coração.Mas a mensagem da tarde dissipou completamente toda a sua culpa e insegurança. Afinal, ele planejava manter ela completamente sob seu controle, mesmo que isso significasse transformar ela em uma pessoa sem pensamento próprio.Como ela poderia continuar ao seu lado? Como poderia ser tão tola a ponto de se deixar levar por aquela "emoção" passageira? Como não deveria partir?No entanto, os dias que passaram juntos foram genuínos. Talvez por querer eliminar a última fagulha de esperança em seu coração, Tatiana não conseguiu evitar falar com o homem ao seu lado.- Guilherme, o que você acha que eu deveria fazer depois que sairmos do país? Você mencionou que eu já trabalhei como design de moda, mas agora esqueci de muitas coisas e provavelm
A voz suave da jovem finalmente trouxe o homem no sofá de volta à realidade.Guilherme ergueu os olhos, seu olhar profundo pousando na jovem que estava a uma curta distância.Tatiana tinha acabado de sair do banheiro, com algumas gotas de água ainda penduradas nas pontas de seu cabelo úmido. Seu corpo delicado parecia ainda mais frágil na roupa de hospital.Felizmente, após sair do banheiro, uma leve névoa de vapor fez seu rosto simples parecer menos pálido do que durante o dia, dando a ela um toque de saúde.O olhar de Guilherme se desviou de Tatiana e pousou na jaqueta fina que ela havia deixado no encosto do sofá ao seu lado.Antes ele não tinha percebido o leve aroma no ar do quarto, mas agora, sem razão aparente, o cheiro dela parecia mais forte.Especialmente após o banho, havia um toque sutil do sabonete que ela costumava usar.Guilherme reprimiu o pensamento estranho em sua mente e se levantou do sofá.- Vou me lavar. Se você não estiver com sono quando eu voltar, podemos senta
Quando Guilherme saiu do banheiro, a primeira coisa que viu foi a garota encolhida no sofá, com um travesseiro sobre a cabeça.Provavelmente tinha realmente adormecido, pois não se mexeu ao ouvir seus passos.- Tati? – Chamou Guilherme. Guilherme chamou por ela, mas ela continuou imóvel, sem reação.Ela estava largada em um canto do sofá, com a cabeça coberta por um travesseiro, virada para o encosto, sem qualquer movimento.O rosto de Guilherme exibiu uma expressão de resignação.Essa mulher, que havia dito para ele descansar se estivesse cansado, já estava dormindo profundamente.Tudo bem, afinal, ela estava doente e ele não deveria se incomodar com isso.Ele se aproximou, se inclinou ligeiramente e, ao estender o braço, se lembrou de algo e se endireitou.Ao contrário das meninas, sua higiene pessoal era rápida, um simples enxague com água fria, o que fez com que seu corpo estivesse frio.Se a tocasse, poderia agravar sua doença e ela poderia ter febre à noite.Para garantir, Guilh
Quando seus olhares se encontraram, não foi apenas Tatiana que se sentiu constrangida, até Eduardo, que a observava, se sentiu embaraçado. Felizmente, ele não a deixou desconfortável, deu uma leve tossida e desviou o olhar, fingindo que nada havia acontecido.Ao saírem pela porta, ele naturalmente se agachou na frente de Tatiana.- Se você estiver cansada, posso te carregar nas costas. – Disse Eduardo. Ela não sabia ao certo o que estava sentindo, mas, no fim, não resistiu.Tatiana olhou para as costas largas à sua frente, sorriu repentinamente e, seguindo seu coração, subiu nos ombros de Eduardo.Uma sensação familiar e ao mesmo tempo estranha envolveu seu peito, aquecendo seu coração por completo.Embora estivesse um pouco constrangida, ao sentir que Eduardo a segurava firmemente para evitar que caísse, ela apertou um pouco mais os braços ao redor dele e sussurrou um agradecimento em seu ouvido.Eduardo riu suavemente.- Agradecendo ao seu irmão? – Perguntou Eduardo. - E o que poss
