— Não importa se foi o sequestro que Pola e Eliana sofreram juntas, a vez em que ela drogou Pola em segredo, ou até mesmo quando, dias atrás, ela mandou alguém se passar por Eliana para sequestrar Pola, e depois entregou o pen drive com as provas contra ela para o Sr. Jacob. Tudo foi obra dela.Leyla olhava fixamente para o rosto de Isabel, que, mesmo perto dos cinquenta anos, ainda mantinha uma beleza marcante. Leyla tentava decifrar se ela estava mentindo.O semblante de Isabel não demonstrava nervosismo ou culpa — era a imagem perfeita de compostura. Ou tudo era verdade, ou Isabel era uma atriz excelente. Leyla preferia acreditar na segunda opção, porque não podia aceitar que Pola fosse inocente.Leyla estava prestes a falar, mas Jacob foi mais rápido:— Você já terminou?Leyla olhou para Jacob, incrédula. O mesmo olhar de surpresa estava no rosto de Isabel. Leyla, no entanto, sentiu uma alegria maliciosa subindo pela garganta, quase rindo da situação.Isabel, por sua vez, não espe
Todos os presentes acreditavam que Pola estava condenada, inclusive Jacob, que por fim não conseguiu ficar apático.Ele correu na direção dela para agarrá-la, mas chegou tarde demais.Do 88º andar, todos pensaram que a queda seria fatal. No entanto, para surpresa de todos, após descer apenas três andares, ela foi salva por um limpador de janelas que trabalhava em uma plataforma suspensa. O homem, com uma força impressionante, conseguiu segurá-la com facilidade.Apesar de ter escapado por pouco, Pola machucou o braço esquerdo, e o ferimento não era leve. Isabel queria levá-la ao hospital, mas Pola insistia em recusar.— Mãe, eu não vou ao hospital. — Disse Pola, em um tom que deixava claro que não se importava mais com a vida. — Esse machucado não vai me matar.Pá! Isabel deu-lhe um tapa no rosto:— Por causa de um homem que não se importa com você, vai esquecer até dos seus pais?Pola, chorando, assentiu:— Sim, vou esquecer. Eu não quero mais nada, nem a mim mesma! Mãe, sem ele, eu re
Eliana deu uma risadinha.— Então você pode ir buscá-la.— Elia, você já sabia de tudo? — Andrew soltou uma risada amarga. — Claro, tão inteligente como você, não teria como não saber.— Saber o quê? — Eliana fez uma expressão de confusão. — Eu não sei de nada. Só sei que Clara é um pouco infeliz. E que, por coincidência, ela tem o mesmo sobrenome que você. Fora isso, não sei de mais nada.Andrew suspirou profundamente.— Ela é minha irmã mais velha. Na verdade, sempre quis tirá-la da família Francis, mas tinha medo de te causar problemas...Eliana deu um leve tapa na cabeça dele.— Você acha que eu sou tão inútil assim, que não consigo lidar com uma família Francis?Andrew esfregou o local onde ela o acertou, ainda sentindo um pouco de dor.— Claro que não. Eu só estava evitando complicações. Afinal, você ainda tem grandes vinganças a resolver...— Pare de enrolar! Faça o que quiser no futuro. — Interrompeu Eliana, impaciente. — E o que está esperando? Vai logo buscar sua irmã.Andrew
Quanto mais ela tentava evitar certas pessoas, mais elas apareciam!Eliana queria ignorá-los completamente, mas Jordan não podia deixar de manter as aparências.Com uma expressão impassível, Eliana empurrou a cadeira de rodas de Jordan em direção ao casal, e assim que chegaram perto, ela tomou a frente e disse:— Que coincidência, o Sr. Jordan está indo fazer uma sessão de reabilitação. Sr. Jacob, se não estiver com pressa, pode aguardar na sala de espera.Os olhos de Jacob fixaram-se no rosto dela, que, apesar da frieza, continuava absurdamente bela. Seus lábios se moveram levemente:— Se não me engano, você é apenas a cuidadora.O tom era suave, mas o significado por trás de suas palavras era claro para todos ali.— Ou será que você acha que pode falar em nome do Sr. Jordan?Jordan olhou para Jacob com um leve sorriso.— Hoje realmente não é um bom momento.Eliana sorriu ironicamente.— Sr. Jacob, ouviu o que Sr. Jordan disse? E, só para esclarecer, eu fui um pouco indelicada agora h
