Capítulo 5

Sentimentos aflorados

Michael Louis Beckham

Assim que Yven começou a se afastar, tentei alcança-la e até gritei paraque ela me ouvisse, não me importando com os olhares de repreensão das pessoas que estavam almoçando, e fiquei tenso quando vi que ela saiu acompanhada de Sebastian e fui atingido por uma onda de ciúmes, queria correr atras dela e toma-la em meus braços, mas fui impedido por uma loira idiota e perversa, Laura esta sentada na cadeira em que Yven estava até agora, com uma postura ereta e elegant, quem não a conhece, imagina que ela é uma mulher doce e refinada quando, na verdade não presta, tentando me acalmar, voltei até a mesa e encarei Laura friamente.

 — Você sabe muito bem, que não fizemos nada ontem, Laura. Por que você tem que ser tão má e baixa? 

Murmurei controlando minha raiva e vontade de quebrar tudo e sorrindo satisfeita ela disse.

 — Michael, eu ajudei você, ela está se roendo de ciúmes. — e dando de ombros sem nenhuma culpa na consciência ela continua — Se você não ficar comigo, também não irá ficar com ela, meu querido. Ela é sem sal, e eu sou perfeita para você. Não enxerga? 

Sacudindo a cabeça em negação, eu recuperei a calma e respondi.

 — Suma da minha frente, ou eu vou acabar com você e essa sua vida fácil — sai deixando Laura sozinha com uma expressão amedrontada e fui direto ao garçom pagar a conta já me preparando para sair do restaurante.

 Enquanto entrei no carro, fechei os olhos ao lembrar do que fiz, ontem, chamei Laura para um jantar. Merda, que arrependimento.Eu e Sebastian, planejamos um plano de rápida execução, enquanto Laura e eu jantavamos, Sebastian e Gregori trabalhavam na instalação de um rastreador em seu carro para que conseguíssemos localizá-la sempre que preciso e assim fizemos no carro do meu irmão, que foi bem mais fácil, enquanto ele dormia durante o dia, Gregori instalou o rastreador próximo ao motor. O jantar com a Laura foi péssimo, ela tentava a todo momento tocar em mim, e eu me afastava o máximo possível, sempre que encontrava uma oportunidade de escapar eu logo fazia, pois não queria esta ali com ela e mesmo assim, eu precisava colocar o nosso plano em ação, e o máximo que Laura conseguiu de mim, foi tocar na minha coxa e foi ali que me dei conta, de todo o sentimento que eu senti pela Laura, só restou pena.Caminhei até a entrada do meu apartamento e logo digitei uma mensagem para Sebastian, mas fiquei agoniado pela demora em sua resposta, andando de um lado para outro no meu escritório de casa, recebi uma ligação e logo atendi a ligação já sabendo quem era.

— Sebastian?

Murmurei e ele soltou um suspiro e respondeu.

 — Michael, preciso encontrar você o mais rápido possível, Yven está dormindo, estamos na minha casa.  

Sem pensar duas vezes respondi sem esperar ele dizer algo.

— Estou indo agora mesmo !

Assim que encerrei a ligação, já liguei em seguida para Gregori que atendeu rapidamente.

— Senhor... 

Ele murmura e eu respondo sem ter tempo para saudação como de costume.

 — Precisamos ir para a casa de Sebastian, algo aconteceu, providencie nossa segurança, por favor. 

E confirmando, Gregori encerrou a ligação e andei até meu quarto para pegar meu casaco e minha carteira e fui em direção a porta.

Assim que estacionamos no prédio de Sebastian, mandei mensagem para que ele avisasse na portaria a minha entrada com Gregori, enquanto os outros agentes conferiam nossa segurança para podermos sair, 5 minutos depois já estávamos no elevador, meu peito estava ardendo, meu coração acelerado e estava até nervoso por saber que Yven estava aqui e que talvez iríamos conversar. Assim espero.

Encontrei minha pequena mulher descansando, seus cílios tremiam, e eu conseguia sentir sua agitação através do sono e toquei seu rosto mesmo sabendo que Sebastian e Gregori estavam no quarto comigo, não me importando que eles presenciem um momento meu de vulnerabilidade, não posso negar, amo essa mulher acima de qualquer coisa no mundo, ela mudou minha vida, e não posso deixar nada acontecer a ela e nem ao meu pequeno que cresce em sua barriga, acariciei sua barriga e relaxei um pouco, Yven se remexeu e então levantei e olhei para Sebastian, que parecia um pouco aflito.

