Capítulo 4
Capítulo 4

Vicente ficou paralisado no lugar.

Ele percebeu que, todos esses anos, estava enganado!

Afinal, havia outra cópia exata do mesmo prendedor de cabelo!

E aquela garota amável do passado não era Patrícia!

- Então, acertei em cheio? - Patrícia, ao observar a reação de Vicente, pensou ter acertado, seus olhos expressando repulsa cada vez mais.

A mente de Vicente estava atordoada, ele mal ouvia o que Patrícia estava dizendo.

- Por que não responde? Há pouco você estava tagarelando tanto, agora está fazendo o quê, se fazendo de mudo? - Disse Patrícia, franzindo a testa, cada vez mais intimidante. - Como pude ficar cinco anos ao lado de alguém como você? Hoje, ou você me paga pelos danos emocionais ou isso não vai terminar aqui! Você, seu tarado, obcecado! Por quanto tempo você tem fantasiado sobre minha amiga?

Vicente finalmente recuperou sua consciência e olhou seriamente para Patrícia:

- Eu não roubei as coisas da sua amiga!

Agora ele estava muito confuso, com vozes indistintas ecoando em sua mente.

Patrícia ficou atônita.

Esse cara... ousou gritar com ela?

Afinal, nos cinco anos de casamento, Vicente sempre foi submisso a ela!

- Ahh! - Patrícia estava cada vez mais furiosa, gritando para Vicente. - Você é um inútil! Eu sustentei você todos esses anos e acha que tem o direito de gritar comigo?

- Você pode parar de gritar? Sabe o quanto é barulhenta? - Vicente encarou Patrícia, irritado. - Eu já disse, eu não roubei nada da sua amiga.

- Você não roubou? Então me diga, de onde veio esse prendedor para o cabelo? - Patrícia, com raiva, rangeu os dentes.

- Tem algo a ver com você? - Vicente respondeu com frieza.

- Você! - Com apenas uma frase, Patrícia ficou pálida de raiva. - Vicente, é assim que você vai me tratar depois do divórcio? Eu era cega por ter escolhido um cara como você. Sem capacidade, apenas um maníaco, é nojento! Se você não compensar hoje todos os anos de dano emocional que me causou, eu vou...

- Quanto você quer, eu pago! - A voz grave de Vicente interrompeu Patrícia.

Ele não queria mais lidar com ela.

Ele só queria encontrar o verdadeiro dono do prendedor de cabelo!

A decisão repentina de Vicente deixou Patrícia estupefata por um momento, mas conhecendo Vicente tão bem, logo expressou desprezo.

- Um milhão! Pague-me um milhão pelos danos emocionais! - Ela pediu a Vicente.

Um milhão para ela, na situação atual, era praticamente nada.

Mas ela sabia que, para Vicente, era um número astronômico.

Vicente, completamente falido, mal conseguia tirar cem reais do bolso, quanto mais um milhão.

Ao falar assim, ela apenas queria que Vicente passasse por uma situação constrangedora na frente dela, mostrando sua humilhação!

Quem ele pensava que era para tratá-la assim?

- Bom, eu te dou. - Vicente não enrolou.

- Escute bem, é um milhão! - Patrícia falou com acidez.

- Meus ouvidos não estão surdos. - Vicente respondeu friamente.

Ele entendia a intenção de Patrícia. Essa mulher achava que ele ainda era o mesmo Vicente de antes?

- Ótimo! Então, prepare o dinheiro rapidinho, eu quero agora mesmo! - Patrícia disse com arrogância.

Ela queria ver onde Vicente arrumaria essa quantia!

Com uma expressão indiferente, Vicente pegou o celular e ligou para Johnny:

- Johnny, mande alguém entregar um milhão em dinheiro na empresa agora, estou precisando com urgência.

- Mestre, certo, eu vou pedir ao Diretor Wallace para preparar para você imediatamente!

Depois de desligar, Vicente olhou friamente para Patrícia:

- Espere dois minutos, o dinheiro será entregue.

Patrícia riu depois de ouvir, seus olhos cheios de escárnio:

- Uma ligação e o dinheiro vem voando? Quem você pensa que é? O magnata ou o herdeiro de uma família rica da cidade? Além disso, eu não ouvi errado, né? Você ligou para o Johnny? Você sabe quem é o Johnny? Ele é o homem mais rico do país! Na próxima vez, por favor, invente um nome que nunca tenhamos ouvido falar, para evitar fazer papel de ridículo!

Vicente ignorou.

Patrícia estava furiosa.

“Quem esse pobre coitado pensa que é para se fazer de importante na frente dela?”

Tic-tac.

O tempo passava.

Logo, mais de um minuto se passou.

Na empresa, não havia movimento algum.

Patrícia começou a ficar impaciente, pressionando:

- Dois minutos se passaram, cadê o dinheiro?

Vicente permaneceu em silêncio, contando o tempo em sua mente.

Faltava meio minuto.

- Está fingindo ser mudo de novo? - Patrícia zombou.

Pavel, observando, finalmente não resistiu e riu:

- Deixe para lá, Patrícia. Você também sabe que ele não tem dinheiro. Não vamos perder tempo com esse cara. Lembre-se de que ainda temos um compromisso. Garoto, esse um milhão eu vou pagar por você. Considere como a taxa que você ganhou por cuidar de Patrícia todos esses anos. Lembre-se, não finja ser alguém que não é se não tiver a capacidade.

Dito isso, Pavel abraçou a cintura delicada de Patrícia diante de Vicente, seus olhos exalando a atitude de um vencedor.

- Querido, você é realmente generoso. - Patrícia, carinhosamente, segurou o braço de Pavel e, para provocar ainda mais Vicente, deu um beijo intencional em seu rosto.

Vicente manteve uma expressão indiferente.

Desde que descobriu que o prendedor de cabelo não pertencia a Patrícia, ela se tornou nada mais do que um estranho em seu coração.

Como ele poderia ter emoções por alguém que mal era considerado um conhecido?

- Vicente, você teve sorte desta vez. Deve agradecer ao Pavel. - Patrícia deixou essas palavras para Vicente enquanto se afastava da empresa com Pavel.

Ding.

Logo após a partida deles, as portas do elevador no térreo se abriram lentamente.

Exatamente dois minutos se passaram.

Um homem de meia-idade, vestido com um terno preto e com uma barriga proeminente, estava dentro do elevador, ansioso, instando seus dois subordinados atrás dele:

- Rápido, vocês dois, se atrasarem a entrega do dinheiro para o Sr. Vicente, nenhum de nós manterá o emprego!

- Sim, Diretor Wallace!

Os dois subordinados, arrastando um grande saco, caminhavam pesadamente.

O homem de meia-idade saiu do elevador e, ao levantar os olhos, avistou Vicente na entrada da empresa.

Ele imediatamente acelerou o passo, correndo na direção de Vicente, e cumprimentou:

- Sr. Vicente!
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