- Dançar com você?
- Porque não? Estamos em um baile… - disse o estranho enquanto apontava para o salão - Todos estão dançando, será que é tão ruim assim me conceder uma dança em troca de uma informação?Eu sabia que eu teria que pegar aquela chance, se fosse verdade eu poderia falar com o rei e tirar meu pai da cadeia e se fosse mentira o máximo que me aconteceria seria um calo no pé!-Só uma dança! - peguei o estranho pelo braço e amo arrastei pelo salãoDançamos por alguns minutos, ele me olhava como se tivesse ganhado o dia, ele sorria e me guiava pelo salão- Qual o motivo de tamanha felicidade?- Eu estou com uma das mulheres mais bonitas daqui, não é motivo o suficiente?- Acredito, mais bonitas e com o vestido todo manchado? Ninguém mais quis dançar comigo depois que disso!- Eles não quiseram mais dançar com você, porque eu estava por perto!- Como assim? - perguntei olhando para ele sem entender, ele ficou em silêncio e continuou a dançar.Olhei em volta e vi que os homens me olhavam estranho e as mulheres me olhavam com o que parecia inveja, não entendia muito bem tudo aquilo, devia ser o vinho.Depois de alguns minutos senti uma leve tontura, toquei no ombro do meu acompanhante e ele assustando me levou até um canto onde havia uma cadeira, sentei e me encostei um pouco.O estranho parecia estar preocupado de verdade, ele se sentou ao meu lado e segurou minha mão- Eu posso fazer alguma coisa?- Não acho que eu acabei bebendo demais!- Eu posso chamar um médico?- Não precisa! Eu cumpri a minha parte e agora você tem que cumprir com a sua!Ele me olhou e respondeu- Certo! Vou tentar falar com o rei sobre você! Qual o nome o seu nome?- Tereza Lewis…- Lewis?!? Seu pai por acaso é John Lewis?- Sim, você o conhece?!? - perguntei, quem sabe eu não conseguiria um novo aliado, eu tinha certeza que se ele realmente conhecesse o rei ele poderia me ajudar- O traidor?- Do que você chamou meu pai?- Seu pai foi acusado de traição e conspiração, acho difícil o rei liberá-lo- Eu conheço meu pai bem o suficiente para saber que ele jamais faria uma coisa dessas - disse com raiva, ele me segurou tentando me acalmar - Mas é claro que você é um grande mentiroso! Você nem deve conhecer o rei…- Tenho certeza que ele não irá liberá-loTereza, mesmo que você se ajoelhe! - ele disse tentando me segurar para que eu não caia- Se realmente é assim, o rei é um imbecil! Minha família serviu a coroa por anos, meu pai jamais faria algo que prejudicasse o próprio país!- Você chamou o rei de que?- De imbecil! Porque?- Como você ousa me chamar de imbecil?Nesse momento senti minhas pernas fraquejaram, eu não deveria ter bebido e como eu pode estragar tudo, fiquei tão distraída em encontrar um rei imaginário que nem me dei conta de que ele estava ao meu lado esse tempo todo, cai de joelhos e quando ia de encontro ao chão senti dois braços em agarrarem e olhei para os pulsos e lá estavam as abotoaduras com o símbolo real.Não sei quanto tempo se passou, acordei em uma cama, olhei em volta e havia apenas uma vela iluminando o ambiente. Tentei me levantar e estava tonta ainda, toquei o meu rosto e vi que estava de máscara ainda. Coloquei meus sapatos e abri a porta. Coloquei a cabeça para fora do quarto tentando ver se havia alguém e vi dois guardas andando pelo corredor, fechei a porta e voltei ao quarto olhei em volta e vi uma janela, ao chegar perto vi que ela não era tão alta, abri a janela e coloquei a cabeça pra fora, verificando quais as possibilidades que eu tinha para tentar descer.Ao lado da janela haviam alguns detalhes na parede que pareciam ser firme e que poderiam me ajudar a descer, retirei os meus saltos e joguei pela janela, coloquei minhas pernas para fora e me apoie em uma pequena rachadura que estava lá, com cuidado ajeitei o vestido e comecei a descer- Belo dia para usar um vestido desse!Senti que algumas vezes minha mão escorregava, me segurava em outras janelas que tinham ao redor, até que eu escorreguei e para não caia acabei escorregando em uma janela e quando olhei para dentro era um escritório, tentei sair de lá quando ouvi uma janela abrir e duas mãos me seguravam- Que diabos você acha que esta fazendo!?!? Era o rei, que me segurava, eu tirei a sua mão e me apoie para trás, acabei escorregando e cai direto no chão, sentia uma dor terrível, não conseguia me mexer.Me forcei a levantar e comecei a me arrastar, peguei meus sapatos e me levantei cambaleando, me virei para ver se tinha alguém me perseguindo, consegui correr até um jardim, quando senti dois braços me puxarem para trás de uma árvore.- Você por acaso está tentando se matar?- Como você conseguiu me alcançar?!?