Para ajudar Kerry a se mudar, Liliane voltou para a Mansão Baía assim que saiu do trabalho. Ao entrar, Kerry se aproximou rapidamente.- G, onde estão as crianças? - Perguntou ele.- Elas estão na casa do William. A história é longa, vamos mover as coisas primeiro, depois conversamos. - Respondeu ela.Vendo que Liliane não estava disposta a falar, Kerry não insistiu. Depois de arrumar as coisas, Liliane pediu comida.Após uns dez minutos, ouviram batidas na porta. Liliane se levantou para atender, mas Kerry impediu ela. - Eu vou. - Kerry foi até a entrada, ao abrir a porta, se deparou com o homem que estava nos planos!- O que você está fazendo aqui... - Perguntou William que, ao ver Kerry, ficou com o semblante escuro.- Tio Kerry! - Antes que William pudesse terminar a frase, Alice, atrás dele, empolgada, apareceu. Kerry brilhou os olhos, pegou Alice. - Alice! Eu senti sua falta! Onde você e Ian foram? Me deixem contar uma boa notícia, logo moraremos juntos, nos veremos todos o
- Kerry, leva as crianças para a sala para brincar, por favor. – Disse Liliane.Kerry estava prestes a concordar quando notou uma pequena figura atrás de William. - Quem é aquela pessoa? – Perguntou Kerry, intrigado.Liliane seguiu o olhar de Kerry e viu Breno em silêncio atrás de William. - Breno? – Chamou ela, se apressando em se aproximar dele.- Sim. – Respondeu Breno, obediente, dando um deu um passo à frente.Liliane, com o coração amolecido, pegou ele nos braços. - Vamos, venha comigo. – Disse Liliane. Então, ela olhou para William e acrescentou. – Minha casa é pequena, se não se importar, você também pode entrar.William recuou seu olhar frio e distante, sem dizer uma palavra, adentrou a mansão. Se aproximando, a hostilidade em seus olhos gelados fez Kerry se arrepiar involuntariamente. Kerry, um tanto inseguro, engoliu em seco e seguiu William, levando Alice pela mão enquanto Ian brincava.- Lucinda não está? – Perguntou William, depois de se sentar no sofá e percorrer o
À tarde.Liliane e o departamento de produção realizaram uma reunião, prevendo que em dez dias a primeira remessa de roupas encomendadas estaria pronta. A estimativa surpreendeu Liliane, ultrapassando suas expectativas.- A velocidade de produção é importante, temos poucos funcionários aqui, mas não force eles a fazer horas extras. – Alertou Liliane, olhando para o diretor de produção.Ela não saía correndo atrás só de velocidade, priorizava a qualidade das roupas e o bem-estar dos trabalhadores.- Entendi, Sra. Liliane. Seguiremos suas regras, horários normais e sem trabalho noturno. – Respondeu o diretor.Liliane assentiu, depois se virou para Nanda, sua recém-contratada secretária. - Nanda, avise o departamento de segurança para ficar atento à situação na fábrica durante este período. Não podemos descuidar. – Instruiu ela.Nanda, uma mulher na casa dos trinta, ostentando um corte de cabelo curto que denotava uma firmeza evidente. Liliane escolheu ela para ficar ao seu lado porque
Ela reuniu seus pensamentos e seguiu os passos de William em direção ao prédio de internação.No elevador, parou apenas quando alcançaram o último andar. As portas se abriram, Liliane ficou atônita diante do que via.Praticamente, era um amplo apartamento dividido por paredes de vidro em cinco salas. Havia plantas e árvores lá dentro, banhadas por uma luz solar suave, criando uma atmosfera acolhedora. Contudo... Isso parecia um lugar de internação?Dizia que estavam ali de férias não seria exagero.Com os médicos se movendo entre as salas, Liliane avistou Lucinda deitada na cama usando uma máscara de oxigênio. Ela se apressou em direção ao quarto.Ao ouvir os instrumentos emitindo um som suave, o coração tenso de Liliane também se acalmou.O médico, que estava registrando o caso, se virou ao ouvir a chegada de William, se inclinando com respeito. Em seguida, explicou a situação em alemão.Durante a conversa, o médico expressou confusão e descontentamento em alguns momentos. Lilia
- Claro! – Respondeu Liliane, animada.Após conversar um pouco com os três pequenos. Só então ela deixou o hospital.Ao chegar à porta do hospital e se preparar para chamar um carro, uma figura branca colidiu com ela. Liliane foi empurrada para trás, mas conseguiu se equilibrar após alguns passos.No entanto, a pessoa que atingiu ela acabou se sentando com força no chão. Liliane se virou para ver uma mulher em trajes de dormir, parecendo desgrenhada, caída diante dela. Mesmo com os cabelos bagunçados, Liliane notou a beleza refinada do rosto da mulher, embora seus olhos estivessem cheios de terror e confusão.- Desculpe... – A voz da mulher tremia intensamente e seus olhos ficaram avermelhados num instante.- Está tudo bem, como você está? – Disse Liliane, balançando a cabeça. Ela estendeu a mão para a mulher, acrescentando. – O chão está frio. Me deixe te ajudar a se levantar. No entanto, para surpresa de Liliane, sua tentativa de ajudar fez com que a mulher tremesse violentamente.
