Eliana, que mal havia dormido a noite toda e só conseguiu descansar um pouco quando o dia já estava quase amanhecendo, foi acordada de manhã cedo pelo burburinho das conversas das empregadas. Na noite anterior, sua mente estava uma bagunça. Não era como se ela estivesse pensando ativamente em algo, mas aquelas questões pareciam ter criado raízes em sua cabeça, recusando-se a ir embora. O resultado foi uma noite inteira de insônia. Agora, sendo acordada tão cedo, ela estava irritada ao extremo. Sem sequer lavar o rosto, saiu do quarto e desceu as escadas. — Que tanta conversa é essa logo cedo? — Disparou ela, impaciente. As empregadas, assustadas, pararam de falar imediatamente e baixaram a cabeça. O silêncio se espalhou pelo ambiente. Eliana estranhou. O comportamento delas geralmente era impecável; raramente faziam algo que incomodasse. Ficou curiosa para saber o que tinha causado tanta agitação naquela manhã. — O que vocês estavam falando? Uma das empregadas, visivelment
Todos que estavam ali presentes perceberam de imediato: Eliana não sentia mais nada por Jacob. Se ainda restasse algum resquício de sentimento, por menor que fosse, ela não teria dito algo assim, com tamanha convicção. Mas Jacob, teimoso como sempre, simplesmente se recusava a acreditar. Com sua altura imponente e passos firmes, ele avançou na direção dela. Parou apenas quando restava um único passo entre os dois. Seus olhos negros, intensos e penetrantes, fixaram-se nos dela. — Você tem certeza? — Perguntou ele, com a voz baixa, quase rouca. Eliana, sem hesitar, virou-se em direção à mesa, onde havia uma bandeja de frutas. Pegou uma faca e, com um gesto rápido, atirou-a aos pés de Jacob. — A pergunta é: você consegue? — Respondeu ela, fria como o gelo. Jacob abaixou o olhar, encarando a lâmina afiada da faca a seus pés. Seus olhos escureceram, como se algo dentro dele se quebrasse. Ele se abaixou, pegou a faca e, segurando-a com firmeza, ergueu-se novamente. — Você realm
Jacob ficou parado no mesmo lugar por um bom tempo, até que as pernas começaram a formigar. Só então se virou e foi embora.…Enquanto uns comemoravam, outros se lamentavam.A notícia de que Jacob havia sido rejeitado por Eliana chegou rapidamente aos ouvidos de Falcão. Seu humor sombrio deu lugar a uma satisfação quase maldosa.— Quem diria, hein? Nem precisei mover um dedo, e o Jacob já foi descartado por completo.Ele realmente achava que, depois de Jacob ter salvado Eliana como um herói, ela mudaria de ideia sobre ele. Mas, ao que parecia, as palavras dela — de que não voltaria atrás — eram mais que verdadeiras.Um dos capangas, que estava por perto, perguntou com cautela:— Nesse caso, o plano ainda continua?— Claro que continua! — Falcão respondeu com um olhar frio e impiedoso. — No mundo, nada é mais volúvel do que o coração humano. Hoje ela não o ama, mas isso não significa que nunca mais o amará. Então, não podemos dar ao Jacob nenhuma chance de se reerguer.Além disso, Jacob
O sol atravessava as frestas da cortina e iluminava o rosto do homem que dormia profundamente. O brilho incomodava, e Jacob levantou a mão para bloquear a luz.De repente, flashes da noite anterior invadiram sua mente. Eliana tinha vindo até ele, disse que o perdoava e, depois…Eles acabaram na cama.Ao pensar nisso, seus olhos, antes bem fechados, se abriram de repente. Ele virou a cabeça para o lado, ansioso. Quando viu a pele clara e suave das costas nuas da mulher deitada de costas para ele, uma alegria intensa tomou conta do seu peito.Então, era verdade. Tudo o que aconteceu na noite passada não foi uma alucinação causada pela bebida. Eliana tinha realmente voltado. Ela o havia perdoado.Perdido nesses pensamentos, ele viu a mulher se virar lentamente e lhe lançar um sorriso doce.— Jacob, bom dia.Ao ver o rosto de Pola, Jacob sentiu como se um raio o atingisse. — Como assim, é você? — Exclamou, atônito.Ele tinha certeza de que era Eliana. Como poderia ser… Pola?— Jacob, você
