- Você acha que isso vai adiantar? - William perguntou friamente a Marcela.- Cala a boca! - Marcela, insatisfeita, interrompeu William. - Por que você não tenta, então? - William estava prestes a retrucar, mas Marcela continuou. - Agora não estamos no trabalho, não precisa me tratar como se eu fosse sua empregada. Eu conheço a Lili melhor do que você!William olhou com uma expressão sombria para ela. - Melhor você conseguir acordar ela!Marcela fez um beicinho e depois se voltou para Liliane. - Liliane, se você não acordar, seus três filhos vão virar crianças abandonadas!William sentiu uma veia pulsar na têmpora. Será que Marcela estava ignorando ele completamente?- Lili, você quer mesmo que Ian, Alice e Breno fiquem sem comer e dormir, preocupados com você? - Continuou Marcela.Mal Marcela terminou as palavras, Liliane mexeu os olhos. William e Marcela prenderam a respiração, observando atentamente.Finalmente, sob a máscara de oxigênio, Liliane moveu os lábios. Com grande esfor
Jason não conhecia Vinícius, mas Vinícius já tinha visto fotos de Jason. Ao vê-la, Vinícius chamou:- Jason?Jason, que estava com alguns documentos, se virou e olhou Vinícius de cima a baixo.- Quem é você?Vinícius se aproximou e explicou:- Sou amigo do William e fui eu que pedi para você ajudar a Marcela a desenhar umas roupas. Meu nome é Vinícius.Jason finalmente entendeu.- Ah, é você! O que você quer?- Você veio procurar William?Jason ergueu os documentos e disse:- Tem alguns detalhes nos novos esboços que quero que ele discuta com o departamento de design. Durante a criação dos modelos, precisamos estar atentos a alguns pontos...- William não está aqui. Você não ligou para ele?- Você acredita se eu disser que não tenho nenhum contato dele salvo? - Jason sorriu.Vinícius ficou sem palavras. Quem acreditaria nisso? Mas ele sabia que qualquer coisa relacionada a amostras passava pela Marcela. Isso poderia ser a desculpa perfeita para encontrá-la!- Se você confiar em mim, po
Marcela entrou de cara fechada e colocou com força a tigela de canja na cabeceira da cama. - O que você está fazendo aqui? Vinícius se levantou, pegando os documentos ao lado. - Jason disse que há alguns pontos no design dela que precisamos discutir com você. - Você realmente sabe como arranjar desculpas, hein! - Marcela olhou com desprezo para ele.Vinícius franziu a testa e olhou para Liliane, preocupado. - Vamos achar outro lugar para conversar? Marcela queria recusar, mas não tinha como evitar os problemas de trabalho, então teve que ceder.- Sr. William, deixei a canja da Lili aqui. Quando ela acordar, por favor, dê para ela.Dizendo isso, Marcela saiu do quarto e Vinícius a seguiu de perto.Na loja de conveniência.Marcela pediu um macarrão e se sentou perto da janela. Vinícius pegou uma lata de refrigerante e se sentou ao lado dela. Ele entregou os documentos a Marcela e mostrou as mensagens que Jason enviou.Marcela tirou o celular da bolsa e anotou com cuidado as observa
Quando viram que a máscara de oxigênio de Liliane tinha sido retirada, os pequenos, João, Rebeca e Eduardo ficaram surpresos.- A Lili acordou? - Perguntou Eduardo, olhando para William.- Sim, acordou por menos de dez minutos e voltou a dormir. - William assentiu. - Mamãe acordou! - Alice olhou animada para Ian. - Ian, você ouviu isso?! Ian assentiu e olhou para Eduardo. - Tio, podemos falar com a mamãe?Antes que Eduardo pudesse responder, Alice já estava ao lado da cama chamando por Liliane:- Mamãe, mamãe, você está ouvindo? Sou a Alice, estou aqui.Pouco depois das palavras de Alice, Liliane abriu os olhos lentamente.Todos ficaram em silêncio, observando ela.Liliane olhou com carinho para Alice e Ian. Ela abriu os lábios secos, falando com dificuldade: - Alice, Ian.Os pequenos acenaram com a cabeça, chamando por Liliane repetidamente.Liliane respirou fundo. - Sim, mamãe ouviu. Depois, ela olhou para João e Rebeca, que estavam atrás das crianças.Havia dúvida em seus olho
