No dia seguinte, resolvo ir até a casa de Alex. Sei o que vocês devem estar pensando, ''cara, você é muito estúpido, o outro não está nem aí pra ti, e você fica correndo atrás dele'', mas eu precisava conversar com alguém, não estava mais aguentando guardar tudo isso comigo, eu tinha que pelo menos tentar.
Assim que toquei a campainha dele, Alex abriu a porta e ao me ver, ficou mudo, um completo silêncio, não sabia o que ele estava pensando ou sentindo naquele momento, mas como queria saber…
- Oi. - Falei quebrando o silêncio.
- Oi. - Respondeu em tom seco.
- Posso entrar?
Ele deu de ombros e eu entrei. Me sentei no sofá, e ele em uma cadeira de frente para mim.
- Achei que eu havia sido claro. - Falou.
- E foi. Eu é que sou teimoso mesmo.
Ele deu uma risada cabisbaixo, ah, como eu gostava daquele sorriso, fi
Não conseguia crer no quemeus olhos estavam vendo. Ede repente ele me viu, mas não fez e nem disse nada, nem me cumprimentou, foi como se ele nem me conhecesse, foi horrível.Ele se despediu da mulher com um beijo de cinema e então ela saiu e ele entrou no colégio.- O teu professor tem namorada? - Perguntou Kim docemente.Em meio à tudo isso, até havia esquecido que Kim estava comigo.- Parece que tem. - Falei enquanto entrávamos no colégio.Kim se juntou com seus amigos e eu fui ao encontro dos meus. Kika e Lucca estavam falando sobre a prova de matemática que tínhamos tido, me sentei do lado de Kika e bufei de raiva. Notei os dois me olhando.- Que houve? - Me questionou Lucca.- Nada. - Falei seriamente.- Sei… - Disse Kika. - Andiamo, fala logo.- Ah, um garoto que eu gosto... O vi com uma garota, os dois
O vi ali ao meu lado e meu coração acelerou da mesma forma de sempre, como ele era lindo e tinha um sorriso tão sedutor.- Oi. - Falei sem tirar os olhos daquela paisagem exuberante.Ele ficou um pouco em silêncio, admirando tudo aquilo, mas logo disse:- Vamos lá pra casa, precisamos conversar.O olhei incrédulo com a fala do mais velho, estava muito chateado ainda, não conseguia perdoá-lo. Acabei recusando seu convite, tinha que me fazer de dificil, não poderia dar o braço a torcer tão facilmente.- Mike, eu quero mesmo falar com você, mas não dá pra ser aqui em público, é meio arriscado, vamos lá pra casa, por favor.- Ok. - Falei revirando os olhos.Peguei minha bike e fomos até sua casa. Eu nem quis me sentar, fiquei ali em pé vendo o que ele tinha pra me dizer, se me pediria desculpa, e se ele fizess
- Amor, o que aconteceu? - Perguntei preocupado.Alex sem dizer nada, me arrastou pra dentro de sua casa e nos sentamos no sofá, ele estava muito mal, bastante abalado, fora de si, não parava de chorar e de soluçar e isso estava me deixando mais e mais preocupado.- Por favor, me conta o que aconteceu. - Pedi.Nisso apareceu Ryan, o sobrinho de Alex.- O que houve, tio? - Perguntou docemente. - Por que tá chorando?Olhei para Ryan me perguntando o que estava havendo e depois para Alex, que estava aos prantos, não estava entendendo nada.- Vá pro meu quarto, depois eu converso contigo. - Falou Alex para o garoto.Ryan obedeceu a ordem do tio, e Alex esperou para que ele desaparecesse por completo do nosso campo de visão, e se sentou mais perto de mim.- Alex, eu estou preocupado com você, por favor, me fala logo o que te deixou assim.- Ah, Mike... - Disse aos prantos