- Não importa! - disse ele passando a mão pelo meu rosto - você esta machucada!Empurrei as mãos dele e tentei correr, ele me segurou pela cintura, colocou o seu joelhos entre as minhas pernas, pressionou o corpo dele sobre o meu impedindo que eu fugisse- A vida do seu pai vale tanto assim?!?!- Claro! Eu não vou deixar que ele fique preso por algo que ele não fez!- Olha só para você! Está machucada e precisa de ajuda!- Eu não preciso de você! Me solte agora!- Ou o que?- Você não pode me obrigar a ficar aqui!- Eu posso e vou! Se eu der uma ordem para aqueles guardas ele vão prender a sua família toda! É isso que você quer?! - disse ele segurando meus braços- Não, mas você não pode me obrigar a ficar aqui!Ele me olhava sem entender.- Você ficou o baile todo procurando por mim e agora você quer fugir? Sabe quantas mulheres queriam estar no seu lugar?- Eu não me importo, porque eu não sou nenhuma delas! Acho melhor você parar de perder tempo comigo e ir atrás de alguma que queira ficar com você!Ele sorriu e apertou mais o corpo dele contra o meu, ficamos frente a frente, eu tentei desviar, mas ele segurou o meu rosto e me beijou, eu tentei afastá-lo, mas não consegui, eu já tinha perdido todas as minhas forças. Ele intensificou o beijo e um gemido escapou dos meus lábios, eu me senti envergonhada e juntei o pouco de força que me restava e o empurrei, corri até o portão do salão, as pessoas me olhavam, mas nada diziam e eu consegui encontrar meu tio, sem conseguir dizer nem uma palavra, eu desmaiei…Abri meus olhos e suspirei, olhei minhas mãos e vi que estavam úmidas assim como as minhas roupas, puxei os meus lenços e na tentativa de me levantar senti uma grande tontura e me deitei novamente.Eu achava que tudo não passava de apenas um sonho ruim, mas a realidade bateu na minha cara outra vez. Meu pai estava preso e eu joguei fora a única oportunidade que tínhamos de tirá-lo daquela prisão- Eu preciso achar algum jeito de provar a inocência do meu pai…Lembrei que Antony havia me mandando uma carta ha alguns dias me contando sobre as aventuras de trabalhar a serviço da coroa, eu não entendia como era possível que ele ainda estivesse prestando serviços depois de tudo que havia acontecido, tentei novamente levantar e com um grande esforço me movi lentamente ate a escrivaninha que havia no meu quarto, talvez ele fosse nossa única chance.Após alguns minutos, ouvi barulhos vindo do andar debaixo, escrevi o endereço e enviaria o mais rápido possível, voltei até a minha cama e me dei
Ficamos durante horas olhando os papéis e quando achei que já tinham acabado, meu tio puxava mais algumas caixas com mais, ele achou por bem trazer as coisas que haviam escritório do papai para que ilhássemos tudo.Nos papéis haviam apenas registros das viagens que ele fazia para o Rei Ricardo como representante da coroa em países estrangeiros, sabíamos que ele era responsável pela compra de especiarias para a família real, como ele tinha muitos conhecidos, acabou fazendo muitos amigos, até que em um determinado momento ele desistiu dessa profissão e se mudou para o campo.Ele nunca nos falou o que o fez desistir, ele dizia apenas que não queria mais ficar longe e por isso pediu a dispensa do trabalho, ele nos contava que tentou ficar em Londres mas ele sentia que queria ter uma vida calma e tranquila e por conta disso se mudou para Leicester.- Tio eu não sei mais o que procurar, nada aqui parece fazer sentido!?! - respondi cansada, eu já não conseguia ler mais nada, já passava de mei
-de mim??!? Que utilidade eu tenho nisso tudo!?! - respondi incrédula com ruído- você é gêmea dele não!?!? - ele bebia enquanto me perguntava - sou - respondi- pois bem!?! Você vai ter que se passar por ele e conquistar a confiança do rei novamente… - ele bebeu o restante em um gole sóEu olhava para ele não acreditando em tudo aquilo, olhei para o meu tio que parecia com oOlhar perdido e parecida também não entender nada.- mas isso não vai piorar mais a situação!?! - meu tio perguntou- não, porque precisamos descobrir primeiro quem está por trás de tudo isso e infelizmente eh acho que um membro da sua família está envolvido nisso… - ele agora andava pela biblioteca- e se for isso mesmo, o que vai acontecer??! - meu tio parecia que ia desmaiar de tão nervoso, seu rosto tinha agora pequenas gotas de suor que ele limpava com um lenço- ele será punido… - e porque você está nos ajudando? O que você ganha com isso!?! - perguntei ansiosa- irei pagar pelo menos uma parte da dívida q
