— Me desculpe, nunca foi minha intenção te ofuscar. Eu apenas fui... eu mesma — murmurei, sentindo as lágrimas se formarem nos meus olhos. Agora a culpa estava aqui, mais forte do que antes. Saber que Blanca se sentia na minha sombra era doloroso. Saber que ela sempre se anulou para me dar o foco me rasgava por dentro. Eu preferia que ela fosse uma maldita filha da puta comigo, seria menos doloroso. Blanca me olhou, sem expressar muita coisa. Como se essas palavras não fossem novidade para ela. Talvez ela já soubesse disso há muito tempo. Talvez, para ela, essa conversa fosse só mais uma tentativa tardia de remendar algo que já estava quebrado há muito tempo. Como eu nunca notei nada disso? — Não é sobre você me anular, Brooke — ela disse com a voz baixa, quase distante. — Eu só... cansei de viver no seu mundo. De sempre ser a que fica para trás. — Ela deu um gole na cerveja, sua voz agora soa mais enrolada. Como se Blanca já tivesse bebido demais por hoje. Essas palavras me atingi
A pergunta cortou o ar, senti um nó na garganta. Como chegamos a este ponto? Blanca encheu os olhos de lágrimas, olhando para Brooke e depois para mim. — Eu nunca pensei que diria isso, mas... Esqueça que eu existo, Blanca. Simplesmente finja que você é irmã única, crie seu mundo perfeito e não me coloque nele. — Brooke proferiu as palavras com raiva. Levantando-se rapidamente de seu assento. — Viu o que você fez! — gritou a mãe delas para Blanca, que parecia em choque ainda. — Brooke, me desculpe — a mais velha choramingou, deixando as lágrimas rolarem descontroladas pelo seu rosto. Enquanto ela chorava, chamando o nome da irmã mais nova. Brooke passava pela porta da frente, batendo com força. — Você é uma idiota, Blanca! Como pode fazer uma acusação tão grave? Sente tanta inveja da sua irmã assim? — a mãe delas começou a falar, senti meu coração apertado. A culpa disso tudo estar acontecendo é minha.Eu entendi o que Brooke fez, ela manipulou Blanca. Fez com que ela fosse a vít
BROOKE BROWNCheguei em casa, tirei os sapatos e as roupas, ficando apenas de lingerie. Já se passaram cinco dias desde a nossa briga. Blanca me manda mensagens todos os dias, dizendo que estava bêbada e que disse aquelas coisas por isso, está arrependida e foi apenas uma crise de ciúmes besta.Eu enganei ela tão bem, mas me sinto mal por isso. Bom, quando ela pediu para eu não mentir, não achei outra escapatória a não ser me fazer de vítima, aproveitando sua embriaguez. Olho no celular e há onze chamadas perdidas de Blanca. Eu não sei nem como encarar ela depois daquilo, não sei como voltar atrás e consertar.Não vou mentir, estou sentindo falta dela. E falta de Connor também, a única pessoa que eu não poderia sentir falta.Caminho até os armários e pego uma champanhe, em seguida subo para o terceiro andar da casa, apenas para observar as grandes janelas de vidro, do chão até o teto. A chuva começa a cair devagar lá fora, abro as janelas da sacada e fico lá, sentindo as gotas molhare
Ela rebolou em meu colo, arrancando suspiros de meus lábios. O calor emana de seu corpo úmido, seu beijo é uma mistura de álcool com gotículas de chuva. Eu não consigo parar agora, eu a quero, eu preciso dela. — Por que está aqui, Connor? — sussurrou, mordiscando meu lábio inferior. Porque eu passei cinco dias pensando em você, Brooke. Porque toda vez que Blanca falava comigo eu não escutava, só pensava em seu rosto, seu corpo, seus lábios. Ela não é nada parecida com você, ela não se compara a você. Passei cinco dias malditos esperando uma mísera mensagem sua, esperando que você aparecesse na porta e pedisse desculpas à Blanca. Apenas para que eu pudesse te ver, nem que fosse por alguns segundos. — Senti saudades — murmurei, vendo a garota levantar rapidamente. Ela puxou minhas calças para baixo, se ajoelhou diante de mim e segurou firme em meu pau, colocando na boca. Porra, essa é a melhor sensação do mundo. — Eu também senti saudades — ela disse, com um sorriso malicioso. Se
