Ao inferno por ti vl1
Ao inferno por ti vl1
Por: Kelly romântica
Ao inferno por ti

Capítulo 1

Ouço a voz do médico ao fundo, ficando em choque. Acabo chorando, sou apaixonada por Edu desde a minha infância.

Fiquei sem ação além de derramar as lágrimas, e a única coisa que consigo fazer é relembrar da época da fazenda, de quando eu e Eduardo nos conhecemos...

Eu tinha dez anos quando o vi pela primeira vez...

Flashback

- Oi menina linda! Está brincando de quê?

Eduardo se aproximou de mim, se abaixando ficando na mesma altura do que eu.

Morávamos na fazenda do Senhor Augusto, no interior de Minas Gerais.

É claro, eu nunca tinha visto ele antes, fiquei sabendo depois que o pai dele trabalhava e morava ali na fazenda, conhecido por todos menos por mim como caseiro Romão.

O Senhor Romão morava nos fundos da fazenda, eu e meus pais: Thomas e Carla Albuquerque morávamos na casa ao lado do casarão.

A fazenda do Senhor Augusto têm 30 mil equitares, então era impossível que alguns funcionários se encontrassem.

Os meus pais eram empregados do Senhor Augusto e trabalhavam dentro do casarão, já eu, quando não estava na escola ou com os meus pais ficava perambulando pela fazenda.

Nasci e cresci naquela região, conheço cada pedacinho, só não conhecia muito as pessoas que trabalhavam lá.

Era meio solitário, então conversava com os cavalos, as galinhas, os porcos, as vacas e os bois, eles eram os meus melhores amigos.

E naquele dia quando fui brincar nos fundos da fazenda, eu o conheci! Digamos que foi amor a primeira vista...

- A menina linda não quer falar comigo? Eu me chamo Eduardo, mas pode me chamar de Edu.

Ele estendeu a mão sorrindo, apertei e olhei dentro dos seus olhos azuis. Tinha cabelo loiro liso um pouco jogado para o lado...

Havia se abaixado pra falar comigo enquanto estava sentada brincando de casinha com as minhas bonecas...

- Me chamo Letícia. E tenho dez anos, quer brincar comigo?

Naquele dia brincamos de casinha, ele foi meu primeiro amigo... Descobri que tinha quinze anos e era tão solitário quanto eu...

Logo o levei pra conhecer a fazenda do Senhor Augusto e gostou de tudo que tinha lá, mas o que chamou atenção mesmo foi o gado.

O ramo principal da fazenda do Senhor Augusto é a pecuária, ele têm 5 mil bois e vacas.

Edu nasceu e cresceu no Rio de Janeiro e quando seus pais se separaram, o seu pai veio trabalhar e morar na fazenda como caseiro.

Estávamos no mês de novembro das férias escolares, passamos um mês nos conhecendo e conversamos de quase tudo, dizia que eu era muito madura pra minha idade... Me lembro que brincamos de pique alto, pique cola três vezes... tudo na maior inocência. Edu me respeitava muito.

Até que um dia faltando 5 dias para o Natal... Estava chovendo muito e me encontrava preparada pra ir dormir, foi quando avistei Eduardo debaixo de uma árvore olhando para minha janela do meu quarto.

Estava todo encharcado e com os olhos vidrados, achei estranho, porém peguei um guarda chuva e uma capa.

Abri a porta e o guarda chuva, mas ao sair correndo em sua direção Edu se vira, querendo ir embora...

- Edu!! Edu!! Não vá!! O que aconteceu?! - Gritei no meio do temporal.

Edu se virou com lágrimas nos olhos, expressão carregada de dor. Ouvi um trovão e pulei de susto.

- Menina linda... Eu sinto muito...

Mas vou ter que ir embora hoje!

Não poderei passar o Natal com você! Como nós queríamos... e vou ter que... - Disse com o olhar angustiado.

- Mas por quê!? Fiz algo errado!? -Perguntei já querendo chorar porque ele era o meu mundo.

- Nunca!! Pelo ao contrário, o errado aqui sou eu nessa história toda... mas um dia não será mais e todos irão enteder o que si...

Edu tocou no meu rosto enxugando uma lágrima minha, olhou no fundo dos meus olhos e eu o olhei de volta naquela imensidão azulada, tão lindos...

- Eu não entendi o que você falou!!

Mas você pode voltar para o ano novo!? Ou janeiro!? - Digo exasperada.

- Não, não posso mais voltar pra fazenda. Tenho que me afastar de você! É o que todos querem...

Falou ele num tom de tristeza, com lágrimas escorrendo dos seus olhos.

Edu me beijou na testa e me deixou chorando debaixo daquela árvore no meio daquela tempestade de raios e trovões...

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