— Não é? — Pola estava com a expressão cheia de mágoa. — Eu vim de tão longe só para te pedir desculpas. Você diz que me perdoa, mas não me trata bem. Eliana, se você não está disposta a me desculpar, podia ter falado logo. Não acha que isso é muita falsidade?Eliana a observou por alguns segundos e então sorriu de canto.— Realmente, é um pouco. Já que é assim, não vou mais fingir.Dizendo isso, ela se inclinou de repente e puxou Pola do chão, sem dar tempo para que ela se equilibrasse, empurrando-a com força.Pola não esperava que Eliana fosse tão ousada, ainda mais na frente de Jacob e Jordan. Sem nenhuma defesa, ela caiu pesadamente.— Puxa... — Eliana riu com satisfação. — Te empurrei de novo!Ela então olhou diretamente para Jacob.— Sr. Jacob, você viu direitinho como empurrei sua namorada? Se não, posso te mostrar novamente.Dizendo isso, ela puxou Pola outra vez. Dessa vez, além de empurrá-la, deu-lhe um chute no estômago.— E agora? Se você ainda não viu direito, posso repeti
Pola estava furiosa. Ela tinha ido atrás de Eliana com o objetivo de humilhá-la, mas acabou levando uma surra. A caminho de casa, não conseguiu conter sua frustração.— Jacob, a Eliana mudou. Antes, ela era tão doce, meiga... Agora, ela está assustadora. Eu começo a pensar que toda aquela gentileza de antes era apenas uma máscara.Jacob, com um olhar indecifrável, respondeu friamente:— Se você tem medo dela, é melhor não provocá-la mais.Pola ficou ainda mais irritada. Que tipo de resposta era essa? Ela era a vítima! Mas, sabendo que Jacob havia começado a confiar nela novamente, achou melhor se conter.Chegando em casa, no entanto, toda a raiva que havia segurado explodiu. Ela começou a quebrar e arremessar tudo o que via pela frente.Isabel, que estava dormindo, acordou assustada. Ao descer as escadas e ver Pola em um acesso de fúria, correu para acalmá-la.— Meu amor, o que aconteceu agora?— O que aconteceu? — Pola pegou um vaso de porcelana e o arremessou no chão, quebrando-o em
O médico olhou para o relógio, impaciente.— Cadê o marido da paciente? Se ele não vier logo assinar os papéis, vai ser tarde demais.A enfermeira respondeu com um ar de desconforto:— Ele disse que não vai vir. Disse que a paciente pode se virar sozinha, que ele não se importa.Se virar sozinha...Na mesa de cirurgia, coberta de ferimentos e lutando pela vida, Eliana Walton tentou levantar uma das mãos.— Me dá o celular... — Murmurou com dificuldade.A enfermeira, vendo o desespero nos olhos da paciente, rapidamente entregou o telefone.Com o corpo inteiro em agonia, Eliana forçou-se a discar o número que estava gravado em sua memória. O telefone quase desligou automaticamente quando, finalmente, a ligação foi atendida.— Eu já disse que a vida dela não importa para mim. — A voz do homem do outro lado era carregada de impaciência e desprezo.— Jacob... — Cada palavra que saía da boca de Eliana parecia rasgar seu corpo por dentro. — Depois que você levou a Pola, os sequestradores det
Na manhã seguinte.Por causa da dor intensa no ferimento de Pola, ela insistiu para que Jacob ficasse mais uma noite no hospital.A caminho do trabalho, ao passar por um cruzamento, Jacob deu uma ordem repentina ao motorista:— Vá para a Vila Werland.Ele não queria voltar para lá, mas suas roupas já estavam há dois dias no corpo. Era hora de trocá-las.Ao chegar na casa, no entanto, não foi recebido com o calor habitual de uma mulher ansiosa pela sua chegada, mas sim com uma frieza que parecia preencher todo o ambiente.No centro da sala, sobre a mesa de café, estava um documento de divórcio.Jacob olhou para a assinatura no final da página, junto com a chave da casa colocada em cima do contrato. Seus olhos escuros brilharam por um breve momento, com uma emoção difícil de decifrar. Em seguida, ele subiu as escadas em direção ao quarto.Era a primeira vez que Jacob entrava no quarto de Eliana.Durante os últimos três anos, eles haviam vivido como estranhos, dividindo a mesma casa, mas