 — o que aconteceu? 

Acomodados em sua sala de estar, Sebastian nos trouxe uma bebida e sentou-se à nossa frente e começou a explicar tudo detalhadamente, desde o momento em que saiu do restaurante.

— Tenho certeza, Laura estava no restaurante com a intenção de atrapalhar vocês e assim Yven ir para casa sozinha.  

Sebastian murmura preocupado, tomou um gole da sua bebida e continuou.

 — Chegamos na casa dela e havia sinais de arrombamento, na rua havia dois carros escuros, ambos distantes da casa, mas estavam lá, não pude confiar e então não pensei duas vezes, logo trouxe ela para cá, e em seguida avisei você.  

— Irei pedir aos nossos seguranças para irem checar a casa.

 Gregori diz e pegou seu celular andando em direção a saída e eu murmuro me sentindo um pouco cansado mental e fisicamente.

— Agradeço por estar no restaurante aquela hora, a segurança dela é tudo para mim, vou levá-la para minha casa, só assim ficará em segurança, não… 

E de repente Yven entra na sala com seu rosto tomado de fúria e me interrompe falando.

— Não vou para sua casa, Sr. Beckham. Você não tem o direito de me obrigar — ela se aproximou e ficou a quase 1 metro de distância de mim e continuou.

 — Não vou ficar na sua casa para ver aquela mulher me desrespeitar na sua frente pensando que só por que estão juntos, está no direito de pisar em mim.

E continua me encarando com seus olhos angustiados e brilhantes de raiva e eu levantei e fechei a cara sabendo que isso não seria fácil, pois ela estava determinada a não ir, eu conseguia sentir sua determinação então olhei para Sebastian pedindo um tempo a sós, e ele imediatamente levantou e disse.

 — Vou deixá-los à vontade, vou trabalhar no meu escritório.

Assenti e olhei duro para ela, que estremeceu, mas não desviou o olhar e continuou com sua expressão inabalável em seu lindo rosto enquanto puxava o ar e acredito estar tentando manter a calma.

— Você está bem?  

Perguntei tentando mudar o foco da conversa e então ela sorri e responde amargamente.

 — Estou ótima, obrigada. Irei pedir para meus pais virem me buscar, vou ficar na casa deles, e o senhor não irá contestar essa decisão — Ela fala firme e então eu perguntei em um rosnado.

 — Você não entende que preciso de você segura por um tempo? Sabe que está grávida de um filho meu, Yven. E eles não vão deixar isso passar batido. Estão vindos atrás de você por minha causa, e se eu não posso proteger minha família, que tipo de homem eu sou, porra? 

Ela apenas engoliu em seco, baixou a cabeça e permaneceu em silêncio e eu continuei.

— Não precisa me querer de volta em sua vida, mas eu preciso manter a sua segurança e a do meu filho… Pelo menos até eles serem pegos pela polícia, o que não vai demorar muito. 

 Ela assentiu e sentou na poltrona e permaneceu calada e eu digo.

 — Sobre Laura... — Ela me interrompe negando com a cabeça e diz — Não quero e nem preciso de explicações sobre... 

E eu a interrompi bruscamente e falei — Já que você não quer nem ouvir minha explicação, ao menos pense em ir morar comigo, pois de um jeito ou de outro, você irá.

Falei duro e ela ficou vermelha e levantando toda indignada vociferou.

 — Você não deveria fazer isso comigo. 

E sem conseguir me controlar, sorri amargamente e eu respondi.

 — E o que você fez comigo, estava certo? Me abandonou sem ao menos me ouvir, e o pior, eu nem sei o que fez você ir embora, Yven!

Dessa vez eu já estava com um bolo na garganta e ela estava com sua mão em sua barriga e diz 

— Na carta eu deixei tudo… 

Neguei com um gesto e disse.

 — Eu não tive coragem de ler a carta toda, pois perdi todas as minhas forças quando você se foi. 

Ela estava com seus olhos brilhando e eu continuei.

