Ela se assustou, percebendo estar no quarto de William. Liliane esfregou a testa, sem ter ideia de como William levou ela de volta.Passos se aproximaram e o rosto charmoso, porém sombrio, de um homem apareceu diante dela. Ele caminhou até a beira da cama, olhando com frieza para Liliane. - Acordou? - Perguntou William.Liliane encarou ele sem paciência. Que tipo de pergunta era essa?Vendo o sarcasmo nos olhos de Liliane, o rosto de William ficou sombrio. - Você não tem gratidão? Trouxe você de volta e nem um “obrigada”? - Disse William.- Obrigada. - Respondeu Liliane, sem entonação de agradecimento. A calma dela não revelava nenhum traço de gratidão.William engoliu em seco. Ela sempre sabia como irritar ele!- Por que não está se alimentando adequadamente? Desnutrição é confortável para você? - Questionou William, apático, após um momento.Liliane apertou os lábios, sem responder, resistindo à tontura enquanto se sentava e começava a se levantar da cama.- Liliane! - Disse Wil
Depois de entrar no carro, Liliane procurou o endereço do Orfanato Nuvem no mapa. O orfanato ficava nos subúrbios a oeste da cidade, a duas horas de distância de onde ela morava. Liliane voltou à conversa com Mateus e transferiu o restante do dinheiro para ele. Realmente, a eficiência de Mateus em resolver as coisas era notável. “Sr. Mateus, posso perguntar como você descobriu isso?”- Perguntou Liliane. Em menos de um minuto, Mateus ligou para ela. - Não usei sua identidade, usei a Fátima. Ela tem registros de adoção. No entanto, é estranho, pois só há informações do seu orfanato, não seus nomes anteriores. Se você puder me dizer seus nomes antigos, talvez eu possa encontrar mais informações úteis. - Disse Mateus.Nomes antigos? Liliane ficou perplexa, pois sua mãe mencionou que ela teve uma grave doença na infância. Não tinha lembranças antes dos sete anos, então, quanto aos nomes, ela estava impotente. - Desculpe, Sr. Mateus, eu não me lembro. - Respondeu Liliane.- Então não
William lançou a ele um olhar e não respondeu.Guilherme conhecia bem o temperamento de William. Ele conteve um pouco de sua raiva.- William, me diga, afinal, que tipo de mulher é capaz de fazer você decidir noivar em tão pouco tempo? - Perguntou Guilherme.- Você esqueceu o que aconteceu quando eu tinha oito anos? - Retrucou William, olhou com frieza para Guilherme. Guilherme e Douglas ficaram tensos.- Você encontrou aquela garota que te salvou? - Indagou Guilherme. - Sim. - Respondeu William, com voz grave.Guilherme ficou sem palavras. Ao longo dos anos, a história de seu filho procurando aquela garota era conhecida por todos.Embora ele apreciasse o gesto salvador da garota, a esposa de William precisava ser de uma boa família.- Se a encontrou, dá a ela algum dinheiro e uma casa, não há necessidade de casar com ela, né? - Sugeriu Guilherme.- Sem ela, acha que eu estaria aqui sentado? - Refutou William, sorrindo com desdém.- William! - Disse Guilherme, franzindo a testa. - P
William atendeu o telefonema de Liliane quando acabava de chegar ao orfanato. Ao ver o nome na tela, franziu de leve a testa. Por que ela estaria ligando para ele agora?Antes que William pudesse dizer algo, uma tosse intensa de Liliane ecoou do outro lado da linha. - William! Me salva! - Exclamou Liliane, desesperada.O rosto elegante de William escureceu, um olhar frio surgiu em seus olhos. - Onde você está? - Perguntou William.- No Orfanato Nuvem! Estou na parte de trás do antigo prédio! Alguém, alguém está provocando um incêndio de propósito e me trancou aqui dentro. William, me salva, não consigo sair! - Respondeu Liliane.Ao ouvir isso, William olhou para o orfanato, seus olhos revelaram uma frieza assustadora. Ele abriu a porta do carro de imediato. - Liliane, cubra a boca agora, vá para um lugar ventilado, estou indo! - Disse William.Jorge percebeu a urgência e desceu rapidamente do carro. - Sr. William, o que aconteceu? - Perguntou Jorge, confuso.- Leve as pessoas par
