Ao ver ela assim, Elionay ficou ansioso, temendo que Tatiana começasse a chorar e se apressou em tentar acalmar a garota:- Realmente não é nada sério, olha só.Enquanto falava, estendeu o braço para fora do casaco que usava, revelando um curativo superficial. Ainda podia se mover livremente, indicando que a ferida não era profunda.Porém, a camisa cortada estava manchada com bastante sangue, o que parecia um tanto assustador.Gabriela também comentou ao lado:- O corte não é profundo, só um pouco grande. O médico disse que se não molhar, em alguns dias estará curado e não deixará cicatriz.Ela era direta e franca, e ao terminar de falar, se lembrou das feridas de Tatiana, se sentindo culpada por sua imprudência. Mas, claramente, ela estava se preocupando demais, já que nenhum dos três irmãos se importou.Eduardo ainda brincou:- Melhor não se mexer muito, senão o que era uma coisa pequena pode acabar virando um problema.Tatiana olhou para ele irritada, mas finalmente sorriu através d
- Não entende?Eduardo olhava para Gabriela, que parecia confusa, com um leve sorriso nos olhos.- Você dirige, assim não será como se eu estivesse te levando.Gabriela, sem palavras, não encontrava nenhuma resposta para retrucar. Eduardo, como um galo orgulhoso, perguntou:- Alguma outra questão?Gabriela balançou a cabeça:- Não.Ela já estava envolvida pelos jogos de palavras de Eduardo, um pouco atordoada, pensando que a lógica não parecia tão errada. Ela não queria incomodar seu chefe para levar ela até sua casa, então, se ela dirigisse, não seria o chefe levando ela, mas sim ela levando o chefe! A lógica parecia certa, e Gabriela se convenceu, mas ainda sentia que algo estava errado.Eduardo não deu tempo para ela pensar mais. Olhando para a bela "tonta" com vontade de rir, disse:- Já que não tem problema, então vá dirigir.- Ah, certo. - Gabriela, ainda confusa, concordou com a cabeça, abriu o carro e obedientemente foi para o assento do motorista. Ela só percebeu tarde demais
Elionay arqueou uma sobrancelha. Ele não perguntou primeiro sobre o presente recebido, mas a hostilidade em seu rosto se dissipou um pouco. Ele não pôde evitar um sorriso:- Você mandou sua artista da empresa para casa? Tem certeza de que não está tratando a Srta. Gabriela como motorista? Edu, minha irmã disse que não é assim que se conquista uma garota, você...- Quem disse que quero conquistar a menina? - Eduardo nega imediatamente, abrindo a tampa da garrafa de água e bebendo. - Acho que você e Taís estão apenas de cabeça vazia, fazendo suposições sem sentido.- É, não está conquistando. - Elionay não conseguia evitar um riso com isso.Eduardo, então, coloca a garrafa de água de lado:- Você não acredita, não é? Rindo do seu irmão aqui?- Claro que não. Aliás, você não disse que recebeu um grande presente? O que é? - Elionay mudou de assunto.Ao mencionar isso, Eduardo finalmente sorria, se jogando preguiçosamente no sofá:- Não é nada demais, apenas uma pequena artista da minha emp
Tatiana soube da história através de Pedro. Não eram muitos no círculo que sabiam. Pedro contou que Lorenzo foi chamado às pressas pela manhã, e mesmo sem o telefone no viva-voz, era possível ouvir os gritos e choros do outro lado da linha. Era de dar dor de cabeça. Mas agora, a voz dele soava tranquila, sem qualquer sinal de indignação em defesa do amigo. Até parecia um pouco feliz com o desastre alheio:- Realmente não entendo por que Loh ainda se importa com aquela mulher. Antes ele era cego, tudo bem, mas ontem à noite ele viu tudo claramente e ainda foi lá. Você não acha que ele está se humilhando demais?Pedro não tinha uma boa opinião sobre a família Garrote. Ele não foi ao jantar na noite anterior, mas em um círculo tão pequeno, as fofocas se espalham rápido. Todos foram cautelosos, ao contrário de Carolina, que acabou de vender a notícia para a mídia. Assim, apenas comentários discretos circulavam.Até agora, a mídia não tinha espalhado nenhuma notícia, nem sobre o suposto sui