— Fica, por favor — falei com uma voz manhosa, vendo Connor vestir sua roupa. Eu não quero que ele vá embora, não quero que ele volte para ela. — Você sabe que eu não posso ficar, não hoje. — Ele depositou um beijo demorado em meus lábios, cobrindo meu corpo com o edredom. — Até a próxima, Brooke — disse, saindo pela porta do meu quarto. — Você já conhece a saída, Connor — murmurei, em tom baixo. Não tendo certeza se ele ouviu. Quando escutei a porta da frente se fechar, senti o peso e a culpa me esmagando. Eu não posso continuar com isso, estou me enterrando viva assim. É uma tortura para nós três, mesmo que Blanca não saiba exatamente do que está acontecendo. Enrolei meu corpo no edredom, ficando em posição fetal. Senti vontade de chorar, de gritar que eu fodi com tudo. Mas eu apenas observei as luzes entrando pela janela, o dia clareando rapidamente. Preciso reagir, mudar os planos, as rotas, mudar tudo o que há para mudar. Ficar aqui nessa casa me fazendo de vítima não vai mu
— E o que você quer de mim? Quer que eu termine com Blanca e diga a ela que estou comendo a irmã mais nova dela? — meu tom sarcástico a fez revirar os olhos. — Não era para nada disso ter acontecido, Brooke. Era pra ter sido você desde o início — murmurei, tentando amenizar a situação.— Você nem se deu ao trabalho de esperar por mim! Em menos de semanas já estava dormindo com Blanca. Então não venha pagar de santo agora, querido.Dei uma risada amarga, nós sempre discutimos pelos mesmos motivos. Sempre acabamos entrando nessa merda de assunto.— Paixão, você precisa entender que se assumirmos um relacionamento... seria um escândalo. E eu só não fiquei com você antes porque nunca imaginei que você se interessaria por mim, Brooke! você é nova, inteligente e perfeita. Eu já vivi a vida o suficiente para saber que garotas como você não acabam com caras como eu no final.— Estou pouco me fodendo para a sua idade, Connor. Ou com sua maldita experiência de vida. A pergunta é... você quer te
**BROOKE** Eu senti a vitória em meus lábios, mas foi uma vitória amarga. Beijá-lo era o que eu queria desde o momento em que me deixei cair nesse jogo perigoso com Connor. Mas, enquanto nossos lábios se encontravam, percebi algo terrível: não era suficiente. Nada que ele pudesse fazer ou dizer apagaria o fato de que, antes de mim, ele escolheu Blanca. Escolheu o caminho mais fácil. E eu? Fiquei em segundo plano. Sempre em segundo plano. Caminhei sem rumo pelas ruas após sair dali, sentindo o frio cortar minha pele. Cada passo parecia mais pesado do que o anterior, como se o peso de toda a minha dor estivesse ancorado em mim. Eu não sou uma mulher que aceita migalhas. Não sou a mulher que espera ser escolhida.Mas por que, então, me sinto tão vazia? O beijo que dei em Connor deveria ter sido meu triunfo final, minha maneira de dizer a ele que posso tê-lo, mas que não quero mais. No entanto, enquanto minha mente tenta racionalizar isso, meu coração protesta. Meu coração grita que e
Enquanto eu mexia distraidamente no copo vazio à minha frente, ouvi passos rápidos atrás de mim. Antes que pudesse me virar, a voz de Flávia cortou o barulho do ambiente. — Brooke, espera. Levantei os olhos e vi Flávia parada ao meu lado, com uma expressão que eu não esperava. Parecia... genuína. — Olha, eu fui dura demais. — Ela suspirou, jogando o cabelo para trás com uma mão nervosa. — Não tinha o direito de jogar tudo isso em você assim. Fiquei em silêncio por um momento, surpresa com a mudança de tom. — Não era mentira, Flávia. Eu fui horrível com você. Ela inclinou a cabeça, como se ponderasse minhas palavras. — Talvez tenha sido. Mas, se eu estou sendo honesta, acho que parte de mim ainda guarda mágoas que não resolvi. Não é justo descontar isso agora. Dei um leve sorriso, um sorriso verdadeiro dessa vez. — Acho que também não é justo fingir que eu não fui uma megera. Se eu pudesse voltar atrás... — Você não pode, Brooke. — Flávia interrompeu, mas sua voz era mais