Liliane e Marcela trocaram olhares cúmplices sem dizer uma palavra. Sem o hábito de espionar atrás de portas, elas seguiram diretamente para a sala privada. Contudo, as palavras de William fizeram elas pararem após alguns passos.- Você está grávida? - A voz grave do homem estava cheia de surpresa.Mavis assentiu com tristeza. - Há um mês, William. Eu não pretendia forçar você a se casar comigo por causa do bebê. Se você não quiser, posso abortar. - Disse Mavis.- Não é necessário! - Disse William, com a voz glacial.Liliane sentiu como se tivessem jogado um balde de água fria sobre ela, congelando ela no lugar. Pela forma como William falava, ele estava disposto a aceitar o filho de Mavis?- Lili... - Chamou Marcela, preocupada, olhando para ela.Os cílios de Liliane tremeram. - Vamos... - Disse Liliane, tremendo.Marcela puxou ela em direção à saída. - Vamos para casa. - Sugeriu Marcela.- Não. - Liliane respirou fundamente. - Vamos para a sala privada e comer. Dentro da sala p
Liliane se apressou a parar de falar, ao se virar para olhar para trás, onde estava o homem segurando pequenas margaridas brancas.- Dr. Carlos? - Disse Liliane, incerta.Ela se levantou com surpresa. Parecia que fazia um tempo desde que viu Carlos. Seus traços eram banhados por uma luz suave, tornando ele elegante e gentil.- Vi você quando subia, percebi que estava falando com a Sra. Fátima e preferi não interromper. - Disse Carlos, sorrindo.Liliane se sentiu um pouco constrangida, sem ter certeza se ele ouviu o que ela disse antes.- Obrigada por vir visitar minha mãe. - Disse Liliane, mudando de assunto.Carlos colocou as flores diante do túmulo. - Você não tem cuidado de si mesma ultimamente. - Disse Carlos, com uma voz clara, suave e com convicção.- Estive ocupada no trabalho ultimamente. - Respondeu Liliane, baixando os olhos.- Você precisa considerar o bebê, especialmente nos primeiros três meses. - Disse Carlos, preocupado, observando a barriga dela.- Entendi. - Assenti
Carlos seguiu o olhar de Liliane e entendeu de imediato o que estava acontecendo. - Quer que eu suba primeiro? - Perguntou Carlos, com a voz suave.- Não se preocupe, vou lá cumprimentar e volto. - Respondeu Liliane, depois de pensar por um momentinho.Ela não era alguém que gostava de dramas. William a havia ajudado antes e mesmo sem entender por que ele estava ali, era uma questão de cortesia cumprimentar ele.Carlos assentiu, ficando no lugar enquanto Liliane se dirigia ao carro de luxo. Ao abaixar o vidro, o rosto elegante e sério de William apareceu diante de Liliane.- Sr. William, Feliz Natal. - Cumprimentou Liliane, adotando um tom frio e educado.A simples utilização de “Sr. William” já estabeleceu uma distância.William deu um olhar frio para ela.- Entre no carro. - Disse William, com frieza.- Meu amigo ainda está me esperando, vou cumprimentar você e vou voltar. - Recusou Liliane, com gentileza.- Não espere que eu repita! - A voz de William não tolerava recusas.Lilian
- Você acha que William acreditaria? - Gritou Mavis.- Sim, ele provavelmente não acreditaria, mas... - Respondeu Liliane. Seu olhar caiu sobre a barriga de Mavis e ela continuou. - Se eu contar a ele que, enquanto você estava com ele, também estava se envolvendo com outros homens, você acha que ele duvidaria que o filho é de outro? - Você está inventando! - Exclamou Mavis.- Parece que você tem uma memória pior do que a minha. Esqueceu que dormiu com um homem chamado Pablo? - Zombou Liliane, palavra por palavra.O rosto de Mavis empalideceu. - Liliane! Você está inventando! - Gritou Mavis.- Por que está tão nervosa? - Disse Liliane, sorrindo. - Com medo de suas ações serem expostas? Mavis largou as mãos indignada, apontando para Liliane.- Não pense que William vai acreditar em você! Acha que a nossa relação pode ser influenciada por você? Como ele age com você e como age comigo, você não vê? - Provocou Mavis. Depois de falar, Mavis correu para a porta, temendo que Liliane pudesse
