Abri meus olhos e suspirei, olhei minhas mãos e vi que estavam úmidas assim como as minhas roupas, puxei os meus lenços e na tentativa de me levantar senti uma grande tontura e me deitei novamente.
Eu achava que tudo não passava de apenas um sonho ruim, mas a realidade bateu na minha cara outra vez. Meu pai estava preso e eu joguei fora a única oportunidade que tínhamos de tirá-lo daquela prisão- Eu preciso achar algum jeito de provar a inocência do meu pai…Lembrei que Antony havia me mandando uma carta ha alguns dias me contando sobre as aventuras de trabalhar a serviço da coroa, eu não entendia como era possível que ele ainda estivesse prestando serviços depois de tudo que havia acontecido, tentei novamente levantar e com um grande esforço me movi lentamente ate a escrivaninha que havia no meu quarto, talvez ele fosse nossa única chance.Após alguns minutos, ouvi barulhos vindo do andar debaixo, escrevi o endereço e enviaria o mais rápido possível, voltei até a minha cama e me deitei, com a queda eu sentia uma grande dificuldade em me mover, só esperava não ter piorado tudo.Eu estava arrasada! Agarrei meu travesseiro e fechei meus olhos, tentando dormir e esquecer um pouco tudo aquilo, até que eu ouvi a porta do quarto se abrindo, fingi estava dormindo e me mantive em silêncioOuvia os passos pesados e eu me mantive imóvel, será que eu seria a próxima a ir para a cadeia? Tentei afastar a ideia quando senti um leve movimento na minha cama, alguém estava sentado ao meu lado.Após alguns minutos a pessoa se levantou e caminhou até a porta, abri meus olhos rapidamente e vi que era a figura de um homem alto e de cabelos negros, era o rei!Me senti inquieta, mas eu não podia fazer nada já que havia fingindo estar dormindo, depois de algum tempo ouvi a porta abrindo novamente e abri meus olhos rapidamente.- vejo que acordou meu bem - disse mamãe sentando ao meu lado e passando a mão no meu rosto- pois é, acho que estava um pouco cansada - fingi estar meio sonolenta, tentei esticar meus braços e senti uma dor- melhor não tentar se movimentar, você se machucou no castelo e trouxemos você imediatamente para casa. O médico pediu para que você ficasse em repouso! - ela disse me segurando na cama e me cobrindo - vou trazer o seu café…- Médico? - disse assustada- sim! Você desmaiou no colo do seu tio… o que aconteceu? - ela me perguntava erguendo a sobrancelha- acho que eu bebi muito e acabei caindo - eu disse fechando os olhos e fingindo sentir dor- entendo… pelo menos conseguimos marcar uma audiência com o rei - ela disse ao se levantar da camaAbri meus olhos imediatamente e tentei levantar, ela correu e me empurrou delicadamente de volta para a cama, eu estava muito eufórica para ficar deitada- como assim? Conseguimos uma audiência!?!?- O rei Nicolas veio aqui ver como você estava já que tinha se machucado ontem dentro do castelo e seu tio aproveitou o momento para conversar com ele… - ela disse sorrindo- isso é ótimo, então o papai logo vai voltar para casa - respondi sorrindo, vi que minha mãe suavizou o sorriso e ficou seria, sentou ao meu lado e pegou minha mão- filha, temo que não seja tão fácil como estávamos imaginando, há provas contra o seu pai e devido o que aconteceu, o rei nos deu o prazo de um mês para conseguir provas que consigam provar que seu pai é inocente- e como vamos fazer isso?? - respondi afundando no travesseiro - será que conseguiremos achar algum amigo que consiga nos ajudar nisso- eu não sei, nossa chance é de que algum dos seus irmãos consigam ir atrás deles, alguns não se encontram aqui! Talvez eu consiga ver se consigo cobrar alguns favores… - eu podia ver a preocupação no rosto dela, eu soube ali que seria mais difícil do que pensávamos tirar ele de lá- será que podemos visitá-lo?- eu espero que sim! - ela estava com os olhos cheios de lágrimas.Me levantei e a abracei, naquele momento não me importava as dores que eu sentia, eu não sabia o que eu poderia fazer, mas eu teria que arrumar algum jeito de provar a inocência do meu pai.- vou me arrumar - fui em direção ao armário- não- ela me segurava e me empurrava para a cama- mamãe, eu não posso e não quero ficar deitada, sabendo que meu pai está na cadeia, sabe-se lá Deus passando pelo que??!?!- filha não há muito o que possamos fazer - ela me olhava sem esperança- eu preciso tentar…Ela me abraçou, me vestido com a ajuda dela, desci a escada com dificuldade e me sentei em uma cadeira que estava próxima, minha tia trouxe o café e antes que ela saísse pedi que ela enviasse aquela correspondia, ela olhou e ficou em silêncioApós o café, eu fui até o escritório do tio Alfred, ele estava escondido atrás de uma pilha de livros e papéis, estava concentrado e nem viu quando eu passei pela porta.