Severino se virou, atônito, sem saber ao certo como responder naquele momento. - Eu… A situação havia sido muito repentina, e ninguém esperava que Guilherme fosse de repente sair correndo do pátio. Ele apenas foi atrás dele sem pensar muito.- Fui eu que saí correndo, não tem nada a ver com o Dr. Severino. - Interveio Tatiana, olhando confusa para o homem sob os pés de Guilherme e para a expressão feroz dele. - Loh, o que você está fazendo?Por que ele estava agredindo alguém do vilarejo sem mais nem menos?O grandalhão no chão, ao ver Tatiana, tentou se levantar e resmungou algumas palavras de protesto:- Senhora, me faça justiça, seu marido me atacou sem motivo e ainda pegou meu celular! Roubo é um crime grave, eu aviso vocês...O grandalhão não havia terminado de falar quando, de repente, gritou de dor após um chute forte no peito.Guilherme olhou friamente para ele, deu uma rápida olhada em Tatiana e, finalmente, retirou o pé do homem.- Se cale.Ainda gemendo de dor, o homem no
Um fardo?Se ela fosse um fardo, ele não teria se esforçado tanto para tirar ela do hospital desde o início.Ela certamente não era um fardo.Guilherme olhou nos olhos de Tatiana, e com um sorriso suave disse:- Como você pode pensar assim? Se você fosse um fardo, por que eu te manteria ao meu lado?Assim que ele terminou de falar, um sorriso radiante se espalhou no rosto da moça em seus braços.Era como se o sol surgisse de repente em um dia chuvoso, traçando um arco-íris colorido no céu.Ela, de repente, ficou na ponta dos pés e rapidamente depositou um beijo na face do homem, o contornando e se afastando como a cauda de uma libélula tocando levemente a superfície da água antes de voar habilidosamente para longe, antes que as ondas começassem a se formar.No entanto, antes que ela pudesse se afastar muito, foi puxada de volta por um longo braço do homem, caindo diretamente em seus braços.As orelhas de Tatiana já estavam vermelhas, ela lançou um olhar furtivo ao redor, mas infelizmen
O coração de Tatiana afundou.Embora não quisesse acreditar, ela acabou dando uma resposta a si mesma.O homem diante dela, que ainda era razoavelmente bom para ela, poderia já não ser mais o Lorenzo que ela lembrava.As pessoas mudavam, não é mesmo?Talvez, no período de memória que ela havia esquecido, ele tivesse feito algo mutio ruim para ela, algo que até a fizesse sentir nojo e repulsa.Ou talvez as cicatrizes que ela carregava fossem causadas por ele.Por causa do remorso, ele poderia estar sendo gentil com ela.E havia ainda a questão com Carolina...Ele claramente gostava tanto de Carolina antes, mas agora, sempre que aquele nome era mencionado, sua expressão se tornava sombria, sugerindo que talvez algo desagradável tivesse acontecido entre eles.Ou talvez fosse algo entre ele e Carolina que instintivamente a fizesse sentir uma antipatia e repulsa.Claro, tudo isso era possível, mas agora ela não podia fornecer uma resposta concreta.Ela só sabia que agora tinha uma aversão i
Tatiana, ao ouvir seu tom de voz gelado, sentiu a raiva em seu coração se incendiar ainda mais. Ela ergueu os olhos para encarar Guilherme com intensidade.- Sim, eu não quero ver você, então você pode sair da minha vista agora?Suas palavras eram indiscutivelmente ásperas. Nenhuma mulher nunca havia gritado com ele antes.Certamente, a mulher à sua frente o tinha tratado pior ainda há pouco tempo. Mas pelo menos, após sua alegada amnésia, nunca havia se irritado assim. Agora ela era como um coelho, sempre dócil, concordando humildemente com tudo.Se ela estivesse fingindo, então seu disfarce era muito convincente. Mas se não fosse um disfarce, o que estava acontecendo? Será que seu temperamento tinha simplesmente explodido?Guilherme olhou para Tatiana com um olhar perfurante, seus olhos cheios de uma emoção indecifrável. Mas o modo como ele a observava era desconfortável, como se ele estivesse estudando uma estranha.Tatiana sentia uma pressão no peito, e sua irritação crescia enqua