Liliane passou os remédios para a mulher e deu a ela roupas limpas. Aproveitando o momento em que Kerry levou ela para jantar, Liliane ligou para Breno.- Mamãe! - Atendeu Alice, perguntando. - Mamãe, você está com saudades de mim, do Breno e do Ian de novo, né?- Sim, mas também tem outras coisas, Alice, você pode pedir para o Ian atender? – Disse Liliane, um sorriso surgiu nos lábios dela. - Ian, a mamãe está ligando! – Gritou Alice, pelo celular.Logo depois, Ian atendeu a ligação. - Mamãe, o que foi? – Perguntou ele.Liliane - Ian, você pode verificar as informações de uma pessoa para mim? – Perguntou Liliane, dando uma olhada na mulher jantando na sala de estar.- Claro, mamãe. Quem você quer que eu verifique? – Concordou Ian, prontamente.- Eu nem sei quem é essa pessoa. – Explicou Liliane. – Vou enviar a foto dela para o WhatsApp do Breno em breve. Dê uma olhada e me diga quando conseguir descobrir algo. - Fica tranquila, mamãe, mas a comissão é meio cara. – Brincou Ian, co
Devido à impossibilidade de encontrar informações, Liliane teve que acomodar a mulher em casa. Ela planejava ir à delegacia no dia seguinte para esclarecer a situação.Liliane pensou em arrumar um quarto para a mulher, mas ela parecia relutante em dormir sozinha, insistindo em ficar perto de Liliane. Diante disso, Liliane desistiu e ajudou a mulher a se lavar, permitindo que ela dormisse ao seu lado.- Qual é o seu nome? – Perguntou a mulher, assim que Liliane se aninhou sob o edredom.- Liliane. – Respondeu Liliane, cobriu ela com o edredom.- Liliane... – Repetiu a mulher em murmúrios.- E o seu? Lembra do seu nome? – Perguntou Liliane, soltou um sorriso suave.- Marta Oliveira. – Respondeu a mulher, os olhos dela escureceram um pouco. – Só lembro disso. - Não tem problema. Vou te chamar de Marta daqui para frente. Se não conseguir lembrar, tudo bem. Vai lembrar aos poucos. Por enquanto, fique tranquila aqui. – Consolou Liliane.- Mesmo? – Perguntou Marta, os olhos dela se iluminar
Marta aparentava ter cerca de trinta anos, mas sua idade real não estava clara. Chamar ela de “tia” também não parecia errado.- Você está me chamando? – Perguntou Marta, perplexa, apontando para a si mesma.- Aqui, só tem você e minha mamãe, não faz sentido eu chamar minha mamãe de “tia”. – Disse Alice, inclinando a cabeça.Após um breve momento de reflexão, Marta sorriu quando se recuperou.- Chamar de “tia” soa bem, eu gosto de ouvir. – Dizendo isso, Marta desceu as escadas. Se ajoelhando na frente dos três pequenos, animada, acrescentou. – Chamem de novo, quero ouvir. - Tia! – Chamou Alice, com sua voz doce.- Sim, sim! – Acenou Marta, animada.- Tia, tudo bem. – Seguiu Ian.Breno, tímido, permaneceu em silêncio ao lado, apertando os lábios pequenos, sem coragem de falar.Liliane não forçou ele, já que ele estava enfrentando problemas psicológicos no momento. Algumas coisas não podiam ser forçadas.Enquanto Liliane continuava ocupada na cozinha, as crianças levaram Marta para bri