Por isso, sem avisar Jacob, Eliana decidiu levar Leyla para uma viagem. Às vezes, mudar de ambiente fazia toda a diferença. Depois que a situação da avó ficou estável, Jacob foi direto para a Mansão Morris, mas não encontrou ninguém. Perguntou aos empregados, mas todos permaneceram em silêncio absoluto. Ligou para Eliana, mas todas as chamadas foram rejeitadas. Sem outra opção, ele pediu que Thomas investigasse. O relatório que recebeu foi claro: — Verificamos todos os voos, trens de alta velocidade e até viagens de trem comuns. Não há registros de viagem da Sra. Perry ou da Srta. Leyla. Jacob, no entanto, não ficou exatamente surpreso. Apenas mais curioso. Quem estava ajudando Eliana a desaparecer assim? Seria Andrew, aquele homem que até agora ele não conseguira descobrir nada a respeito? Jacob estava convencido de que Andrew já sabia de tudo sobre Eliana, incluindo sua verdadeira identidade. Provavelmente era ele quem a vinha ajudando a se esconder todo esse tempo. E
Eliana soltou uma risada fria: — Só vocês? Os homens estavam todos armados, mas isso não a intimidava nem um pouco. Ela já tinha enfrentado situações muito piores. O que mais lhe preocupava agora não era sua própria segurança, mas sim Leyla. Ao pensar em Leyla, seus olhos se encheram de determinação. Com um movimento rápido e certeiro, ela desarmou o homem que havia acabado de provocá-la, tirando a metralhadora de suas mãos e apontando-a diretamente para sua cabeça. Sem hesitar, encarou os outros e ordenou: — Se não quiserem morrer, sumam daqui agora! Os homens não se deixaram abalar pela ameaça. O que estava sob a mira de Eliana zombou: — Que tal você competir com meus homens para ver quem tem a melhor pontaria? Vamos ver quem é mais rápido e mais preciso! A provocação fez o coração de Eliana acelerar por um instante, mas seu rosto permaneceu inabalável. — Ótimo, vamos ver quem ganha. Aqueles homens eram claramente assassinos profissionais, o tipo que não tinha nad
O homem que havia falado era o mesmo que Eliana havia imobilizado antes. Ele era grande e musculoso, com uma barba cerrada que acentuava ainda mais seu semblante insolente. De braços cruzados, ele ficou de frente para Eliana e lançou: — Eliana, que tal jogarmos um jogo? Os olhos dela se estreitaram levemente. — Solte Leyla. O que quer que esteja planejando, eu topo. — Você é mesmo generosa, mas Leyla ainda não pode ir embora. — Ele deu um sorriso malicioso. — Todo jogo precisa de plateia. Sem isso, onde estaria a graça? Depois de falar, ele gritou para fora da casa: — Entrem! Poucos segundos depois, uma dúzia de homens entrou. Eliana os reconheceu de imediato. Eram os mesmos que ela havia incapacitado com suas agulhas prateadas. Ela então voltou seu olhar para o homem de barba. Ele não era alguém comum. Não apenas conseguiu libertar a si mesmo como também desfez a imobilização dos outros em pouco tempo. Era evidente que esse grupo não estava brincando. A mente de El
O médico olhou para o relógio, impaciente.— Cadê o marido da paciente? Se ele não vier logo assinar os papéis, vai ser tarde demais.A enfermeira respondeu com um ar de desconforto:— Ele disse que não vai vir. Disse que a paciente pode se virar sozinha, que ele não se importa.Se virar sozinha...Na mesa de cirurgia, coberta de ferimentos e lutando pela vida, Eliana Walton tentou levantar uma das mãos.— Me dá o celular... — Murmurou com dificuldade.A enfermeira, vendo o desespero nos olhos da paciente, rapidamente entregou o telefone.Com o corpo inteiro em agonia, Eliana forçou-se a discar o número que estava gravado em sua memória. O telefone quase desligou automaticamente quando, finalmente, a ligação foi atendida.— Eu já disse que a vida dela não importa para mim. — A voz do homem do outro lado era carregada de impaciência e desprezo.— Jacob... — Cada palavra que saía da boca de Eliana parecia rasgar seu corpo por dentro. — Depois que você levou a Pola, os sequestradores det