William apertou os punhos, respirando fundo para conter a dor que sentia.- Você pode esconder ou mentir para mim! - Ele falou com a voz baixa e cansada. - Mas eu não me importo com isso. Só me importa se você, Liliane, está viva ou morta. Ouvindo isso, Liliane ficou paralisada. Ela olhou incrédula para ele e perguntou, quase sussurrando: - Então por que você perguntou sobre as crianças? - Eu só queria saber a verdade. - Disse William. - Depois de entender a sua relação com Eduardo, eu queria saber de quem são as crianças. Ele tinha a sensação de que as crianças poderiam ser dele. De outra forma, por que Liliane ficaria tão perturbada quando ele tocava no assunto? Mesmo assim, ele não queria mais pressionar ela. Contanto que ela estivesse bem, a verdade sobre as crianças não importava.Liliane desviou o olhar, incapaz de encarar o sofrimento nos olhos de William. Ela também estava dividida, sofrendo por dentro. Ela estava privando as crianças do amor paterno porque não queria perde
Liliane não retrucou. Ela sabia como William era. Mas será que ela conseguiria deixar o passado para trás e ficar com ele de novo?Antes que Liliane pudesse encontrar uma resposta, Marcela continuou: - Pra ser sincera, mesmo que você não pense em você mesma, tem que pensar nas crianças. Liliane deu um sorriso amargo. - Eu não consigo superar o passado, ainda tem o Carlos. - O que tem o Carlos? - Marcela perguntou. - A gente precisa estar com quem ama. Você gosta do Carlos?Liliane não soube o que responder.- Viu? Você não conseguiu responder porque o William nunca saiu do seu coração. Liliane ficou sem palavras.- Sentimentos são complicados. - Marcela disse com um ar de sabedoria. - Poucas pessoas são tão lúcidas quanto eu! - Para de ser convencida.Marcela riu alto.No bar.Vinícius puxou William para beber, chorando sobre como Marcela foi cruel com ele.William, com uma expressão serena, disse: - Quando algo velho vai embora, algo novo vem. Vinícius tomou um gole grande de
- Eu consigo comer sozinha. - Liliane ficou tensa. Ela tentou pegar a colher, mas William segurou sua mão.- Se você quer se recuperar rápido e voltar para a Serafim, não force a mão! - William disse friamente.Liliane ficou sem palavras.De verdade, havia muitas coisas na empresa esperando por ela. Ela não podia ficar ali para sempre. Resignada, Liliane tomou a canja que William ofereceu.Os olhos de William mostravam uma satisfação crescente.Quando ela estava prestes a tomar a segunda colherada, Kerry entrou de repente.Vendo William alimentando Liliane, os olhos de Kerry se arregalaram.- Vocês... Vocês... - Kerry estava tão surpreso que gaguejou.Liliane e William olharam para Kerry.Em poucos dias, a pele originalmente clara de Kerry já estava bastante bronzeada.Vendo Kerry encarando com intensidade a mão de William, Liliane ficou sem jeito. - Como estão as coisas lá?Kerry estava prestes a responder, mas William lançou um olhar penetrante a ele. Depois, continuou alimentando
Liliane acenou para João e Rebeca.Os dois pequenos correram para perto de Liliane.Alice apoiou as mãos no queixo, sorrindo para Liliane. - Mamãe, você está muito melhor hoje! Liliane sorriu e acenou com a cabeça. - Sim, estou melhorando aos poucos. Ian tirou um amuleto do bolso e o entregou a Liliane. - Mamãe, isso é para você. Liliane ficou surpresa e olhou atentamente para o amuleto onde estava escrito “paz”.De repente, sentiu um nó na garganta e disse em tom suave: - Obrigado, meu amor.- Mamãe, vamos voltar para casa com a Dora à tarde. Se cuide e volte logo. Liliane concordou com a cabeça.- Sim, mamãe vai providenciar a transferência para a Serafim. - Depois, ela olhou para Eduardo. - Edu, obrigada por cuidar das crianças esses dias.- Quem realmente merece agradecimento não sou eu. - Eduardo disse, olhando para João e Rebeca.Liliane seguiu o olhar de Eduardo e, entendendo, agradeceu: - Obrigada por cuidarem das crianças. - Somos família, não precisa agradecer. - Re