À tarde não fui à casa de Alex, sabia que sua mãe estava lá e que eles precisavam desse tempo sozinhos. Mas liguei algumas vezes para saber de notícias, estavam arrasados e com razão.No domingo, resolvi levar Kim para brincar com Ryan, ele estava precisando se distrair e assim eu já aproveitaria para ver Alex.- Como vocês estão? - Perguntei ao chegarmos em sua casa.- Mal. - Falou Alex. - Estou tentando ser forte por causa do Ryan, mas está difícil.- Imagino… - Falei.Eu não sabia o que dizer, o que se fala pra uma pessoa que acabou de perder um ente querido? É um momento tão delicado, tão difícil, nunca sei quais palavras usar.Ryan não estava com vontade de brincar e Kim entendeu e fez questão de ficar apenas fazendo companhia e conversando com ele. Eu tinha contado o que havia acontecido e ela tinha
Na segunda-feira assim que minha aula acabou, eu fui falar com a professora de Kim.- Michael, estava lhe esperando. - Falou Esther ao me ver.- Estava? - Perguntei surpreso.Eu não tinha dito que iria lá e acho que Kim tampouco, como ela poderia estar me esperando?- Sim, eu que te chamei aqui para conversarmos.- Chamou? - Questionei.- Ué, a Kim não te deu meu recado? Eu disse pra ela que queria falar contigo.Kim não havia me falado nada e era estranho porque ela não era de esconder as coisas, não éramos quase chamados na escola, mas quando isso acontecia ela sempre nos contava.- Ah, claro, verdade… Eu havia esquecido. Desculpa!Não gostava de mentiras, mas não quis falar que Kim não havia me contado nada, sua professora ficaria chateada com ela e não era isso que eu queria.- Acontece que a Kim vem tendo umas atitudes
Kim não parava de chorar, mal conseguia falar, não estava entendendo nada do que acontecia.- Por favor, me diga o que houve. - Pedi.- Eu não quero me apresentar, porque… Porque eu tenho vergonha. Não me obrigue, por favor, Mike.Jamais obrigaria Kim a fazer algo que ela não quisesse, podia ser criança, mas ela tinha suas escolhas, suas vontades e se ela não queria fazer algo, ela não faria.- Tá tudo bem. - Falei ao abraçá-la. - Você não precisa se apresentar.- Obrigada, Mike. - Falou ao me abraçar fortemente.Voltamos para o salão da escola, nos juntamos à mamãe, Henrique e Noah e os três queriam saber o que havia acontecido, Kim disse que ficou com muita vergonha de se apresentar e se desculpou. Acho que no lugar dela eu também não teria me apresentado, mas não por vergonha, e sim, por H
- Mas o que é isso? - Perguntou a voz.E era uma voz que a gente conhecia muito bem, alguém que jamais poderia nos ver. Sabem quem era? A diretora Suzana, sim, a mãe de Alex e diretora do meu colégio. Quer coisa pior? Era muito azar, mas também pisamos na bolaem ficar bem perto do colégio.- Mãe? Calma, podemos explicar.- Venham comigo, vamos conversar na minha sala. - Falou se pondo a se retirar.Ela saiu em direção ao colégio e a gente foi atrás dela. Durante o caminho todo foi um completo silêncio, ninguém disse uma única palavra.Ao chegarmos no colégio, fomos logo para a diretoria, dona Suzana se sentou em sua cadeira, e a gente em outras, que havia à frente de sua mesa.- Então, quem vai começar me explicando o que foi aquilo? - Perguntou dona Suzana.Alex e eu nos olhamos, ningu&ea
Os médicos cuidaram muito bem de minha mãe, trataram ela muito bem, o que nos fazia crer que em breve ela teria alta.Enquanto mamãe estava internada, Noah, Kim e eu ficamos na casa de Alex, ele estava sendo tão legal pra gente.- Por que o pai de vocês fez isso? - Perguntou Ryan se referindo ao acontecido.- Porque ele é do mal. - Falou Kim.Tão triste pensar que Kim estava certa, ele realmente era ruim, como me doía admitir isso. Lembro que quando eu era criança inventava para meus colegas que meu pai era o máximo, dizia que era o melhor pai do mundo, coisas que eu sempre quis que fossem verdade, é tão doloroso para uma criança ter que ver o pai cometer tamanhas atrocidades, quando eu era pequeno me sentia impotente, queria fazer algo, fazê-lo parar, mas eu não tinha voz, por isso, que eu sabia como minha irmã se sentia e era ruim por dema