Naquela noite, William agiu como um louco, exigindo incessantemente. Após tudo, ele lançou um olhar frio para Liliane, que tremia na cama, se vestiu e saiu sem dizer uma palavra a mais. Liliane, encolhida e trêmula, ficou com os olhos opacos, permitindo que as lágrimas umidecessem o travesseiro.O que ela faria?, Ele poderia deixar ela em paz?...Um mês se passou, Liliane não viu William. Ela passou com sucesso para a segunda rodada do concurso de design de moda, e, além disso, ouviu uma notícia de Marcela. William estava noivo de Mavis. O coração de Liliane doía profundamente, mas ela não pensou muito nisso, se focando no trabalho e na espera pela mensagem de Mateus.Durante esse tempo, Marcela e Carlos cuidaram alternadamente da alimentação de Liliane. Mesmo com todos os cuidados, Liliane ainda emagrecia e mesmo após três meses, sua barriga não mostrava sinais da gravidez de trigêmeos.Ao fazer exames no hospital, o médico informou que a placenta estava um pouco mais para trás,
- O Sr. William chegou! - Exclamou uma pessoa.Liliane sentiu seu corpo ficar tenso quando seus olhos se voltaram para William, que entrou acompanhado por Mavis. Ela sabia que ele viria, mas não esperava que fosse tão rápido. Mavis usava um vestido longo e suave, com uma maquiagem delicada realçando seu rosto. Ao lado de William, eles formavam um par que, de certa forma, parecia adequado. No entanto, William ainda mantinha aquele rosto frio e uma opressão evidente emanava dele.Eduardo, percebendo a desconfortável de Liliane, tranquilizou ela: - Não se preocupe, ele costuma ir embora depois de entregar os presentes. Ao ouvir isso, Liliane se acalmou. Não demorou muito para que William visse Liliane, sentada ao lado de Eduardo. Seus olhos frios se estreitaram e seu rosto tenso acompanhou. Mavis seguiu o olhar de William e um lampejo de ciúmes passou por seus olhos.Ela pegou uma bebida da mesa e ofereceu a William, tentando distrair sua atenção.- William, que tal um suco? - Dis
Após os convidados entregarem os presentes, Gilberto mandou chamar Eduardo para falar em seu escritório. Eduardo levou Liliane junto. Ao entrar no escritório, o rosto de Gilberto ficou imediatamente sombrio.- Por que você trouxe aquela amante aqui? - Falou Gilberto, com severidade.- Avô, olhe bem para Liliane. Você não acha que ela se parece muito com minha mãe? - Retrucou Eduardo, franzindo a testa.- No mundo, há muitas pessoas parecidas! Se você insiste em dizer que ela se parece, a noiva de William também compartilha semelhanças com sua mãe. Além disso, ela tem uma pinta de nascença na orelha! - Disse Gilberto, dando um sorriso frio. - Liliane também tem! Avô! Não deixe que o status dela influencie sua opinião sobre ela! - Falou Eduardo, com firmeza e impaciência. Liliane virou a cabeça para olhar ele, surpresa por ouvir ele falar assim pela primeira vez.Gilberto, irritado, bateu na mesa. - As crianças da família Lima jamais se tornam amantes de outras pessoas! Eu não aceito
Ao chegar no Apartamento Vista Bela, antes que Liliane saísse do carro, Eduardo decidiu falar. - Liliane, eu ainda mantenho minha opinião. - Insistiu ele.- Como preferir, apenas não esqueça da sua promessa. - Disse Liliane, sorrindo.Ao descer do carro, Liliane caminhou em direção ao apartamento. No entanto, ao chegar lá embaixo, viu William parado na frente.Liliane ficou brevemente surpresa. Não era para ele estar conversando com Gilberto? Por que estava ali?Rapidamente ela desviou o olhar, pronta para se afastar. - Liliane! - Deteve William, com uma voz fria.Ela apertou os punhos e respirou fundamente. Talvez fosse melhor enfrentar isso de uma vez!Com coragem, Liliane se aproximou dele. - Sr. William, vir até aqui só para me confrontar, há algo urgente que precisa dizer? - Disse Liliane, apática, erguendo os olhos.- Você sempre tem que falar de maneira tão sarcástica? - Perguntou William, encarando ela intensamente.- O que mais eu deveria fazer? Continuar me curvando a