- Tati, você percebeu algo diferente? - Guilherme baixou os olhos e olhou para as mãos caídas de Tatiana, e então seus olhos se moveram para o rosto dela, cheio de emoções misturadas. - Ou ainda há confusões em seu coração?Ele se inclinou levemente, seu olhar fixo em Tatiana. Ele disse:- Tati, não hesite em falar claramente, assim evitamos que eu faça algo errado sem saber onde errei, o que você acha? Se você não falar, como vou saber o que te irritou?Tatiana ergueu os olhos, um tanto perplexa ao encontrar o olhar do homem à sua frente.Sua voz era suave, e sua atitude igualmente sincera.Diferente de muitos ricos arrogantes, pelo menos ele se desculpava se abaixando, em vez de fazer com que ela tivesse que olhar para cima.- Você realmente não sabe?A voz de Tatiana ainda carregava dúvidas.Guilherme deu uma risada leve e disse:- Eu deveria saber?Sempre foi ele quem apontava os erros dos outros, mas raramente alguém apontava as falhas nele.Afinal, eles não ousavam.Mesmo que ele
Tatiana não pôde evitar rir.Ela não estava interessada em saber se ele tinha dinheiro ou não!Dinheiro era de fato necessário para evitar inconveniências durante a viagem.Quanto às roupas...Tatiana olhou para as cores das roupas que havia organizado, suspeitando seriamente que Loh apenas pegou o que estava à mão na loja, pois ele definitivamente não usaria aquelas roupas.Eram apenas algumas camisas masculinas antiquadas e ultrapassadas. Pareciam relíquias. Aquelas roupas estavam longe de refletir o gosto de Loh na escolha de roupas.No entanto...Os olhos de Tatiana brilharam, e um sorriso súbito iluminou seu belo rosto.- Lorenzo!Guilherme, que antes não acreditava que chamar alguém pelo nome completo fosse assustador, agora sentiu um arrepio ao ouvir aquele nome.Mesmo que não fosse o seu nome.Seu olhar inquisitivo se voltou para Tatiana, que retirava do bagageiro uma camiseta que havia acabado de colocar lá.- Essas são as roupas que você comprou. Experimente e veja se serve.
Quando ele havia observado de longe, Severino achou aquela roupa feia, mas agora, combinada com o rosto atraente de Mestre Guilherme...Parecia que aquela camisa florida não era tão inaceitável.Severino não ousava olhar demais, deu algumas olhadas rápidas e desviou o olhar.- Mestre Lorenzo fica realmente bem nesta roupa, só que...- Só que o quê? - Perguntou Guilherme, ainda mantendo a expressão.Severino, sem ousar desviar o olhar, falou sinceramente:- Só que nesta estação, parece um pouco frio para usá-la.Apesar do sol brilhar, já era final de outono, e a temperatura não se comparava com a do verão.Nesta época do ano, usar apenas uma camisa fina parecia frio demais.Guilherme riu de leve e disse:- Parece que o Dr. Severino é um pouco frágil.Ele não sentia frio, até estava relutante em tirar a roupa.Afinal, olhando para a foto tirada por Tatiana, era realmente muito mais bonita do que suas camisas que só variavam entre preto e branco.As cores vivas e variadas nem pareciam tão
- Você não é ele, como pode garantir... - Disse Tatiana com ceticismo, estendendo a mão para pegar o celular dele. Quando viu o conteúdo na tela, suas palavras de repente pararam.Incrível.Ele realmente expôs tudo sobre aquele homem?A resposta no e-mail confirmava que o pátio onde eles estavam alugando não pertencia ao tal grandalhão. O verdadeiro proprietário havia falecido, mas ele deixou uma filha que seria a legítima herdeira, não o suposto sobrinho homem.Além disso, a resposta do e-mail também mencionava que o grandalhão tinha outras propriedades na cidade onde ele usava madeira para dividir o espaço interno em vários quartos pequenos para alugar. Apesar dos contratos de locação serem um pouco mais formais na cidade, exigindo assinaturas, aquele homem encontrava maneiras de não devolver o aluguel aos inquilinos.Essencialmente, o senhorio era um criminoso habitual.O e-mail ainda mencionava que ele havia sido denunciado às autoridades locais por instalações inadequadas de segu