Eduardo ficou com o rosto imediatamente sombrio.Antes mesmo que ele pudesse responder à mensagem, outra mensagem de voz chegou.A voz preguiçosa parecia carregada com o frio da brisa noturna, selvagem e insolente.- Eu sei que Tati ainda está dormindo, e sei da importância dela para todos vocês. Vamos fazer assim, não vou guardar rancor pelo que aconteceu esta noite, desde que você a leve de volta ao hospital em segurança. Seus dois irmãos, eu os devolverei a você intactos. – Disse o homem. Desde que Tatiana aparecesse normalmente no quarto do hospital, Alex e Daniel seriam deixados em paz.Ao ouvir isso, Eduardo se sentiu extremamente furioso.- Por que eu deveria acreditar em você? – Rebateu Eduardo. - Edu, você pode escolher não acreditar, mas não posso garantir em que estado seus dois irmãos serão devolvidos. – Respondeu Guilherme com um tom sorridente.Ele fez uma pausa, e a terceira mensagem de voz chegou em seguida.- Ah, e irmão, você tem tanta certeza de que conseguirá tira
Emanuel olhou para o próprio relógio de pulso.- Cerca de três minutos. – Disse Emanuel. Embora tenha dito que levaria cerca de três minutos, o tempo parecia cronometrado exatamente.Quando Eduardo recebeu outra mensagem enviada por Guilherme usando o celular de Alex, a garota recostada em seu ombro finalmente começou a mover lentamente as pálpebras.A ansiedade que dominava seu coração se acalmou instantaneamente, e um sorriso surgiu em seu rosto elegante.Quando Tatiana abriu completamente os olhos, Eduardo não se importou mais com a mensagem no celular.Ele fixou os olhos em Tatiana.- Mana, você está bem? – Perguntou Eduardo. Tatiana havia acabado de acordar, sua mente ainda estava vazia, e em seus olhos negros havia uma expressão de confusão.Foi apenas quando uma leve fragrância de ervas flutuou de fora do carro que ela começou a recuperar a consciência do estado de torpor.- Edu... – Murmurou Tatiana. Pelo canto do olho, viu o prédio atrás de Eduardo, e uma expressão de perpl
- Irmã! – Gritou Eduardo. Antes que Tatiana se afastasse, a voz de Eduardo soou atrás dela.Ele pegou o bilhete, guardando ele sem abrir, e saltou do carro para ir de encontro a ela. Tatiana olhou para trás e viu Eduardo parado ao lado de Emanuel, com um semblante ligeiramente resignado.- De qualquer forma, você deveria deixar o irmão te acompanhar. Por que está indo sozinha? Desta vez é diferente da última. – Disse Eduardo. Ambos se lembraram da cena em frente ao hotel da última vez, e não puderam evitar sorrir.Especialmente Tatiana, cujo sorriso ainda carregava um toque de alívio.Isso tinha acontecido apenas dois dias atrás, então ela não tinha esquecido. Também se lembrava de como, na época, estava com medo de se arrepender, e nem ousou olhar para eles ao se despedir.Ela temia que, se olhasse para trás, desejaria voltar para casa, colocando em risco a segurança de Alex e Eduardo.Não olhar para trás também foi uma maneira de dizer a si mesma que estava sozinha desde o início,
Eduardo nunca imaginaria que um dia estaria na mesma sala que Guilherme, e ainda por cima, sem nenhum conflito.No quarto do hospital, Tati estava quieta, ninguém dizia uma palavra.O homem de rosto sombrio estava sentado no sofá, seus olhos frios e sombrios voltados para a direção do quarto, observando Emanuel examinar o corpo adormecido de Tatiana.Foi só quando Emanuel terminou e colocou a garota de volta na cama que o homem no sofá falou.- Como ela está? – Perguntou Guilherme. Emanuel levantou os olhos para olhar para Guilherme e esboçou um sorriso frio.- Sr. Borges, considerando o que você fez, o que acha que minha irmã poderia estar passando? – Indagou Emanuel. Os medicamentos tinham um componente sedativo, então não causariam nenhum mal ao corpo dela.Só que Tatiana foi acordada à força no meio do sono e teve que confrontar alguém enquanto estava doente, era natural que não aguentasse.Depois de dormir um pouco, ela acordaria e continuaria com os medicamentos para tratar a g