Liliane não disse nada e William não a pressionou. Após a chegada dos bombeiros e da polícia, Liliane prestou depoimento e foi levada por William para um hospital próximo. Depois de um exame pulmonar que indicou estar tudo bem, ela foi liberada.No caminho de volta, Liliane estava sonolenta, sua cabeça ocasionalmente batia na porta do carro. William apertou os lábios, estendendo a mão para segurar sua cabeça, permitindo que ela repousasse em seu ombro.Jorge, dirigindo, observou a cena pelo espelho retrovisor, mal conseguindo segurar o riso.William podia ser teimoso, mas ele realmente se importava com Liliane.Duas horas depois, chegaram ao Jardim Azul.William pensou em tirar Liliane do carro, mas assim que suas mãos tocaram as pernas dela, ela acordou imediatamente. Seu corpo encolheu, como se estivesse assustada, ao ver William à sua frente, seus olhos baixaram de novo. - Estamos chegando ao Apartamento Vista Bela? - Perguntou Liliane, com uma voz suave.Apartamento Vista Bela
- Gomes também ordenou o ataque contra mim? E o incidente no hospital? - Perguntou Liliane, atônita.- Nós também colamos os cartazes difamando você. - Respondeu o homem careca.Liliane não conseguiu mais ficar sentada. Se levantou abruptamente.- Mavis! Vocês conhecem a Mavis? - Pressionou Liliane.William virou o olhar para Liliane, cujos sentimentos estavam claramente fora de controle.O homem careca balançou a cabeça. - Eu já disse, nós não sabemos muita coisa! Não posso garantir que Gomes não conheça Mavis. Vocês precisam capturar Gomes para descobrir. - Disse o homem careca.O rosto de Liliane empalideceu. Sabia que Mavis estava por trás disso, mas ela era mestre em se camuflar. Mesmo se pegasse aqueles que tentaram prejudicar ela, seria impossível fazer algo contra Mavis. Enquanto ela, que sabia a verdade, tinha que suportar em silêncio e continuar procurando por evidências como uma tola.William, vendo a raiva de Liliane, acalmou ela em voz baixa: - Liliane, se acalme. Lili
Liliane e Marcela trocaram olhares cúmplices sem dizer uma palavra. Sem o hábito de espionar atrás de portas, elas seguiram diretamente para a sala privada. Contudo, as palavras de William fizeram elas pararem após alguns passos.- Você está grávida? - A voz grave do homem estava cheia de surpresa.Mavis assentiu com tristeza. - Há um mês, William. Eu não pretendia forçar você a se casar comigo por causa do bebê. Se você não quiser, posso abortar. - Disse Mavis.- Não é necessário! - Disse William, com a voz glacial.Liliane sentiu como se tivessem jogado um balde de água fria sobre ela, congelando ela no lugar. Pela forma como William falava, ele estava disposto a aceitar o filho de Mavis?- Lili... - Chamou Marcela, preocupada, olhando para ela.Os cílios de Liliane tremeram. - Vamos... - Disse Liliane, tremendo.Marcela puxou ela em direção à saída. - Vamos para casa. - Sugeriu Marcela.- Não. - Liliane respirou fundamente. - Vamos para a sala privada e comer. Dentro da sala p
Liliane se apressou a parar de falar, ao se virar para olhar para trás, onde estava o homem segurando pequenas margaridas brancas.- Dr. Carlos? - Disse Liliane, incerta.Ela se levantou com surpresa. Parecia que fazia um tempo desde que viu Carlos. Seus traços eram banhados por uma luz suave, tornando ele elegante e gentil.- Vi você quando subia, percebi que estava falando com a Sra. Fátima e preferi não interromper. - Disse Carlos, sorrindo.Liliane se sentiu um pouco constrangida, sem ter certeza se ele ouviu o que ela disse antes.- Obrigada por vir visitar minha mãe. - Disse Liliane, mudando de assunto.Carlos colocou as flores diante do túmulo. - Você não tem cuidado de si mesma ultimamente. - Disse Carlos, com uma voz clara, suave e com convicção.- Estive ocupada no trabalho ultimamente. - Respondeu Liliane, baixando os olhos.- Você precisa considerar o bebê, especialmente nos primeiros três meses. - Disse Carlos, preocupado, observando a barriga dela.- Entendi. - Assenti