- Por quê? Por quê, por quê? - Liliane apertou com força os punhos, deixando as lágrimas embaçarem sua visão, enquanto caíam no chão. - O que eu fiz de errado? Por que eles têm que tirar as pessoas mais próximas de mim? Por quê? - Lili, não é culpa sua... - Carlos se abaixou ao lado dela. Liliane se curvou devagar para frente. - Eu não tive a chance de proporcionar felicidade a Lucinda, não consegui cuidar dela na velhice... Por que não me deram a oportunidade de retribuir o que ela fez por mim? Fui eu que matei Lucinda. Eu causei a morte da minha mãe, Marta foi vítima por minha causa. Eu sou um ímã de desgraças, fazendo as pessoas ao meu redor morrerem uma a uma! - Lili, isso não é culpa sua. Você precisa se manter forte, os seus filhos ainda precisam de você. - Carlos consolou ela com carinho. ...No andar de baixo, quarto VIP.William recebeu uma ligação do médico, que expressou pesar e culpa ao informar William que a cirurgia de Lucinda havia falhado e ela tinha falecido.Ao
Carlos não interveio, quanto Marcela abriu a porta e entrou para encontrar Liliane.Ao ouvir o movimento ao seu redor, Liliane levantou os olhos lentamente e, ao ver Marcela, desviou o olhar de novo. Sua voz estava rouca quando ela disse: - Você veio. Marcela se aproximou de Liliane e, ao ver o corpo de Lucinda, suspirou. - Lili, tente se acalmar. Tenho certeza que Lucinda não gostaria de te ver assim.Liliane se levantou e estendeu a mão para segurar o lençol branco.- A vida de Lucinda foi muito difícil. Perdeu o marido cedo, trabalhou muito para mandar o filho estudar no exterior, mas ele acabou se tornando um filho ingrato. Eu pensei que minha presença ao meu lado faria ela um pouco mais feliz, mas no final, acabei empurrando ela para um abismo sem fim. - Lili... - Marcela olhou preocupada para Liliane. - Não é irônico? - Liliane cobriu o rosto de Lucinda com o lençol branco. - Como assim? - Perguntou Marcela.- Os mais velhos ao meu redor estão morrendo um por um. - Continuo
- Ficar muito agitada não é bom para sua saúde também. - Disse Carlos. - Eu não vou desmoronar! Vou encontrar William e esclarecer essa situação! - Liliane respirou fundo.- Faça o que achar melhor, mas o evento do Ano Novo provavelmente precisará ser adiado. - Disse Eduardo. Depois de falar, ele olhou para Carlos. - Leve a Lili para dentro primeiro, eu farei uma ligação. - Certo. - Concordou Carlos.Dito isso, Carlos levou Liliane embora.Eduardo observou as costas de Carlos, se sentindo hesitante sobre a primeira cirurgia de Lucinda.Carlos, um especialista em oncologia, por que estaria dentro da sala de uma cirurgia craniana? Apenas por causa de Lili?Mas Eduardo logo descartou essa ideia. Mesmo que Carlos tivesse problemas, sua influência não seria suficiente para alcançar o hospital de William. Além disso, seu afeto por Lili era tão profundo, como ele poderia fazer algo para prejudicar ela?No dia seguinte, à tarde.O médico entregou os resultados dos exames para William.Após u
- Eu posso prometer isso. - Disse William. - Mas você precisa cooperar bem com o tratamento médico. - Tudo bem. - Concordou Breno, suspirando aliviado.Contanto que o pai prometesse não contar para a mãe, ele estaria disposto a fazer qualquer coisa.Na Vila Norte Verde.Depois de sair do Hospital Santa Cruz, Mavis foi direto para a casa de Miguel.Ela estacionou o carro e entrou na sala de estar, vendo Miguel descansando lá. - Miguel, estou de volta. - Avisou Mavis.Miguel abriu os olhos, olhando para ela com uma falsa ternura. - Como está o Breno?- Não está bem. - Mavis se sentou ao lado dele sem pensar muito. - É um problema de medula óssea.Miguel ficou em silêncio por um momento. - Medula óssea? Mavis recuperou o juízo, rapidamente corrigindo: - Quero dizer, ele precisa de um transplante de medula óssea... Ela se assustou, Miguel ainda não sabia que ela tinha descoberto sua verdadeira identidade. Ela não podia contar isso antes de estabilizar o relacionamento deles, senão n