Ao dizer isso, Tatiana ficou um pouco envergonhada. Enquanto pensava se deveria recusar ou adiar mais um pouco, ouviu Nanda dizer:- Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje. Que tal amanhã? Tati, você tem tempo? Coincidentemente, amanhã é o aniversário do seu falecido avô. Mesmo que ele não esteja mais aqui, ele sempre gostou de festas e de você. Vamos nos reunir em família. Se ele estiver no céu, com certeza ficará feliz.A desculpa era absurda, mas irresistível. Vovô Jacarias era uma das poucas pessoas que ainda tratavam bem Tatiana após seu retorno para o país. Ele possuía um carinho sincero. Se o avô ainda estivesse vivo, com certeza gostaria que ela fosse visitar ele e celebraar seu aniversário com alegria. Tatiana, portanto, baixou os olhos e ficou em silêncio por um momento. Ao outro lado da linha, em silêncio paciente, ela respondeu suavemente.- Então, Sra. Nanda, que tal se eu for depois do trabalho amanhã? Pode ser um pouco tarde, se você não se importar...- Claro
Nanda apressadamente tomou a palavra, temendo que Lorenzo não aceitasse:- A questão de você casar com a Carolina pode esperar, mas a injustiça sofrida pela Tati... nossa família tem que dar uma satisfação. Se você já decidiu se divorciar da Tatiana, não deveria ter prolongado tanto! Agora, ainda mantendo o status de marido dela, você se preocupa com a mulher que a maltratou na infância. Você já pensou nos sentimentos da sua mulher?- Eu não pensei em tudo isso, mas a vida é preciosa e não pude considerar tanto. Quando eu ver ela amanhã à noite, vou me desculpar adequadamente. - Lorenzo não ficou em silêncio, o que era raro, e falou após Nanda terminar.Ela demorou um pouco para perceber, pensando que Lorenzo não voltaria, e continuou falando.- Quando liguei para a Tati, pelo tom dela, parecia que ela não queria voltar para a Mansão dos Borges. Ela já está de volta ao país há algum tempo e não teve a chance de me visitar, você sabe o que isso significa? Significa que a moça quer corta
No dia seguinte à tarde.Tendo combinado um jantar com a Sra. Nanda, Tatiana saiu mais cedo do Aroma Restaurante. Ela já tinha avisado Eduardo pela manhã que iria visitar a Mansão da família Borges e que voltaria mais tarde à noite, pedindo para que não se preocupassem. Eduardo estava um pouco descontente, mas não impediu. Pensando bem, foi graças à família Borges que a irmã pôde crescer segura e se casar, sem ser expulsa pela família Garrote e abandonada à própria sorte. Imagine, uma menina acostumada a viver como uma pequena dama, de repente jogada no mundo para se adaptar; talvez nem aprendesse a cozinhar e lavar antes de ser capturada por traficantes. A presença dos Borges, de certa forma, permitiu que a irmã sobrevivesse e tivesse o que comer. Quanto às cicatrizes, isso era culpa da crueldade da família Garrote! Assim, Eduardo não tinha ressentimentos contra os anciãos Borges. Apenas se irritava ao pensar que o filho da Sra. Nanda era Lorenzo.Elionay, no entanto, se lembrava da b
Lorenzo segurava um prato com a mão direita ainda envolta em gaze, mas isso não afetava em nada sua dignidade. Ele arrumou os pratos na mesa e, com um olhar de relance, falou com um tom indiferente:- A comida está servida, vamos comer.Não se sabe se ele ouviu o que foi dito antes, mas claramente encerrou aquela conversa, ajudando Tatiana a resolver o dilema de como responder. No entanto, Tatiana ainda estava confusa, sem entender por que Lorenzo estava ali. Ignorando o fato de que a relação dele com a Sra. Nanda era ruim, alternando entre não se verem ou brigarem quando se encontravam, ela veio jantar na Mansão dos família Borges justamente porque tinha certeza de que Lorenzo não estaria lá, evitando constrangimentos.E, com Carolina ainda no hospital, ele não deveria estar lá cuidando dela? Tatiana não procurou saber notícias de Carolina, mas não conseguia evitar os rumores que chegavam aos seus ouvidos. Todos os dias, alguém vinha contar sobre a situação lamentável de Carolina, que