Enquanto me abaixava e abria o armário, peguei seu pote e depositei a quantidade certa do copo de medida. – Vamos lá garoto, vamos comer juntos então. – Coloquei o pote perto da mesa entre a cadeira de Ayanne e a minha que ficava na ponta, assim que a mulher se sentou confortavelmente voltei para a cozinha para pegar uma jarra de água na geladeira.– Precisa de ajuda? – A ouvi perguntar, não levantei a cabeça ainda olhando a geladeira. – Não, está tudo bem, pode continuar aí, só esqueci da água. – Levantei a jarra mostrando para a mesma, peguei dos compôs sobre a pia e os levei para a mesa.– Pronto, agora podemos comer tranquilos. – Falei enquanto enchia seu copo e em seguida o meu.– Obrigada. – A mulher agradeceu com um sorriso tímido.– Você está falando muito essa palavra ultimamente. – Brinquei com a mulher que rapidamente ficou vermelha.– Eh… Eh desculpa. – Respondeu constrangida enquanto olhava para baixo.– Essa palavra também está saindo muito da sua boca. – Apoiei meu ro
Foi difícil, sair dos braços de Ethan foi extremamente difícil, mesmo que fosse apenas para trocar a roupa que estava, mas sabia que ele não poderia fazer aquilo, e eu não queria ficar sozinha, como uma criança amedrontada, mas sabia que conseguiria fazer aquilo sem que ele me visse realmente trocando de roupa, de qualquer jeito, não queria ficar sozinha, sabia que se ficasse, os monstros voltariam, quando aquele beijo acabou, não sabia exatamente o que falar, mas não eram uma minhas preocupações naquele momento, e agradeci por Ethan não perguntar nada, e apenas me pedir para levantar e trocar de roupa.– Você não vai sair mesmo né? – Perguntei baixo enquanto o homem dava as costas para mim.– Juro que não vou sair, estarei aqui de costas e com os olhos fechados apenas. – E foi o que ele fez, o vi levantar as mãos na altura dos olhos e permanecer com eles ali, primeiro peguei minha calça e coloquei por baixo do vestido estranho que elas me deram, e depois tirei as mangas da roupa e de
Depois de um tempo havíamos chegado em frente sua casa, assim que o carro parou e ele abriu sua porta o segui pelo mesmo lado, ele me ajudou a sair e então fechou a porta após agradecer o homem e pagar a corrida, levantei a cabeça novamente e vi minha casa, ela parecia normal, mas a sensação que tinha que por dentro iria encontrar uma grande surpresa que um homem estaria lá dentro, aquela porta não aguentaria, mas nada, não era mais seguro ali dentro, a casa que lutei tanto para adquirir foi aonde eu me afoguei por completo.“Por quê? Por que tinha que acontecer essas coisas comigo? Eu merecia tudo isso? Eu fiz alguma coisa de errado? Mas nada me vinha à mente, nenhum pecado, nenhum ato criminoso, nenhum insulto aos mais velhos, mesmo que tenha sofrido tanto, nunca faltei com respeito a ninguém, eu apenas nasci.”“Mas por que isso? Por simplesmente eu ter nascido? Talvez fosse, talvez aquela era a resposta.”– Eu vou trocar suas portas, vou colocar novas no lugar. – Ouvi a voz de Etha
Aquele momento, aquele momento foi um misto de emoções, estava ansioso, preocupado, confuso e feliz quando senti seus lábios sobre o meu, eu estava feliz, aquela fora a primeira vez que havia beijado alguém, e estava ainda mais contente por esse alguém ser aquela mulher, mas, ao mesmo tempo, estava confuso, não sabia o que fazer, sentia as lágrimas de Ayanne em meu rosto, se misturando naquele beijo, era como se aquilo fosse a salvação dela e a minha perdição, meu coração estava tão acelerado quando entrei apressado naquela sala, meu cérebro só pensava em uma única coisa, se ela estava bem, quando ouvi seus gritos meu peito apertou, e quando vi suas lágrimas meu coração sangrou, ela era indefesa, estava indefesa contra seus próprios medos, e não sabia como poderia ajudá-la, mas dentro de mim sabia de uma coisa, que deveria estar lá, ao seu lado, mesmo que fosse apenas para segurá-la, mesmo que fosse apenas para chorar ao seu lado, eu deveria estar lá.A mulher que sorrir lindamente ao
