Ele deu um passo à frente, a encarando intensamente.Tatiana havia acabado de pegar a chave do carro do bolso dele, o som do trinco soou, e ao mesmo tempo sentiu um frio na cintura.Imediatamente, seu corpo delicado foi envolvido pelos braços de Lorenzo, enquanto o outro lado do seu corpo foi pressionado contra a porta do carro.Era uma posição estranha, mas que emanava um indescritível senso de ambiguidade.- Lorenzo, você...Tatiana engoliu em seco, segurando a chave do carro e olhando para ele como um pássaro assustado. Depois de um longo momento, ela finalmente falou algumas palavras:- A porta está destrancada...Lorenzo olhou para baixo fixamente, e depois de um momento, levantou a cabeça sem expressão e deu um passo para trás.- Abra a porta.As duas palavras trasmitiam um ar de frieza, como se ele estivesse ofendido.Tatiana franziu a testa, ela não havia feito nada de errado, não é mesmo?Ela só havia reclamado um pouco, que homem sensível!Realmente mesquinho.A porta do car
Lorenzo parou por um momento e olhou para mulher no carro.- Tatiana, você está preocupada comigo?Ela franziu a testa.- Eu...Antes que ela pudesse dizer mais, uma risada fria e irônica a interrompeu.- Tatiana, distância, foi você quem disse.Assim que ele terminou de falar ele fechou a porta do carro com força.O barulho fez o coração de Tatiana tremer, e ela olhou para ele sem entender."Incompreensível!"Ela xingou em silêncio e fechou os olhos no banco do passageiro.Até chegarem ao hospital, Tatiana não disse uma palavra para Lorenzo.Ela estava cansada pois havia passado os últimos dias na cozinha, então quando se encostou no assento confortável do carro, ela rapidamente caiu no sono.Foi acordada pelo som do celular.Assim que ela abriu os olhos, viu o queixo frio e duro de Lorenzo.- Lorenzo? - Ela ainda estava um pouco lenta por ter acabado acordar, mas percebeu que estavam no jardim do hospital. - Já chegamos? Por que você não me acordou?Lorenzo cruzou os braços. Com o ro
A porta da sala se fechou, e Ademir se viu sozinho com Tatiana. Ele arragalou os olhos.- Então ele só foi?Tatiana, atrás dele, levantou um sorriso.- O Dr. Ademir disse que Carolina está lá embaixo, o Presidente Borges naturalmente foi encontrar sua futura esposa, por que ele ficaria aqui?Ademir se virou e encarou Tatiana com uma expressão complexa.Ela, por sua vez, se levantou de sua cadeira, ainda sorrindo.- Dr. Ademir, se não estiver ocupado, poderia me dar uma injeção, ou chamar uma enfermeira? Tenho coisas para fazer e não posso ficar aqui, me desculpe.Embora o ferimento no pé não fosse muito grave, ela ainda sentia um pouco de dor. Desde que se machucou, Tatiana não havia pisado no chão e, quando tentou, sentiu uma pontada no tornozelo e se desequilibrou.Ademir instintivamente levantou a mão, mas como estavam um pouco distantes, e Tatiana já havia se estabilizado se apoiando na mesa. Ele colocou as mãos no bolso levemente constrangido.- Machucou a perna? Está enfaixada?Ta
Hospital, no final do corredor.O toque do celular que havia acabado de soar foi cortado, e após um breve momento, começou a tocar novamente.Depois de tocar por alguns segundos, finalmente foi atendido.- Lorenzo, qual é o seu problema? Por que não atende o telefone? Onde você se meteu? Fala aí, qual é a sua intenção? Você me trouxe para almoçar e me deixou sozinho no restaurante, certo? Tudo bem você desaparecer, afinal a conta foi diretamente debitada do seu cartão, mas o que significa o seu carro também ter desaparecido? Volte logo para me buscar!A voz irritada vinha do telefone, e mesmo através dele, era possível imaginar Pedro pulando de raiva.No entanto, do outro lado da linha, o homem segurando o celular permanecia indiferente, como se não estivesse realmente ouvindo a conversa, seus olhos escuros fitavam o lado de fora da janela, um tanto distantes.Pedro continuou a praguejar por um bom tempo, mas como não obteve resposta, ele gritou:- Loh! O que você está fazendo? Você es
