Capítulo 5

Naquele dia combinei com a Carla que iríamos almoçar juntas. Eu e Carla éramos amigas a muitos anos, e por isso queria contar pra ela sobre o que aconteceu com Cadu.

A Carla e o Cadu nunca se deram muito bem, isso por que a Carla sempre achou que o Cadu não queria nada comigo, ela achava que ele estava apenas se divertindo, e o pior é que ela estava certa.

_ Eu disse que ele não prestava _ diz ela com a boca cheia de batata frita, isso era a cara da Carla.

A Carla sempre foi mais desinibida que eu, e claro ela sempre chamou mais atenção, mas isso nunca me incomodou, ao contrario eu amava aquele jeito louco dela de ser.

_ Eu sei, eu sei _ eu parecia uma criança recebendo uma bronca _ mas eu gostava dele, e ele sempre me tratou tão bem.

_ É, e na primeira oportunidade te deu um pé na bunda, e ainda te humilhou, não acredito que você não fez nada, devia ter metido a mão na cara do cretino.

_Eu sei_balanço a cabeça_ mas sou tão idiota quando o assunto é amor.

Carla percebe que eu estava completamente destruída com tudo aquilo, e se aproxima de mim e me abraça.

_ Ah! Malu, como voce pôde se enganar tanto? Eu não te avisei que esse tipo de homem não presta? Eles não ligam pra amor, eles ligam em aumentar a fortuna deles.

Ouvindo Carla falar,me lembro da nossa conversa em seu carro outro dia, e agora eu iria perguntar.

_ Carla, por que você odeia tanto esse tipo de homem?

Ela respira fundo..

_ Eu não gosto de falar no assunto _ ela desvia o olhar_ mas como você é minha melhor amiga. Eu me envolvi com um cara, já faz um ano e nos apaixonamos.

_ E o que aconteceu?

_ O normal né malu, quando os pais dele descobriram que ele estava apaixonado por uma secretaria ameaçaram deserdar ele, e ele nem pensou duas vezes,me abandonou.

_ Você voltou a vê-lo?

_ Não, e nem quero, por que ainda gosto dele e não suportaria, eu com certeza iria atrás dele como uma louca._ ela dá um leve sorriso

  Eu ate queria conversar mais, e saber quem era o tal homem, mas eu já estava atrasada pra voltar ao trabalho.

  Chego no escritório, e meu chefe já esta lá sentado na mesa, olhando uma papelada, parecia a mesma papelada do dia anterior. Ele me vê entrar, e me acompanha com o olhar até a minha mesa, ele parecia pensativo. Eu fico pensando se eu não tinha voltado atrasada do almoço, olho no relógio e vejo que não, então por que ele estaria me olhando?

_ Malu_ ele me chama. Eu estranho ele parecia meio nervoso, me perguntei se já seria demitida. Me aproximo com medo, afinal poderia ser qualquer coisa e ele estava tão sério.

_ Senhor.. _ paro na frente dele

_Sente- se! _ aponta a cadeira, me sento _ eu queria poder continuar nossa conversa, nós podemos?

Conversa? O que ele queria? Por que tanto interesse em saber se eu tinha namorado?

_ Senhor... Eu não quero ser mal educada, mas não entendo o por que da sua curiosidade.

_ Eu sei que posso parecer um pouco... Curioso, mas preciso muito saber, antes de lhe fazer a próxima pergunta.

Próxima pergunta? Tem outra? O que ele queria afinal?

_ E então Malu, você tem namorado?_ pergunta novamente

Balanço a cabeça triste, afirmando que não.

_ Bem... Malu, serei objetivo. Estou te observando a algumas semanas, e juro que gostaria de ter mais tempo, mas não tenho outra opção, acho que posso confiar em você.

_ Confiar em mim? Não estou entendendo nada.

Como assim confiar em mim? O que ele queria? Estava começando a me assustar, o que tem a ver eu não ter namorado?

Ele se levanta da cadeira e começa a caminhar pela sala, parecia estar procurando as palavras pra me explicar.

_ Bem... Malu, eu tenho uma proposta pra te fazer _ ele me olha fixamente e eu fico paralisada com aquele olhar.

_ Proposta?_ falo quase sem voz

_ Malu, como você deve saber, meu pai está muito doente.

Na verdade eu não sabia muito sobre o assunto, só sabia que a mais ou menos um ano, o pai dele havia sofrido um infarto e depois disso a saúde dele só fez piorar.

_ Sim.

_ Bem... pelo que sabemos ele só tem algumas semanas de vida _ ele para e respira um pouco_ e por isso já estamos nos preparando para o pior.

_ Sinto muito senhor.

_ Enfim, não é sobre isso que quero lhe falar, como eu ia dizendo, estamos nos preparando.

_ Me desculpe, mas não entendo por que devo saber de tudo isso._ interrompo curiosa pra saber o por que de tanta enrolação.

_ Malu, tem uma cláusula no testamento do meu pai, que diz que eu só posso receber a minha parte se eu me casar.

Arregalo os olhos, e me pergunto se havia ouvido aquilo mesmo. O que ele queria? Agora estava ainda mais curiosa pra saber.

_ Mas... isso pode mesmo acontecer? Parece coisa de novela.

_ É, eu sei, voce deve estar se perguntando por que casar?_ ele revira os olhos_ Eu sempre fui muito mulherengo e meu pai acha que já tenho idade de construir uma família como meu irmão fez._ ele olhava pra cidade como se seu pensamento fosse longe._ele quer que eu fique com a empresa, mas ele quer que eu me case.

_ Ele não pode obriga-lo, pode?

_ Sim, e é aqui que entra minha proposta.

Fico parada apenas observando ele se aproximar de mim. Ele se abaixa na minha frente e olha direto nos meu olhos.

_ Quero que se case comigo.

Hã? Casar? Sério? Ele só pode estar maluco achando que eu vou aceitar uma proposta dessa. Ele nem me conhece, e me pede em casamento? Que cara louco.

_ Casamento? _ grito me levantando da cadeira. Ele continua me olhando normalmente como se já esperasse aquilo.

_ Malu, não é nada de mais, será apenas por alguns meses e depois nos separamos.

_ Mas... Por que eu? Há tantas mulheres por ai_ eu estou muito alterada e minha voz esta falhando de tanto nervoso, não consigo me controlar

_ Malu como eu disse, venho te observando, e sei que vai parecer meio estranho, mas você me intriga, me chama a atenção.

O que estava acontecendo? O cara ta dando em cima de mim?

_ Sei que pode parecer meio estranho agora, mas essa proposta pode lhe interessar, eu lhe pagaria muito bem por isso

_ Eu... isso é loucura_ falo andando de um lado pro outro

_ Não precisa me responder agora, apenas prometa que vai pensar.

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