- Tio, será que conseguiremos ver meu pai!??- Santo Deus Tereza, você me assustou! - ele deu um pequeno pulo quando ouviu minha voz, colocou a mão no peito e largou o papel que tinha nas mãos.Ele me olhava e fazia sinal negativo com a cabeça, peguei uma cadeira e sentei ao seu lado, sentia que minhas costas ainda doíam, mas não era hora pra isso- como posso ajudar?- eu ainda não sei, estou tentando achar alguma coisa em meio a esses papéis do seu pai… - ele olhava atentamente um papel em uma mão e já partia para um outro- eu ajudo - puxei alguma e comecei a analisar, eram apenas cartas sem muito sentido, a maioria contando sobre os dias que ele passava a pedido do antigo rei- o que estamos procurando exatamente?!? - perguntei olhando os papéis- algo que mostre o porque da desconfiança do rei Nicolas…Ficamos durante horas olhando os papéis e quando achei que já tinham acabado, meu tio puxava mais algumas caixas com mais, ele achou por bem trazer as coisas que haviam escritório do papai para que ilhássemos tudo.Nos papéis haviam apenas registros das viagens que ele fazia para o Rei Ricardo como representante da coroa em países estrangeiros, sabíamos que ele era responsável pela compra de especiarias para a família real, como ele tinha muitos conhecidos, acabou fazendo muitos amigos, até que em um determinado momento ele desistiu dessa profissão e se mudou para o campo.Ele nunca nos falou o que o fez desistir, ele dizia apenas que não queria mais ficar longe e por isso pediu a dispensa do trabalho, ele nos contava que tentou ficar em Londres mas ele sentia que queria ter uma vida calma e tranquila e por conta disso se mudou para Leicester.- Tio eu não sei mais o que procurar, nada aqui parece fazer sentido!?! - respondi cansada, eu já não conseguia ler mais nada, já passava de mei
-de mim??!? Que utilidade eu tenho nisso tudo!?! - respondi incrédula com ruído- você é gêmea dele não!?!? - ele bebia enquanto me perguntava - sou - respondi- pois bem!?! Você vai ter que se passar por ele e conquistar a confiança do rei novamente… - ele bebeu o restante em um gole sóEu olhava para ele não acreditando em tudo aquilo, olhei para o meu tio que parecia com oOlhar perdido e parecida também não entender nada.- mas isso não vai piorar mais a situação!?! - meu tio perguntou- não, porque precisamos descobrir primeiro quem está por trás de tudo isso e infelizmente eh acho que um membro da sua família está envolvido nisso… - ele agora andava pela biblioteca- e se for isso mesmo, o que vai acontecer??! - meu tio parecia que ia desmaiar de tão nervoso, seu rosto tinha agora pequenas gotas de suor que ele limpava com um lenço- ele será punido… - e porque você está nos ajudando? O que você ganha com isso!?! - perguntei ansiosa- irei pagar pelo menos uma parte da dívida q
Os primeiros dias foram horríveis, eu tinha que passar por coisas inimagináveis, eu sofria com os constante olhares das pessoas da corte real e dos guardas também, mas apesar de tudo isso eu percebia que todos lá viviam em constante desconfiança, eles não conseguiam sequer disfarçar os olhares de respiração que eles trocavam entre os seus criados, servos e até “amigos”, eu imaginava que eu passaria por isso por conta da prisão do meu pai, mas ver que eles agiam assim entre eles era um tanto quanto estranho.Eu recebia cartas de Olivier e do meu tio me perguntando como estavam as coisas e contando as novidades, eu queria muito ver meu pai mas o rei não permitia que ninguém da família o visitasse. Meus dias se resumiam a ficar em pé durante todo o expediente na porta de onde quer que o Rei estivesse, bloqueando a entrada de qualquer pessoa que fosse estranha ou até mesmo quando fosse solicitado por ele.Eu agradecia por ele não me olhar quase nunca, tinha medo de ser reconhecida, apesar
