Paige andava de um lado para o outro, completamente descontrolada. Fazia tempo demais que não saía para se divertir, ainda mais com um homem. Seu coração estava disparado desde a hora que começou a se arrumar, uma vez que não fazia ideia de que roupa poderia usar, sendo que em sua pequena mochila só havia uma calça jeans, um short e blusinhas básicas. Ainda bem que Zhoe tinha lhe emprestado um vestido azul, florido, leve e lindo, que lhe caíra perfeitamente no corpo.
― Você vai acabar cavando um buraco no chão de tanto andar em círculos. ― Zhoe brincou, enquanto lia uma revista.
― Estou nervosa. E não deveria estar. Vamos sair como amigos.
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― Você é uma vergonha para mim, um demônio! Ela se lembrava de cada ofensa, cada palavra terrível que ainda ecoava em sua cabeça. Lembrava-se de cada golpe que recebia enquanto as frases feriam tanto quanto as mãos pesadas e o cinto. ― Eu deveria ter te deixado sozinha para sobreviver sem a ajuda de ninguém. Só assim você veria o quanto é difícil ter que se virar sem ninguém. Ainda mais sendo tão burra e vadia como você. A força de outro golpe a atingiu em cheio, mas finalmente também fez com que ela acordasse. Sentou-se com um pulo, com a respiração entrecortada e uma
A bebida tinha gosto de mágoa. Cada gole que colocava para dentro descia por sua garganta como uma lâmina afiada que ia cortando cada partezinha do seu corpo. Até o uísque tinha um gosto diferente. Tinha gosto de Zhoe. Estava entupido de frustrações dentro de si. Seu coração parecia pronto para explodir a qualquer momento. Só que ele não fazia ideia de quais sentimentos resultariam daquela explosão, quais seriam espalhados por todo lado. ― Está com uma cara péssima, parceiro ― Peter falou, aproximando-se do amigo.&n
Kyle McLean. Kyle McLean. Kyle McLean. Era como um mantra em sua cabeça, como uma daquelas músicas que você não suporta, mas que fica repetindo na sua mente várias vezes até você se acostumar e acabar gostando. Talvez fosse isso que ele queria: repetir tantas vezes o nome do rapaz que acabasse se convencendo de que era uma boa ideia procurá-lo. Já estava com o Facebook aberto, só precisava digitar as duas palavrinhas na lacuna em branco e lá estaria ele, materializado como uma evidência.
Sua última experiência com álcool não fora lá muito proveitosa, mas algo lhe dizia que estava começando a se sentir melhor. Algum dia seus sentimentos negativos a abandonariam por completo, e ela poderia viver em paz. Sabia que devia muito a Jacob por sentir-se tão segura. Ele era um homem bom, que cuidava dela com carinho e dedicação, e ainda sabia exatamente como seduzi-la. Era o pacote completo. Um presente dos céus. Sentados no chão da casa dele, abraçados como dois namorados, ouviam música e compartilhavam uma garrafa de vinho. Paige ainda estava na primeira taça, mas já começava a sentir os efeitos da bebida.
Enquanto Paige e Zhoe se fartavam de cupcakes, Jacob e Fred terminavam de almoçar e partiam para a casa de Geoffrey Hill. Tratava-se de uma propriedade simples, de classe média, com dois andares, pintura em um tom discreto de amarelo e portões altos em madeira. Havia um interfone do lado de fora, e Jacob chegou a hesitar antes de tocá-lo. Apesar de ser um homem equilibrado, não fazia ideia de qual seria sua reação caso ficasse frente a frente com ele; com o monstro que destruiu a vida de sua Paige. Contudo, tentou respirar fundo e se lembrar que era um policial, que não podia levar coisas para o lado pessoal. Sendo assim, colocou o dedo no botão do interfone de forma decidida e esperou. 
A cama estava vazia, contrastando com seu coração. Sentia-o pleno, cheio de amor. Apesar de estar sozinha, o colchão ainda estava quente, sinal de que ele tinha se levantado há pouco tempo para tomar banho. Eram poucos os quartos da pensão que possuíam suíte, mas, como era a única hóspede, tivera tal privilégio. Ainda bem, pois conseguia ouvir de perto o barulho do chuveiro e uma canção sendo assobiada bem de leve, alegremente. Ainda era cedo, o relógio ainda não tinha marcado nem sete e meia, mas já estava na hora de ambos começarem a se aprontar para o trabalho. Também sentin
A cama estava vazia, contrastando com seu coração. Sentia-o pleno, cheio de amor. Apesar de estar sozinha, o colchão ainda estava quente, sinal de que ele tinha se levantado há pouco tempo para tomar banho. Eram poucos os quartos da pensão que possuíam suíte, mas, como era a única hóspede, tivera tal privilégio. Ainda bem, pois conseguia ouvir de perto o barulho do chuveiro e uma canção sendo assobiada bem de leve, alegremente. Ainda era cedo, o relógio ainda não tinha marcado nem sete e meia, mas já estava na hora de ambos começarem a se aprontar para o trabalho. Também sentin
Com um gesto discreto de cabeça, Zhoe demonstrou para Paige que tinha conseguido enviar a mensagem. Por mais que Tate fosse irresponsável, ela sabia que ele não iria deixá-la na mão. Paige, por sua vez, teria que acreditar na sorte. Era sua única chance. ― O que tanto vocês se comunicam com os olhos? Pensam que eu sou idiota? ― Geoffrey berrou descontrolado e apontou a arma novamente para Zhoe, mesmo a uma pequena distância. ― Não me custa nada matá-la, Amy! Eu juro que vou estourar os miolos dela aqui mesmo. Paige estremeceu, temendo por Zhoe. Ela não tinha nada a ver com aquilo, não deveria estar passando por um