Os primeiros dias foram horríveis, eu tinha que passar por coisas inimagináveis, eu sofria com os constante olhares das pessoas da corte real e dos guardas também, mas apesar de tudo isso eu percebia que todos lá viviam em constante desconfiança, eles não conseguiam sequer disfarçar os olhares de respiração que eles trocavam entre os seus criados, servos e até “amigos”, eu imaginava que eu passaria por isso por conta da prisão do meu pai, mas ver que eles agiam assim entre eles era um tanto quanto estranho.Eu recebia cartas de Olivier e do meu tio me perguntando como estavam as coisas e contando as novidades, eu queria muito ver meu pai mas o rei não permitia que ninguém da família o visitasse. Meus dias se resumiam a ficar em pé durante todo o expediente na porta de onde quer que o Rei estivesse, bloqueando a entrada de qualquer pessoa que fosse estranha ou até mesmo quando fosse solicitado por ele.Eu agradecia por ele não me olhar quase nunca, tinha medo de ser reconhecida, apesar
Eu tentava manter o controle de tudo, peguei uma panela com água e coloquei para aquecer na lareira e comecei a procurar algo que pudesse me ajudar a limpar aqueles ferimentos- vossa majestade sabe se tem alguma bolsa médica aqui?- no armário dentro do banheiro! - ele gritava de dorCorri até o banheiro e peguei a maleta, olhei dentro e vi que tinha o que era necessário para fechar aquela ferida, fui até o lado de fora e tentei olhar novamente para ver se o lugar estava seguro, peguei um pedaço e madeira e voltei para a cabana, coloquei na porta fechando aquela passagem da melhor maneira que eu conseguiaFui até q cozinha e peguei algumas ervas secas que estavam disponíveis no armário, fiz uma pedra de ervas e voltei para perto do rei que estava muito branco.Peguei uma bebida que estava em uma pequena estante e falei- beba!Ele sem questionar deu um longo gole e me devolveu a garrafa- faça logo Eu peguei a garrafa e coloquei ao meu lado, fui até a água quente e mergulhei um pano
- você não vai descansar? - ouvi uma voz e levantei meu olhar e vi que o Rei estava acordado e me encarando - bom como guarda eu preciso te proteger… - eu falei me levantando- eu estou bem! Você pode descansar um pouco… - ele me seguiu até a cozinha, onde eu olhava os armários procurando algo que pudéssemos comer- não precisa bancar o bonzinho, porque sabemos que você não é… - eu acabei soltando não sei se era o cansado, mas nesse momento eu me dei conta do que eu falei e me virei para olhar para ele que parecia se divertir com tudo aquilo- você não precisa bancar a durona sabia!? - ele respondeu mexendo nos armários e pegando uma cesta de frutas- então você sabe quem eu sou?!? - eu perguntei cruzando os braços na frente do corpo- claro que sei, eu não poderia esquecer esse jeito deu turrão aí! - ele jogou uma maçã na minha direção - só quero ver quanto tempo você aguenta tudo isso - engraçado que se bem me lembro ontem você me pediu ajuda não é?!? - pedi e não tenho problema
- meu Deus já escureceu!Eu olhei para a janela cambaleando um pouco, eu ainda segurava a camiseta cheia de sangue do rei, droga meu corpo estava extremamente cansado, depois daquela luta e de ter passado a noite acordada eu pagava o preço agora, sentei na cama e coloquei a cabeça entre as mãos, eu estava cansada demais para tentar qualquer coisaEu fui até o banheiro e me lavei o melhor que eu pode, voltei ao quarto e me joguei na cama foi quando senti um vento entrando no quarto, eu não conseguia me mover, pois meu corpo estava muito fadigado, foi quando senti uma pressão na minha cama, abri meus olhos e me deparei com dois olhos claros me encarando, era o rei ele estava em cima de mim, eu mal conseguia respirar foi quando ele se aproximou do meu ouvido e sussurrou- você parecia tão tranquila dormindo que eu não resisti- resistiu ao que vossa majestade, se alguém nos ver… - respondi tentando me afastar- eles vão pensar o que eu mandar! - ele estava com a cabeça no meu pescoço, eu
Saí pelo castelo com um único objetivo, encontrar um dos aliados do rei dentro de uma taverna, não era algo dificil de ser feito, mas pensando nos últimos dias e com tudo que anda acontecendo a cautela pode ser a minha maior aliada nesse momento. Entrei na taverna e o cheiro de algo e sexo estava no ar, eu nunca havia entrado em um lugar como aquele, era uma mistura de ratos, com bebidas e gente se atracando pelos cantos, fiquei admirada de ver tudo aquilo, mas eu tinha que me concentrar e cumprir logo com tudo aquilo, olhei em volta e procurei ao redor alguém que não se encaixasse nos padrões daquele lugar, para qualquer outro tipo de pessoa seria uma missão totalmente fracassada, já que seria como achar uma agulha no palheiro, mas para uma camponesa que conseguia indentificar pequenas coisas incomuns era fácil, me aproximei de um homem que apesar das roupas esfarrapadas, tinha o cabelo muito bem cuidado, apesar de muito bagunçado e de ter sujeira no corpo. - Esse não deve ser o seu