Eu tentava manter o controle de tudo, peguei uma panela com água e coloquei para aquecer na lareira e comecei a procurar algo que pudesse me ajudar a limpar aqueles ferimentos- vossa majestade sabe se tem alguma bolsa médica aqui?- no armário dentro do banheiro! - ele gritava de dorCorri até o banheiro e peguei a maleta, olhei dentro e vi que tinha o que era necessário para fechar aquela ferida, fui até o lado de fora e tentei olhar novamente para ver se o lugar estava seguro, peguei um pedaço e madeira e voltei para a cabana, coloquei na porta fechando aquela passagem da melhor maneira que eu conseguiaFui até q cozinha e peguei algumas ervas secas que estavam disponíveis no armário, fiz uma pedra de ervas e voltei para perto do rei que estava muito branco.Peguei uma bebida que estava em uma pequena estante e falei- beba!Ele sem questionar deu um longo gole e me devolveu a garrafa- faça logo Eu peguei a garrafa e coloquei ao meu lado, fui até a água quente e mergulhei um pano
- você não vai descansar? - ouvi uma voz e levantei meu olhar e vi que o Rei estava acordado e me encarando - bom como guarda eu preciso te proteger… - eu falei me levantando- eu estou bem! Você pode descansar um pouco… - ele me seguiu até a cozinha, onde eu olhava os armários procurando algo que pudéssemos comer- não precisa bancar o bonzinho, porque sabemos que você não é… - eu acabei soltando não sei se era o cansado, mas nesse momento eu me dei conta do que eu falei e me virei para olhar para ele que parecia se divertir com tudo aquilo- você não precisa bancar a durona sabia!? - ele respondeu mexendo nos armários e pegando uma cesta de frutas- então você sabe quem eu sou?!? - eu perguntei cruzando os braços na frente do corpo- claro que sei, eu não poderia esquecer esse jeito deu turrão aí! - ele jogou uma maçã na minha direção - só quero ver quanto tempo você aguenta tudo isso - engraçado que se bem me lembro ontem você me pediu ajuda não é?!? - pedi e não tenho problema
- meu Deus já escureceu!Eu olhei para a janela cambaleando um pouco, eu ainda segurava a camiseta cheia de sangue do rei, droga meu corpo estava extremamente cansado, depois daquela luta e de ter passado a noite acordada eu pagava o preço agora, sentei na cama e coloquei a cabeça entre as mãos, eu estava cansada demais para tentar qualquer coisaEu fui até o banheiro e me lavei o melhor que eu pode, voltei ao quarto e me joguei na cama foi quando senti um vento entrando no quarto, eu não conseguia me mover, pois meu corpo estava muito fadigado, foi quando senti uma pressão na minha cama, abri meus olhos e me deparei com dois olhos claros me encarando, era o rei ele estava em cima de mim, eu mal conseguia respirar foi quando ele se aproximou do meu ouvido e sussurrou- você parecia tão tranquila dormindo que eu não resisti- resistiu ao que vossa majestade, se alguém nos ver… - respondi tentando me afastar- eles vão pensar o que eu mandar! - ele estava com a cabeça no meu pescoço, eu
Saí pelo castelo com um único objetivo, encontrar um dos aliados do rei dentro de uma taverna, não era algo dificil de ser feito, mas pensando nos últimos dias e com tudo que anda acontecendo a cautela pode ser a minha maior aliada nesse momento. Entrei na taverna e o cheiro de algo e sexo estava no ar, eu nunca havia entrado em um lugar como aquele, era uma mistura de ratos, com bebidas e gente se atracando pelos cantos, fiquei admirada de ver tudo aquilo, mas eu tinha que me concentrar e cumprir logo com tudo aquilo, olhei em volta e procurei ao redor alguém que não se encaixasse nos padrões daquele lugar, para qualquer outro tipo de pessoa seria uma missão totalmente fracassada, já que seria como achar uma agulha no palheiro, mas para uma camponesa que conseguia indentificar pequenas coisas incomuns era fácil, me aproximei de um homem que apesar das roupas esfarrapadas, tinha o cabelo muito bem cuidado, apesar de muito bagunçado e de ter sujeira no corpo. - Esse não deve ser o seu
Durante alguns dias tive que fazer a entrega das cartas do Rei, em todas as ocasiões fazia o possível para tentar recrutar ajuda para libertar o meu pai. Olivier e Tio Alfred tentava o mesmo e buscavam informações de Timoty, ele sumiu e não sabíamos ainda o que tinha acontecido e porque ele fugiu para a França. Os dias se passavam e tudo parecida mais dificil, eu ainda não podia visitar o meu pai e tinha que ceder aos caprichos do Nicolas. Ele me usava como segurança em todos os passeios que ele fazia, desde os passeios com as suas amantes até os que ele fazia com os seus aliados. Por mais que ele disesse que não era como o pai, não conseguia ver diferença na relação entre eles quando se tratava de mulheres, a cada dia ele se encontrava com uma nova e fazia promessas até conseguir o que ele queria, era cruel o que ele fazia e a maneira com que ele deixava as moças era pior ainda. Eu não falava nada e fazia meu trabalho quieta e tentava me manter distante, para ele eu era apenas uma f