Na manhã seguinte.Por causa da dor intensa no ferimento de Pola, ela insistiu para que Jacob ficasse mais uma noite no hospital.A caminho do trabalho, ao passar por um cruzamento, Jacob deu uma ordem repentina ao motorista:— Vá para a Vila Werland.Ele não queria voltar para lá, mas suas roupas já estavam há dois dias no corpo. Era hora de trocá-las.Ao chegar na casa, no entanto, não foi recebido com o calor habitual de uma mulher ansiosa pela sua chegada, mas sim com uma frieza que parecia preencher todo o ambiente.No centro da sala, sobre a mesa de café, estava um documento de divórcio.Jacob olhou para a assinatura no final da página, junto com a chave da casa colocada em cima do contrato. Seus olhos escuros brilharam por um breve momento, com uma emoção difícil de decifrar. Em seguida, ele subiu as escadas em direção ao quarto.Era a primeira vez que Jacob entrava no quarto de Eliana.Durante os últimos três anos, eles haviam vivido como estranhos, dividindo a mesma casa, mas
Cidade B ficava a apenas uma hora e meia de Cidade A de carro.Disfarçada, Eliana chegou à Mansão Mason no horário combinado. Sob o pretexto de tratar uma doença, ela aproveitou o momento em que ninguém estava por perto e hipnotizou Axel Mason, o chefe da família Mason.Infelizmente, ela não conseguiu arrancar nenhuma informação útil dele.Sem ter alcançado o objetivo, Eliana caminhava de cabeça baixa, perdida em pensamentos, até que sentiu uma dor repentina na testa.— Descul... — A palavra ficou presa na garganta quando ela levantou os olhos e viu o rosto de quem havia esbarrado nela.Jacob? O que ele estava fazendo ali? Que ironia do destino!Em questão de segundos, Eliana desviou o olhar e, com o rosto impassível, virou-se e saiu.Jacob ficou intrigado. A princípio, ela parecia que iria se desculpar, mas, ao vê-lo, mudou completamente de atitude. Aquele olhar... Tinha algo de ressentido, como se fossem inimigos.Ele se virou, observando a direção na qual ela caminhava, e ficou sur
— Um bilhão? — Jacob não hesitou nem por um segundo. — Fechado!Três anos atrás, ele havia sido envenenado em uma armadilha. Uma mulher, mesmo gravemente ferida, havia salvado sua vida.Após uma noite intensa, ao acordar, a mulher havia desaparecido sem deixar rastros.A escuridão daquela noite impediu Jacob de ver seu rosto, mas ele se lembrava de um perfume peculiar que exalava dela, algo que parecia com ervas medicinais.Ele mandou investigar, e a busca o levou até Pola Francis, filha da família Francis. Pola sempre fora frágil e doente, vivendo à base de remédios herbais.De acordo com o próprio relato de Pola, no dia em que ele foi atacado, ela havia sido sequestrada. Enquanto tentava escapar, encontrou Jacob e, apesar de suas feridas, colocou sua própria vida em risco para salvá-lo, entregando-lhe até sua virgindade.Naquela época, ela tinha apenas dezoito anos.Pola havia lhe salvado a vida, e ele lhe prometeu casamento. Mesmo com a desaprovação de sua avó, Jacob estava determi
O olhar afiado do homem voltou-se novamente para a varanda, e ele deu um sinal discreto para Thomas.Thomas deu uma volta rápida pelo quarto e voltou:— Senhor, não tem ninguém!— Chame o médico. — Ordenou Jacob, com os olhos frios. — E avise à administração do hospital. Quero todos os acessos bloqueados. Ninguém entra, ninguém sai!— Sim, senhor!Depois de examinada pelos médicos, foi confirmado que apenas havia retirado seu sangue, sem outros danos. Só então Pola conseguiu relaxar um pouco.Mesmo assim, ela estava preocupada. Com sua saúde em estado tão delicado, como não sentir medo? Mas o que a deixava confusa era o motivo de alguém se dar ao trabalho de roubar seu sangue.De repente, seus olhos brilharam com uma ideia, e as lágrimas começaram a escorrer em abundância.— Jacob, Eu... Eu não queria dizer nada, mas ela está passando dos limites. — Disse Pola, enxugando o rosto com as mãos.Ela viu naquela situação a oportunidade perfeita para difamar Eliana e, obviamente, não deixari