- Quem? - Ademir ainda estava absorto no celular e não lhe deu muita atenção. - Você está falando da Tatiana, né? Ela já foi. Depois da injeção, ela saiu, disse que se você voltasse depois de ver a Carolina, para eu te avisar.- Ela foi embora? - O rosto de Lorenzo escureceu imediatamente. - Ela está com a perna machucada e você a deixou ir assim?Ademir nunca tinha visto Lorenzo com aquele temperamento, ele não se mostrou daquele jeito nem quando Carolina estava com uma grande ferida na testa.Olhando para Lorenzo com uma expressão complexa, Ademir disse:- As pernas são dela, o que eu deveria fazer? Além disso, você não me pediu para mantê-la aqui, e ela só teve um corte no tornozelo, não está aleijada, por que você está tão agitado?Lorenzo respirou fundo, levantou a mão para olhar seu relógio e disse friamente:- Quando ela saiu?Ademir também baixou os olhos para verificar a hora.- Não faz muito tempo, apenas alguns minutos atrás. Não se preocupe tanto, ela é adulta, não vai se p
Tatiana sentiu um mau pressentimento. - Que foto?- Aquela que acabou de virar assunto do momento, você não sabe, pequena mestra?Henrique, vendo a surpresa no rosto de Tatiana, fez questão de mostrar a foto no celular.Naquele momento, a notícia estava em penúltimo lugar nos assuntos mais comentados, e havia despertado várias discussões.Na foto, era possível ver ela e Lorenzo passando pela multidão no hospital.Provavelmente por causa da distância e da quantidade de pessoas no hospital, a foto não estava muito clara.Mas mesmo um pouco embaçada, era possível reconhecer o presidente do Grupo Borges com uma mulher em seus braços, mas por sorte, Tatiana estava com o rosto virado.Na composição, o homem de postura ereta era muito visível, olhando para baixo para a mulher em seus braços, com um leve sorriso nos lábios e um olhar indulgente que era visível mesmo através da tela, quase pegajoso.Tatiana ficou pasma.Ela se lembrou que naquela hora tinha acabado de ser assustada por Lorenzo
- Não, eu não estava com ele, Edu, não fale sem saber. - Mentiu Tatiana sem mudar a expressão.- Taís. - Eduardo bateu na mesa. - Alguém já te disse que você é uma péssima mentirosa? Dizer por aí que é minha irmã, é até vergonhoso para mim.O mundo dos negócios estava cheio de pessoas astutas tentando tirar proveito umas das outras. Ele viu através das mentiras de Tatiana em um instante.Tatiana fez beicinho, e reclamou em voz baixa:- Você parece até orgulhoso disso.Os dois estavam tão perto que Eduardo ouviu claramente o murmúrio dela.Ele levantou os olhos.- E daí se estou orgulhoso? Deixa eu te dizer, Taís, você tem que aprender. Neste mundo, para ser uma boa pessoa, tem que ser mais esperto que as ruins. Você nem sabe mentir, como vai se proteger lá fora? Sabe por que estou te dizendo isso? Fala a verdade, por que foi ao hospital hoje? Você se machucou?Sem opção, Tatiana confessou:- Não é nada, só cortei a perna por acidente, fui só tomar uma injeção antitetânica.Percebendo a
O ar em volta dos dois parecia ter congelado.Eduardo soltou sua mão completamente, com uma expressão incrédula, e disse com uma voz irritada:- Taís, você tem noção do que está falando?Tatiana, com os olhos vermelhos, o encarou firmemente por um momento antes de se virar e sair sem olhar para trás.Ela mesma não sabia por que tinha dito aquilo, mas toda vez que se lembrava de Eduardo a chamando de "Tatiana Garrote", seu coração doía insuportavelmente. Ela não se importava como os outros a chamavam, até mesmo se a chamassem de órfã indesejada, ela não choraria.Mas por que ele diria isso? Ela já tinha voltado para a família Orsi...Ela não era uma Garrote.Como não tinha trocado de roupa, ela tropeçava ocasionalmente no uniforme de chef.Por sorte, ainda não era hora do jantar e não havia muitas pessoas por perto para o estado dela.A brisa da noite trouxe um pouco de frescor, ajudando Tatiana a clarear a mente.Ela enxugou as lágrimas e se lembrou que tinha emprestado o carro para Pe