Lucinda cuidou das duas crianças por cinco anos e elas já consideravam Lucinda como a pessoa mais próxima delas.Ao ouvir sobre a morte de Lucinda, as crianças ficaram tão tristes quanto Liliane.- No dia 2 de janeiro, será o enterro de Lucinda. Vou tirar folga para levar vocês lá. - Disse Liliane, soltando as duas crianças.As duas crianças concordaram com lágrimas nos olhos.Vila Norte Verde.Mavis foi convidada por Miguel para passar a noite lá.Ela estava sentada no quarto de Miguel, observando que o prazo de dois dias estava prestes a acabar, mas Miguel ainda não mostrava nenhum interesse em checar o celular.Mavis não se atrevia a perguntar abertamente, então ela foi para o banheiro pegar roupas limpas para tomar banho.Quando ela entrou no banheiro e tirou as roupas, seu celular tocou.Mavis pegou o celular e viu que era uma ligação do Sr. Giovane, então ela atendeu imediatamente.- Alô? Sr. Giovane? - Mavis disse enquanto se aproximava da porta do banheiro. Ela queria ouvir se
Breno pensou que William talvez não concordasse.Mas ele não esperava que o pai respondesse prontamente:- Claro.Os olhos de Breno se iluminaram lentamente. - Obrigado, pai.William sorriu com tristeza. Ele não imaginava que apenas concordar com um pedido tão pequeno faria Breno tão feliz.Ao meio-dia. William levou Breno para almoçar e depois passearam de mãos dadas pelo shopping.Breno já tinha em mente o que queria comprar, então quando encontraram as lojas, ele foi direto.Ele escolheu um lenço para Liliane, uma garrafa térmica para Ian, porque Ian adorava beber água, e um grande urso de pelúcia para Alice, que ela poderia abraçar enquanto dormia.Por fim, Ian comprou uma gravata para William.Ao receber o presente, William ficou claramente surpreso. - Para mim?- É Ano Novo, então o papai também precisa de presentes. - Concordou Breno.William se agachou com satisfação e acariciou a cabeça de Breno. Um sorriso apareceu em seu rosto bonito. - Obrigado. Breno olhou para Willia
Ian pegou o copo térmico da mesa e deu uma olhada. - Eu sei quem deu isso. Liliane se aproximou e pegou a caixa de presente com o lenço de seda. - Foi o Breno, né? Ian concordou com a cabeça, perguntando: - Mamãe, eu também tenho um presente para Breno, você pode encontrar alguém para entregar? - Mamãe, eu também tenho um presente para o Breno! - Alice disse. - Certo. - Concordou Liliane, enquanto pensava em quem poderia fazer a entrega, Dora se aproximou. - Eu posso fazer isso! - Disse Dora, sorrindo. - Eu vi o senhor que veio esta tarde! Ele parece um pouco distraído, tem olhos grandes e é bastante bonito.Liliane entendeu que Dora estava descrevendo o assistente Jorge. Mas ela não esperava que Dora descrevesse ele como um pouco distraído... Liliane olhou para as crianças e disse: - Vão pegar os presentes, também há um relógio na mesa de cabeceira, por favor, tragam também. Alice olhou para Liliane com um olhar travesso.- Mamãe, você comprou em segredo presentes para Br
Kerry não queria sair. - Se esse canalha te machucar? Liliane olhou para eles. - Não vai acontecer, estamos no cemitério. Quando viram que Liliane estava determinada, as outras pessoas não disseram mais nada e foram em direção ao outro corredor para sair. Assim que saíram, William se aproximou do túmulo. Liliane o encarou com frieza, sem dizer nada, apenas deu um tapa no rosto a ele. O som nítido fez Jorge arregalar os olhos. - Srta. Liliane! - Você tem coragem de vir aqui? - Questionou Liliane, contendo a raiva. William se virou com uma expressão sombria, seu olhar era tão frio quanto a raiva em Liliane. - Você sabe o que está fazendo? - A voz dele era gélida e ameaçadora. - O que estou fazendo? - Liliane se aproximou dele. - Eu quero saber o que você fez! As veias na testa de William pulsaram. - Você, explique direto!- Você fez o médico me procurar para consentir com a cirurgia da Lucinda! E o resultado da cirurgia? Lucinda morreu! - Os olhos de Liliane ficaram avermel