Jacob soltou um riso amargo, cheio de desprezo por si mesmo, enquanto encarava os olhos de Pola com ainda mais repulsa. — Fora daqui! — Ordenou com frieza. Pola se levantou do chão apressadamente, tropeçando nos próprios passos enquanto corria em direção à porta. No entanto, antes de sair, virou-se para ele, com uma expressão de súplica. — Jacob, eu não vou contar nada. Principalmente para Eliana. Nem uma única palavra. Você não precisa se preocupar. Mas ela não precisava dizer nada, pois alguém certamente se encarregaria de contar a Eliana! E os olhos de Pola, antes cheios de terror, agora estavam completamente tomados por uma expressão traiçoeira e pérfida. Assim que Pola saiu, Jacob foi direto para o banheiro. Lavou-se compulsivamente, esfregando cada centímetro do corpo várias vezes, mas ainda assim a sensação de sujeira não desaparecia. O fato de ter dormido com Pola o enojava. Ele sentia um ódio profundo por si mesmo. Sentia que havia traído Eliana. A cada pensamento,
— O que você disse? — Eliana olhou para Falcão, incrédula. — Repita o que acabou de dizer! Falcão abriu um sorriso descontraído e repetiu: — A partir de hoje, assumo oficialmente um cargo no Grupo Morris. — Quem autorizou isso? — A voz de Eliana subiu um tom, carregada de irritação. Falcão apontou para ela com um gesto casual: — Claro que foi você! Essa autoconfiança absurda dele lembrava Jacob, outro mestre da cara de pau. — Na verdade, nem preciso da sua permissão. — Falcão disse, com uma lógica que só ele entendia. — Com o Jordan e o Elder fora de cena, como membro da família Morris, é minha obrigação assumir as responsabilidades que me cabem. Enquanto falava, ele se levantou da cadeira, contornou a mesa e parou bem na frente de Eliana. — Elia, não se preocupe. Não vou disputar a presidência com você. Você continua sendo a presidente do Grupo Morris. Eu só vou ser o seu assistente pessoal. Assim, posso proteger a empresa... E você. Eliana apontou diretamente para
— Vai pro inferno! — Eliana não aguentou mais e deu um soco direto, mirando o rosto de Falcão. Mas ele foi rápido. Pegou a mão dela no ar e a envolveu em sua palma quente, com um sorriso irritantemente calmo. — Estamos no verão, Elia. Não adianta esquentar a cabeça assim, vai acabar fazendo mal para sua saúde. Eliana tentou puxar a mão de volta, mas quanto mais ela se debatia, mais firme ele segurava. — Solta! — Ela ordenou, furiosa. Falcão fingiu não ouvir e, aproveitando a situação, puxou a mão dela para si e começou a caminhar para dentro da mansão. — Faz tanto tempo desde a última vez que estive em casa... Agora que voltei, vou precisar bastante do seu cuidado. Eliana sentiu a raiva aumentar ainda mais. O desejo de matá-lo ficou quase irresistível. Seus olhos fixaram-se na nuca dele, brilhando com uma intenção perigosa. Num movimento rápido, ela ergueu a mão para aplicar um golpe certeiro... Mas, como se já estivesse esperando, Falcão girou o corpo no exato momento
— Não é de se estranhar. — Eliana respondeu com indiferença, como se as palavras de Pola não tivessem peso algum. Não era de se estranhar que ele tivesse, de repente, se declarado para ela de maneira tão apaixonada, quase a fazendo acreditar. No entanto, no fim das contas, tudo não passava de uma estratégia de vingança. Ainda assim, mesmo que tivesse acreditado, ela jamais cometeria o mesmo erro de três anos atrás. — Eliana, para de fingir. Sei que você está furiosa. Afinal, você o ama, mas ele só pensa em te manipular. — Pola insistiu, tentando provocar. — Ainda bem que você não acreditou nele. Senão, acabaria como antes, com o coração em pedaços... Eliana até estava calma, mas Pola era insuportavelmente irritante. Sua voz estridente, repetindo as mesmas provocações, fazia a cabeça de Eliana latejar. Sem mais paciência, ela levantou a mão e deu um tapa forte no rosto de Pola. — Você tem razão. Estou mesmo com raiva. E, já que tudo o que ele faz é por sua causa, então vou des