Rebeca ainda queria perguntar mais, mas Eduardo interrompeu: - Vamos entrar no carro primeiro?Todos concordaram e seguiram Eduardo até o carro em direção ao hospital.No caminho, Eduardo explicou: - Alice e Ian, o pai de vocês também está no hospital, mas não podemos esquecer a promessa que fizemos à sua mamãe de manter segredo. - Eu sei, não posso chamar ele de pai. - Os olhos de Alice caíram, com uma expressão triste. - Eu não vou contar nada. - Ian disse.- Ele já sabe que eu sou seu tio. Se ele perguntar se vocês são filhos dele, o que vocês vão dizer? - Eduardo ainda estava preocupado.- Papai já sabe? Então ele vai nos reconhecer? - Alice arregalou os olhos.- Boba! - Ian bateu de leve na cabeça de Alice. - Já dissemos que não podemos falar sobre isso! Se ele perguntar, dizemos que não sabemos! Alice, se sentindo injustiçada, segurou a cabeça.Antes que pudesse reclamar, Rebeca pegou ela no colo, perguntando com carinho: - Alice, você se importa se eu te segurar?Alice bal
Essas eram exatamente as palavras que William queria dizer, mas ele não conseguiu pronunciar uma única palavra, porque não sabia como interagir com eles. Afinal, ele ainda não tinha sido reconhecido como pai das crianças.Alice segurou com força a mão de Liliane e chorou: - Mamãe, eu e Ian estamos aqui, acorda logo.Rebeca não aguentou ver aquela cena. Ela tirou um lenço da bolsa e se aproximou para limpar as lágrimas de Alice e Ian.- Não chorem, queridos. Vocês devem estar com fome depois de viajarem tão rápido para cá. Vamos comer alguma coisa gostosa, tá bom?Alice, soluçando, perguntou: - Mamãe vai acordar, né?- Sim, com certeza. Há muita gente esperando por ela. - Rebeca respondeu.Alice assentiu vigorosamente. Ian olhou para William, cujos olhos estavam vermelhos de cansaço, e perguntou:- Você tem ficado com a mamãe todo esse tempo?De repente ser questionado fez William sentir uma espécie de surpresa agradável, especialmente agora que sabia que essas crianças provavelmente
- Você acha que isso vai adiantar? - William perguntou friamente a Marcela.- Cala a boca! - Marcela, insatisfeita, interrompeu William. - Por que você não tenta, então? - William estava prestes a retrucar, mas Marcela continuou. - Agora não estamos no trabalho, não precisa me tratar como se eu fosse sua empregada. Eu conheço a Lili melhor do que você!William olhou com uma expressão sombria para ela. - Melhor você conseguir acordar ela!Marcela fez um beicinho e depois se voltou para Liliane. - Liliane, se você não acordar, seus três filhos vão virar crianças abandonadas!William sentiu uma veia pulsar na têmpora. Será que Marcela estava ignorando ele completamente?- Lili, você quer mesmo que Ian, Alice e Breno fiquem sem comer e dormir, preocupados com você? - Continuou Marcela.Mal Marcela terminou as palavras, Liliane mexeu os olhos. William e Marcela prenderam a respiração, observando atentamente.Finalmente, sob a máscara de oxigênio, Liliane moveu os lábios. Com grande esfor
Jason não conhecia Vinícius, mas Vinícius já tinha visto fotos de Jason. Ao vê-la, Vinícius chamou:- Jason?Jason, que estava com alguns documentos, se virou e olhou Vinícius de cima a baixo.- Quem é você?Vinícius se aproximou e explicou:- Sou amigo do William e fui eu que pedi para você ajudar a Marcela a desenhar umas roupas. Meu nome é Vinícius.Jason finalmente entendeu.- Ah, é você! O que você quer?- Você veio procurar William?Jason ergueu os documentos e disse:- Tem alguns detalhes nos novos esboços que quero que ele discuta com o departamento de design. Durante a criação dos modelos, precisamos estar atentos a alguns pontos...- William não está aqui. Você não ligou para ele?- Você acredita se eu disser que não tenho nenhum contato dele salvo? - Jason sorriu.Vinícius ficou sem palavras. Quem acreditaria nisso? Mas ele sabia que qualquer coisa relacionada a amostras passava pela Marcela. Isso poderia ser a desculpa perfeita para encontrá-la!- Se você confiar em mim, po