Enquanto me abaixava e abria o armário, peguei seu pote e depositei a quantidade certa do copo de medida. – Vamos lá garoto, vamos comer juntos então. – Coloquei o pote perto da mesa entre a cadeira de Ayanne e a minha que ficava na ponta, assim que a mulher se sentou confortavelmente voltei para a cozinha para pegar uma jarra de água na geladeira.– Precisa de ajuda? – A ouvi perguntar, não levantei a cabeça ainda olhando a geladeira. – Não, está tudo bem, pode continuar aí, só esqueci da água. – Levantei a jarra mostrando para a mesma, peguei dos compôs sobre a pia e os levei para a mesa.– Pronto, agora podemos comer tranquilos. – Falei enquanto enchia seu copo e em seguida o meu.– Obrigada. – A mulher agradeceu com um sorriso tímido.– Você está falando muito essa palavra ultimamente. – Brinquei com a mulher que rapidamente ficou vermelha.– Eh… Eh desculpa. – Respondeu constrangida enquanto olhava para baixo.– Essa palavra também está saindo muito da sua boca. – Apoiei meu ro
Ethan havia saído para colocar a porta antiga do lado de fora, naquele momento estava abaixada em frente ao meu quarto, a visão que tinha dali era relativamente simples, era apenas um quarto comum, bem iluminado com luz ambiente que entrava pela janela espaçosa que servia como um lugar bem tranquilo para se ler um livro ou tomar um café enquanto deixa o sol esquentar seu corpo ou apenas observar a chuva caindo em um dia frio com uma caneca de chocolate quente, eram sentimentos bons, todos os sentimentos muito felizes se fosse qualquer outra pessoa em meu lugar, mas não para mim, quando fiquei ali sozinha me senti desconfortável, estava me sentindo insegura em minha própria casa, em meu próprio quarto.Meu coração acelerava cada vez mais forte, a cada segundo que estava ali sozinha, mas aquela era minha casa, havia lutado tanto para conseguir meu próprio lar, havia finalmente conseguido um lugar para chamar de meu, a sensação que senti a primeira vez que entrei aqui, eu ainda podia sen
Aquele momento, naquele momento fui pega totalmente de surpresa, ele havia me beijado, ou melhor, ele estava me beijando, demorei alguns segundos para entender, mas ele realmente estava, senti seu braço se enrolar em minha cintura, e sua mão acariciar o comprimento dos meus cabelos, seu perfume naquele dia estava, mas forte, pude sentir seus músculos de uma forma que nunca havia realmente nem mesmo imaginado, mesmo que já tivesse estado em seus braços várias vezes, mas ali era diferente, deslizei minha mão direita e a pousei em seu peito e a minha mão esquerda caminhou até sua nuca, fechei meus olhos sentindo todo aquele momento mágico, era uma sensação melhor do que quando havia feito em meu momento de fuga daquele mundo ilusório, o sabor dos seus lábios era como beber chá de hortelã, era tão fresco, como brisa de verão, como o vento que sopra gelado em um dia particularmente quente, era incrivelmente, talvez não ouvisse palavras para descrever aquele momento, principalmente porque n
– Vem Akira, vamos deixar ele aí, e vamos comer! – Chamei o filhote, que correu tentando se enroscar em minhas pernas como se tentasse brincar de pega-pega, corri um pouco envolta do balcão da cozinha, enquanto o encorajava a correr, ele era tão pequeno e fofo que precisava tomar o máximo de cuidado para não tropeçar no pequeno.Não parecia, não parecia mesmo que havia sofrido tanto na noite passada e agora estava sorrindo, meu coração vibrava de alegria, estava tão feliz e satisfeita, eu sabia que não me arrependeria, daquela escolha ali jamais, eu sabia que aquela seria a única decisão que não me arrependeria em toda a minha vida.Quando cansei de brincar com Akira, comecei a preparar alguma coisa para comermos, fiz algumas torradas e fritei alguns ovos mexidos, sei que era cedo ainda, mas toda aquela agitação havia me dado fome, talvez fosse o nervosismo de ter me declarado em voz alta, e pelo visto meu estômago reagia diferente em momentos como esses, quando tudo estava pronto, ch