— Você deveria ter falado olhando em meus olhos, seja lá o que estava escrito naquela maldita carta. — Nesse momento senti meus olhos lacrimejarem ao me lembrar da dor física que senti e secando meus olhos bruscamente, murmurei.

— Era o mínimo que poderia fazer, para mim… Por nós.— Desabei na poltrona me sentindo muito cansado e então fechei meus olhos.

— Eu...— 

Ela engoliu em seco e sentou na poltrona à minha frente e continuou com um tom de voz triste.

 — Quando eu escrevi aquela carta, sentia estar morrendo por dentro a cada palavra escrita.

Seus olhos se fecharam e lágrimas desceram pelo seu rosto e ela continuou.

 — Sabia que se eu continuasse com você, tudo isso iria continuar. Pensei que os roubos, desvios, ameaças iriam acabar se eu saísse de vez da sua vida.

Suspirando ainda um pouco trêmula, ela finalizou.

 — Só pensei que se não estivéssemos juntos, tudo se tornaria melhor. 

Olhando para ela, vejo que está aflita e eu disse.

 — Se tornaria melhor para quem? Por que eu vivi o inferno sem você. — Levantei da poltrona e fiquei de costas para ela tentando controlar o peso no meu peito e continuei a falar.

— A decisão de terminar o que tínhamos, não cabia somente a você, mas não quero obrigar você a ficar comigo Yven, mesmo sentindo uma dor insana por saber que perdi você, só quero garantir sua segurança e a do meu filho. 

Virei de frente para ela e disse.

 — Juro que não irei pressionar você em nada que tenha relação a nós dois — Me aproximei um pouco dela, ainda olhando em seus olhos, que estavam presos nos meus, sua respiração mudou, eu estava ansiando por tocar em sua pele macia, o desejo estava me consumindo até que fui interrompido pelo meu celular, onde tem uma mensagem de Gregori.

  “ Está tudo averiguado e seguro, senhor!”

— Precisamos ir até sua casa !

 Falei colocando o celular no bolso de volta contendo meu tom autoritário, pois mesmo não estando juntos, não quero que ela fique com raiva ou com mágoa de mim, e assentindo ela levantou e permanece calada enquanto se direciona ao lugar onde estava descansado para pegar suas coisas, pois agora vi, Yven estava descalça esse tempo todo.Logo se aproximando, vi Sebastian com as mãos no bolso e sorrindo tranquilamente diz.

 — Não será fácil, meu nobre. 

Assentindo, puxei o ar e respondi um pouco cansado.

 — Nunca foi, amigo. — Dei um tapa em suas costas em cumprimento e murmurei — Mais uma vez, obrigado por cuidar da minha família. —

E confirmando, Sebastian diz.

— Você mudou minha vida, cara. Soa estranho, mas, eu tenho uma dívida eterna com você. Pode contar comigo, sempre!

E com isso Yven se aproximou já em seus sapatos e com bolsa em mãos e fiquei observando ela com uma expressão nervosa, como se não soubesse como proceder e se aproximou de Sebastian, que pareceu um pouco desconfortável com a aproximação mas não se opôs, apenas ouviu Yven dizer.

— Fico muito grata por você ter aparecido naquele exato momento, obrigada. 

E beijou sua bochecha e se afastando Yven foi até a porta e eu vou logo atrás, sentindo meu corpo aquecer de ciúmes.

Porra. Eu nunca fui um homem que demonstra os sentimentos, mas agora, estou odiando esse sentimento de ciúmes, mas apenas fiquei calado depois que Yven deixou um beijo na bochecha de outro homem, pois eu deveria receber essa atenção dela, eu que fiquei em pedaços quando ela foi embora e deixou apenas uma carta como despedida, mas deixei isso de lado quando Sebastian acenou para nós em despedida e abriu a porta para sairmos, e sem olhar para ela, continuei andando em direção ao elevador, ciente de que ela está confusa com muitas coisas, e uma delas é sobre eu ter saído com a Laura ontem, pois sei que mesmo ela nao querendo saber o que houve, as palavras de Laura ainda estão presentes em sua mente e isso está mexendo com seu julgamento sobre nós dois e isso me incomoda, pois, não tive a chance de me defender e falar a verdade a ela.

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