Marcela entrou de cara fechada e colocou com força a tigela de canja na cabeceira da cama. - O que você está fazendo aqui? Vinícius se levantou, pegando os documentos ao lado. - Jason disse que há alguns pontos no design dela que precisamos discutir com você. - Você realmente sabe como arranjar desculpas, hein! - Marcela olhou com desprezo para ele.Vinícius franziu a testa e olhou para Liliane, preocupado. - Vamos achar outro lugar para conversar? Marcela queria recusar, mas não tinha como evitar os problemas de trabalho, então teve que ceder.- Sr. William, deixei a canja da Lili aqui. Quando ela acordar, por favor, dê para ela.Dizendo isso, Marcela saiu do quarto e Vinícius a seguiu de perto.Na loja de conveniência.Marcela pediu um macarrão e se sentou perto da janela. Vinícius pegou uma lata de refrigerante e se sentou ao lado dela. Ele entregou os documentos a Marcela e mostrou as mensagens que Jason enviou.Marcela tirou o celular da bolsa e anotou com cuidado as observa
Quando viram que a máscara de oxigênio de Liliane tinha sido retirada, os pequenos, João, Rebeca e Eduardo ficaram surpresos.- A Lili acordou? - Perguntou Eduardo, olhando para William.- Sim, acordou por menos de dez minutos e voltou a dormir. - William assentiu. - Mamãe acordou! - Alice olhou animada para Ian. - Ian, você ouviu isso?! Ian assentiu e olhou para Eduardo. - Tio, podemos falar com a mamãe?Antes que Eduardo pudesse responder, Alice já estava ao lado da cama chamando por Liliane:- Mamãe, mamãe, você está ouvindo? Sou a Alice, estou aqui.Pouco depois das palavras de Alice, Liliane abriu os olhos lentamente.Todos ficaram em silêncio, observando ela.Liliane olhou com carinho para Alice e Ian. Ela abriu os lábios secos, falando com dificuldade: - Alice, Ian.Os pequenos acenaram com a cabeça, chamando por Liliane repetidamente.Liliane respirou fundo. - Sim, mamãe ouviu. Depois, ela olhou para João e Rebeca, que estavam atrás das crianças.Havia dúvida em seus olho
William apertou os punhos, respirando fundo para conter a dor que sentia.- Você pode esconder ou mentir para mim! - Ele falou com a voz baixa e cansada. - Mas eu não me importo com isso. Só me importa se você, Liliane, está viva ou morta. Ouvindo isso, Liliane ficou paralisada. Ela olhou incrédula para ele e perguntou, quase sussurrando: - Então por que você perguntou sobre as crianças? - Eu só queria saber a verdade. - Disse William. - Depois de entender a sua relação com Eduardo, eu queria saber de quem são as crianças. Ele tinha a sensação de que as crianças poderiam ser dele. De outra forma, por que Liliane ficaria tão perturbada quando ele tocava no assunto? Mesmo assim, ele não queria mais pressionar ela. Contanto que ela estivesse bem, a verdade sobre as crianças não importava.Liliane desviou o olhar, incapaz de encarar o sofrimento nos olhos de William. Ela também estava dividida, sofrendo por dentro. Ela estava privando as crianças do amor paterno porque não queria perde
Liliane não retrucou. Ela sabia como William era. Mas será que ela conseguiria deixar o passado para trás e ficar com ele de novo?Antes que Liliane pudesse encontrar uma resposta, Marcela continuou: - Pra ser sincera, mesmo que você não pense em você mesma, tem que pensar nas crianças. Liliane deu um sorriso amargo. - Eu não consigo superar o passado, ainda tem o Carlos. - O que tem o Carlos? - Marcela perguntou. - A gente precisa estar com quem ama. Você gosta do Carlos?Liliane não soube o que responder.- Viu? Você não conseguiu responder porque o William nunca saiu do seu coração. Liliane ficou sem palavras.- Sentimentos são complicados. - Marcela disse com um ar de sabedoria. - Poucas pessoas são tão lúcidas quanto eu! - Para de ser convencida.Marcela riu alto.No bar.Vinícius puxou William para beber, chorando sobre como Marcela foi cruel com ele.William, com uma expressão serena, disse: - Quando algo velho vai embora, algo novo vem. Vinícius tomou um gole grande de